Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 49
Como envergonhar o planeta terra


Notas iniciais do capítulo

Oi galere, tudo bão? Antes de começarem a se perguntar sobre a capa do capítulo, lembrem-se que essa fanfic tem Darcy Lewis como protagonista. Apenas apreciem a excentricidade da nossa estagiária 8)
Divirtam-se.



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Darcy passou o dia na casa de Kim para se aprontar para a tal apresentação fora de hora que Jane lhe pedira.

Ela não mencionou nada sobre o fato de que ela e Bucky quase se beijaram naquela manhã. Sabia que sua amiga lhe daria altos tapas na cara, pra acordá-la pra vida, então por ora, ficaria quieta sobre o pequeno detalhe daquele dia estranho...

A garota se arrumava ali, na casa de sua amiga, sendo obrigada a pegar um vestido emprestado.

— Kim, esse vestido é um número menor que o meu e é muito decotado! – Darcy apontava para o decote ousado na parte da frente. Como sairia daquele jeito?

— Não posso fazer nada se sou mais magra que você, desculpe. – A loira estava ocupada, digitando um relatório em seu laptop, por conta de seu trabalho.

— Céus... como vou para esse evento vestida assim? Todos vão ficar encarando o meu decote e não estou pronta psicologicamente pra isso! Você não tem um terninho, algo que não seja esse pedaço de tecido que mostra tudo!?

— Você veste 38 e eu 36. Não vai caber e você sabe, então, azar o seu... por que não pegou nada em sua casa? – Kim rolou os olhos para cima, indiferente.

— Eu não posso voltar... – Rebateu, sentindo um leve rubor colorir suas bochechas ao se recordar do que havia acontecido naquela manhã.

— Você e o Bucky não tinham se entendido?

— Sim, mas... esquece...! Eu vou usar esse vestido mesmo! – A estagiária se convencia de usar o vestido da amiga.

— Por que não compra algo numa loja? – A loira sugeriu e Darcy fez uma careta em seguida.

— Meu cartão de crédito estourou. Não tenho dinheiro. – Ela deu de ombros, suspirando desanimada.

— Então acho que terá que ser esse vestido aí mesmo. Meus pêsames.

— Tô sabendo... – A garota arrumava o vestido nas laterais, enquanto se olhava no espelho do quarto de Kimberly.

A peça preta, de cetim, acima dos joelhos, alças finas, um franzido na altura do busto e renda na parte de cima do decote, era um tanto ousada... mas que escolha tinha?

Darcy terminava de arrumar o cabelo e a maquiagem...

Estava anoitecendo...

A garota fez um rabo de cavalo baixo, jogado para o lado, com alguns fios soltos e as pontas enroladas.

Seu penteado era bem sofisticado para a ocasião.

Ela também optou por uma sandália de salto agulha na cor preta, para combinar com o vestido.

E então por fim, Darcy terminava de ajeitar tudo, prestes a sair.

Esperava não encontrar com a Viúva Negra e o Capitão América no prédio, pois não tinha ideia do quão sagazes os mesmos podiam ser, justamente porque havia possibilidade de descobrirem que ela abrigava o Soldado Invernal em sua casa, mesmo tendo certeza absoluta de que não diria nada, nem sob tortura.

Ela se olhou no espelho. Estava linda, mas pedia a Deus pra que nenhum Vingador estivesse lá.

.

.

Então, depois de duas horas, Darcy chegava no laboratório.

A garota entrou no prédio, cautelosamente, cuidando para que Steve e Natasha não lhe vissem.

Não deveria ter motivos para se esconder deles, porém, estava tão receosa que ambos soubessem que ela tinha abrigado Bucky em sua casa, que o melhor a se fazer era não trombar com nenhum deles, pra que não soltasse alguma pista e fosse descoberta.

Darcy sabia que a Viúva Negra havia se encontrado com James, só que a estagiária não tinha a mínima ideia do que eles haviam conversado. Será que a ruiva sabia sobre ela? Se sim, céus, estava muito perto do Capitão América descobrir sobre Bucky morando em seu apartamento.

Não deveria temer... mas seu medo falava mais alto... muito mais alto...

A garota chegava ao salão principal, com óculos, echarpe, uma máscara para alergia e luvas...

Seu disfarce era perfeitamente suspeito... mas não havia jeito...

No entanto, quando Darcy cruzou a porta na direção da outra sala, deu de cara com Jane...

A astrofísica também estava produzida para aquela noite, e a encarou, perplexa.

— Por que esta vestida assim!? – Exclamou, assustada.

— Eu... estou com uma alergia terrível no rosto e meu dermatologista disse que não podia me expor, então estou usando tudo isso. – A estudante dava a pior desculpa, apenas para não se expor, deixando a cientista desacreditada.

— E por que os óculos...? – Jane a analisava, desconfiada.

— Eu estou tão ridícula que não quero que ninguém me reconheça... – Darcy tentava explicar, mas Jane apenas revirou os olhos em resposta.

— Não tem graça, Darcy! Você pediu férias, eu te dei e você desaparece!? Podia pelo menos ter ligado pra dizer se estava tudo bem! – Jane estava um pouco ressentida pelo fato de ter ouvido que em breve a garota se mudaria pra Los Angeles... ela sequer tinha falado nada a respeito antes.

— Eu já pedi desculpas... – A garota olhava para a porta, como se esperasse alguém aparecer ali.

— Assim que fizer a apresentação, venha para o salão de festas do prédio. – A astrofísica pegava algumas anotações em sua mesa, pronta para sair do local.

— Por quê?

— Para a festa de boas-vindas do Capitão América.

Darcy arqueou uma sobrancelha por trás dos óculos.

— Festa de boas-vindas!? EU não posso ir embora depois da apresentação!? – Ela já começava a implorar, unindo as mãos em sinal de oração.

— Por quê...? Vai ser divertido. Quase todos os Vingadores estarão aqui.

— Quase todos? Como assim!? O Doutor Banner também!? – Darcy já começava a choramingar, de medo.

O semblante de Jane fechou.

— Eu já falei com ele sobre você e que foi tudo um acidente. Pode ficar despreocupada caso vocês se encontrem pelos corredores. – A astrofísica articulava tudo despreocupadamente, mas...

Darcy entrava em pânico.

— O QUÊ!? VOCÊ TÁ LOUCA!!? EU NÃO POSSO ENCONTRÁ-LO!!! ELE VAI VIRAR O HULK E NOVA YORK SERÁ DESTRUÍDA!!! – A garota começava a gritar, apavorada.

— Me poupe, Darcy... chega de drama. Vá para o auditório porque os técnicos estão te esperando. – E então, Jane passava pela amiga, carregando uma pasta nos braços.

Naquele momento, a estudante entrou em desespero. Precisaria de um disfarce muito melhor do que apenas óculos, máscara para alergia e uma echarpe.

A garota começou a fuçar nas prateleiras e armários, pois se recordava de ter algo ali que lhe ajudaria... Porém...

No mesmo instante, ouviu o barulho da maçaneta da porta...

Era Andrew e Helena entrando...

Ela ficou petrificada, mas depois de constatar que era apenas seus colegas de trabalho, suspirou aliviada.

— Darcy...? – Os dois indagaram, assustados com a figura de uma mulher com um vestido ousadamente sedutor, mas de óculos, máscara e echarpe...

Ela parecia o Michael Jackson quando precisava sair no sol...

— Darcy, você veio mesmo!? – O rapaz parecia surpreendido, já que pensou que ela não viria, por conta da festinha do Capitão, onde quase todos os Vingadores estariam reunidos, incluindo... Bruce Banner.

— A gente pensou que você não vinha! – Helena achava que a garota iria furar.

Naquele momento, ela não respondeu nada, apenas retirou os óculos e a máscara, para que pudesse dizer algo...

— Andrew... preciso de sua ajuda... – Darcy estava com uma cara péssima, e uma aura negra podia ser vista...

— O que tá pegando...? – O rapaz fechava a porta, ainda de costas para ela.

.

— Por favor, empreste sua máscara de cavalo.

.

Quando a estudante mencionou “máscara de cavalo” os estagiários arregalaram os olhos e Andrew virou o rosto de forma robótica na direção dela.

— Por que quer essa máscara...? – A pergunta era obvia. Ele e Helena estavam perplexos com o pedido da garota.

— Porque não quero ser reconhecida pelo Doutor Banner! Imagine se ele descobre que estou aqui!? – Ela não diria que nas entrelinhas era porque também não queria que Steve Rogers e Natasha Romanoff soubessem que ela estava ali.

Ela deseja que todos os Vingadores sequer soubessem de sua existência...

— Você vai fazer a apresentação com aquela máscara de cavalo!? Você bebeu!? – Andrew replicou, alarmado com a decisão maluca da colega de trabalho.

— Ainda não. Pretendo fazer isso só mais tarde...

— Céus, Darcy, você enlouqueceu!? – Helena não conhecia nenhuma pessoa tão maluca quanto Darcy.

Estava para nascer...

— Não... mas estou prestes a ficar louca se não me emprestarem a máscara...

— Mas-

— Sem mas! Eu imploro! – Ela se ajoelhou e Andrew não teve escolha diante de tal bizarrice...

— Céus... eu não acredito que você prefere pagar esse mico, mas ok... – O rapaz cedia e Darcy vibrava.

— Obrigada! É por isso que eu amo vocês, meus amores! – A garota correu e abraçou os dois amigos.

Eles corresponderam o abraço, porém um tanto perplexos com aquela situação esdrúxula...

.

Darcy Lewis viraria um cavalo aquela noite...

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Então, Andrew a ajudou a colocar a máscara...

Helena se segurava para não rir...

Darcy ajeitava o “acessório” em sua cabeça na frente do espelho do banheiro e o rapaz a encarava, desacreditado...

— Darcy... você... ESTÁ RIDÍCULA!!! SÉRIO, TIRA ISSO AGORA!!! – Ele tentou arrancar a máscara da cabeça dela, mas Darcy o impediu.

— Não! Essa é a única forma do Doutor Banner não me reconhecer!

— Você não tem vergonha!? AHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! – Helena ria desvairadamente da cara da estagiária.

O vestido curto e decotado era completamente contrastante com aquela máscara...

Quem no mundo vestiria algo tão ousado e com uma máscara ridícula como aquela? Só Darcy Katherine Lewis, a rainha das bizarrices nas horas mais impróprias.

— Não vou tirar!!! É isso ou o prédio vai desabar se o Doutor Banner virar o Hulk!

— Como você tem a coragem de sair dessa forma lá fora!? Você perdeu a noção da realidade!? – Andrew continuava repreendendo a amiga, mas ela não estava disposta a ouvir.

— O que são meus pesadelos perto da triste realidade que é a minha vida!? Eu prefiro ser um cavalo anônimo do que ser eu mesma, agora me dá licença! – E então, a estagiária pegou sua mochila, prestes a sair dali.

Andrew suspirou, totalmente desacreditado...

— Ok, ok então! Vamos sair daqui logo! – O estagiário a empurrava para fora do banheiro.

Os três abriram a porta da sala e cruzaram o corredor.

Darcy estava em pânico, mas não havia outra forma... teria de ser um cavalo, palestrar sobre física quântica e cair fora dali antes que o cientista e qualquer outro Vingador pudesse lhe ver...

Os três andavam na direção do elevador...

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E a estagiária só conseguia chegar à conclusão de que nem as histórias dos filmes mais dramáticos conseguiam ser mais deprimentes que sua vida...

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— Darcy, nós vamos pro estacionamento pegar umas coisas que esquecemos dentro do carro. – Andrew e Helena a avisavam, fazendo-a ficar ainda mais desanimada por ter que chegar até o auditório sozinha.

— Eu vou pegar o elevador e ir direto pro auditório então... me desejem sorte, porque vou precisar... – A garota redarguia, totalmente abatida.

— Você vai precisar muito mais de sorte estando com essa máscara. Vai precisar de um milagre. – Helena a encarava, irresoluta.

— Que Deus me ajude então...

E então, os três pegaram elevadores diferentes...

Darcy entrou no elevador e respirou fundo, tentando ser otimista...

Nada daria errado... tudo andaria conforme seus planos...

Sim, ela estava se enchendo de coragem... Aquele dia estava louco e imprevisível, mas estava se convencendo que conseguiria passar por tudo aquilo sem problemas...

Enquanto a garota se enchia de ânimo, o elevador parou, a porta se abriu e então...

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Ela deu de cara com o Capitão América esperando o elevador naquele andar...

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Os olhos de Darcy arregalaram por baixo da máscara e ela engoliu em seco.

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Steve Rogers cruzava a porta, fitando-a, um tanto abismado por presenciar a figura peculiar em sua frente...

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“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o seu nome...” – A estudante começava a orar por pensamento, temendo que Bruce Banner também entrasse ali.

O loiro ia apertar o botão do último andar, mas percebeu que ele já estava acionado, então... ele analisou discretamente a pessoa ao seu lado...

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Uma mulher com uma máscara de cavalo... Algo super normal...

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Achava que tinha visto de tudo em sua vida, mas aquilo era inédito e surreal...

Darcy entrou em pânico, mas permaneceu em silêncio, segurando as alças de sua mochila num aperto forte, justamente para neutralizar as mãos trêmulas.

Já ele, estava um pouco assustado por ver uma garota com um vestido de festa, decote e salto, mas com uma máscara daquelas.

A estudante se afastou, virando de costas. Não queria que ninguém descobrisse quem ela era.

Um tanto curioso, Steve resolveu questioná-la educadamente, até entender sobre... a máscara...

— Você está indo pro último andar?

Totalmente pega de surpresa, a estudante acenou com a cabeça, evitando falar.

— No evento da Doutora Foster...?

Ela acenou com a cabeça de novo, mostrando que estaria indo para o mesmo lugar que ele...

Era um cavalo gesticulando... céus...

— Mas... não é uma festa a fantasia... – O Capitão afirmou/indagou-a novamente, estranhando aquilo.

Lhe informaram que era uma festa de boas-vindas para ele, mas não tinha ideia de quem estaria lá.

O sentinela da liberdade estava vestido de modo deslumbrante naquele momento... O terno na tonalidade cinza, com a camisa na cor vinho e a gravata escura apenas complementavam o aspecto imponente e clássico do Capitão América, que também exibia um corte de cabelo diferente do que todos estavam habituados.

Um delicioso perfume também podia ser sentido... e ela deduzia que aquela flagrância soava como uma colônia do Clive Christian... algo mesclado com âmbar, sândalo e lavanda... um tanto neutro e suave...

Ok... era bem obvio que o Capitão América cheirasse incrivelmente bem, agora fora do normal era o porquê do mesmo estar tão curioso sobre ela, já que o mesmo tinha a fama de ser um homem discreto, de poucas palavras e interação social...

Aquela máscara chamava tanta atenção...? Céus... mas que opção tinha a não ser parecer ridícula e extravagante sem que corresse o risco de ser reconhecida por Bruce Banner e até mesmo por ele e Natasha Romanoff?

A garota se sentiu incomodada com a afirmação/pergunta sobre a festa não ser a fantasia, então, para não parecer ainda mais estranha e indelicada, resolveu falar, engrossando a voz.

Seria constrangedor continuar em silêncio, sabendo que estava indo para o mesmo andar onde o Capitão América seria recepcionado com uma festa.

— Desculpe o constrangimento... Eu estou com uma alergia terrível no rosto, então optei pela máscara...

Steve arqueou uma sobrancelha, irresoluto...

— As pessoas hoje em dia ocultam alergias com máscaras de... cavalo...? Isso está na moda...?

— Sim...! – Mentia descaradamente, apenas para que o mesmo parasse de lhe fazer perguntas.

Claro, porque não existia outra resposta para aquela pergunta. Máscara de cavalo e unicórnios ainda não eram tendência em 2014, mas quem sabe daqui a poucos anos?

Quando o elevador parou no último andar e a porta se abriu, Darcy não quis se despedir.

Seu único objetivo era sair correndo dali, porém...

.

A garota esbarrou com força em Natasha Romanoff que esperava Steve na frente da porta e... então...

A mesma se desequilibrou e...

Caiu...

Totalmente destrambelhada...

No chão...

Como um pato...

.

.

Oh céus...

Oh Deus...

Oh pai...

.

.

Por quê...?

.

Lá estava Darcy Lewis, em sua melhor performance de envergonhar o planeta terra diante de todo o universo, com seus tombos públicos...

Ela permaneceu caída, de frente para o chão, com parte do vestido para cima e a mochila do outro lado, mas...

Sua sorte era que pelo menos se lembrou de colocar um short esportivo por baixo do vestido, ou Steve Rogers provavelmente teria visto a cor de sua calcinha...

Ela ergueu o rosto para frente, desamassando a máscara e se praguejando mentalmente...

.

EU ME ODEIO! EU ME ODEIO! EU ME ODEIO! EU ME ODEIO!”

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Natasha correu para ajudá-la a se levantar.

Steve estava perplexo...

Nunca pensou que veria uma cena daquelas em toda a sua vida...

— Você está bem...? Não se machucou? – A ruiva contestou-a, preocupada.

Ela sabia que aquela garota era Darcy Lewis...

Steve ficou parado no corredor, observando-as.

— Eu estou bem, obrigada. – E então, a estudante soltou a mão de Natasha, terminando de se levantar, pegando sua mochila do chão e...

.

Correu o mais rápido que podia, na direção do auditório que faria a apresentação, deixando o loiro e a ruiva sozinhos...

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De todos os micos que tinha pagado na vida, talvez aquele tenha sido o pior de todos...

Cair de forma humilhante no chão, na frente da amada de Bucky Barnes e do Capitão América, definitivamente não estava em seus planos...

Após o término da apresentação, talvez devesse se jogar do último andar do prédio, pra compensar o mundo de ter presenciado toda aquela vergonha.

Steve se aproximou de Natasha, e ambos olhavam Darcy correndo apressadamente pelo corredor.

— Quem é essa garota...? – O Capitão perguntava à ruiva, que fingia não a conhecer.

— Eu não tenho a mínima ideia...

.

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Um tempo depois, Darcy implorou para que Andrew vigiasse a porta do auditório, caso o Doutor Banner aparecesse.

O auditório foi reservado para os três pesquisadores, com um data show e telão, já que a estudante teria de explicar tudo por slides.

Não era um local amplo, pelo contrário. Era um auditório pequeno.

E então, ela se apressou para abrir a apresentação.

— Bem, senhores... vamos começar? – Ela segurava alguns papeis e um laser para apontar para os slides na parede.

— Hey, garota, por que não tira essa máscara? – Um deles a interrogou, achando estranho a mesma estar com máscara de cavalo.

— Porque até onde eu sei, minha função aqui é explicar sobre a ponte Einstein-rose e não comentar o porquê estou com uma máscara. O meu microfone de lapela está bem instalado e os senhores conseguem me ouvir normalmente, então vamos ao que interessa.

E então, naquele momento, a estudante apenas pedia para que tudo terminasse bem... Não era normal quase ser beijada por Bucky Barnes e tropeçar na frente de Natasha Romanoff e Steve Rogers com uma máscara de cavalo no mesmo dia, porém...

Estava mais preocupada com o que viria depois... Prometeu ao soldado voltar para casa após o evento... e não tinha ideia o que lhe esperava... Aquele clima romântico entre os dois, pela manhã, não lhe saia da mente, e ela continuava em negação, porque não fazia sentido algum...

Então, qual seria a saída? Não voltar para casa? Adiantar sua viagem para Willowdale e não dar as caras em seu apartamento nas próximas décadas? Cortar os pulsos? Mudar de nome e sobrenome e viajar para a Europa como uma refugiada islâmica?

Sem opções, a garota apenas decidiu que aquela noite...

Iria beber...

Estava enlouquecendo por causa de James Buchanan Barnes e a única forma de esquecer toda aquela loucura era ficando bêbada. Sim, a solução para todos os problemas! [?]

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Naquele momento, Darcy Katherine Lewis estava decidida a esquecer o soldado, nem que fosse na base do álcool...

.

.

Já na festa de boas-vindas do Capitão América, tudo ocorria em perfeita normalidade.

Steve chegou no momento onde várias pessoas dançavam acompanhadas na pista de dança...

Thor e Jane se divertiam dançando no meio da pista...

O loiro os observava, um pouco intrigado e curioso...

O asgardiano parecia ter pegado o jeito quando a cientista lhe ensinou alguns passos, já que o casal estava muito animado, esbanjando felicidade...

Ambos mostravam o quanto estavam apaixonados um pelo outro...

Uma música tocava de fundo...

Nickelback – Trying not to love you…

.

Trying not to love you, only goes so far (Tentar não te amar, só é possível até certo ponto)

Trying not to need you, is tearing me apart (Tentar não precisar de você, está acabando comigo)

Can't see the silver lining, down here on the floor (Não é possível ver o lado bom, aqui no chão)

And I just keep on trying, but I don't know what for (E eu continuo tentando, mas eu não sei para quê)

Cause trying not to love you (Porque tentar não te amar)

Only makes me love you more (Apenas me faz te amar mais)

.

Ao observar a cena onde Thor e Jane dançavam, de certa forma, fazia o Capitão sentir um pouco de... inveja...

O asgardiano parecia mais habituado a terra do que ele, que embora estivesse fora de seu tempo, era um ser humano, nascido naquele planeta, mas tão descolado de tudo da era moderna...

Era estranho constatar que até mesmo Thor, um ser de outro planeta, estava com sua amada, dançando... e ele...? Bem, ele não teve a mesma sorte...

O amor de sua vida era uma idosa que tinha Alzheimer e o loiro não conseguia pensar em nenhuma outra mulher que não na fosse Peggy Carter da década de 40...

Steve continuou observando a movimentação em meio à música...

Havia muitas pessoas ali...

O prefeito de Nova York, secretários, empresários, figuras importantes e até alguns artistas não muito conhecidos.

A parte de eventos do prédio era dividido em: Bar, salão de festas com pista de dança, palco e auditório...

Tudo isso no último andar...

Assim como Natasha, Bruce e Tony, também estavam ali.

Thor, Jane e Erik eram os anfitriões.

A Viúva Negra então se aproximou do Capitão América, com um sorriso discreto.

— Eu não tinha ideia de que esses dois eram tão apaixonados um pelo outro. – Ela se referia à Thor e Jane.

— Pelo menos um de nós precisava encontrar a sua metade, não acha...? – Steve redarguiu, melancolicamente, e percebendo o desânimo do Capitão, Natasha se aproximou sutilmente e sussurrou em seu ouvido...

— Tá a fim de dançar...?

Steve a encarou, um tanto cordato, exibindo uma postura firme.

— Acho que não... – Ele lançou um sorriso singelo para ela, mostrando que estava tudo bem.

— Tem certeza?

— Sim... eu estou bem... não se preocupe.

A Viúva Negra assentiu com a cabeça. Não gostava de ver seu amigo naquelas condições, pois sabia exatamente que casais dançando os deixava triste por conta de seu amor do passado.

Porém, no mesmo instante, o gênio, bilionário, playboy e filantropo entrou repentinamente no meio da ruiva e do loiro.

— Que gracinha vocês dois... estão tendo um caso e não deixaram isso claro? – O Homem de Ferro já chegava com suas piadas extravagantes, arrancando uma carranca de Natasha e um sorriso divertido em Steve.

— Quanto tempo, Stark... – O Capitão estendia a mão na direção de Tony, que virou o rosto para o lado, fingindo indiferença, deixando-o no vácuo por um tempo...

Como uma criancinha birrenta...

— Quero saber por que demorou tanto pra vir até Nova York. – E então, ele o cumprimentou de volta, apertando sua mão, relutantemente.

— Eu tive muitas outras coisas pra resolver... – Steve não daria detalhes do que estava fazendo para Tony, deixando claro sua discrição.

— Espero que esteja totalmente disponível pra nós agora, porque precisamos ir atrás daquele cetro.

— Eu sei... estou aqui pra ajudar nisso... – O loiro replicava, mostrando um semblante mais austero.

Tudo relacionado à HYDRA lhe deixava tenso...

— E o agente Barton, Natasha? – Tony perguntava sobre o Gavião Arqueiro ainda não estar ali.

— Está no Canadá. Em breve deve chegar em Nova York.

— Acho bom... – O bilionário nunca perdia a pose soberba.

— Ora ora, se não é o Capitão América em Nova York depois de dois anos! – O cumprimento divertido vinha de Bruce, que se aproximava dos três.

— Doutor Banner. – Ele estendeu a mão.

— Steve Rogers. – O cientista apertou a mão do loiro logo em seguida.

— E aí? O que andou fazendo nessas últimas semanas depois da queda da HYDRA? – Banner puxava assunto, tentando ser descontraído e acabar com a tensão estranha que sempre pairava entre o Capitão América e o Homem de Ferro.

— Muitas coisas... missões pessoais...

— Ah, entendo... Deve ter sido terrível descobrir que a HYDRA estava infiltrada na SHIELD, certo?

— Bem... não era como se esperasse que a SHIELD fosse uma organização cem por cento limpa.

— Eu entendo... e você está certo. – Banner segurava uma taça de champanhe.

— Hey, garotos, sei que precisam colocar a conversa em dia, mas que tal irmos para o canto do salão? Estamos chamando muita atenção aqui. – Natasha sugeria, percebendo muitas autoridades observarem os Vingadores de longe.

— Ótima ideia! Mas acho que preciso de um drink, porque estou muito depressivo por ter discutido com a senhorita Potts nessa manhã. – O Homem de Ferro exprimia certa tristeza em forma de ironia na frente de Natasha, Steve e Bruce.

— De novo, Tony!? Quando é que vocês vão se entender!? – Banner que sempre testemunhava o desentendimento do casal, ficava perplexo em como os dois brigavam com tanta frequência.

— Não sei... mas ela mencionou que queria dar um tempo... e eu... bem... eu não sei o que fazer. – Tony sorriu, melancolicamente, deixando Steve e Natasha um tanto perplexos, pois todos sabiam o quanto ele amava Pepper Potts.

— Vamos afogar nossas mágoas no bar, meninos. – Natasha pegou no braço de Tony de um lado e de Steve do outro lado, puxando-os dali, e os levando para perto do balcão.

.

.

Não muito longe dali, depois de uma hora de apresentação com os técnicos da PYM Tech, Darcy finalmente poderia sair dali e correr para o bar mais próximo, bem longe do prédio, apenas para não esbarrar em nenhum dos Vingadores.

A garota estava confusa, num turbilhão de pensamentos desconexos sobre tudo relacionado à Bucky Barnes.

Quando abriu a porta do auditório, ela espionou os dois lados do corredor, porque não queria ser vista.

Todos estariam no salão de festas, então, ela só precisava sair de fininho e enfim ficaria livre e salva...

Percebendo que a barra estava limpa, ela caminhou em silenciosos passos para o corredor e então, apertou o botão do elevador, para descer e sair do prédio.

A garota ainda estava com a máscara de cavalo, por precaução.

Enquanto esperava o elevador parar naquele andar, uma mão tocou o seu ombro, lhe causando um susto no mesmo instante.

E tudo o que conseguiu exprimir, foi um grito desesperado...

.

— AAAAAAAAAH!!!

.

Ela berrou por instinto, assustada, e então...

Deu de cara com Nathan, assombrado com a reação espalhafatosa da garota.

— VOCÊ QUER ME DEIXAR SURDO, DARCY!!? POR ACASO FEZ ALGO DE TÃO ERRADO E NÃO QUER SER PEGA!!? – O satã lhe interrogava, num tom autoritário, como de costume.

— Algo de errado!? Eu vou dizer o que há de errado aqui, VOCÊ!!! O MUNDO ESTÁ ERRADO POR PERMITIR QUE VOCÊ EXISTA!!! – Ela apontava para ele, com muita raiva.

Aquelas horas estavam sendo terríveis e encontrar Nathan, era fechar o fatídico dia com chave de ouro.

Já o satã, tentava disfarçar o quanto ela estava ridícula com aquela máscara de cavalo.

— Não me venha com suas piadas ácidas a meu respeito! Eu vim aqui porque a Jane me pediu pra te levar pro salão principal! – O estagiário rebatia, furioso. Não era a primeira vez que aquela garota idiota gritava em seu ouvido.

— ELA O QUÊ!? EU NÃO VOU!!! NÃO VOU NEM SE VOCÊ ME AMARRAR!!!

— Pare de bancar a criança birrenta, Darcy. Ela já falou com o Doutor Banner sobre a lambança de anos atrás que você fez na universidade de Culver!

— Mesmo assim!!!

— Eu não vou discutir com você. – E então, o rapaz arrancou a máscara da cabeça dela, deixando-a enfim livre daquele disfarce ridículo...

Só que...

Não esperava que quando tirasse o ‘adereço’ de sua cabeça, presenciaria a feição belíssima da estudante em meio a maquiagem bem-feita e um penteado sofisticado...

Os olhos escuros do rapaz se alargaram em surpresa...

.

Sua colega de trabalho se encontrava incrivelmente deslumbrante...

.

Seus olhos a mapearam por completo e só então percebeu que a mesma trajava um lindo vestido de festa ousado, expondo as pernas torneadas e realçando as curvas acentuadas de sua cintura...

Ele espreitou o decote dela, discretamente, se surpreendendo por nunca a ter visto daquela forma antes...

A estudante estava... esplendidamente linda...

Mas a carranca em seu rosto era notável...

Eles se encararam por alguns segundos...

Darcy com raiva...

E Nathan, um tanto extasiado...

Mas, o satã chacoalhou a cabeça, escapando do êxtase de sentir fortemente atraído por ela.

— Vamos agora pro salão, porque ela está te esperando!

— Já disse que não!

— Pare de agir como uma criança! Eu não estou com paciência pra aturar as sua infantilidades!

— Aah, você só quer se vingar porque te derrubei com meu taser outro dia!

Após proferir tais palavras, se gabando por ter vencido o satã dias atrás, o mesmo apenas ficou em silêncio alguns segundos...

Darcy o encarava, fitando o rosto masculino tão simétrico, moldado pelos cabelos lisos, cobrindo parte de seus olhos...

Qualquer mulher idiota cairia de amores por aquele príncipe das trevas... ainda mais naqueles belíssimos trajes sociais negros, e exalando um perfume amadeirado que provocava a sensualidade e esbanjava mistério e fascínio...

Percebendo que a estudante não quebrou o contato visual, justamente porque nunca se sentia intimidada por ele, Nathan apenas sorriu... de modo obstinado...

— Ora, Darcy, você acha que esqueci o que me fez...? Apenas aguarde, por que em breve me vingarei, mas vou te poupar dos detalhes do meu contra-ataque... – O rapaz revidou, exibindo um semblante ufano e majestoso, como se estivesse convicto de uma futura vitória conta ela, mas...

Darcy amava aqueles joguinhos contra o filhote de satanás...

— Eu só peço para que não se esqueça de uma coisa, Nathan... Tome muito cuidado comigo, porque como amiga eu sou linda, mas como inimiga... EU SOU MISS... – E então, a garota sorriu gloriosamente arrogante. Não tinha medo do diabinho de meia pataca lhe coagir com palavras de vingança.

— É mesmo...? Mal posso esperar para o próximo round... – E então, ele se aproximou, esboçando um sorriso ainda mais nefando e sórdido do que o dela...

— No próximo, eu vou pisar em cima do seu cadáver com meu salto agulha enquanto seguro um drink... apenas aguarde... – Concluiu, audaciosamente convencida.

— Eu não cantaria vitória antes da hora, Darcy... – O olhar do rapaz queimava intransigente. Amava quando ela lhe desafiava...

— Estou cantando vitória porque sei que vou vencer... – Darcy replicou, triunfante.

— Mas e se não vencer...? O que EU ganho em troca...? – Indagou-a, se excitando pela provocação.

— Ganhar...?

— Sim... o que você vai me dar...? – Ele enfatizou as duas últimas palavras, de uma forma extremamente insinuante...

— O que você sugere...? – Darcy contrapôs, sem medo. Estava tão certa de ter êxito em qualquer disputa contra o satã, que não tinha receio de que o mesmo fizesse exigências.

O rapaz começou a rir, presunçosamente, já imaginando o que pediria em troca se vencesse...

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— Bem... porque você não corre nua pelo Central Park com um cartaz na mão, escrito: Eu amo Nathan Lawrence...?

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O prêmio que o satã pedia, era algo que qualquer mulher se chocaria e o xingaria de louco e pervertido, mas...

Darcy permaneceu com o olhar indiferente diante de tal exigência e...

Sorriu sadicamente em resposta...

— Correr nua num lugar público com um cartaz escrito uma declaração de amor? Não tem algo melhor do que isso, Nathan...? Você é tão patético... – Ela revirou os olhos em resposta.

— Então o que você tem em mente...? – Dessa vez, era ele quem sugeria.

— Eu pensei que você me faria de empregada durante um ano inteiro, mas... eu aceito correr nua no Central Park com um cartaz ridículo escrito ‘eu amo Nathan Lawrence’. Isso é muito mais fácil do que passar cinco segundos ao seu lado.

— Uau... então quando definimos o desafio...?

— Quando você quiser, mas porque não falamos do MEU prêmio se eu ganhar...?

— Sou todo ouvidos... – O satã fechava os olhos, sorrindo, esperando ouvir o que ela desejava.

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— Se eu ganhar, você vai pedir demissão do laboratório...

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Nathan franziu o cenho, pasmo.

— Por que eu deveria pedir demissão...?

— Porque eu não suporto mais olhar pra sua cara, agora se me der licença, tenho um bar para entrar e encher a cara. Tchau... – A garota puxou a máscara de cavalo da mão dele, dirigindo-se para o elevador, mas...

Nathan pegou no braço da garota, puxando-a dali.

Quem ela pensava que era...? Exigir que pedisse demissão? Isso nunca...

— HEY, ME LARGA!!! – Protestou, aos berros.

— Não! Você vem comigo pro salão agora! A Jane está te esperando! – Ele a arrastava com força pelo corredor, na direção da festa de boas-vindas do Capitão América.

— Não!!! – Ela tentava puxar seu braço de volta, mas o miserável era muito mais forte do que ela.

— É melhor parar de fazer escândalo...!

No desespero, Darcy colocava a máscara mais uma vez.

Ela não queria que Bruce Banner e os demais Vingadores a vissem, mas não parou de vociferar, protestando que o satã lhe tirasse dali na base da violência.

— SOCORROOOOO!!! EU ESTOU SENDO SEQUESTRADA!!! – Darcy gritou, desesperadamente compelida.

— Ninguém vai dar crédito para o que um cavalo está dizendo... – Nathan finalizava, forçando-a a chegar no salão junto com ele...

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Agora seria inevitável esbarrar nos Vingadores...

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Notas finais do capítulo

Darcy e Nathan estavam apostando? Ela correria nua e ele pediria demissão, mas o mais engraçado é ela achar normal correr por aí pelada e ele não aceitar pedir demissão. Acompanhem os próximos capítulos para ver o desenrolar disso =D
E agora? A nossa estagiária está prestes a esbarrar nos Vingadores? No que isso vai render...? muita confusão!
Até o próximo o/



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