Dangerous escrita por Machene


Capítulo 4
Cap. 4


Notas iniciais do capítulo

Para quem quiser conferir, aqui tem o link do Mapa de Magnolia, que pode ajudar com as localizações dos ambientes ondem se passam os eventos na história: https://vignette.wikia.nocookie.net/fairytail/images/8/89/Magnolia.jpg/revision/latest?cb=20160204201350&path-prefix=pt-br.



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Cap. 4

 

{29 de outubro, zona oeste do Reino Fiore}

A noite chega devagar na floresta da bruxa Leyla. Finalmente, depois de completar a tarefa passada por ela, o grupo composto por membros da Fairy Tail e de Spriggan Tail saberá como solucionar seu problema atual: o casal conhecido como Sinistra e Tirano. À espera da resposta, os magos e magas sentam em cadeiras do lado de fora do chalé, vendo os pequenos bonecos vodus da feiticeira levarem várias cestas com frutas da Árvore Foice para dentro da casa. Ao fim da tarefa, ela os agradece e balança seu bastão, abatendo-os.

Seu namorado Zack, agora com cabelos e olhos cor de fogo, guarda os brinquedos de pano em uma estante e logo senta ao lado da amada, de frente para os convidados.

— Como é possível que ele tenha se transformado em um homem? – Lucy questiona com surpresa – Digo, como a cabeça dele não é mais uma abóbora? Que fruta era aquela?

— Bom, a Árvore Foice tem... Ou deveria dizer tinha, muitas frutas diversas. Várias cores, várias formas. – Leyla cruza as pernas, balançando um pé – A fruta que dei ao meu querido Zack era capaz de tornar qualquer feitiço mais forte, de modo que a cabeça dele agora é a de um homem completo. Mas, infelizmente, os efeitos dos frutos são interinos.

— Ah, então por isso que vocês não passaram muito tempo naquele estado de transe, depois de comerem aquelas frutas! – Levy relembra, fitando Gajeel e Natsu.

— Esses dois comeram frutas da árvore, mesmo eu dizendo para não fazerem?

— Achamos que era o único jeito de derrubar aquela coisa. – o Salamandra justifica.

— Espera aí! Você disse antes que não sabia qual fruta faria mal ou não! – o dragão do metal aponta para a bruxa – Como pode agora já conseguir diferencia-las?

— Eu disse que não tinha certeza sobre quais frutos são seguros. Claro que já pude realizar anotações das propriedades de alguns, considerando o tempo que passei tentando chegar perto daquela árvore! Não esperava que a derrubassem, mas se tenho as sementes, nem tem problema. Posso plantar uma nova no meu quintal.

— Quer plantar outra coisa igual àquela? – Happy pergunta com horror.

— Não arrepie os bigodes, gatinho fofo. Se eu criar uma Árvore Foice desde pequena, não tem motivo para ela crescer nervosa como as outras. Bem, por hora vou apenas me aproveitar da colheita que fizeram. Aliás, quais pomos os dois ingeriram?

— Eu comi uma fruta amarela e o Gajeel comeu uma azul. Por quê?

— Hum, interessante... Velocidade e força, respectivamente. Mas essas também são alucinógenas. Devem ter sofrido um bocado enquanto estavam desligados. – a feiticeira aponta com o bastão para as feridas dos Dragon Slayers.

— De fato, Levy e Lucy quem cuidaram deles e os trouxeram de volta à realidade. – Pantherlily informa de patas cruzadas, fazendo as moças enrubescerem.

— Ora. – Zack sorri – Então explica essa cicatriz no seu peito.

— O quê? – o dragão do fogo olha para seu tórax, marcado por um “X”.

Vendo a confusão dos demais, Leyla suspira e toca a ferida com o cristal verde de seu artefato. Em segundos, o incômodo do Dragneel caçula é aliviado por um brilho que sai da esfera mágica, cercando seu corpo e fazendo até suas vestes serem reiteradas. Ela faz o mesmo com os aliados dele, agitando o bastão na frente de cada um e curando seus machucados. Enquanto a surpresa equipe se examina, a bruxa apoia o queixo na mão.

— Vocês estavam me dando nos nervos, de tão horríveis que estavam. Não precisam me agradecer. É fácil usar feitiços depois de decorar palavras mágicas, e se você tem um item mágico. – ela ri ao dedilhar as unhas na bola do bastão – Enfim, um golpe desse tipo que o Salamandra sofreu poderia matar qualquer um. Se ele não foi cortado em pedaços, só existe uma explicação: sacrifício heroico.

— Em outras palavras, você deve ter se ferido tentando proteger alguém. – Zack diz.

— Ah sim, foi a Lucy. – Mavis aponta para a loira maior, constrangendo-a de novo.

— Então, ao tentar salva-la, ele conseguiu diminuir o impacto do ataque da árvore. – o ex-homem abóbora continua – Devem ter notado que ela não conseguia golpeá-los ou se defender de uma investida se estivessem trabalhando juntos; estou certo?!

— Sim! Na verdade, o Jellal percebeu isso! – é a vez de Erza indicar o rapaz.

— Bom, isso aconteceu porque a Árvore Foice daquela região estava muito irritada. Ela foi explorada por várias pessoas antes de se rebelar contra todos, e empatia não é algo que ela compreendia. Assim que começaram a ajudar e proteger uns aos outros, o escudo dela enfraqueceu. Ou neste caso, foi o que houve com as duas árvores.

— Quer dizer que se eu não tivesse tentado proteger a Luigi...

Lucy! – a maga estelar quase rosna em resposta à Natsu, fazendo os amigos rirem.

— Eu poderia ter morrido? – ele finaliza, vendo Leyla e Zack acenarem em acordo.

— Acho que isso vale para mim também. – o Redfox fita Levy pelos cantos dos olhos, desviando rapidamente ao notar o embaraço dela e os sorrisos maliciosos aparentes.

— Seja por retribuição ao que elas fizeram antes, ou simplesmente por estupidez, o fato é que tiveram a coragem de defender alguém. – a bruxa retira seu chapéu, entregando ao namorado, e pega o laço no rabo de seu gato enfeitiçado para amarrar seus cabelos – Uma iniciativa assim pode gerar uma magia de proteção poderosa. De fato, a segunda de nível mais forte, só ficando atrás da defesa criada pela “magia suprema”.

— E que magia é essa? – Zeref indaga, observando o casal trocar um olhar cúmplice.

— Não importa. Vamos ao que interessa: o pagamento de vocês. Como prometi, vou dizer agora o método mais eficaz, e único, para vencer Sinistra e Tirano. Prestem bastante atenção, porque eu não gosto de repetir as coisas! Estão prontos? – a feiticeira se debruça para frente, vendo todos acenarem em acordo – Muito bem, o truque é... Copiar tudo.

— O quê? – os magos e magas questionam ao mesmo tempo.

— Isso mesmo que ouviram. – ela volta a se apoiar na cadeira – Façam tudo igual ao que fizeram hoje, com exceção dos ataques impensados, e conseguirão derrotar os dois.

— Em outras palavras, usem empatia. – Zack esclarece – Eles admiram isso.

— A Sinistra e o Tirano são conhecidos por incitarem as pessoas a fazerem o que não querem. – Leyla comenta – Eles certamente estimularam vocês do mesmo modo. Então, a minha dica é para se deixarem levar. Liberem tudo isso. Provem tudo de novo, seja o que for; dor, raiva, arrependimento, alegria... Só experimentem, se entreguem, e vivam o momento. Se passarem por essa experiência e sobreviverem, ficarão mais aliviados.

— Fala de um jeito como se o que seus amigos fazem fosse algo bom. – Juvia franze o cenho – Você disse que eles são “instáveis e maliciosos”.

— Mas ao contrário do que possam pensar, isso é algo benéfico. Os seres vivos atuais não se incomodam de passar por cima dos outros para terem o que querem. Se pensarem nisso, verão que, na maioria das vezes, Sinistra e Tirano atacam diretamente pessoas más. Infelizmente, os indivíduos de mente fraca podem ficar nervosos se estiverem perto deles também. Por essa razão, os dois não são bem vistos socialmente, e são rejeitados. Apesar disso, eles dizem que não se incomodarão enquanto tiverem um ao outro.

— Acho que agora podem entender essa emoção compartilhada pelos dois, não é?! – o ex-homem abóbora sorri gentilmente, lançando um olhar misterioso aos convidados.

— Talvez... – a titânia troca uma visão com os amigos – E onde eles se esconderam?

— Eles não estão escondidos; nunca foram disto. Agora mesmo, devem estar curtindo um passeio pela cidade de vocês. – a feiticeira relata, vendo graça no receio dos ouvintes – Muito bem, antes de expulsa-los daqui, devo ter certeza de que entenderam cada palavra dita. Repitam o que eu falei desde o começo. – Leyla ri quando os demais reclamam.

...

{30 de outubro, Magnolia}

Após o retorno de sua tarefa secundária, os magos da Spriggan Tail e as magas da Fairy Tail voltam à Magnolia determinados a encontrar Sinistra e Tirano, para o término de sua missão principal. Felizmente, não é preciso buscar por muito tempo. Ao amanhecer de um novo dia, o casal dá as boas-vindas ao grupo cansado de sua maneira peculiar. No momento em que pisam na estação da cidade, várias pessoas apontam uma determinada direção ao mesmo tempo, parecendo sonâmbulas.

As equipes, agora formando um só time, seguem as indicações com tento, indo por uma linha reta até o Lago Sciliora. Chegando lá, se deparam com a dupla sentada à sua espera. Os dois ainda mantem a aparência anterior, na qual estavam quando conheceram os aventureiros. Eles tiram os pés da água e se levantam, sorrindo calmamente.

— Então, nos vemos de novo. – a mulher diz primeiro, passando a mão direita pelo braço do marido e cruzando seus braços abaixo dos seios – Como se sentem agora?

— Quer mesmo saber? – Lucy passa à frente – Estamos exaustos. Não dormimos a noite toda, passamos horas dentro de veículos em movimento, vendo os dragões botarem tudo para fora, e nossos pés estão doendo! Lutamos com árvores comedoras de gente para dar frutas venenosas a uma bruxa, que namora uma abóbora, só por uma informação de como brigarmos com vocês sem morrer! Então, se vocês não se importam, nós podemos terminar logo com isto, para eu ir tomar um banho quente em casa?

— Está bem, obrigada pela sinceridade. – Sinistra ri, assim como Tirano – Querem uma luta conosco então, pelo que entendi?

— Só em último recurso! – Levy se apressa em responder, sorrindo nervosamente – Não queremos incomodar, nem nada do tipo, então, se puderem prometer não fazer mal a mais ninguém, a gente vai embora na paz.

— Oh, mas, infelizmente, não podemos prometer tal coisa. – o homem fala – Sabem, nós temos nossa própria missão: tornar as vidas das pessoas mais difíceis. Não é algo fácil ou agradável de se realizar, mas alguém deve fazê-lo. Ainda bem que a tarefa é partilhada.

— E se importam de explicar o motivo disso? – Mavis pergunta com uma careta.

— Muito simples... – a esposa prossegue, andando devagar de um lado para o outro enquanto gesticula – Imaginem que é inverno. Duas crianças estão patinando, e de repente o gelo parte ao meio. A garota está prestes a cair na água congelada, mas o menino com ela pede que fique calma, para andar devagar na sua direção. – de imediato, ela fita Gray e sorri, fazendo todos notarem seu olhar doído – Ele nasceu com o dom da magia, porém, infelizmente, não controla direito o seu poder. A mãe da menina chega para salva-los e consegue coloca-los sobre a neve a tempo, só que o gelo quebra, então...

— PARE! – o mago do gelo grita, colocando as mãos na cabeça baixa.

— Gray-sama, o que aconteceu? – Juvia indaga preocupada, logo virando-se para os dois com raiva – O que fizeram com ele?

— Nada. – Sinistra ergue as mãos para o alto – Eu só estava relatando o passado dele. Bem, mas se é muito doloroso, talvez eu consiga explicar melhor o que quero se utilizar outro exemplo. Vejamos... – ela põe o indicador sobre os lábios – Certa vez, uma menina ruiva foi abandonada por sua mãe, que sumiu no mundo, e acabou virando uma escrava, como tantas outras crianças órfãs. – desta vez, é Erza quem fica transtornada – Um dia...

— Já chega! – a voz da titânia sai grave assim que seu semblante se torna sério.

— Não? Ora, vocês são exigentes. Ah sim, sei de algo perfeito! Que tal isto...? Era uma vez uma bela loirinha que vivia em seu próprio castelo mágico. – pelo início da frase, os amigos de Mavis e da Heartfilia voltam sua atenção para ambas sem demora, pensando em quem é a dona da história, contudo isto se torna evidente quando a maga estelar baixa a cabeça, tentando não encontrar os olhos da narradora – Ela tinha uma vida de princesa, até sua mãe morrer. Seu desgostoso pai se transformou em um rei tirano, então ela fugiu.

— Cale a boca! – Natsu ordena de repente, incendiando a mão direita com sua magia – Não interessa o que aconteceu! Se vocês não têm a intenção de aborrecer as pessoas, só parem de esfregar os problemas delas nas suas caras! Mas se vão continuar com isso...

— Ora, acho que eu aborreci o dragão um pouquinho. – a mulher fita seu marido.

— Então vamos deixar as coisas mais interessantes. – Tirano sorri.

Assim que seus olhos e os da esposa se encontram com os dos demais, os rapazes e as moças veem o belo nascer do sol dissipar no horizonte. Seu entorno fica escuro, como se estivessem presos em uma enorme caixa preta, até que eles enxergam a si mesmos. Os reflexos aparecem na frente de cada um, contudo começam a se mover subitamente para atacar os indivíduos originais. A equipe desvia das cópias que sorriem astutamente, mas de modo desordenado, então os aventureiros acabam trombando uns com os outros.

— Por que está tentando proteger essas pessoas? – a imitação de Zeref indaga – Você nem conseguiu cuidar direito do seu próprio irmão.

— Você não merece ter amigos. – fala a duplicata da Vermilion, aproximando-se da verdadeira até que ela toque suas costas com as do Dragneel mais velho – Desista disso.

— Erza, cuidado! – Jellal de repente fica entre a Scarlet original e a falsa, salvando-a de ser cortada por uma espada, contudo recebe o ataque diretamente no braço esquerdo.

— Jellal! – a preocupada ruiva se abaixa para acudi-lo, vendo a réplica dele chegar perto com uma expressão séria, e acaba abraçando-o por impulso – Não toque nele!

— Eu não faria isso de qualquer forma. Quem gostaria de tocar em um verme que já matou até o próprio amigo de infância? – aqueles que ouvem tal declaração o encaram de imediato, e após tomar alguma coragem, o Fernandes se vira para Erza e balança a cabeça.

— É verdade. Eu fiz isso. Foi numa época conturbada da minha vida, em que acabei sendo controlado por uma força maligna, mas não é desculpa para o que eu fiz.

— Sim! Vocês já fizeram coisas horríveis! – afirma a cópia de Gajeel, enquanto tenta acerta-lo – Então aceite isto, Redfox: você era, e sempre será, uma escória de guilda das trevas, que tortura todos em seu caminho!

— EI! – Levy barra seu último golpe com uma runa, empurrando-o para longe – Não diga aos outros quem são ou quem devem ser! Nós escolhemos nossos próprios caminhos!

— Logo você diz isso? – o reflexo da moça chuta suas pernas – Rata de biblioteca! Tem tanto medo de interagir com os outros que a sua vida se resume à livros.

— Tem tanto medo de se aproximar com vontade de uma mulher porque deixou sua mestra morrer, e não conseguiu proteger a filha dela de ver isso. – a imitação do Fullbuster consegue dizer antes de ser socado no rosto pelo verdadeiro.

— Está deixando todos incomodados com a sua presença, mulher irritante. – o clone da mulher chuva joga um jato d’água na sua direção, destruindo toda a parte superior do seu vestido e derrubando-a no chão – Vá embora!

— Deixe-a em paz! – Gray segura o pescoço da falsa Loxar, congelando-a depressa, e enquanto alguns observam a cena com surpresa, ele tira a camisa para cobrir Juvia.

— Não vão escapar tão fácil! – a duplicata do Salamandra derruba o original no chão, pressionando suas costas – Atos de compaixão não vão limpar seus pecados!

— Ou colar os pedaços dos seus corações destruídos! – gargalha a réplica de Lucy, forçando seu rosto contra o piso da sala escura.

— MALDITA! NÃO TOQUE NA LUCY! – o Dragon Slayer do fogo grita com uma expressão ameaçadora, lutando para ficar de pé.

— Você não é o príncipe encantado, garoto. – rebate a sósia da loira maior – De fato, está bem longe disso. O que o faz pensar que pode protege-la? – ela mira a Heartfilia mais uma vez, sorrindo com deboche – Todos não passam de criancinhas assustadas e carentes, que não conhecem seus desejos e nem suas necessidades. Escondem mágoa, frustração e arrependimento, procurando algo que preencha seu vazio enquanto brincam de ser heróis e heroínas. – subitamente, Mavis arregala os olhos, parecendo ter compreendido algo.

— Você tem razão! – ela concorda em alto e bom som, fazendo todos a fitarem com estranheza, e então vira de frente para o mago negro – Zeref, ainda não agradeci por ter me protegido naquela hora, com a Árvore Foice. Então, obrigada.

— Ah... De nada. – o Dragneel mais velho segura a mão estendida em sua direção e logo é puxado para mais perto, enrubescendo rápido.

— Do que você tem mais medo na sua vida? – questiona a líder das fadas.

— O quê? Você quer saber disso agora? – o rapaz olha para os lados com vergonha.

— Responde de uma vez! – a maga o sacode pelo casaco – Eu tenho medo de perder minhas amigas! Ou melhor... Meus amigos. – ela fita os demais homens e sorri, voltando a encara-lo – Eu sei que sou impulsiva e agitada, então tinha medo de irritar os outros e ser abandonada ou odiada, como já aconteceu antes. – a confissão provoca surpresa em todos, porém a jovem toma fôlego e continua – Mas acho que estou bem agora. E você?

— Eu? Bom, ah... – vendo a seriedade dela, é a vez de Zeref puxar o ar e desabafar – Antigamente, e acho que até hoje, eu tinha muito medo de ser odiado pelo meu irmão.

— Como é? – Natsu ergue uma sobrancelha, ainda com a bochecha direita espremida contra o chão – Mas por quê? Você nunca me fez nada.

— Não diretamente, mas... Você ficou sozinho por muitos anos antes de nos vermos outra vez. Achei que ficaria chateado comigo por não ter te encontrado antes, justamente quando nossos pais morreram e você mais precisava de uma família.

— Mas você também estava sozinho. – a declaração óbvia do caçula o deixa surpreso – Por que foi sua culpa não ficarmos juntos antes? Não fale besteira! Agora temos todos da guilda de qualquer modo. Ninguém está sozinho.

— Natsu tem razão. – o mago do gelo se pronuncia – Não tem motivo para estarmos preocupados com o passado. O que foi feito não pode ser mudado, mas... – ele fita a maga da água e sorri, comovendo-a – Ainda podemos construir nosso futuro.

É neste momento que Juvia, em um estado de transe repentino, toca os ombros do Fullbuster e une seus lábios. O gesto, que causa a queda da camisa masculina das espaldas femininas, gera uma comoção mais ligeira nos espectadores do que em Gray, pois este só se dá conta da situação segundos depois. Quando os olhos dele se expandem pelo choque, a alegre Loxar se afasta um pouco e fita os amigos.

— Juvia costumava fazer chover sempre que ficava triste. Juvia não era bem-vinda em lugar algum, mas agora dá para ver o sol todos os dias na guilda. E parece ainda mais brilhante desta vez. – ela observa o estático amado e pula sobre ele – GRAY-SAMA!

— EI, NÃO SE EMPOLGUE! SAI DE CIMA DE MIM!

— Então... – Erza move a cabeça para o lado e balança, ignorando a cena cômica e se dirigindo à pessoa na sua frente – Jellal, é... Gostaria de sair comigo?

— O que disse? – Jellal cora, indeciso entre a curiosidade e uma inesperada euforia.

— Por favor, não me faça repetir! – a titânia tapa o rosto com as mãos, ficando da cor de seus cabelos – Eu nem acredito que tive coragem de dizer isso! – a Scarlet se contorce, todavia se acalma aos poucos, conforme permite que o Fernandes exponha sua face – Eu me interessei por você, mas tudo bem se não quiser sair comigo, porque...!

— Eu aceito. – o mago celestial pausa a sua tagarelice, provocando outra agitação.

— Não está brincando comigo, certo?! – a ruiva agarra o lenço verde no pescoço dele e o aproxima ousadamente de seu rosto, incentivando-o a tocar seus braços para não cair.

— Não. Eu quero mesmo sair com você. – o jovem afirma, distraído com a boca dela.

— O que diabo está acontecendo aqui? – o dragão do metal faz uma careta.

— Ah, entendi! – a maga das runas fala de repente, estendendo a mão – Gajeel, me ajude a levantar! – ainda confuso, Gajeel obedece e a suspende pela cintura até ficar do seu tamanho – Não tão alto, não tão alto!

— Nossa, você é baixinha mesmo. – ele ri ao vê-la inflar as bochechas com irritação.

— Ah, esquece! Apenas escute: eu não fiquei com raiva de você por tentar me atacar naquela hora, quando estava hipnotizado pela fruta da Árvore Foice!

— O que quer dizer? – o Redfox pergunta em curiosidade e atenção.

— Quero dizer que entendo aquilo não ter sido sua culpa. Não acho que é uma pessoa má, e nós podemos ser amigos. – Levy sorri, fazendo o rapaz ruborizar de leve, até que o seu semblante se torna sério novamente – Mas apenas se parar de falar da minha altura!

— Bom... Vai ser difícil. – o Dragon Slayer ri, passando os olhos dos pés femininos balançando no ar às bochechas cheias de aborrecimento – Mas aceito o desafio.

— Tudo bem, então agora fala algo que te incomoda, ou qualquer coisa que queira!

— Por quê? – Gajeel arqueia uma sobrancelha, sendo chutado pela moça, e termina jogando-a por cima do ombro esquerdo – Ok, ok, pare com isto! Não sei o que quer ouvir, mas se é para dizer alguma coisa... Ah, eu não me importo se as pessoas sentem medo de mim quando me veem. Eu realmente fiz coisas ruins no passado, só que... – ele começa a sentir um calor de timidez e põe a mão direita no bolso da calça – Se meus amigos não se importam com isso, eu também não vou mais me preocupar em ser odiado.

— Que ridículo. – a cópia de Natsu fala em tom de desdém – Acham que se sentirão melhor compartilhando desabafos? Ainda estão perdidos. Nem sabem o que querem.

— Eu sei! – sua versão original declara – Eu quero quebrar a sua cara!

Dito isto, o Dragneel mais novo dá uma cabeçada em seu reflexo, socando-o para longe e imediatamente cuspindo fogo na direção da falsa Lucy. Quando a verdadeira fica livre, invoca um de seus Espíritos Celestiais, Virgo. A empregada que surge, ao comando da maga estelar, abre buracos no piso escuro e some com todas as sósias do local. O grupo comemora a vitória, e no abraço empolgado, Mavis e Zeref quase se beijam. Contudo, a caixa onde estão confinados logo desaparece em um clarão, e eles retornam para o lago.

— Voltamos! – o Dragneel mais velho sorri – Então... O que faremos agora?

— Bem... – a alegre Vermilion toca os dedos da mão dele discretamente – Por que não visitam a nossa guilda? Estamos perto de lá.

— Não tão rápido, caras fadinhas. – a voz de Sinistra se faz ouvir – O jogo continua.

Continua...


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