EnGraçadinha escrita por Sweet Madness


Capítulo 12
Magia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769325/chapter/12

Havia algo estranho no ar. Oliver tinha certeza disso.

As coisas ficaram claras assim que olhou na cela de Joker. Estava vazia.

Correu para soar o alerta e pegar seu telefone pessoal na recepção. O número de Daintness ficava em um dos mais frequentes, já que os dois conversavam quase todos os dias.

O celular tocou em seis chamadas insistentes, o que fez a mulher de cabelos coloridos levantar para pegar o aparelho. Estava num dia de preguiça descomunal. Será que Joker estava tendo alguma crise de preocupação? Havia ficado frequente há algumas semanas.

—Oi, Ollie...-Bocejou, se sentando na cama, tentando organizar seus cabelos rebeldes.-Esta tudo bem com o papai? Diga a ele que eu vou aí passar a tarde todinha com ele, vou usar aquela permissão especial que o diretor...

—Daintness.-A moça se calou e o sono pareceu ir embora.-Joker fugiu do Arkhan. E acredito que tenha sido ontem a noite.

O mundo deu uma guinada, o que fez a menina ter tontura, ao mesmo tempo que se levantava da cama. Bruce, que havia ido acordar a filha, preocupado com a indisposição da moça nos últimos dias, ainda teve reflexo de agarrar a filha pela cintura, antes que ela desmontasse no chão, com a visão negra e com falta de ar.

—Filha? Filha, fale comigo.-O herói pegou o celular, vendo o nome na chamada.-Oliver, espere um momento que já conversamos.-O psiquiatra engoliu seco do outro lado da linha. Bruce deixou o aparelho na cômoda e voltou a deitar a filha na cama, segurando uma das mãos dela, enquanto a outra acariciava o rosto tenso, que começava a suar frio.-Filha, me responde... Por favor, meu amor... Por favor, fala comigo.

Damian surgiu na porta do quarto, assim como Dicky, que segurou o caçula, o impedindo de voar na cama e se agarrar a irmã.

—Mana...

—Calma, Damian. Analise a situação primeiro... Vamos ligar para a emergência, anda.

— Eu vou chamar o Alfred!

O caçula voou escada abaixo, enquanto Dicky ligava para a emergência de Gotham e Bruce continuava com a filha, tentando entender o que havia acontecido.

— Ele... Ele... Ele fugiu... Ele fugiu... E vai atrás dela... Ele prometeu... Disse que ia ficar no Arkhan...- Ela desabou a chorar, e Bruce entendeu o que havia acontecido.-Ele vai morrer.-O herói encerrou a chamada, para que Oliver não pudesse mais escutar a conversa.-Alguém vai matar o meu pai por culpa dela.

—De quem, bonequinha?

—Arlequina.

•~~•

Todos sabiam que o Pistoleiro não aceitaria Alerquina.

Rick Flag tinha certeza disso, e sabia que Amanda daria ordem direta para que derrubassem o avião.

Mas ao ver um sobretudo escuro esvoaçante, na torre da frente, o agente sentiu sua espinha gelar e segurou no braço da mulher.

—Amanda, não faça isso.

A mulher apenas lhe deu um olhar de desprezo.

—Derrubem.

O ser na torre desapareceu, e a nave de Joker foi abatida a poucos quarteirões de onde eles estavam. Flag estava ferrado.

Esperou Waller embarcar em um novo helicóptero e saiu do prédio com os demais. Encontraram Arlequina, viva, no meio do caminho. Definitivamente, Flag estava em maus lençóis.

Entrou no bar, atrás dos vilões, e Katana lhe deu um olhar alarmado.

— Ela está aqui. A filha do morcego de Gotham. Por quê?

Todos os vilões silenciaram, e Flag viu o brilho de vingança e desprezo que se acendeu nos olhos de todos.

—Ela não é filha do Morcego, Katana. E, possivelmente, ela está aqui pra me matar... E levar June e Amanda Waller comigo. Não é do tipo que brinca em serviço.

A porta do bar se abriu de forma educada, e a moça, que usava uma balaklava e um capuz de couro vinho, mesmo material da calça, do sobretudo e das botas entrou tranquilamente. O olho verde-menta brilhando de forma não natural.

—Flag... Você tinha um trabalho. Manter qualquer notícia longe do Arkhan... Como consegue ser tão incompetente?

—Joker é problema seu, não meu. Nunca foi problema meu. Você deveria ter monitorado ele melhor.

—Que impasse...- Ela colocou a mão no queixo, se sentando na banqueta de frente para o agente.-Meu pai está morto, e eu estou culpando você por ele vir atrás dessa vadia... Mas estou me coçando para matar a Waller da forma mais cruel que eu puder imaginar.-Ela tirou um pequeno aparelho do bolso e apertou o botão. Imediatamente os vilões sentiram como se o pequeno chip deixasse de funcionar.-Mas estou cansa da sua incompetência.-Ela levantou e parou de frente ao Pistoleiro.-Senhor, sou Daintness Kerr. Prazer em conhecer o maior mercenário de Gotham.

—Senhorita.-O homem se levantou, com a sobrancelha arqueada.-Acreito que o prazer seja meu por conhecer a herdeira da coroa do submundo de Gotham.

—Bobagem. Teria interesse em matar Amanda Waller?

—Você tem algum plano?-Croc chamou a atenção da moça.-Conte.

—Vou tirar o grandalhão de lá. Entrem, matem Amanda Waller e Magia, e estarão livres. Ao menos até Batman os pegar de novo. Nos encontraremos em quarenta minutos. Sejam rápidos.

•~~•

Asa Noturna e Robin não eram entusiastas dos planos da irmã. Mas foram rápido em neutralizar e prender os vilões assim que eles saíram da estação.

Flag olhava, chocado, para a figura de Diantness Wayne, que subia numa motocicleta, onde um homem enorme estava pilotando.

Amanda Waller estava delirando, completamente louca.

Poderiam dizer o quanto quisessem que aquilo era efeito colateral do que Magia fez. Mas o agente sabia bem quem era a responsável por aquilo.

Daintness se agarrou à cintura de Arthur, que disparou para longe daquela cidade o mais veloz que sua motocicleta permitia.

Os dois pararam em um motel de quinta categoria, depois de sete horas de viagem intensa. Ele abasteceu a moto no posto ao lado e foi comprar algo na conveniência, enquanto ela pagava a estadia deles e ia se banhar.

Quando o rei chegou ao quarto, escutou os soluços baixinhos. Deixou a mesinha de canto arrumada e seguiu, tirando a roupa e colocando na sacola junto com as dela, para dentro do cômodo adjacente.

Abraçou sua garota de cabelos coloridos, e lá ficou, ouvindo-a soluçar baixinho, sem dizer uma palavra.

Depois do banho ser encerrado, ele vestiu uma boxer e ela roubou uma camiseta de algodão do namorado. Os dois se sentaram para comer, era cupnoodles, mas foi a única coisa que ele achou confiável comprar.

— Você vai me contar como fez aquilo?

—Lembra quando eu falei que meu pai não tinha feito do meu nome mais uma de suas piadinhas?-O herói acenou positivamente.-Pelo que Joker me contou...- Ela deu uma respirada mais funda, contendo as lágrimas.-Eu nasci com uma marca negra nos ombros... hoje ela se tornou uma cicatriz... Uma runa muito antiga... Dentro de um nó celta. O nó da Magia.

—Você sabe o que significa essa runa?

—Sei...-Arthur viu o olho verde se acender, enquanto o outro olho ficou completamente negro e opaco.-Trapaça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "EnGraçadinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.