Coração que Cura escrita por Carolina Muniz


Capítulo 15
16


Notas iniciais do capítulo



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× Capítulo 16 ×

Christian apenas continuou encarando sua mãe. Não existia no mundo qualquer justificativa vil para aquilo. Não havia algo que pudesse dar sentido a uma coisa daquelas. Não era justo, com Ana e muito menos com o bebê. Não era egoísmo, não era maldade. Mas sabe, a criança nasceria já sem mãe. E Ana? Quantos graus de injustiça são possíveis se fazer a uma pessoa? Não importava, a garota tinha todos eles.

Alguns encontros geram uma reação química tão forte, que permanecemos ligados um ao outro mesmo quando os corpos se afastam. Destino ou não, era aquele tipo de coisa que Christian e Ana tiveram.

E ainda estava ali, aquela conexão toda, aquela coisa puxando um para o outro não importa o quão longe estavam. E parece que quando a situação fica ruim, tudo se intensifica. 

— A senhora tem que contar para ela - Christian foi decidido.

— Eu sei querido, mas como?

— Como assim, como? Do mesmo jeito que acabou de me contar, dizendo toda a verdade.

— Eu não acho que a mãe dela queria contar, nem o pai sabe...

— E o que ela está esperando? Que a barriga cresça? Meu Deus, vocês colocaram uma criança dentro dela, sem permissão e ainda não querem contar? E na hora do parto, o que vão dizer a ela? Para ela não se preocupar, está dando à luz a uma criança, mas não vai precisar ficar com ela? Sem contar que... Ela é virgem.

Grace arregalou os olhos.

— Eu entendo que você esteja horrorizado com a situação, quem está de fora da medicina, com certeza pensa o mesmo que você.

— Não é o procedimento, é bizarro, mas não é isso, é o fato de vocês não terem contado para ela. Ela tem dezenove anos, passou a vida inteira em hospitais, nunca pôde viver de verdade, e agora vocês simplesmente jogam uma responsabilidade enorme em cima dela sem nem perguntarem se ela queria isso.

Grace inclinou a cabeça.

— Como sabe de tudo isso? - questionou ao filho.

— O quê? 

— Como sabe sobre Ana desse jeito.

Christian passou a mão pelo cabelo e desviou o olhar.

— A senhora falou, claro. Não para de falar sobre ela...

— Tenho certeza que não falei sobre ela ter passado a vida em hospitais...

— Eu deduzi, alguém com um problema como o dela, com certeza não fica viajando por aí - contornou.

— E não falei sobre ela ser virgem. Como sabe sobre isso?

Christian levantou-se do sofá e foi até o frigobar no canto da sala, pegou uma garrafinha de água e se ocupou bebendo-a. 

— Imagino que ela tenha tido tempo para namorar com todos aqueles problemas em cima dela - disse depois de quase terminar a garrafa inteira.

Grace franziu o cenho. Não era uma desculpa muito boa a que ele deu, e com certeza a mulher conhecia muito bem o filho para saber quando ele estava mentindo.

— De onde a conhece? Vamos, me conta - disparou Grace. - E se você mentir eu vou saber.

Christian suspirou e se jogou na cadeira giratória.

— Eu a conheci numa das reuniões com o Dr. Jackson - confessou. - Eu não sabia que era ela no começo, e eu a visitei por alguns dias. Mas então numa dessas visitas o Dr. Jackson apareceu, e eu já sabia que ela tinha um problema no coração e precisava de um transplante, e, bom, ela tem dezenove anos, passou a vida inteira entrando e saindo de hospitais, é paciente do Dr. Jackson e tinha uma mulher disponível para ela, mas a família ainda não havia decidido. Seria sinistro demais que houvesse duas garotas na mesma situação. Eu só somei dois mais dois e pronto.

— E o que você fez quando descobriu?

— Fui embora. Eu estava me apegando a ela, eu não queria isso, ainda mais que talvez ela pudesse não resistir, ou então ter o coração da minha irmã. 

— Ela é um doce.

— Sim, mãe, ela é incrível, mas eu tenho que pensar em mim também. Eu não sei como a senhora consegue ficar tão perto dela.

— Não é culpa dela, querido.

— É claro que não, mas é difícil, e ainda mais agora. O que o papai disse sobre isso? - quis mudar de assunto.

— Ele não sabe.

— Que porra, mãe!

— Olha a boca, menino, exijo respeito com a minha presença - ralhou a mulher.

Christian pediu desculpa baixinho e resmungou por ter sido tratado como uma criança.

— E quando vai contar para ele? - perguntou.

Grace suspirou.

— Eu não sei. Ele ainda está muito abalado com tudo, todos nós estamos, foi tão de repente.

Christian mirou o chão. 

Ele odiava aquela sensação que tinha toda vez que a mãe falava daquele jeito, aquele nó na garganta, o coração apertado. Era ruim lembrar e ainda mais ter a mãe daquele jeito. Mas ele ignorava tudo aquilo, todos os sentimentos. Ele não queria sentir, não queria passar por aquilo.

Todo mundo passa o luto do seu próprio jeito, o dele era de forma fria e calculista, sem emoções e sentimentos expostos nem mesmo para si. O problema do luto era quanto tempo ele durava? Muitas pessoas dizem que é para sempre, afinal, não tem como esquecer da perda de alguém, não tem como você simplesmente parar de sentir falta. Tudo sempre faz lembrar. 

E Christian se lembrava o tempo todo, pois ele pensava em Ana o tempo todo. 

Não existe luto certo ou errado, mas o de Christian era perigoso, ele se segurava a cada segundo, ele já estava transbordando, e aquilo iria explodir.

De forma ruim, com certeza.

Mas as vezes ele pensava em Mia também, e aquilo o fazia pensar em Ana. E era uma forma boa de pensar. Agora ela estava bem, estava radiante de verdade.

E lá estava ele, pensando em Ana novamente.

Deus, ele parecia um adolescente.

— Por que não me contou que a conhecia? - sua mãe questionou tirando-o dos pensamentos.

— Porque eu sabia que a senhora iria me encher de perguntas - foi sincero.

— Claro que eu vou encher de perguntas, você é meu filho. Então, você gosta dela.

Christian gemeu em desgosto.

— Mãe, eu não tenho treze anos, não vamos ter essa conversa.

— Mas eu quero saber. Está apaixonado por ela?

Apaixonado?

— Não, é claro que não. Que apaixonado? Não é nada disso. Não é assim, okay? Eu não vejo ela desse jeito, não temos nada. Ela é muito nova.

Isso, ela é muito nova. Ela é inocente demais para pensar nessas coisas. É assim que ele tem que pensar. E ele pensa, claro.

— Sei... - sua mãe murmurou toda desconfiada.

— Não começa com isso, não sinto nada por e-ela. 

Ele não acabou de gaguejar! 

Porra, quanto anos ele tem agora? 14? 

— Quer saber, está na hora de ir para casa - disse, se levantando. - Eu levo a senhora.

— Eu vou passar na casa de Ana. Eu prometi que iria lá ver como ela estava, os sintomas da gravidez já estão aparecendo.

Christian paralisou.

— Hum. Então vai contar para ela agora?

— Não sou eu quem decide isso, filho.

— Isso é desculpa, e a senhora sabe.

— Assim como você dizendo que não sente nada por ela porque ela é nova demais?

Christian engoliu em seco e pegou suas chaves e o celular.

— Não, é claro que não. Mas sabe que está errada sobre isso, se a mãe dela não quer contar, então conta a senhora. Ela precisa saber, não é justo.

Assim como não era justo ele ter simplesmente sumido da vida da garota sem dizer nem mesmo 'adeus'.

— Eu vou conversar com a Carla hoje - prometeu Grace.

— Bom.

— Você vai comigo?

— Eu te deixo lá. 

A mulher sorriu.

— E assim pode dar um 'oi' para Ana - sugeriu Grace. - Ou talvez um beijo. Ou beijos.

Christian balançou a cabeça. 

— Não vai rolar, Dona Grace. Apenas vou te deixar lá e depois peço para Taylor te buscar.

Grace suspirou. Secretamente já queria seu filho com Ana. Ela seria uma ótima nora, e seria mais uma forma de tê-la por perto.

— Acho que devia sim dar um 'oi' para ela, perguntar como ela está, chamá-la para sair...

Tudo bem, ela não desejava tão secretamente assim.

— Chamá-la para um encontro talvez - sugeriu.

Christian suspirou. Sua mãe não iria parar, ele sabia.

Ele estacionou o carro em frente a luxuosa casa do condomínio Street Course, seu coração parou quando percebeu a garota na escada para a porta principal.

Ana estava sentada no primeiro degrau, concentrada no celular em sua mão, fone no ouvido e uma touca na cabeça. A neve ainda não estava caindo, mas o frio já dera seus sinais. A garota levantou a cabeça quando percebeu o carro parando no seu gramado e franziu o cenho.

Era um carro diferente dos que ela estava acostumada a ver na frente da sua casa, mas quando Grace saiu do lado do carona, ela apenas deu de ombros e esperou a mulher vir até ela, desligando a música do celular e bloqueando a tela.

Aquele dia havia sido um dos bons, ela conseguiu tomar café da manhã sem despejá-lo todo na privada e conseguiu almoçar também, até que começou aquela maldita azia e ela preferiu pegar um ar do lado de fora.

Grace acenou para a morena e se virou para o carro novamente, dando uma batidinha na janela num gesto de que deveriam abaixá-la.

E o pedido foi atendido.

— Vou precisar que venha me buscar sim - informou Grace.

Ana se levantou da escada e esperou a mulher vir até ela, se recostando no batente. Ela não olhou com a intenção de ver quem estava lá, suspeitava que fosse o motorista ou Carrick, claro que ela não imaginava que fosse Christian.

A morena engoliu em seco e ficou paralisada quando os olhares se encontraram de repente.

A garota não tinha raiva dele, sabe, por simplesmente ter sumido sem ao menos dizer "adeus", mas ela sentia alguma coisa ruim, como uma magoa ou decepção. Isso, decepção. Mas era decepção por si mesma, pois ela havia apenas se entregado naquilo, havia se deixado levar por alguém que nem conhecia e agora não podia culpá-lo por ter ido embora. Afinal, ele nunca prometeu ficar.

Ana desviou o olhar e abaixou a cabeça, apenas esperando Grace. Sua mente a mil com tantas coisas e ao mesmo tempo vazia com tudo.

— Saia do carro e vá falar com ela, não foi assim que te criei.

Ana tirou o cabelo do caminho e viu Grace vindo até ela, o sorriso de sempre no rosto e a expressão tranquila. 

— Oi, meu amor - ela cumprimentou a menina com dois beijos no rosto e um abraço. - Como se sente hoje?

— Até agora eu não vomitei, mamãe disse que é porque eu estou melhorando, mas eu estava sentindo muito azia há um tempo e agora que passou - detalhou.

Grace balançou a cabeça e olhou para trás, o havia desligado.

— O que ele é seu? - Ana foi direta.

— Meu filho - explicou a mulher sem rodeios. - Eu fiquei sabendo hoje que vocês se conheciam. Me desculpe, é tudo muito confuso, meu amor. Espero que você entenda. Na verdade, que vocês dois se entendam.

Ana mordeu o lábio inferior.

Okay, ela tinha o coração da irmã dele então. Grace era mãe de Mia. Mia, a garota que doou seu coração para Ana. Foi um choque quando a morena descobriu que Grace e Carrick eram os pais da garota.

Os milhões e milhões de desculpa que pediu nunca poderiam ser contados.

E agora, Christian era irmão dela.

Ana tinha muitas justificativas ali. Não devia ser fácil para ele, nem para a família dele. 

Cada um vive o luto de um jeito. 

Ana não estava mais no hospital, ela não estava mais internada, sabe, ela não era a vítima dessa vez, não havia nada de paciente nela. Ela podia se preocupar com os outros, não tinha nenhuma desculpa se não o egoísmo para não ter empatia.

O que ela faria no lugar dele?

— Meu filho é uma ótima pessoa, e eu não sou suspeita para dizer - Grace comentou.

Ana sorriu.

— Agora eu vou lá falar com sua mãe. Conversem - disse a mulher e logo terminou de subir as escadas e entrou na casa.

Grace já não era mais visita.

Ana ficou olhando para o carro parado no gramado e então admirou Christian saindo pela porta do motorista.

Então, olha, ninguém sabe ao certo o impacto que causa na vida das pessoas, ninguém sabe a falta que pode fazer.

Você esqueceria o rosto de alguém se ficasse meses sem vê-lo? Se essa pessoa fosse importante para você, nem mesmo o timbre da sua voz você conseguiria não lembrar.

Dizer que Christian era importante para Ana não era exagero, ela sentia uma coisa diferente com ele. E com as semanas que se passaram, aquilo não mudou. As borboletas no estômago não estavam mortas, o coração disparado era normal, e o aquele nervosismo que a fazia bater o pé no chão era um dos sintomas também. 

Christian não havia mudado nada, mas talvez ele estivesse mais bonito ainda na visão de Ana. Talvez porque ele estivesse com um terno bem cortado e elegante e ela usava moletom. 

Ela esperou ele vir até ela, tentou parecer estar nem aí, mas seu coração era forte demais para que só ela estivesse escutando aquelas batidas rápidas e altas.

Eles estavam cara a cara agora, Ana no segundo degrau e Christian ainda abaixo, e ainda assim ela ficava menor do que ele.

— Oi - foi ela quem disse.

— Oi - ele respondeu.

Ana inspirou o ar profundamente e apertou o celular em sua mão. 

— Você está bem?

A garota levantou uma das sobrancelhas.

'Você está bem?' isso o que ele perguntou?

A morena balançou a cabeça e se virou.

Ela não queria ter aquela conversa, acabara de perceber. Não importava, não é mesmo? Ele tinha motivos, e ela não tinha. Fim da história.

Seria fácil apenas seguir aquela linha de raciocínio.

— Não, espera - ele segurou sua mão e a fez voltar para si.

Século 21, uma pessoa pode transar com outra quando elas se conhecem há alguns segundos, podem se beijar sem nem saber o nome, pode levar para dormir em sua casa e nem saberem de onde ela é. Adolescentes fazem isso o tempo todo. Mas Ana sentiu seu corpo inteiro arrepiar só por Christian ter segurado sua mão. 

Coisas desse tipo não acontecem mais, então é claro que precisava ser um detalhe descrito. Era bonito de se ver.

Você se lembra do seu primeiro amor? Se lembro de como era ficar toda boba só porque ele olhou para você? Ou de como sentia seu coração pular para fora só porque ele te deu um 'oi'? Ou então de como adorava se gabar por ele ter te dado um beijo no rosto? Você deveria ter uns dez anos provavelmente.

Mas lá estava Ana, com seus dezenove anos tendo aquelas sensações pela primeira vez do jeito que deveria ser.

Ainda assim, era difícil. Para nós é algo como nada, mas para ela era tudo.

— Eu sinto muito - ele disse.

A garota ainda olhava para suas mãos juntas, ele apenas estava segurando-a, mas ela sentia o formigamento indo até seu coração.

Até que ela mirou os olhos dele.

— Sente? Pelo o quê? Você não fez nada - ela murmurou.

Ele soltou sua mão e se aproximou um degrau, agora em sua direção. 

— Eu deveria ter falado com você, não simplesmente ter ido embora...

Ana não discordou.

— É só que... É complicado.

A morena tirou o cabelo dos olhos numa mania dela.

— Complicado? É claro que é complicado. E você sabia disso desde o começo - acusou ela. - Olha, você não é obrigado a me dar satisfações, mas não pode entrar na vida de alguém e sair dela quando achar conveniente.

— E como você queria que eu te dissesse que era a minha irmã que iria doar o coração para você? 

— Não precisava dizer... Ou então se você não queria mais me ver era só...

— Esse nunca foi o problema!

— Então qual era? 

— Você. Estar com você era complicado, eu queria ficar e isso era diferente para mim.

— E você acha que para mim, não é? -  ela rebateu.

Ela tirou mais uma vez o cabelo dos olhos com um gesto de cabeça e Christian bufou.

— Você precisa parar com isso - murmurou ele. - É só fazer isso com o cabelo que ele não vai cair - o mesmo colocou a mecha insistente de seu cabelo atrás da orelha.

A garota mordeu o lábio inferior e prendeu a respiração até que ele voltou a se afastar.

que ela estava dizendo mesmo?

Christian ficava desestabilizando-a. Sabe, quando Ana acordou aquela manhã a única coisa que ela esperava era não vomitar depois de comer. E ela conseguiu. Aquele já foi o ponto alto de seu dia, não esperava por mais. 

Mas então ela estava ali, com Christian a sua frente e tocando-a pela segunda vez. E aquilo era uma droga, ela não conseguia se controlar. Seus hormônios já não estavam em boa forma.

— O que você fez comigo? - sussurrou baixinho quando sentiu os olhos arderem com as lágrimas.

Christian sentiu o coração apertar quando viu os olhos da garota brilharem, e não era do jeito que ele costumava ver e sim por causa das lágrimas se formando.

O que ele fez?

— Eu te decepcionei - confessou. - Eu fui um idiota, me desculpa.

Idiota é pouco para o que ele foi.

Deus, ele só queria voltar no tempo e não ter simplesmente desaparecido. Ele podia ter conversado com ela, ter explicado. Por que ele não fez isso? Ele tratou tudo com tanta facilidade... Facilidade para ele.

É, ele queria voltar no tempo, principalmente quando uma lágrima escorreu pelo rosto da menina. Ele queria voltar no tempo e mudar as coisas. Mas acontece que ele fez suas escolhas e voltar no tempo não é uma opção para ninguém. Não há como simplesmente fugir das consequências de algo que você escolheu por conta própria.

Ana limpou o rosto com as costas da mão e inspirou o ar, tentando normalizar sua respiração.

Ela estava tão sensível que qualquer coisa a fazia chorar.

— Odeio isso - admitiu. - Eu não sei o que está acontecendo comigo, eu estou chorando o tempo todo.

Christian a ajudou com as lágrimas, se aproximando demais para o coração novo de Ana.

— Está dizendo isso para tirar a culpa de cima de mim? - murmurou ele.

A garota balançou a cabeça e tentou ignorar o cheiro bom que era possível sentir vindo dele pela aproximação.

— O que você está fazendo? - questionou ela. - Digo, aqui.

Christian desviou o olhar e mesmo que ela não estivesse mais chorando, ele não se afastou e Ana estava sentindo sua cabeça girar um pouco.

— Precisava te pedir desculpa - ele voltou a encará-la. 

— E então?

— O que?

A garota mordeu o lábio inferior.

— Ainda é complicado? - questionou e ele quase a apertou pelo bico que ela fez e a forma manhosa que falou.

— Um pouco - sussurrou.

Eles estavam tão perto um do outro que nenhum dos dois sabiam como chegaram àquele ponto.

— Você pode se decidir logo? - ela devolveu.

Os dois olhavam um nos olhos do outro, os dele tão cinzentos, e os de Ana tão claros e azuis... Totalmente reveladores.

Ana sempre achou troca de olhares uma coisa muito íntima, era difícil você olhar bem nos olhos de uma pessoa e mentir, era difícil você olhar bem nos olhos de uma pessoa e conseguir esconder os sentimentos.

— Eu não acho que algum dia isso vá deixar de ser complicado - ele confessou.

Ana desviou o olhar e então seu coração meio que deu um solavanco quando Christian tocou a testa na sua. As respirações chegaram a se misturarem.

— Mas não é uma coisa ruim - completou, os lábios quase se tocando.

Ana sabia o que ele estava fazendo, ele estava lhe dando escolha, lhe dando tempo para dizer não.

Mas a morena fechou os olhos e apenas esperou.

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Notas finais do capítulo

Grace cupido haha



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