Secure! As Cartas Clow escrita por Romeu Jr


Capítulo 1
Carta 1, A Sombra do Sonho


Notas iniciais do capítulo

Esse é um projeto totalmente novo. Onde busco entrar em um mundo que entra em contato com minha vida acadêmica. espero que gostem do resultado.



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O céu se tornou alaranjado por alguns minutos enquanto fagulhas desciam rodopiando o ar. O circulo de fogo diminuiu consideravelmente enquanto a batalha se seguia.

The Gun! – o garoto moreno entoou com voz de canto a magia.

Um zunido elétrico cortou o ar quando o primeiro tiro acertou meu braço. Depois, outro tiro passou perto demais da minha cabeça. Senti minha orelha esquentar com a forte magia.

Shield! -Ouvi minha voz entoar uma magia desconhecida, enquanto uma carta negra como o céu noturno flutuou na minha frente.

Houve um estampido quando outro tiro acertou o campo de força que estava ao meu redor.

O garoto corria me cercando, com as mãos em chamas continuava a alvejar meu escudo.

— Vamos Clow! Isso é o máximo que sua magia consegue alcançar?

Meu escudo tremeluziu e enfraqueceu quando tirei outra carta do bolso de minha calça.

Mist! – Logo uma névoa densa tomou conta de todo o parque, cobrindo até mesmo o circulo de fogo no céu, que pouco a pouco perdia a força.

Corri para longe, pedindo para que a névoa conseguisse me esconder por tempo suficiente. Explosões se seguiram por alguns minutos, junto com gritos de um garoto com raiva por não conseguir enxergar nada a um metro de distância.

 Segurei outra carta no bolso.

 Não sabia como, mas sabia que era a carta certa, mesmo estando com varias dentro do bolso. Sabia exatamente qual pegar.

 Puxei a carta e joguei no ar. Ela parecia feliz, todas pareciam estar felizes e em sintonia comigo, como se conversassem com meus pensamentos ao longe.

Jump! – Num piscar de olhos eu estava no céu olhando todo o nevoeiro denso abaixo de mim. –Jail!

Correntes brotaram da terra e entraram na nevoa, aprisionando o que quer que esteja lá dentro. Um urro de raiva ecoou no céu quando a névoa densa foi dissipada pelo fogo azul que era expelido pelo nariz de um grande dragão branco como neve acorrentado pela minha magia.

O circulo de fogo desapareceu de vez exatamente no momento que outa carta negra se materializou na minha frente. Um pássaro dourado estava desenhado na carta que cintilava como se houvesse estrelas aprisionadas dentro.

The Firey? – Segurei a carta quando voltava lentamente ao solo.

— Ela é minha Clow! Essa magia pertence a mim! – O garoto esperneava também enrolado entre as correntes - Thunder!

Uma grande luminosidade me cegou, e meu corpo estremeceu ao escutar o rugido de uma pantera, como um trovão.

***

A luz ofuscante do sol estava como sempre me acordando, levantei da cama sem pensar muito no sonho. Fazia quase um mês que sonhava a mesma coisa. Sempre a mesma coisa, as mesmas magias, mesmas cartas, mesma batalha.

Já havia decorado cada detalhe do sonho, desde a perseguição, até a última carta aparecer e tudo acabar em luz, com o raio partindo o ar e me acertando a cabeça.

Será que esse era o fim? Morrer atingido com um raio?

Meus sonhos já previram várias vezes o futuro. Seria esse mais uma visão?

”Da próxima vez que sonhar vou me forçar a usar uma magia que prenda a boca dele, para que não use nenhuma magia antes de eu conseguir fugir.”

Levantei da cama, olhei o tabuleiro Rashinban em cima da escrivaninha.

Nada. Nenhum sinal de magia por perto. Como sempre.

Estou de férias na Inglaterra, decidi passar as férias aqui onde meu pai nasceu para conhecer melhor a cultura e a magia que corre no meu sangue.

Mas por enquanto, nada de magia, como podemos ver pelo tabu...

Uma luz fraca e verde começou a piscar em cima do tabuleiro, deslizando lentamente pelas linhas de lei, mostrando a direção de onde se captava resquícios de magia.

Troquei de roupa e corri para fora do quarto, quase esquecendo o tabuleiro.

Andei pelas ruas estreitas de pedra procurando algo de anormal, durante vários minutos. A luz verde quase desaparecera por completo. Mas alguns minutos e eu desistiria.

E desisti. A pequena luz havia desaparecido.

Depois de três semanas, um cisco de magia. Não conseguia acreditar. Meus pais contavam inúmeras histórias sobre a magia ocidental. Histórias de guerras, de grandes magos que conseguiam conjurar monstros incríveis. Sempre achei que meus pais conseguissem fazer tal magia. Eram considerados grandes magos, de poderes extraordinários. Não conseguia imaginar alguém com poderes maiores que os deles.

Também dizem que sou excepcional, por ter alguns dons que a maioria não tem, mas assim como os magos do ocidente, preciso de algo para canalizar minhas magias, como selos, cristais, ou ate esse tabuleiro.

Eu estava tão absorto nos pensamentos, que não notei novamente a luz verde tremeluzente no tabuleiro.

Estava perto. A luz indicava a direção, que ia para dentro de um bosque.

—Bom dia criança! – Com um sobressalto derrubei o tabuleiro.

Um homem de paletó e gravata estava bem atrás de mim.

— Desculpe pelo susto, notei você olhando para o bosque e não deixei de vir avisar. Cuidado. Esse bosque é travesso, dizem que tem fantasmas lá dentro. Então nem pense em entrar.

— Pode deixar senhor! – Disse olhando para ele e pegando o tabuleiro do chão – Não irei entrar.

— Que bom então. Tome bastante cuidado por ai! – Ele saiu andando pela rua enquanto eu procurava algum sinal da luz.

Nada, novamente.

Olhei para o bosque novamente e lembrei-me do dragão albino do meu sonho. Acho que não é uma boa hora pra ver um fantasma. Voltei para a praça a céu aberto que havia próximo a minha casa. o dia estava limpo e começava a fazer calor.

Sentem em um banco próximo ao chafariz da praça enquanto olhava as crianças correrem em volta da praça brincando o que quer que fosse, notei depois que estavam correndo de um pequeno cachorro orelhudo que parecia muito uma mini raposa. Ele era veloz, se escondia rápido, e não importava o quanto às crianças corriam, ele sempre as alcançava. 

Do outro lado do chafariz estava uma garota encapuzada, ouvia musica em um aparelho grande em sua cintura que tocava cd. Parecia estar triste, como se quisesse se esconder de alguma forma. Havia uma sombra em seu olhar.

A hora do almoço se aproximava, e eu decidi voltar pra casa, tinha saído sem tomar café da manhã, e agora estava com bastante fome.

Depois de almoçar fiquei olhando para o prato sujo na mesa.

Que bom seria uma magia pra lavar tudo isso. Até mesmo roupa suja.

Mais um dia estava passando arrastado e nenhum sinal de magia.

Bom, um pelo menos. Mas sem sucesso de ter encontrado.

Pela tarde, rabiscando meu pequeno caderno de anotações lembrei-me das cartas de meus sonhos. Quais seriam as outras magias escondidas nas inúmeras cartas no meu bolso.

Desenhei o formato da carta, e rabisquei um bichinho pequeno, deveria parecer um cachorro, mas ficou perto de uma mistura de gato com uma raposa morrendo de fome. Que magia seria essa? A corrida. Mais veloz que qualquer pessoa. Até mesmo do melhor corredor. Essa carta me ajudaria a fugir do menino no sonho. Ou será que um capuz me ajudaria a me esconder na névoa? Desenhei outra carta, com uma figura encapuzada no centro. A Sombra. Cartas ótimas com toda certeza! E uma para lavar tudo o que eu sujo no dia. Comecei a rabiscar o papel quando a campainha da casa antiga soou, e fui atender a porta sem notar novamente q um reflexo verde brilhava no tabuleiro chinês em cima de minha escrivaninha. Mas logo eu saberia o motivo.

Quais as chances de seus sonhos se tornarem realidade?

Os meus, são de 100%.

O garoto moreno me observou por um tempo e estendeu a mão para um aperto amigável.

— Prazer vizinho, me chamo Yan Roye, vim lhe convidar para um chá, já que é novo na região. Eu e minha família gostaríamos de fazer as honras em recebê-lo em nossa casa.

— Obrigado, hã, Roye.

— Pode me chamar apenas de Yan se preferir!

— Yan. Já tenho compromissos para essa tarde.

— Acho que ficar rabiscando papéis não é bem um compromisso é? – O garoto sorriu. – Ora vamos. Não vai lhe custar nada.

O pior, é que eu sabia o quanto iria me custar. Mas...

— Tudo bem, eu vou. Dou minha palavra.

O garoto deu outro sorriso e saiu marchando. Fechei a porta da casa.

A luz verde brilhava furiosamente dentro do quarto, quando eu vi algo se esgueirar sorrateiramente para a cozinha.

Corri atrás antes que perdesse de vista. O assoalho da casa rangeu.

Quando cheguei à cozinha, lá estava a figura encapuzada.

Ela avançou e não tive tempo de fazer muita coisa. Só falei o que veio na cabeça. Afinal, eu estava ainda em choque pela visita do garoto, que o sonho não me escapava dos pensamentos.

Jail! – E como no sonho, correntes se enrolaram na figura encapuzada, que se retorceu, brilhou e sumiu.

Deixando em seu lugar uma carta negra. Peguei-a do chão e li.

— The Shadow.


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Notas finais do capítulo

Espero realmente que gostem. Comentem. e me deem forças pra continuar essa história.



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