Perfume - e Se escrita por Phanton


Capítulo 2
Capítulo 2 - Eles se encontrassem


Notas iniciais do capítulo

mimimi, quero esse Grenouille pábim ._. mas enfim dsuhsuhsdhusdhu, espero que gostem do capítulo ♥



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Meia hora havia se passado e nenhum sinal dela, já estava desistindo quando algo o acertou. Era aquele mesmo perfume, aquela mesma sutil sensação que havia se apoderado dele anteriormente. A cada passo que ela dava em sua direção à ponte o cheiro não ficava mais forte, apenas mais puro.

- desculpe, me distrai no caminho – ainda estava nas sombras quando começou – espero não ter feito-lhe esperar muito

Estava radiante; Os cabelos soltos desciam em soltos cachos pelos ombros, e o delicado vestido realçava-lhe o busto; uma água-de-colônia de rosas dava-lhe o toque floral e angelical, que misturados ao seu natural a tornava quase divina.

- Não não, cheguei a pouco – mentiu.

Sorria interiormente. Era visível que ela havia se arrumado para àquele encontro

- Desculpe não me arrumei muito – ele foi logo tratando de desculpar-se.

Realmente ele não tinha se arrumado, perdera tanto tempo relembrando a fragrância da jovem que se esquecera de arrumar-se , tomou apenas um banho rápido sem esfregar nada, apenas para tirar a sujeira, dito que não tinha cheiro. E colocou sua melhor roupa, digo... a não rasgada.

- Mas diga-me. Nos encontramos e nem sequer sei seu nome... – indagou Grenouille.

- Camille. Camille Chevalier – apresentou-se em uma reverência – E você é...?

Não que não soubesse. Já havia perguntado aos homens com quem trabalhava qual era o nome do intrigante rapaz que vivia admirando.

- Jean-Baptiste Grenouille – encolheu-se. Era um bastardo qualquer, e tinha consciência disso, apenas não tinha orgulho.

- É um belo nome – Sorriu a ruiva procurando acalmá-lo – Então monsieur Jean, se me permite chamar-lhe  assim . E ele respondeu em um monossilábico sim. – Que vamos fazer hoje? Monsieur me chamou e vim sem receio, porém com uma dúvida, o que pretende fazer...

Um silêncio sufocante pairou. Ele temia por essa pergunta, e ela não demorou a ser feita.

- Pensei em conhecer-lhe melhor... Que tal? – Mentiu novamente. Tudo o  que queria era senti-la. Fosse em seus braços ou em seu respirar. – E então falo um pouco sobre mim – Inventou algo mais. Não havia muito para lhe contar, e se falasse sobre seu “dom” provável seria que ela saísse correndo.

- É justo – riu sem graça a garota dos orbes verdes.

Começaram então a andar, ela falando animadamente sobre sua vida, e ele escutando e inspirando atentamente. Era  uma relação estranha, ela podia sentir que estava sendo analisada, e o que quer que falasse não ia alterar seu julgamento. Era como se ele visse através dela, por dentro de seu corpo, distinguisse suas intenções e suposições.  Ele ficava em silêncio, absorvendo cada informação que lhe fosse fornecida, tanto fosse a questão odorífica, quanto à vida da menina.

Alguns minutos no monólogo a menina por fim cansou de falar. Era vez de descobrir um pouco sobre ele... Nada mais justo não é mesmo?

- E você monsieur... Conte-me sua história.

- ... – Ele ainda não percebera que ela havia se calado. Alguns segundos irrequietos se passaram, e ele por fim se deu por si. – Apenas se prometer não zombar de mim. – ponderou receoso.

- Prometo.

- Não tenho história ao certo. Sem mãe nem pai, sou e sempre fui sozinho. Fui criado em um abrigo e levado ao cortiço... Onde trabalho – parou para analisá-la. Estava ouvindo atentamente – E tenho um “dom”...

-  Como assim “tem um dom”? Que dom é este? – E ela estava mais uma vez mostrando realmente ser humana; sucumbindo a um dos problemas femininos... A curiosidade.

Ele tentou resistir, pensou em diversas formas de falar, mas todas lhe pareciam ridículas. Passaram-se alguns minutos e eles envoltos por uma pesada atmosfera. Ela por ter sido ignorada, ele por saber que não podia ignorar tal pergunta e sem saber que resposta dar.

Pesou os prós e contras de ter tocado naquele assunto, e no final da contagem quase todos os pontos foram contra, mas algo nela o dizia para confiar, e contar seu “segredo” àquela que o fez desconfiar de seu único e verdadeiro aliado... Seu nariz.  Por fim resolveu tentar contar. Podia não ser a melhor maneira, mas seria a feita.

- Posso sentir o cheiro das coisas... – começou vendo Camille franzir o cenho – Mas não como todos sentem. Sinto tudo em sua constituição, por partes ou em um todo, consigo diferenciar e identificar as coisas apenas pelo seu cheiro e isso tudo de longe, de perto, olhos fechados... É como se visse com o nariz.

Ela segurava o riso. Nunca havia ouvido tamanho absurdo. Porém a expressão de Grenouille parecia confirmar que falava a verdade, como se cresse naquilo, como se não fosse apenas uma brincadeira de mau gosto.

- Não acredita? – Interrompeu os pensamentos de chacota da garota. – Então lhe provo.

Estava determinado a compartilhar isso com ela, precisava que confiasse nele, para tê-la por perto para sempre, para saber que podia contar com sua presença todos os dias a partir daquele.

Pegou um pedaço de pano que carregava no bolso, um guardanapo qualquer e a entregou.

- Amarre-a, e lhe guiarei ditando as coisas que tiverem pelo caminho. Quem sabe assim começa a crer em mim?

Sem entender ao certo o que ele pretendia ela amarrou. Queria entender que tipo de brincadeira era aquela. Sabia que ele não tinha historia, mas criar algo assim tão absurdo? Até onde ia a imaginação daquele rapaz? E se por hipótese fosse verdade... Até onde iria aquele dom?

Começaram a caminhar. Ele a frente e ela ao seu lado.

- Há um cavalo a nossa esquerda.  Uma pilha de feno ao seu lado, e um gato escondido dentro. Esterco, água, e um homem com um “garfo”... Está colocando o feno no estábulo, o gato corre... – começou a inspirar – mais a frente vem vindo um casal recém saído da cama, e depois... Um casto padre. – inspirou mais profundamente.

Ela observava atônita enquanto alguns segundos depois o casal passava ao seu lado cheirando a ‘prazer’. “então era verdade” repetia a cada previsão feita e concluída. Caminharam assim por algum tempo até chegarem de volta ao pátio principal. Ele virou de frente a ela, inspirou profundamente, e com uma expressão confusa pronunciou enquanto desamarrava a fita.

- E há algo... Em você, que não consigo compreender apenas com o meu olfato como faço com os outros. – Entregou a tira de pano e por fim fitou a jovem – Você me intriga.

 


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se
Reviews - animação - postagens rápidas.
Obrigada, beijos
phant/bels :*



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