Perfume - e Se escrita por Phanton


Capítulo 1
Capítulo 1 - Ele se interessasse


Notas iniciais do capítulo

haaaaae, a idéia me veio quando estava assistindo o filme pela terceira vez, então espero que gostem. Esta será uma shortfic, ou seja, creio que não passará do 5º cap
Espero que gostem, obrigada.



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Ela liberava um suave e doce aroma, que delicadamente dançava pelo ar até alcançar as narinas de Grenouille; Um misto de pudor, paixão e carinho invadiu-lhe o ar, e de olhos fechados perseguiu o olor que o puxava, o guiava até o foco de seu novo desejo, descobrir a origem de tal fragrância.

E o aroma agora corria para longe, e ele ia atrás, correndo fugazmente, querendo achar aquilo que emanava tão perfeito perfume. Talvez nem humano fosse, tal criatura não poderia exalar esse magnífico odor, talvez proviesse de alguma flor desconhecida... não não era consistente demais. Talvez um objeto qualquer... não poderia, tinha vida e alegria como nenhum outro..

Esquinas, vielas, ruas e avenidas foram percorridas, e Jean-Baptiste inspirava e corria em uma velocidade assustadora quando por fim a viu.

Pequenina e ruiva, a jovem exalava um sutil aroma, quase imperceptível, mas perfeito ao nariz aguçado de Grenouille. Silenciosamente se aproximou;  à surdina a cheirou, e procurou tomar todo aquele cheiro para si. Sugava, bebia e sentia aquele frescor da castidade invadindo-lhe o corpo.

Repentinamente ela se virou, o olhar de espanto perdurou por segundos, e logo se diluiu no ar dando espaço a um carinho visual. Os verdes fitavam os azuis, e o coração dele disparou. Por um momento realmente abrira os olhos para ver, deixou o nariz de lado e permitiu deixar o coração sentir... Palpitava titubeante estranhando aquela sensação, aquela ausência de repulsa por um ser humano.

Os humanos daquela época cheiravam mal. Peixe, tripas, sujeira, poluição e nada era retirado com banho. Banho era algo luxuoso que se tomava algumas vezes, ou por preguiça ou por falta de acesso. E em paris não era diferente, tal população fedia, e estavam tão acostumados a isso que ninguém percebia... Exceto Grenouille.

Mas aquela jovem lhe era exceção, suava como todo ser humano, e isso ele demorou a perceber... mas seu olor era diferente, delicado, cativante... E não surpreendentemente cativou aos olhos e ao coração de Jean-Baptiste.

Ficou por alguns segundos encarando-a, até que por fim ela se pronunciou;

- Quer? Vendo-lhe duas por uma. – E a dúvida pairou. A nectarina estendida não era seu foco, mas sim a mão e a dona que a segurava. Sentiu vontade de puxá-la para sim, arrancá-la para ter aquele perfume para sempre, mas e se o cheiro esvaísse quando deixasse tão bela criatura? E se ela se assustasse e nunca mais voltasse a vê-la? Ah não, preferiu não correr o risco.

- Quanto quer por elas? – Gaguejou Jean.

- Uma moeda – Sorriu calmamente a pequena enquanto sacudia a mão levemente.

- Quero as duas e... – Refletiu no que ia falar – Ver-lhe hoje a noite.

Ela corou. Tinha imaginado mentalmente que ele poderia dizer isto a ela, seria como em seus sonhos. Havia visto tal rapaz caminhando  com uma vaga expressão de olhos fechados, e de vez em quando alterava a intensidade e a emoção, como se inspirasse os sentimentos. Interessara-se por ele, e havia fantasiado essa conversa, apenas não esperava que se concretizasse. Por fim concordou com a cabeça, sorriu, e novamente estendeu a mão com as nectarinas.

- No pount au Change, as oito horas. – Pegou as frutas passando delicadamente a mão sobre a dela, e com um singelo beijo na mão se despediu.

 

***

 

As horas se passaram arrastando, e com as pequenas frutas tentava achar vestígios do cheiro da jovem em suas cascas. Revezava o foco de inalação com a mão que roçara na dela. E assim fez passar as longas cinco horas.

Anoiteceu, e silenciosamente se dirigiu  ao lugar marcado. O que tinha na cabeça quando a chamou? Isso ia contra todos seus princípios... o que iria dizer a ela, fazer com ela? Nada sabia, havia agido por impulso, e agora só lhe restava improvisar.

Olhou o escuro relógio do pátio, já era mais de oito horas, talvez ela não fosse, ele também não iria se fosse chamado. Mas ela não era ele; tinha sentimentos, e provavelmente amava outro alguém como a maioria das garotas de sua época, não iria perder seu tempo com um estranho que se encantou com seu aroma...

Um estranho que não se interessa pela raça a qual pertence, apenas aos cheiros que a rondam. Mas algo nela o intrigou, e não foi apenas seu cheiro. Foi seu breve e carregado olhar, sua suave voz, sua presença...

 


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se
Reviews - Animação - Postagens Rápidas.
Obrigada, beijos
Phant/Bels



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