Sem Truques no Amor escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 2
Você não faz o meu tipo


Notas iniciais do capítulo

Hellos!

Segundo capítulo chegando ♥

Boa leitura, hunters!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/768068/chapter/2

 

Ando de um lado para o outro do quarto enquanto Gabriel permanece desacordado na minha cama. Não sei explicar direito o misto de sensações que me atingiram quando o vi na garagem do bunker há pouco.

A verdade é que uma parte de mim ainda não acredita que ele está mesmo aqui. Anseio por uma boa explicação. Uma excelente explicação de preferência!

Uma possibilidade surge e desperta um sentimento de revolta dentro de mim. A possibilidade desse trapaceiro filho da mãe ter me feito de idiota.

Ouço quando ele se mexe um pouco e estanco de frente para a cama com as mãos na cintura. Mal Gabriel abre os olhos, disparo em tom acusatório:

— Você simulou a própria morte. De novo.

O arcanjo revira os olhos e se acomoda melhor à cabeceira antes de dizer:

— E lá vamos nós... Não, sem truques dessa vez, Sam. Palavra de escoteiro.

— Eu não acredito em você — friso, relutante.

— Sério? Parte meu coração.

— Eu não acredito que você fez isso de novo! — reitero, elevando um pouco a voz. — Qual é o seu problema afinal?

O meu problema? Qual é o seu? — ele rebate, começando a perder a paciência. — Oh, certo, já sei. O que tem de bonito tem de teimoso, claro.

Suas palavras me atingem em cheio. Franzo o cenho sem acreditar que as ouvi mesmo e exclamo:

— O quê?!

O arcanjo parece pego de surpresa e um tanto constrangido, o que não combina com seu jeito brincalhão de ser. Ele desvia o olhar por fim e desconversa:

— Eu não quis dizer isso, okay? Foi sem querer e soou estranho.

Muito — ressalto, contendo um sorriso idiota que não sei de onde veio. — Se foi algum tipo destorcido de flerte, fique sabendo que você não faz o meu tipo.

Gabriel me fuzila com um olhar azedo e retruca:

— Definitivamente, você não faz o meu, camarada. Você cuidou de mim e éramos quase amigos no final, mas não espere qualquer outra coisa.

Dou de ombros e, por alguma razão, finjo que não ligo para o comentário:

— Ótimo.

E como se quisesse ter a última palavra, o antigo Trickster resmunga:

— Maravilha.

Ficamos em silêncio por algum tempo, sem olhar um para o outro. Aos poucos, percebo que minha revolta já não está tão inflamada assim e acabo sentando na outra extremidade da cama, próximo aos seus pés.

Para romper o estranho silêncio, digo a primeira coisa que me vem à cabeça:

— Você voltou mesmo.

— Não me diga, Sherlock.

— E forjou a própria morte.

— Não! Não! E não! — Gabriel se exalta de novo. — Quantas vezes terei que dizer que não forjei minha própria morte, Sam? Que não teve truque dessa vez? Que o programa de proteção à testemunha é passado? Eu juro por todos os pirulitos e balas do mundo, beleza? Eu estava morto e agora não estou mais, fim da história! Acredite ou não, essa é a mais pura verdade.

Mexo-me um pouco, de modo que fico de frente para ele agora, e questiono realmente intrigado com as circunstâncias do seu retorno:

— Então como você está aqui? Quem te trouxe de volta? Ou o quê?

— Eu não sei. Não tenho ideia — ele responde e sinto que fica um pouco assustado por não ter uma explicação. — Mas não faz diferença, já que você não acredita em mim, então...

— Eu acredito — interrompo-o, surpreso comigo mesmo por ter vencido a desconfiança inicial. Diante da sua expressão hesitante, expiro com força e emendo: — Tudo bem, Gabriel. Eu vou te dar um voto de confiança. Você voltou, é o que importa. Está se sentindo bem agora? Melhor?

Ele pensa por alguns instantes antes de responder com uma nota de preocupação no semblante:

— Acho que sim, mas minha graça parece enferrujada. Deve ter sido o motivo do desmaio depois daquela demonstração triunfal. Acho que vou demorar um pouco para voltar à boa forma.

— Leve o tempo que precisar. Pode ficar aqui no meu quarto — ofereço, tentando ser gentil. — Eu fico no quarto do Dean por enquanto.

— Por falar nisso, cadê o Deanno?

Avalio se é uma boa ideia atualizar Gabriel sobre as coisas que ocorreram depois que o vi morrer naquele mundo paralelo apocalíptico. Por mais que eu não tenha motivos para esconder qualquer coisa dele, sinto-me desconfortável por lembrar que meu irmão está desaparecido há dias e qualquer tentativa de localizá-lo não deu em nada até agora. Por isso acho melhor me concentrar no problema na minha frente primeiro, no problema que talvez eu possa consertar.

— Dean não está aqui no momento, é uma longa história. Mas vamos falar de você. O que se lembra do outro lado? — Tão logo ele abre a boca para responder, eu me antecipo horrorizado: — Oh, não! Na verdade, eu não quero saber. Se era como o céu para os humanos, cheio de lembranças de bons momentos, aposto que as suas envolviam Casa Erótica. Eu dispenso os detalhes sórdidos. Ou melhor, qualquer detalhe.

Gabriel fica desnorteado por um momento. Depois ri visivelmente nervoso e me corrige:

— Sem Casa Erótica por lá, apenas um vasto e escuro vazio.

— Algo digno de nota?

Ele pensa um pouco.

— Eu fui expulso por algo ou alguém, não sei direito. Aparentemente, não devia ter despertado uma vez que estava morto e isso irritou a tal coisa.

Desta vez, sou eu quem fica pensativo. Lembro-me muito bem de que algo semelhante aconteceu quando o Cass voltou à vida, há alguns meses. Ele mencionou um lugar como esse que Gabriel acabou de descrever e que também foi convidado a se retirar de lá.

A única diferença é que Castiel acordou no Além porque Jack quis assim e conseguiu ressuscitá-lo de alguma forma que nem soube explicar a si mesmo. A menos que o nephilim tenha feito isso de novo e não me disse nada, outra coisa deve ter trazido Gabriel de volta à vida.

Tentando descobrir o que foi, decido sondar:

— E por que você acordou?

Gabriel me encara de um jeito suspeito. Por alguma razão, ele hesita muito. Não como alguém que está se esforçando para recordar algum detalhe importante antes de se manifestar, mas sim como se a resposta estivesse na ponta da língua e ele só não soubesse como revelar.

É por isso que sei que ele está mentindo descaradamente quando por fim se pronuncia:

— Eu não lembro, Sam. Não lembro de nada, falou?

Eu só não entendo por que Gabriel faz isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só lembrando, o Gabe estava pensando no Sam quando acordou no Vazio. Mas achou que seria meio estranho contar essa parte hahahahahahah

Comentários são bem-vindos ♥

Inté o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sem Truques no Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.