A princesa proibida escrita por Helena Melbourne


Capítulo 13
Porque sou um exilado


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha desistido de postar a história aqui no Nyah, porque quase ninguém comenta, masss... vamos lá.



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Kiara sabia que se passaram muitos anos, mas esperava que agora que ele estava lá pudessem ser amigos. Kovu foi uma das únicas pessoas que se aproximou dela sem interesse. Ele a salvou, da primeira vez, quando ainda nem sabia que se tratava de uma princesa e não pareceu ligar muito quando descobriu. O exilado a proporcionou a experiência de contato mais real que ela já teve, não sendo intermediada por um título. Era triste pensar que um garoto que conheceu por um dia foi uma das únicas pessoas que pôde considerar como amigo. E hoje ele a tinha tratado como se aquele dia há 6 anos não tivesse significado nada. Ele não queria uma maior aproximação com ela.

Enxugou suas lágrimas e entrou em seu aposento. Viu a face surpresa dos dois guardas que faziam ronda em sua porta. Provavelmente eles acharam que ela já estava dormindo, mas devido ao estado de tristeza da princesa, perceberam que seria inconveniente perguntar sobre sua recente localização e como escapou sem que a vissem. Kiara deitou na cama e afastando os pensamentos do homem de olhos esmeraldas, adormeceu num sono sem sonhos.

— Bom dia. – ouviu uma voz suave e conhecida despertar-lhe. Acordou e deparou-se com olhos bastante semelhantes aos seus, pertencentes à mãe. Uma ruga formou-se na testa da princesa. Era incomum Nala a acordar ao invés das criadas. Ao olhar para o lado percebeu que havia uma mesa cheia de comida e assento para duas.

— Uau! Por que essas regalias? Meu aniversário foi ontem. – falou divertida, fazendo a mãe sorrir. – Não é tão incômodo caminhar até o salão principal para ter o desjejum.

Não havia necessidade, de fato, para que a mãe trouxesse o desjejum até seu quarto. Refeições no quarto eram apenas feitas em aniversários ou quando alguém estava doente. Contudo, olhando a quantidade de cadeiras entendeu que seriam apenas as duas. E isso significava que o grande rei estava a evitando.

— E o meu pai? -perguntou já sabendo a resposta.

Nala era uma rainha e fora treinada para saber lidar com sensatez e serenidade em todos os tipos de situação. Sempre tinha uma resposta evasiva para se esquivar de toda má conduta. Mas sendo ela sua mãe, Kiara sabia detectar os pequenos sinais de nervosismo, como o sorriso sem mostrar os dentes, muito diferente do que ela exibia quando estava contente.

— Ele está ocupado pela manhã.

— Está muito irritado ainda, não é? – deu um sorriso triste para a mãe que soltou um longo suspiro.

— Você deve entender o quanto é difícil para seu pai essa situação. Nos últimos meses ele mal dormiu preocupado com sua saída do castelo, temia o pior e o pior aconteceu. Você foi atacada. E por mais grato que ele esteja por você estar salva e deve isto a Kovu, ele tem motivos para se preocupar. O pai de Kovu fez coisas terríveis e ele foi criado nos mesmos ensinamentos. Caráter se desenvolve onde fomos criado, minha filha. -explicou com cautela, Kiara engoliu em seco. -Além disso, você não conheceu Scar, ele e Kovu possuem uma semelhança física impressionante. Como se sentiria se você tivesse que abrigar em seu castelo um homem cuja face é a mesma do homem que matou seu pai?

Kiara sentiu um nó na garganta. Não havia pensado pela perspectiva de seu pai no assunto. Colocando-se em seu lugar era compreensível seu ódio e preocupação quanto à estadia de Kovu no reino.

— Entendo. Falarei com papai mais tarde.

— Não se preocupe. Seu pai tem a cabeça quente, mas o amor dele por você é maior do que tudo. Coisa de ruivos, são intensos de todas as formas. -riu descontraidamente acompanhada da filha. E assim desfrutaram da primeira refeição do dia. – Eu só te peço uma coisa, Kiara. -pediu séria, antes de se retirar do cômodo. – Não se aproxime demais do exilado, sim?

— Acho que isso não será um problema, mamãe. -respondeu tristemente, lembrando-se da conversa que tivera com Kovu no dia anterior em que ele claramente expôs que a relação entre eles seria apenas de soldado para princesa.

— Ótimo. -beijou a testa da filha e deixou o recinto.

***

Kovu foi disciplinado para ser uma pessoa matinal e com o tempo seu corpo acostumou-se a isso. Não importava se tivera pouco tempo de sono ou não, às 6:00 estava de pé. Aquela manhã não fora uma exceção, apesar da noite conturbada pela inquietação de seus pensamentos. Despertou, arrumou-se devidamente e foi conhecer o castelo. Estava tudo muito silencioso. Pelo jeito, as criadas ainda não haviam começado seus serviços, pois os corredores estavam desertos a não ser por alguns guardas que faziam rondas. Tudo deveria ser observado com cautela. Ele fazia anotações mentais sobre o que via, tinha uma memória muito boa. Precisava montar seu plano e não poderia nem ao menos anotar seus pensamentos como gostava de fazer, pois seria arriscado. Sabia que seria monitorado de perto.

Foi até a cozinha externa e pegou algumas frutas e pão para se alimentar. Os servos da cozinha ficaram desgostosos por ver alguém tão cedo em seu estabelecimento, ainda mais se tratando de um exilado. Deram-lhe os alimentos a contragosto, avisando que o desjejum era servido a todos às 7:30. Kovu agradeceu sorrindo, sabia que precisava conquistar o povo.

Esperou sentado em um banco do pátio externo, onde ele esperava que fosse o treinamento de soldados, pois haviam algumas armaduras esquecidas ali e o espaço era propício para isso. Então observou o sol morno no horizonte, ainda não havia chegado em seu ápice. Aprendeu a admirar o pôr-do-sol com a pequena princesa naquela tarde de outono tão distante. A partir daí começou a observar o horizonte todos os dias, às vezes o retratava em pinturas. Gostava de desenhar e pintar, era sua forma de liberar a energia que guardava na tentativa de ser o personagem perfeito que sua mãe pintara ao longo dos anos. O sol nas terras de Reichstein era diferente, tinha mais vida e mais cor.

Desejou que Vitani estivesse ali para comer aqueles pães junto com ele. A irmãzinha mais nova adorava pão recém-saído do forno, mesmo que o da terra dos exilados não fosse tão bom. Não se vivia nas ruínas do castelo Stauben, se sobrevivia. Não havia espaço para sonhos, apenas o objetivo que mantinham todos de pé vivendo miseravelmente: o de um dia retornar à Rechstein.

O único que sempre tivera tratamento diferenciado fora ele. Zira guardou alguns tesouros que possuía dos tempos de rainha e o mandou para estudar na Inglaterra. Assim, poderia ser ensinado pelos melhores tutores do mundo e fazer contato com gente importante para possíveis alianças. Scar sempre presou a força intelectual, pois seu físico não lhe permitia ser o melhor dos guerreiros. Taka sempre fora um grande estrategista e se não fosse por Simba, ainda estaria no trono.

 Kovu, no entanto, foi treinado para ser perfeito tanto em luta como em estratégia. Ficou dos 15 aos 19 anos aprendendo com o senhor Tantis e sua pequena turma tudo o que podia sobre história, filosofia, literatura e matemática. Foram os melhores anos de sua vida só pelo fato de ficar longe da terra dos exilados, além disso, realmente apreciou tudo o que aprendeu e as pessoas que conheceu. Porém, deixar sua melhor amiga e irmã fora a coisa mais difícil que já fizera na época.

Zira sempre os ensinou que não se podia contar com ninguém: “seja seu próprio ponto de apoio”, ela dizia. Kovu realmente levou a sério e se fechou para o mundo, tendo a si mesmo e sua arte como válvula de escape. Já Vitani não conseguia, podia ser durona na frente da mãe e dos demais exilados, até na frente de Nuka, mas com Kovu era um livro aberto. Ele era seu porto seguro, aquele em quem ela mais confiava e o moreno sabia disso. Temia deixá-la sozinha nos anos em que estudaria fora.

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“ – Kovu... Eu quero ir com você. -choramingou.

— Você sabe que não pode, Tani. Não temos recursos para isso, é necessário que eu vá para que eu possa cumprir meu destino e nos tirar daqui. Você não quer que eu seja rei? – falou mecanicamente.

— Eu queria meu irmão. – seus olhos finalmente derramaram as lágrimas que estavam prendendo. O coração de Kovu falhou uma batida e o jovem fez algo que há muito tempo não fazia: a abraçou fortemente, deixando que a mais nova liberasse todos os seus medos e angústias. Ele não gostava muito dessas demonstrações de afeto, mas sabia que era necessário no momento. – Não quero ficar aqui com a mamãe e Nuka, eles não me entendem.

— Bom, você pode sempre me escrever. -ela o olhou confusa. Não haviam mensageiros para os exilados. Kovu levantou-se e pegou na estante de seu quarto um livro em branco e entregou a ela. – Quando sentir-se só, escreva cartas para mim como se estivesse conversando comigo. Quando eu voltar, prometo que lerei todas. -sorriu ternamente. A menina parou de chorar e considerou a possibilidade.

— Mas você não vai estar aqui para responder, nem para ouvir. -argumentou.

— É verdade... – olhou para cima, pensativo. – Vamos fazer assim... todo dia a esse horário, olhe para o céu e eu também estarei olhando. Você vai me chamar e estaremos ligados, porque vamos estar olhando para o mesmo céu. – Vitani fez uma careta.

— Não entendo como...

— Você não precisa entender. Só precisa sentir. – ele a interrompeu. Ele percebeu isso com a princesa ao olhar o pôr-do-sol tão significativamente naquela tarde. Não entendia o porquê de se fazer aquilo sem um propósito aparente, mas sentia em cada célula de seu corpo que precisava daquilo.

— Está bem.

Então, irmão e irmã deitaram-se lado a lado uma última vez no quarto do mais velho e observaram o céu estrelado da noite quente de verão. Não havia mais palavras necessárias no momento, eles estavam ligados eternamente pelo sangue e agora pelas estrelas. Adormeceram profundamente em paz e no dia seguinte, na partida de Kovu, ambos estavam com o coração apertado, mas havia a certeza de que nunca estariam totalmente sós.

E assim, por 3 anos Vitani olhou naquele mesmo horário para o céu e conversou com seu irmão. Durante o primeiro ano, Kovu manteve sua promessa e Vitani, estranhamente, sentia sua presença. Com o tempo continuou a fazê-lo por hábito. Contudo, o jovem Kovu fechou-se ainda mais em si mesmo, crescendo em ambição e força conforme estudava e conhecia gente de títulos. Ainda amava a irmã, mas não achava necessário cumprir uma promessa boba que ele nem mais acreditava. Com o passar dos anos, Vitani já não era sua melhor amiga, apenas a irmã que deixara para trás. Quando voltou, havia cumplicidade, mas a intimidade se fora.”

— Levante-se exilado! O treinamento começa às 7:00! -um homem alto, igualmente moreno, na casa de seus 30 anos o tirou de suas memórias, jogando uma armadura em sua direção, que ele habilidosamente pegou.

Vestiu-se propriamente e percebeu que o pátio estava repleto de jovens da mesma idade que a sua alinhados em fileiras. Posicionou-se também entre eles e observou o homem fazer seu discurso.

— Sou o comandante Atom e junto a alguns dos meus melhores homens, estarei treinando vocês para fazer parte do exército. Alguns se voluntariaram, outros foram convocados. Contudo, nenhum de vocês pode desistir agora ou virarão servos do castelo com 1/3 do salário que recebe um servo como punição pela covardia. Não há espaço para covardes nas terras de Reichstein. Saibam que estar aqui é um privilégio e se não reconhecem isso, não são dignos e deveriam estar com os exilados. -ao dizer isso, olhou para Kovu e uma faísca de prazer em humilhá-lo brilhou em seus olhos.  -Vamos começar o treino pelo juramento. Exilado! -chamou. -Faça o juramento! -todos prenderam a respiração e Kovu deu um paço à frente.

— Sinto muito, senhor. Não sei fazer o juramento. -disse simplesmente sem desviar os olhos do comandante.

— Hmm... E por que entrar no exército se nem ao menos tem respeito por nossas tradições, exilado?

— Com todo respeito, senhor, mas cheguei aqui ontem e não tive tempo suficiente para aprendê-lo. Juntei-me ao exército, pois sei lutar e sou bom nisso. Quero servir às terras de Reichstein com o que tenho de melhor a oferecer. – respondeu com humildade e serenidade.

— Você se diz bom em lutar, exilado. Vamos ver! Pegue uma espada. -ordenou com um sorriso malicioso no rosto. -Sir Demetrius, mostre ao exilado como lidamos com petulantes.

Demetrius, um cavaleiro loiro e de bom porte pegou sua espada e entregou outra a Kovu. Assim que o comandante gritou “lutem” os dois ergueram as espadas, porém apenas o cavaleiro atacou. Kovu sempre deixava que o outro desse o primeiro golpe. Ele desviou-se com um giro e se pôs ao lado do homem, golpeando sua lateral, que com surpresa foi defendida. Demetrius era forte e lutava com técnica, mas Kovu era muito rápido e tinha estratégia. O cavaleiro desferiu um avanço contra seu pescoço e Kovu abaixou-se apoiando a mão na grama, deu um impulso com os pés e chutou a barriga do outro, que caiu. Com a queda, o exilado aproveitou sua vantagem e rapidamente apontou a arma para o pescoço do outro, indicando que a luta acabara.

— Isso é trapaça! Não se usa os pés numa luta limpa. -gritou um garoto.

— Creio que a guerra não respeita boas maneiras. -respondeu ousadamente.

— Não somos bábaros! -gritou outro.

— Silêncio! – ordenou Atom, vermelho de fúria com a vitória do exilado. – Sir Kylo irá combater o exilado agora.

 E assim foram Sir Kylo, Sir Tygor, Sir Damté e outros. No entanto, nenhum conseguia durar mais do que 3 minutos combatendo com Kovu. Todos comentavam de suas técnicas estranhas de duelo.

Quando o último dos melhores homens do comandante estava caído de bruços no chão, Kovu olhou para Atom como um desafio silencioso para que este o enfrentasse. O homem sustentou seu olhar e ponderou suas chances. Tinha a certeza de que poderia derrotar o garoto petulante, mas a remota chance de perder seria humilhante demais.

— Dispensados por hoje. -proclamou ainda enfurecido e deixou o local.

Pouco a pouco, os jovens em treinamento iam deixando o pátio externo e entravam para o castelo. Alguns que passavam por ele abaixavam a cabeça por medo, outros o olhavam com certo respeito. Não fora tão difícil lutar com os homens, mas Kovu estava cansado e um pouco machucado pelos golpes que recebera. Então, sentou-se no banco onde se encontrava antes do comandante o chamar, e percebeu na outra extremidade do campo uma menina num vestido azul delicado. Esta parecia intrigada e admirada, ao mesmo tempo. Ele desviou o olhar para o machucado no antebraço dolorido por conta da espada que passou de raspão. Rasgou um pedaço da camisa, lavou o local com a água no cantil que pegara de manhã na cozinha e estancou o sangue. Ao olhar para frente surpreendeu-se com a menina de azul bem próxima a si.

— Está machucado? – perguntou com o cenho franzido, preocupada.

— Princesa, o que faz aqui? -devolveu com uma pergunta, sereno.

— Estava passando e o vi numa luta instigante. Por que duelou contra todos os cavaleiros? – questionou com interesse. Kovu riu de lado, jogando o cabelo solto e molhado de suor para trás.

— Quão ingênua é vossa Alteza? – perguntou com olhos desafiadores.

 Kiara irritou-se novamente com o tom petulante do rapaz. Ele já havia a tratado com frieza na noite passada, desprezando sua amizade. Sua razão e sua mãe a instruiu a não chegar mais perto de Kovu, contudo, estava curiosa para saber como seria seu primeiro dia no treinamento. Então, foi observá-lo de longe, mas ao vê-lo machucado, não se conteve e sentiu a necessidade de ver como estava de perto. E lá encontrou seu salvador zombando dela novamente.

— O senhor tem algum tipo de deficiência que não o permite responder minhas perguntas ou sente prazer em não fazê-lo?

— Um pouco da segunda opção. – respondeu com os olhos lampejando diabolicamente de diversão. Kiara piscou várias vezes assimilando o que estava acontecendo e resolveu dar as costas. – Os fatos falam por si. No entanto, se fazes tanta questão, responderei às perguntas de vossa Alteza... – a castanha parou e ouviu. – Sim, estou machucado, mas não se preocupe, sei cuidar de minhas feridas. E o motivo pelo qual o general ordenou todos os seus melhores homens a duelarem comigo é porque sou um exilado. -finalizou amargamente.

— Enquanto agir como um exilado, será tratado como um exilado. -disse simplesmente a princesa, ainda de costas.

Kovu sorriu com a resposta afiada que recebera da menina. Ela era tão ingênua e politizada que ver a jovem tola “sair de seu trono” para lhe responder à altura o divertia. Observou seus passos precisos e apressados até o castelo, talvez estivesse tão irritada que não suportaria conversar com ninguém no momento. Sorriu ainda mais imaginando a vermelhidão de sua face. Pela pressa, a menina, provavelmente, não notou a presença do homem ruivo perto da entrada, mas Kovu sim. Seu sorriso desfez-se imediatamente ao ver o rei encarando-lhe friamente com os braços atrás do corpo e um porte de soberania. Ao ser notado, Simba quebrou o contato visual e entrou pela mesma passagem que a filha, há segundos atrás.

***

Kovu dormia pacificamente em seus aposentos. Nem mesmo em seu tempo de Londres tivera uma cama tão macia quanto aquela e lençóis tão finos. Todavia, foi tirado de seus sonhos por uma forte batida contra a madeira escura da porta. Arrastou-se a contragosto para fora da cama e abriu a passagem para ver quem quer que perturbava seu sono.

Ao abrir a porta, foi jogado para trás com um soco no olho. Viu 10 dos cavalheiros que enfrentou mais cedo no pátio externo adentrarem seu aposento. Eles estavam em maior número e eram bem treinados, Kovu poderia lutar contra a metade de uma vez, mas todos ao mesmo tempo seria impossível. Além disso, não se tratava de um treinamento. Era uma vingança. Eles eram das terras do reino e ele apenas um exilado, não poderia nem ao menos reagir ou reclamar. Recebeu chutes, pontapés e socos por todas as partes de seu corpo.

— Basta. Já está bom. – uma voz conhecida do lado de fora soou distante. Seu ouvido estava com um zunido alto pelas pancadas, mas desde a primeira vez que ouviu a voz de seu maior inimigo, a reconheceria em qualquer situação.  Viu sua imagem desfocada e ruiva aparecer diante de seus olhos. – Fique longe da minha filha, Kovu. Não serei tão misericordioso da próxima vez.

Os cavaleiros e o rei retiraram-se do recinto, batendo a porta com força. Kovu estava muito fraco, porém, fora treinado para suportar a dor. Isso não o impediu de levantar-se e destruir o travesseiro, o lençol e desferir socos na cama macia para descontar a fúria. Antes, ele odiava Simba por tudo o que ouvira falar, mas agora que o conhecia, cada célula de seu corpo vibrava pelo dia em que veria a luz deixar seus olhos e sangue sujo do falso rei derramado por sua espada. Kovu caiu em exaustão e adormeceu, não mais de forma pacífica como anteriormente, contudo, com a certeza de que tudo valeria à pena no final.


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