James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 23
Padrinho


Notas iniciais do capítulo

Oii, gente!!!
Aqui está, mais um cap pra vcs!!!



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— Perdoem-me o atraso – Sirius pediu, despindo a longa capa de viagem assim que saiu da lareira dos Potter. – Coisas da Ordem.

— Não se preocupe, Almofadinhas. Nós entendemos – Lílian sorriu para o amigo, sentada no sofá com um pequeno embrulho em seus braços.

Sirius devolveu o sorriso e aproximou-se dos dois. Fazia apenas uma semana que não via os amigos, mas Harry parecia ter crescido como se fizesse um mês e Lílian e James pareciam mais cansados do que nunca desde que empreenderam essa longa jornada de esconderijos dois meses antes.

Desde o nascimento de Harry, no mês anterior, Lílian e James já tinham deixado cinco esconderijos para trás. Voldemort continuava a surpreendê-los onde quer que fossem, como se o bruxo tivesse posto no casal um rastreador...

As suspeitas de Sirius estavam latejando em sua mente e exigia um extremo autocontrole de sua parte não azarar Remus nas poucas vezes em que tinham contato. Dumbledore também insistia nos alertas, mas James negava-se profundamente a ouvi-los; na opinião do rapaz, desconfiar dos amigos era uma desonra sem tamanho.

— Então? Como está o pequeno Harry? – Sirius perguntou, acariciando a cabeça do menino suavemente.

— Ótimo – James respondeu, entrando na sala com uma xícara de chá na mão.

Ele apertou o ombro do amigo, depositou a xícara na mesinha de centro e foi se sentar ao lado da esposa.

— Sente-se, Almofadinhas – Lílian pediu, ainda sustentando o sorriso. – Precisamos conversar.

Sirius obedeceu, olhando apreensivo de James para Lílian. Os dois, contudo, ostentavam sinceros sorrisos em seus rostos.

— O que está acontecendo? – perguntou cautelosamente.

— Almofadinhas – James começou –, Lílian e eu estivemos conversando sobre... hum... digamos... futuro.

A confusão de Sirius só aumentou. Ele ergueu uma sobrancelha para James, numa clara evidência de que não estava entendendo. O amigo, entretanto, apenas sorriu.

— E o que exatamente eu tenho a ver com o futuro de vocês? – Sirius perguntou. – Se querem ter outro filho, vão lá e façam. Não precisam me contar antes de... hum... acontecer.

— Sirius! – Lílian repreendeu, ficando vermelhíssima. – Não se trata... disso.

— Estamos pensando no futuro de Harry – James esclareceu.

— E vocês querem fazer o favor de me dizer onde eu me encaixo nisso? – Sirius perguntou novamente, começando a se aborrecer. Por que tanto mistério?

— Sirius, você vem sendo o melhor amigo de James há séculos – Lílian começou. – E acabou se tornando o meu também, logo depois de que começamos a namorar.

— O que significa que não há ninguém em quem confiamos mais no mundo para pedir essa tarefa – James completou.

— Eu não estou entendendo...

— Queremos que você seja o padrinho de Harry – James disse com muita seriedade. Apesar das brincadeiras, não podia levar o futuro do filho como uma piada. Queria que Sirius percebesse o peso dessa decisão.

O homem ficou momentaneamente sem fala. Abrira a boca várias vezes para, logo em seguida, fechá-la.

— Não precisa aceitar se não quiser – Lílian acrescentou depressa. – Se sentir que não consegue lidar com isso... Não ficaremos chateados.

Sirius balançou a cabeça imediatamente.

— É só... – e virou-se para James. – Caramba, Pontas! Por que não me disse antes que eu seria o padrinho de seu filho? Todo esse mistério... Caramba! Já tinha imaginado que vocês tinham escolhido Dumbledore para isso.

— Então, você aceita? – Lílian perguntou com expectativa. – Se acontecer alguma coisa conosco, você cuidará de Harry? Protegerá nosso filho com a sua vida? Cuidará dele como se fosse o seu filho? Fará isso, Sirius?

— Calma lá! – Sirius protestou, levantando-se e começou a andar pela sala, pensativo. – Então é por isso que vocês estão me escolhendo para padrinho agora! Vocês acham que vão morrer. Vocês acham que Harry ficará órfão... – Sirius fez uma pausa e fechou os olhos, engolindo em seco. – Não! Nessas condições, eu não aceito. Serei com prazer o padrinho de Harry se isso envolver vocês dois vivos.

— Sirius – James chamou e sua voz parecia uma súplica. Sirius olhou imediatamente para ele.

— Não posso jamais substituir vocês— Sirius murmurou, encarando James com intensidade. – Harry precisa de vocês.

— Você seria um substituto à altura – Lílian disse com simplicidade. – Nunca teríamos te feito essa proposta se não soubéssemos disso.

— Lílian...

— Não pretendemos morrer, Sirius – James recomeçou e o amigo virou-se para ele. – Mas não é algo que possamos evitar. Estamos em uma guerra, nosso filho é quem Voldemort mais deseja... É inevitável não pensar que talvez flertemos com a morte... Por isso, estamos te pedindo isso, Sirius, porque precisamos garantir que Harry fique bem mesmo que não estejamos aqui com ele. Precisamos garantir que ele será cuidado, respeitado e amado como ele merece. E só podemos contar com você para isso, Sirius. Você sabe disso.

— Por favor, Almofadinhas – Lílian pediu serenamente, mas seus olhos verdes perfuravam com muita intensidade os olhos azuis do rapaz à sua frente. – Não nos abandone nesse momento.

Sirius suspirou. Não havia nada mais importante no mundo para ele do que James Potter. Seu melhor amigo, seu irmão, seu companheiro desde o 1º ano em Hogwarts... Recusava-se terminantemente a imaginar uma vida onde essa pessoa não existia. Contudo, precisa ser realista: estavam em uma guerra e os Potter eram, certamente, os mais procurados e Voldemort parecia ter certo ímã para os dois... Sirius sabia que os amigos se sacrificariam se isso significasse manter Harry vivo; ele mesmo não teria pensado duas vezes em lutar pela segurança do menino.

Ele encarou o embrulho nos braços de Lílian. Desde quando recebera a notícia, desde quando descobrira... Sirius o amava. Sirius amava tanto Harry quanto amava James e faria qualquer coisa para mantê-lo a salvo, faria qualquer coisa para tranquilizar James e Lílian, faria qualquer coisa pela a sua família.

— Sirius? – James perguntou, encarando o amigo. – Você aceita?

— Não pretendo tomar o lugar de vocês e daria a minha vida para que vocês três vivessem – ele começou cautelosamente. – Mas certamente que me deixa muito feliz e honrado ser o padrinho de Harry!

Lílian e James suspiraram aliviados. James foi até o amigo e o presenteou com um abraço de quebrar as costelas.

— Muito obrigado, Almofadinhas – murmurou com voz embargada no ouvido do amigo e Sirius pôde perceber o quanto ele estava aliviado. – Você não sabe como nos tranquiliza saber que Harry, se nos acontecer algo, será cuidado por você.

— Não vai...

— Daremos nosso máximo, Sirius – Lílian prometeu com um largo e emocionado sorriso no rosto. – Mas é muito bom saber que Harry não sofreria caso o deixássemos.

Sirius sorriu.

— Ah, não se engane, Lílian, pretendo mimá-lo ao extremo – brincou. – Então, é bom que vocês estejam por perto para segurar as rédeas do garoto.

Lílian riu.

— Como eu disse, faremos o máximo. Agora... – ela olhou para James, que assentiu solenemente. – Não quer carregar um pouco seu afilhado?

Sirius sorriu para a mulher e apressou-se em direção a ela, tomando o pequeno bebê em seus braços.

— Nossa, James, ele é extremamente parecido com você! – exclamou, virando-se para o amigo. – Olá, Harry. Eu sei que você já me conhece, mas você sabia que agora eu sou seu padrinho? – o menino mexeu-se minimamente nos seus braços. – Pois é, eu sou. Sabe o que isso significa, Harry? Significa que tudo que seus pais não deixarem você fazer, eu deixarei. Você pode correr à minha casa sempre que seus pais deixarem você de castigo, pode pedir minha varinha emprestada para testar magias que certamente Lílian não vai gostar...

— Sirius! – Lílian repreendeu, fechando a cara para o amigo. – Como você pode incentivar coisas erradas a Harry? Ele não tem nem um ano!

Sirius apenas deu de ombros e continuou listando tudo que Harry poderia fazer quando o procurasse.

James sorria e, inesperadamente, soltou um suspiro de lamento. Lílian ouviu e olhou para o marido, sabendo exatamente o que ele estava pensando. Ela segurou sua mão e ele a segurou com força, os dois observando Sirius conversar com Harry, andando pela casa.

— Harry ficará bem. Sirius cuidará dele – James murmurou apenas para Lílian ouvir.

— Sei que sim – Lílian concordou, soltando um suspiro de lamento. – Fizemos uma boa escolha, James. Harry jamais ficará desemparado.

*

— Pelo amor de Deus, James, já chega! – Lílian gritou, apontando severamente a varinha para o marido. – Basta! Foi divertido no começo, mas agora não!

James ergueu a mão e fingiu uma falsa inocência.

— Reclame com seu filho, não comigo. É ele que está quebrando a casa com a vassoura.

Rabicho riu e Lílian voltou-se para ele imediatamente. Tinha até se esquecido de sua presença. Sob o olhar severo da mulher, ele se calou e baixou a cabeça. Ela voltou-se para James.

— Não ouse culpar Harry por sua irresponsabilidade! – ela bradou e faíscas vermelhas saíram de sua varinha. – Eu vou tirar a vassoura e não quero saber de você convocá-la de novo!

Lílian jogou os cabelos para trás e caminhou até o filho, que voava em círculos perto da lareira. Quando chegou perto do menino, suavizou sua expressão.

— Vamos, Harry. Querido, já chega – ela falou com suavidade, acariciando os cabelos negros do filho. – Amanhã você brinca com o papai.

Harry olhou para a mãe e balançou a cabeça freneticamente, segurando com força a vassoura entre seus dedos gordos.

— Querido, vamos, você já brincou demais – Lílian insistiu, puxando lentamente a vassoura dos dedos do menino. – Agora, é hora de descansar. Vamos, querido. Vamos.

Harry não parecia querer largar e olhava para a mãe com expressão aborrecida. Continuava a balançar a cabeça e tentou dar mais um impulso com a vassoura para sair do alcance da mulher.

James riu.

— Eu disse que ele seria um grande jogador de Quadribol.

Lílian lançou-lhe um olhar furioso.

— Você quer fazer o favor de ajudar?

Ainda rindo, James levantou-se e foi se juntar à esposa e ao filho.

Rabicho os observou com atenção. Havia um mês que tinham se mudado para Godric’s Hollow e os feitiços de proteção que Dumbledore e McGonagall lançaram eram tão fortes que tornava praticamente impossível de se localizar. Entrementes, ouvira muito bem quando o diretor dissera que o feitiço duraria apenas por alguns meses e sugeriu ao casal o Feitiço Fidelius para que conseguissem uma proteção mais sólida. Evidentemente, Rabicho contara tudo a Voldemort, que o mandara avisar logo que os feitiços se desfizessem.

E, enquanto observava James obter sucesso em retirar a vassoura de Harry, Rabicho sabia que aqueles momentos seriam os únicos; provavelmente, seria o último aniversário de Harry. E não conseguia sentir remorso algum.


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Notas finais do capítulo

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