James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 22
Escondendo-se


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!! Mil perdões pela demora, mas como prometido, aqui está mais um cap pra vcs!!!



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— Que tal Damon? – Lílian sugeriu mais uma vez, acariciando a enorme barriga de oito meses, recostada no sofá. Desde que haviam descoberto o sexo da criança, cinco meses antes, Lílian e James não conseguiam concordar com o nome do filho. Discutiam, exaustivamente, quase todos os dias.

James baixou o Profeta Diário e olhou para a esposa.

— Não. Definitivamente, não.

Lílian bufou, contrariada.

— Ótimo! Alguma sugestão?

— Que tal Edward?

— Não. Definitivamente, não.

James sorriu e tornou a folhear o jornal.

— Vamos achar um bom – o homem disse com um ligeiro sorriso. – Eventualmente.

— Nosso filho nasce no mês que vem e nem sequer tem um nome – Lílian reclamou, fechando a cara para o marido.

James comprimiu um sorriso, mas não comentou nada. Aparentemente, o temperamento explosivo de Lílian tinha sido intensificado durante a gestação.

— O que acha de Henry? – ele perguntou depois de um tempo, virando-se para a esposa.

— Harry? – Lílian disse, pondo os dedos nos lábios. – É. Bom, bom. Gostei. Harry.

— Na verdade, tinha sugerido Henry, mas Harry cai até melhor – James concordou com um largo sorriso. – Harry. Harry James Potter. Soa bem, não acha?

Lílian riu.

— É, suponho que sim.

James fechou jornal e sentou-se ao lado da esposa no sofá.

— Bem, precisamos avisar aos outros que finalmente escolhemos o nome – lembrou com um sorriso brincalhão. – Sirius não vai gostar, vai perder a aposta, entende?

Lílian franziu as sobrancelhas.

— Aposta?

James riu.

— Ele e Marlene apostaram sobre quando escolheríamos o nome do bebê – explicou, ainda com um sorriso divertido nos lábios. – Marlene apostou que escolheríamos antes do nascimento; Sirius não concordou.

Lílian bufou e cruzou os braços, irritada.

— Eles não fizeram nenhum esforço para nos ajudar, fizeram?

— Não podemos dizer que não tentaram...

— Sugerindo nomes feios, horrorosos, como podíamos sequer cogitar aqueles nomes, James?

— Em defesa de Sirius – James começou, cautelosamente –, não foi tão ruim o último nome que ele sugeriu, foi até...

Lílian o fuzilou com os olhos.

— Não chamaria meu filho de Niklaus— ela disse, com os dentes cerrados, olhando para James como se ele tivesse sugerido tal nome.

— Você já disse isso, Lílian – James lembrou-a.

Lílian ajeitou os cabelos e deu de ombros.

— De qualquer forma, já temos um nome. Me arranje um copo de água, James – ela pediu abruptamente, fazendo o marido sobressaltar-se. – Estou com muita sede.

— Você pode conjurá-lo, não? – ele sugeriu como se fosse óbvio e recebeu um olhar fulminante da esposa.

Suspirando, James levantou-se e se dirigiu para a cozinha para atender ao pedido de Lílian. E então os dois ouviram uma batida apressada.

Lílian sobressaltou-se e apanhou a varinha, levantando-se com dificuldade. James acorreu até a esposa com a varinha já em punho.

— Quem é? – James perguntou com firmeza.

— Alvo Dumbledore – o estranho se apresentou. – Diretor da Escola de Hogwarts, fundador da Ordem da Fênix, cujo nome vem do meu fascínio por esses animais, tendo inclusive uma fênix chamada Fawkes.

James e Lílian suspiraram aliviados, abaixando as varinhas. Enquanto James abria a porta, Lílian voltava para o sofá, sentindo-se extremamente exausta. Sua barriga de oito meses não lhe dava muita mobilidade.

— Professor Dumbledore! – James cumprimentou com solenidade. – Aconteceu algo?

— Receio que algo está perto de acontecer – Dumbledore respondeu com um suspiro cansado. – Se me permite...

— Por favor, sente-se, professor – Lílian convidou imediatamente, apontando para a poltrona à sua frente.

O diretor atendeu ao convite ao mesmo tempo em que James tomava novamente o lugar ao lado de Lílian no sofá.

— O que está prestes a acontecer, Dumbledore? – James perguntou, olhando para o diretor com desconfiança. – Tem algo a ver exclusivamente com nós?

— Receio que sim, James – Dumbledore respondeu, olhando para os dois com penalidade. – Mais precisamente com o filho de vocês.

Lílian colocou as mãos na barriga instintivamente.

— O que Harry tem a ver com isso? Ele ainda nem nasceu!

— Vejo que já escolheram um nome – Dumbledore deu um mísero sorriso para eles. – Muito bom, muito bom... Bem, Lílian, acontece que o Lorde das Trevas acredita que seu filho será o único com o poder de derrotá-lo no futuro e quer eliminá-lo o quanto antes.

Lílian abriu a boca horrorizada. Seu filho, seu menino, seu bebê... Ele nem nascera... Ela olhou para James e percebeu que o rosto do marido empalidecera com a notícia.

— Mas por quê? – ele perguntou, cerrando os dentes. – O que faz Voldemort achar que Harry tem algum poder? Por Merlin, Dumbledore, o menino ainda nem nasceu!

— Eu sei, James, eu sei – Dumbledore concordou calmamente. – Acontece que chegou aos ouvidos dele uma profecia pela metade acerca de um menino que nasceria no final de julho que lhe seria uma ameaça. Um menino cujos pais tinham o enfrentado três vezes.

— E Alice e Frank? – Lílian perguntou exasperada. – Neville também vai nascer no final de julho. O senhor tem certeza que essa profecia se refere ao nosso filho?

— Obtive essa informação por um Comensal da Morte que desertou – Dumbledore contou ainda com singela calma. – Ele me confirmou que Lorde Voldemort vai atrás do filho de vocês. Assim que ele nascer.

Lílian teve que conter um forte soluço e envolveu a barriga com os braços como se assim pudesse proteger seu filho do que estaria por vir. James a envolveu, apertando-a com força, como se pudesse proteger os dois.

— O que podemos fazer? – ele perguntou, por fim, ao diretor com muita seriedade. – O que podemos fazer para mantermos nosso filho vivo?

— Terão que se mudar daqui e contar a poucas pessoas para onde vão – Dumbledore precaveu. – Apenas os amigos mais próximos. Uma vez lá, posso proteger a casa com o maior número de feitiços de proteção que conheço. Devo alertá-los que nem mesmo membros da Ordem da Fênix ou sua irmã trouxa devem saber.

— Petúnia não se importaria – Lílian comunicou, fingindo não se importar. – E meus pais morreram há três meses, então... – Lílian engoliu em seco, com aparente dificuldade em falar da morte dos pais, cuja causa fora um acidente de carro. – Não teremos problemas quanto à minha família trouxa.

— E Sirius, Remus e Pedro? – James perguntou. – Poderíamos avisá-los, sim?

Dumbledore o mirou com muita atenção.

— Se vocês têm plena confiança, então...

— Mas é claro que temos! – James exclamou, perplexo com a possível sugestão de Dumbledore. – Nenhum deles nos trairia! Tenho certeza.

O diretor estudou James com atenção. Evidentemente, não esperava outra coisa vindo de James Potter, contudo... Algo o inquietava. Ele tinha a vaga sensação de que James estava parcialmente certo...

— Muito bem. Sirius, Remus, Pedro, Alice, Frank, Marlene, Minerva, Hagrid e eu seremos os únicos a sabermos da sua próxima localização e do porquê precisam se esconder. Não é prudente que mais gente saiba – Dumbledore recomendou, ao que os dois assentiram. – É importante que tenham consciência do que implica o sucesso desse esconderijo.

— Nosso filho fica vivo – Lílian falou simplesmente, ainda tentando aceitar o fato de que seu bebê, ainda nem nascido, seria perseguido pelo pior bruxo do século. – Entendemos, Dumbledore.

— Faremos o que for possível para mantê-lo a salvo – James garantiu, segurando a mão da esposa. – Quando sugere que nos mudemos? E para onde devemos ir para que Lorde Voldemort não nos encontre?

*

— Impressionante – Sirius murmurou, encarando o pequeno bebê nos braços de uma emocionada Lílian. – Realmente impressionante...

— O que é tão impressionante? – Lílian perguntou, desviando os olhos do seu filho para encarar o amigo.

— Ele é uma cópia perfeita de James! – Sirius exclamou, com os olhos arregalados. – Nunca vi algo igual! E olha que ele só tem algumas horas de vida.

James sorriu displicentemente e acariciou a pequena cabeça de Harry.

— Mas tem os olhos de Lílian – ele disse, olhando para o filho e para a esposa, maravilhado. – Ele herdou os incríveis olhos de Lílian.

Lílian sorriu e olhou para o marido, com um olhar tão maravilhado quanto o dele. Era estranho que estivessem sorrindo tão serenamente e tão despreocupadamente considerando tudo pelo qual estavam passando nesse último mês.

Harry nascera na quarta casa que tomavam como esconderijo em apenas um mês. Incrivelmente, Voldemort sempre conseguia descobrir em qual localização o casal se encontrava e só não conseguia apanhá-los graças aos complexos e poderosos feitiços de proteção que Dumbledore lançara, que dava até mesmo a Voldemort um tempo para desfazê-los, permitindo a James e Lílian escaparem.

Sirius não conseguia deixar de pensar que havia um espião entre eles... que alguém os traíra... E, embora não se atrevesse a comentar tal suspeita com James, pois sabia qual seria a reação do amigo, Sirius tinha uma leve inclinação para quem seria... Remus andava mais afastado do que nunca... Dizia que era por causa das tarefas da Ordem. Todavia, que seriam essas tarefas, Sirius se perguntava. Será que Remus não estava servindo a outro mestre?

Pettigrew estava sempre por perto. Quando recebera a notícia de que Voldemort estava caçando os amigos, Pettigrew ficara extraordinariamente alarmado, fazendo questão de visitá-los com uma frequência absurda, perdendo apenas para a frequência das visitas de Sirius.

Dumbledore agora tinha certeza de que alguém estava traindo os Potter e, por mais que tentasse alertar James, nunca obtinha sucesso.

— Eu esperava que ele fosse parecido com Lílian – Marlene comentou de repente, ainda observando o bebê. – Quer dizer, Neville é cara de Alice. Imaginei que Harry seria...

— Ele é lindo do jeito que é – Lílian interrompeu-a, contemplando a criança com extremo carinho. Nunca sentira nada como isso antes e adorava a sensação de amar incondicionalmente.

— É bom parecer-se com James – Pettigrew pigarreou, encostado no batente da porta, mais afastado que Sirius e Marlene. – Imagine como seria em Hogwarts.

Seria? – James indagou, encarando o amigo. – Por que seria, Rabicho? Harry vai frequentar Hogwarts ou você acha que...

— Bem, James... eu não quis... não quis dizer... sabe... o Lorde das Trevas...

Sirius soltou uma risada que mais parecia um latido e virou-se com um olhar censurador para Pettigrew.

— Ora, Pedro, você não pode estar sugerindo que Voldemort vai levar a melhor sobre nós? Não depois de quatro fugas bem-sucedidas. Não dá para aceitar.

— Desculpe – Pettigrew murmurou, percebendo que fora um pouco longe. – Não quis insinuar...

— E onde está Remus? – Sirius interrompeu-o novamente, virando-se para James. – Alice e Frank estão cuidando do próprio recém-nascido, Dumbledore já esteve aqui, assim como Minerva, e Hagrid vem mais tarde. Mas não tive notícias de Remus. Onde ele está?

— Ele queria vir – Lílian respondeu, sem nem sequer notar o tom de desconfiança na voz do amigo. – Mas Dumbledore passou para ele tarefas demais. Talvez venha no final de semana.

— Ora, mas quem não está encarregado demais nesses dias? – Sirius protestou, tentando dar a entender que estava brincando. – E todos estão aqui, não é? Menos Remus. Eu esperava...

— Sirius, não vá por esse caminho – alertou James. – Já não basta Dumbledore insinuando que há um traidor entre nós? – Rabicho encolheu-se nesse momento e ninguém pareceu perceber. – Confio em todos vocês. Remus é tão traidor quanto você, Sirius.

Sirius mordeu a vontade de responder e acenou, fingindo concordar com James. Contudo, nada tirava de sua cabeça de que havia um traidor e que, infelizmente, todas as evidências apontavam para Remus.

Harry deu um pequeno soluço e todos se viraram absolutamente fascinados para o bebê, que movimentava minimamente a mão no peito da mãe. Lílian o contemplava, maravilhada. Sentia seu peito encher-se de alegria somente com o fato de que era mãe. De que tinha alguém que lhe necessitava mais do que James jamais necessitou.

Todos observavam Harry com o maior fascínio e adoração que poderiam despejar a alguém e ninguém sequer percebeu quando Pettigrew deixou silenciosamente o quarto e desceu para a sala de estar. Seguro de que ninguém percebera ou perceberia sua ausência, puxou a manga esquerda e tocou no grande crânio que cobria boa parte do seu braço.


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Notas finais do capítulo

E aí???
O que estão achando???