Ainda há esperança escrita por padu


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

O tema desse capítulo foi o que me motivou a escrever essa fanfic. Espero que vocês gostem :)



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Darcy e Elisabeta passaram momentos bastante agradáveis naquele início de noite. O restaurante em que estavam proporcionava uma das vistas mais belas e românticas de toda a cidade. Após jantarem, Darcy gentilmente convidou a esposa para uma dança, estendendo-lhe a mão. Elisabeta sorriu incrédula. Aquele definitivamente não parecia o mesmo Darcy Williamson tímido e sisudo que conhecera tempos atrás. A música era lenta, os rostos de ambos estavam colados. Darcy segurava delicadamente, como de costume, a cintura de Elisa, enquanto ela mantinha as mãos em volta do pescoço dele.

— Obrigado por estar aqui comigo, eu nunca me cansarei de te agradecer. – Disse ele, em um sussurro. – Apesar de estarmos aqui por um motivo específico, essa noite está sendo uma das mais especiais de toda a minha vida, na qual eu não esquecerei jamais.

— Minha vida agora anda lado a lado com a sua e não há como separar meu amor. Irei aonde quer que você vá, para sempre! – Ambos inclinaram os rostos, os unindo em um beijo. – Você tem em mim mais do que uma esposa. Tem uma amiga, uma confidente, você sabe disso. Não é mesmo?!

— E por essa razão sou o homem mais sortudo deste planeta! – Disse, sorrindo.

**

Ao chegarem à propriedade dos Williamson, o casal foi recebido calorosamente por todos os funcionários. Darcy gentilmente apresentou os principais cômodos da casa à Elisa, que ficou extremamente encantada com a beleza daquele lugar. Tratava-se de uma propriedade enorme, com muitos quartos e compartimentos. Ela poderia facilmente se perder ali em questão de segundos. Elisabeta tinha costume de frequentar residências daquele porte, mas aquela, em especial, era superior em elegância e sofisticação. Os móveis eram impecáveis e a decoração detalhadamente ornada. Na sala principal, havia um piano belíssimo, datado do início do século XIX. Elisabeta brincou arriscando tocar algumas notas. Mais a frente, havia um quadro enorme de uma belíssima mulher. Seus olhos eram azuis e seus cabelos eram de tamanho médio de cor castanho-escuro. Elisa observava a imagem atentando-se a todos os detalhes dela. O sorriso denunciava explicitamente ser a mãe de Darcy, pois era igualzinho ao dele.

— Suponho que esta linda mulher seja a Sra. Williamson?!– A pergunta era retórica, mas Darcy fez questão de respondê-la.

— Sim, meu amor... Charlotte lembra muito ela, verdade? – Indagou, aproximando-se do quadro, tocando carinhosamente a moldura. – Quando tiver sua idade, penso que alguém poderá até confundi-las.

— Lembra sim. Pincipalmente os olhos e o nariz. Mas o sorriso é seu meu amor. Extremamente cativante e iluminado. Depois que conheci seu pai pessoalmente, achei que ele era a sua cara. Muito parecido com você, pelo menos na aparência. – Ele sorriu para ela, captando a indireta. –  Mas agora, vendo pela primeira vez uma imagem de sua mãe, começo a reavaliar meus conceitos sobre...

— Sério?! Pois se realmente for verdade eu posso concluir que tenho o sorriso mais lindo e encantador do mundo.  – Brincou, aproximando-se de Elisa, abraçando-a pela cintura. – Estar aqui novamente é como reviver as mais antigas lembranças. É quase como poder escutá-la novamente, sabe? Suplicando para que eu parasse de correr pela casa, pois iria quebrar algum vaso ou derrubar alguma coisa... – O olhar de Darcy era distante. – Além da beleza física minha mãe tinha um coração de ouro Elisabeta. Escondia de meu pai todas as minhas traquinagens da infância. Eu sabia que nela poderia depositar toda a minha confiança.

— É muito gratificante poder conhecer um pouco mais sobre a sua vida meu amor. Você que já me conhece tanto... Sei que conversamos sobre nosso passado. Mas dessa vez é diferente, é muito mais intenso, eu diria.

— Se minha família não fosse tão cheia de problemas, eu teria o imenso prazer de compartilhar muito mais coisas do meu passado com você meu amor, mas infelizmente boa parte, como você sabe, é dor e decepção. Mas você, com seu amor, com tudo o que representa, faz do meu presente um novo recomeço. E eu tenho certeza que o futuro será de muitas felicidades ao seu lado. – Darcy ergueu Elisabeta em seus braços, rodopiando por toda a sala, deixando Elisa tonta.

Depois de um dia tão cheio de acontecimentos, Elisabeta e Darcy decidiram descansar. Não seria apropriado visitar Lorde Williamson tão tarde da noite. Os momentos que passaram juntos foram tão agradáveis, que eles mal viram as horas passarem. Dessa forma, decidiram visitá-lo no dia seguinte.

**

Apesar de não possuir o conforto de uma casa, o lugar era muito bonito e agradável. Havia um jardim imenso, com flores de variados tipos, cores e aromas. A grama era de um verde vivo e reluzente. Daquelas que dava vontade de andar de pés descalços sobre elas. Darcy e Elisabeta aproximaram-se lentamente por um dos corredores que davam acesso ao pátio principal. Dali, era possível avistar de longe o senhor sentado numa cadeira branca, olhando distraidamente alguns enfermeiros cuidando de outros pacientes. Ao se aproximar, visivelmente emocionado, Darcy pôs sua mão esquerda sobre o ombro do pai.

— Vicente? É você? – Lorde Williamson estava de costas, sem conseguir identificar quem o tocava. – Que bom que veio, precisamos terminar aquela nossa jogada. Preparado para o Xeque-mate meu jovem?

— Não pai, sou eu, Darcy! – Disse, ficando frente a frente com o pai. Lorde Williamson o encarou de boca aberta, seus olhos piscavam compulsivamente, demonstrando incredulidade. Parecia um sonho seu filho estar ali, na sua frente. Com um pouco de dificuldade, levantou-se, abraçando Darcy fortemente. Os dois permaneceram nesse abraço por alguns segundos. Tempo suficiente para que ambos pudessem sentir o coração um do outro acelerar.

— Darcy, meu filho querido! –Lorde Williamson com as mãos trêmulas tocou o rosto do filho, deixando escapar algumas lágrimas. Darcy sentiu-se preocupado ao vê-lo ali, de pé. Porém, o senhor assegurou que estava bem. E sua fisionomia, de fato, indicava que ele estava saudável.

— Que saudade meu pai. Que susto o senhor nos deu. – Darcy segurou as mãos dele, firmemente. Lorde Williamson olhou atentamente a mão esquerda de Darcy, em seguida, direcionou seu olhar à Elisabeta, que os observava de longe, emocionada.

— Darcy, você se casou com esta moça? – Perguntou, apontando para Elisa. De emoção, o olhar de Elisabeta passou a transmitir insegurança e medo. Iria aquele senhor desqualificá-la novamente? Mesmo depois de tudo o que aconteceu? Depois de tudo o que passou nas mãos da própria irmã? Na qual ele depositara total confiança?  – Questionou, mentalmente.

— Sim, pai! Elisabeta é, oficialmente, minha esposa. – Darcy caminhou até Elisabeta, encorajando-a a aproximar-se deles. Lorde Williamson a observou dos pés a cabeça, em silêncio.

— Será que posso? – Perguntou Lorde Williamson, abrindo os braços na intenção de abraçá-la. Elisabeta sentiu um misto de emoções naquele momento. Desde o dia que conheceu aquele homem, as interações que tiveram não passaram de um aperto de mão e algumas ofensas em forma de indiretas. Agora, ele estava propondo uma trégua. Elisa encarou Darcy, que retribuiu seu olhar com um sorriso emocionado. Então, lentamente, ela se aproximou do sogro, sentindo o calor de seu abraço.

— Me desculpe por tudo que te fiz Elisabeth. Por todas as tentativas de humilhação, pela infeliz ideia de oferecer dinheiro aos seus pais em troca de seu término com Darcy. Esses dias neste lugar me fez rever meus conceitos. E eu sinto muito remorso. Se pudesse voltar no tempo, com a visão que tenho hoje, certamente minhas ações seriam diferentes. Sinto-me envergonhado.

— Na vida nós sempre temos a oportunidade de aprendermos Lorde Williamson. Seja através de boas ações, seja através de nossas falhas, de nossas fraquezas. E não há nada mais nobre do que reconhecer nossos erros.  Por isso, de coração, lhe asseguro que passei uma borracha em todo esse passado que o senhor acabara de rememorar. – Disse-lhe emocionada, segurando suas mãos. Darcy olhou para ela, sentindo-se orgulhoso e muito feliz.

  - Pai, Elisabeta e eu não viemos aqui apenas com a intenção de selarmos a paz. Viemos para buscá-lo. O senhor aceita voltar conosco para o Brasil, o pais que tanto ama? – Lorde Williamson apenas assentiu com a cabeça em resposta, positivamente.


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