Once Upon a Time - New Adventures escrita por Melshmellow


Capítulo 6
Laços de Amizade na Floresta Encantada - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta a segunda partee. ♥3
OBS: na imagem: Melody (minha bebê).



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     Eles se encararam por um tempo, a tensão ecoando pela floresta escura e dando um estranho arrepio em seus amigos, que se encontravam confusos, sem saber o que havia acontecido enquanto estavam fora.

     Neal pigarreou, cortando a tensão.

     — Bom, então acho que a resposta é sim. Vamos ter que passar um tempo treinando, Lylla. — Neal disse, observando a sobrinha.

     — Tem razão. E precisaremos de armas, não só de magia, pois ela se esgota. — Lylla respondeu e então olhou para Robin e Melody. — e, claro, pois nem todos têm.

     — Por falar nisso. Por que você não tem magia, ruiva? — Melody perguntou, olhando para a filha do Robin Hood.

     — O que quer dizer? — ela perguntou confusa.

     — Quer dizer. É filha da Wicked Witch do Oeste. Por que não tem magia? Imaginei que ela a ensinaria. — Melody continuou.

     Robin suspirou e abriu a boca para responder, mas Lylla a interrompeu.

     — E você? Foi criada pela Evil Witch. Por que ela não te ensinou?

     — Por que eu não quis aprender. — a resposta da morena veio em um tom frio para a Jones, então ela se voltou para Robin novamente. — Então, qual a sua desculpa?

     — Como sabe que não é pela mesma razão? — a ruiva desconversou um pouco.

     — Não sei. Por isso estou perguntando. — Melody disse sem mudar o seu tom robótico enquanto falava com as garotas.

     Robin mordeu o lábio inferior em sinal de nervosismo e respondeu:

     — É uma longa história.

     — Você pode nos contar, afinal, é bom que nos conheçamos antes de… sei lá, tomar um navio juntos. — Neal ironizou, mas sorriu para a garota, tentando lhe passar confiança.

     — Acho que Neal está certo. — Luke disse. Surpreendendo todos. — Devemos nos conhecer melhor, quer dizer; Nem nos conhecemos direito. Acho que antes da batalha para tomar o navio, deveríamos aprender a confiar uns nos outros. — Todos o olharam, ainda incertos. Ninguém queria falar sobre sua vida pessoal com um bando de estranhos. — Vamos lutar juntos! Precisamos de confiança, e não teremos isso até nos conhecermos de verdade. Ou se não… como lutaremos lado a lado?

     Ninguém disse uma palavra após aquilo durante os próximos minutos, todos tirando conclusões sobre suas famílias em sua mente.

     Robin foi a primeira a falar.

     — Eu acho que ela pretendia me ensinar magia, sabe? Mas tinha medo. Afinal, me ensinar a usar magia seria me mostrar como me defender sem ela. Então acho que minha mãe apenas estava com medo de que eu não precisaria mais dela. — Robin explicou olhando para baixo. — Ela parece forte e imponente, mas a verdade é que ela é muito insegura.

     Após algum tempo em silêncio, digerindo as palavras da ruiva e questionando-se silenciosamente quem iria falar primeiro. Neal quebrou o silêncio.

     — Bom. Eu sou meio que a conexão entre esses dois grupos distintos que são vocês. O único que conhece todos. Então acho que mereço a honra de começar, certo? — o loiro disse irônico, e sorriu confiante. — Como vocês já sabem, sou filho da princesa Snow White e do príncipe David. Sou irmão de Emma Swan, a salvadora. E com esse último fato, já sabem por que estou aqui. — o grupo o encarou confuso, e Neal suspirou. Ele não sabia como dizer aquilo na frente de seus sobrinhos, mas se esforçou para fazê-los entendê-lo. — Eu sou o irmão da salvadora. Eu não posso nem ao menos tentar competir com ela. Ela é a filha perfeita. E eu sei que estou falando da mãe de vocês, mas ela ainda é minha irmã. E é claro que papai e mamãe a amam mais do que a mim. E eles têm todo o direito; eu nunca fui motivo de orgulho por nada. E essa é a razão pela qual estou aqui. Eu quero fazer algo bom na minha vida. Quero que meus pais tenham orgulho de mim. — Neal terminou sem conseguir encarar as pessoas a sua volta. Aquilo havia ficado mais pessoal do que ele esperava.

     A primeira pessoa a fazer algo fora Melody. Que segurou a mão do amigo, e apoiou sua cabeça no seu ombro. Pode parecer pouco, mas o loiro a conhecia o suficiente para saber que aquilo era o máximo de compaixão que a morena poderia demonstrar em público.

     Gideon também se aproximou, e passou seu braço por cima dos ombros do amigo, terminando com um abraço, acolhendo tanto Neal, quanto Melody.

     Os outros três não tinham certeza se tinham permissão para se juntar ao abraço. Era algo entre amigos. Mas Neal não se importou e os chamou para o abraço em grupo com um gesto da sua mão. Lylla e Robin ambas se jogaram no loiro, entrando no meio do abraço, e Luke se juntou a elas.

     Logo depois, fora a vez de Melody contar sua história.

     — Bom. Eu acho que todos vocês já conhecem minha história. Mas agora vão ouvir o meu lado. Meus seus pais compraram uma mansão na beira da praia, para ficarem mais próximos da família da minha mãe no mar. Mas… logo após eu nascer, minha mãe foi me apresentar ao mundo marinho... Mas algo deu errado. A irmã de Úrsula, Morgana, resolveu aparecer para a festa. Aquela maldita mulher. — ninguém percebeu quando Melody fechou suas mãos em punhos, com a raiva. — Ela tentou me matar e roubar o tridente de meu avô, mas não conseguiu. Após aquilo, minha mãe achou que seria melhor me isolar do resto do mundo marinho, e do terrestre, e ela não me contou sobre minha origem de meia-sereia. Ela manteve a mansão na praia, mas fez grandes muros para que eu não passasse. Ás vezes, eu ficava no topo da casa, apenas observando as crianças brincando no mar, mas nunca pude me juntar a elas. Eu só... Achava aquilo tão injusto, eu não entendia por que minha mãe odiava tanto o mar, afinal, eu o amava. O via por detrás dos muros e sentia que pertencia àquele lugar. Quando eu tinha 7 anos, eu achei uma passagem na mansão que levava ao mar, passei a fugir por lá quase todos os dias. E, em um desses dias, conheci Gideon. Ele era tão antissocial quanto eu, afinal, era o filho do Dark One. Não era como se alguém fosse se meter com ele. — ela sorriu, encarando o amigo. — Viramos melhores amigos após aquilo. Mas… um dia, logo após a minha festa de aniversário de 12 anos, eu tive uma briga com meus pais, e fugi para o mar. Não tinha certeza do motivo de estar indo naquela direção, para o vazio. Mas eu sabia que era a única forma de ganhar respostas. Morgana me achou. E me deu a chance de me tornar uma sereia. Tudo o que eu sempre quis. Então eu peguei essa chance. Fiz um acordo com a bruxa do mar. Era óbvio que eu me daria mal, mas acho que a minha mente de 12 anos de idade não processou todas as pistas de que Morgana não era exatamente uma boa pessoa. No inicio foi bom, mas claro que acabou rápido. Eu teria morrido se não fosse por minha mãe e meu pai. Nós estávamos tão fundo no mar. Morgana havia retirado o acordo, e, por consequência, minha cauda, fazendo com que eu não pudesse respirar. Minha mãe estava lá, e meu pai nadou até lá para tentar me salvar. Mas ele estava sufocando também, até que chegamos a um ponto em que meu avô apareceu e estava lutando contra Morgana. Minha mãe só podia salvar a mim ou meu pai. Ele olhou para mim, e, com apenas um olhar, eu soube que ele havia me escolhido. Me escolhido para sobreviver. Minha mãe me trouxe para a superfície o mais rápido possível e logo voltou para buscar meu pai, mas… era tarde demais. Ela não pode salvá-lo. — Melody limpou uma lágrima que caia de seus olhos discretamente. — Após aquilo, eu poderia dizer que acabou tudo bem, mas, mas não. Morgana ainda queria tirar outra pessoa que eu amava de mim. Uma vez que ela conseguiu o tridente de meu avô, ela matou minha mãe, como vingança contra ela e meu avô, que haviam matado sua irmã. Depois daquilo eu não lembro muito bem do que houve, apenas alguns borrões; acho que consegui pegar o tridente de volta e devolvê-lo ao meu avô. Eu acordei na praia e meu avô me disse  que ficaria tudo bem agora, e eu respondi que não ficaria. Ele me deu um colar que me permitia me tornar sereia quando quisesse, e me convidou para morar no mar, com ele, mas eu não podia. Não com todas as memórias que eu tinha na água, não com a morte de meus pais sendo minha culpa ainda fresca na minha mente. Então ele me permitiu viver em ambos os mundos. Então eu acabei em um orfanato, o que durou apenas alguns dias, e me surpreendeu o fato de Regina me adotar, eu não a conhecia tão bem, mas ela se tornou... uma ótima guardiã. Depois disso, finalmente podemos dizer que acabou tudo bem. Minha casa foi derrubada, e, apesar da perda de meus pais, e do luto, eu consegui superar com a ajuda de Gideon e Neal. Neal que eu havia conhecido na escola um pouco depois disso tudo. E tudo foi bom, por um tempo. Quer dizer, ainda é, afinal, eu amo o mar, amo viver com Regina, ambos são partes do meu lar. Mas mesmo depois de tudo aquilo... Eu ainda não tenho certeza sobre… — ela suspirou. — Sobre quem eu sou.  

     Gideon e Neal, como amigos leais que eram, a abraçaram imediatamente, mas a Castle os empurrou para longe.

     — Não! Por que vocês tinham que estragar o momento sendo tão grudentos? — ela resmungou cruzando os braços.

     — Você acabou de ser doce, Melody. O mínimo que poderíamos fazer é sermos grudentos com você, o que muitas pessoas conhecem pela palavra “carinhosos”, mas tudo bem. — Disse Gideon, já acostumado com a amiga.

     A morena riu, limpando uma última lágrima, e deu um soco amigável nos dois amigos.

     — Acho que… é minha vez. — Robin disse, e pigarreou. — Eu não tenho uma história tão sentimental e bonita quanto a sua, Melody. — a ruiva sorriu e a Castle apenas a olhou friamente, voltando ao normal. — Meu pai era um ladrão. Minha mãe era uma bruxa, e uma das vilãs. Não me importo com quem minha mãe era antes. Não me importo se ela já matou, já foi má, já fez coisas terríveis, contando com a que deu origem a mim. Não me importo, a amo mais que tudo e não vou julgá-la por seu passado. O que é importante é que ela mudou. Mudou por mim. Mas não é do que falaremos agora. Falaremos sobre meu pai. Ele era um herói. Roubava dos ricos e dava aos pobres. Era uma pessoa melhor do que eu jamais vou ser. Mas ainda quero tentar ao menos chegar perto do que ele fazia. Quer dizer, ele passou a vida toda ajudando pessoas e morreu, quer dizer, ele pode ter salvado muitas vidas, mas e agora? Agora ele se foi, então eu vou ajudar as pessoas no seu lugar. Isso é o que eu quero ser; uma heroína. — ela finalizou, sorrindo, e logo depois foi abraçada por Lylla, Luke e por Neal, surpreendentemente. Os três basicamente se jogaram nela quando a ruiva terminou de falar.

     Gideon riu, e Mel se segura para não fazer o mesmo, mas deixa escapar um sorriso mínimo quando ouve um abafado “Você é tão adorável”, vindo de Lylla. O Gold percebeu a reação da amiga e não hesitou em enviá-la um olhar risonho, e a morena apenas revirou os olhos.

     Após aquilo, o silêncio voltou a rondar o lugar. Havia sobrado Lylla, Luke e Gideon para falar, mas eles não abriram a boca.

     — Acho que está tarde, não é? Deveríamos ir dormir. — Luke disse, percebendo o desconforto da irmã.

     Lylla não tinha certeza se queria falar sobre aquilo com todos eles. Tinha medo de que a julgassem. Que dissessem que ela era apenas uma garota mimada procurando por diversão. Que eles não a entendessem, e não vissem o quão importante aquilo era para ela.

     — Dormir? — Gideon perguntou, parecendo preocupado, para não dizer desesperado. — Não. Vamos continuar isso. Se não confiarmos uns nos outros não irá funcionar, não é? — ele disse rapidamente, encarando Neal procurando por apoio.

     — Isso mesmo. Vamos lá Lylla ou Luke. — ele disse sorrindo aos gêmeos.

     — Eu acho que todos já sabem que estou aqui pela Lylla. — Luke disse, simples.

     — Mas como está sendo até agora? Aprendeu a gostar das nossas aventuras ou ainda quer voltar para casa? — Perguntou Melody, como se o desafiasse.

     Luke deu um sorrisinho.

     — Admito. Gostei sim. Em certas partes.

     — Como a parte em que você jogou uma garrafa na cabeça daquele pirata nojento e machista?  — a morena perguntou novamente, sorrindo ao se lembrar da coragem do garoto.

     Luke se preparou para se defender, mas foi interrompido por Melody novamente.

     — Não foi uma crítica. Foi ótimo e corajoso, Lukas.

     Os dois trocaram um olhar intenso naquele momento, e obviamente, todos ali sentiram, principalmente um certo castanho, que ficara um pouco irritado com aquilo. Lylla havia sentido um pouco de inveja, afinal, Melody não gostava dela e nem de Robin, por que gostava de Luke? Só porque ele apareceu no funeral? Por causa da garrafa? Qual é? Ela era corajosa também. Mas logo que viu que os olhares ficaram um pouco mais intensos ela soube o que estava acontecendo ali.

     A Jones mordeu lábio inferior, segurando um sorrisinho e deu uma leve cotovelada no irmão, e ele desviou o olhar para a gêmea, que sussurrou:

     — Você está indo bem em, bro. — ela sorriu e o garoto corou.

     — E vocês dois, não dirão nada? — Robin perguntou, observando Gideon e Lylla.

     — Eu vou. — a garota se pronunciou, dando alívio ao outro. — Eu sempre ouvi muitas histórias sobre tudo que nossos pais passaram, e sei que todos vocês também. Nunca entendi como era possível eles conseguirem salvar o mundo e uns aos outros tantas vezes, e nós apenas nascemos para viver nossas vidas como adolescentes normais. Eles ficaram marcados na história. Talvez não em outras cidades ou em livros idiotas de escola. Mas sim no nosso livro. No “Once Upon a Time”. E vamos lembrar deles para sempre, não importa quanto tempo passe. Mas, será esse o nosso legado, o que nossos pais fizeram? Seremos apenas seus filhos, que não fizeram nada de importante na história, além de mexer no celular o dia todo, ver vídeos de gatinhos fofos? Seremos apenas outra geração? Casar, ter filhos, continuar a geração, e morrer? Não é isso que eu quero! Não quero ser esquecida. Eu quero fazer algo bom. Algo que ainda esteja aqui por muitas gerações depois de mim. Essa é a razão pela qual estou aqui. — Lylla termina, e é abraçada por todos os seus amigos. O abraço no final sempre os fazia sentir como se houvesse alguém que os entendia, então era muito importante. Mas aparentemente, Melody não concordava, já que foi a única que não se juntou ao abraço.

     — Acho que é sua vez, cara. — disse Neal, olhando para Gideon.

     — Não. Não estou pronto. — ele disse, se levantando. — Não posso.

     Todos se entreolharam, meio confusos, mas apenas concordaram com a cabeça e foram em direção a suas cabanas. Melody, Gideon e Neal ficariam em uma, e resto ficaria na outra.

     — Gideon. Venha dormir. — Melody chamou o amigo, mas ele se recusou, a olhando com pânico.

     — Não, eu... Vou mais tarde, Mel. — ele disse se virando de costas para a morena e se pôs a encarar o fogo quase apagado da fogueira.

     — O que houve com ele? — Lylla perguntou a Melody e Neal.

     — Não sabemos o que ele tem com dormir. — o loiro sussurrou. — Sempre que o chamamos para dormir em uma das nossas casas, ele se recusa. E sua mãe, Belle, disse que ele tranca a porta ao ir dormir, desde que era uma criança.

     Todos deram uma última olhada no garoto, e foram dormir.

     Gideon suspirou, observando a lua, e em seguida olhando o horário em seu celular. 21:55. Ele fechou os olhos com força.

     Tinha pouco tempo, então andou por algum tempo pela floresta, até ficar longe o suficiente das cabanas, e se deitou no chão, fechando os olhos, e esperando. Eram 21:59 agora. Não faltava muito, e, no minuto seguinte, ele adormeceu.


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Notas finais do capítulo

sem muito para dizer aqui, até a próxima, comentem please



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