Once Upon a Time - New Adventures escrita por Melshmellow


Capítulo 5
Laços de Amizade na Floresta Encantada


Notas iniciais do capítulo

Hellooooo, eu sei que disse que n ia demorar, e já faz uma semana, mas pensa que eu poderia ter demorado muito mais já que eu tenho uma fanfic no Spirit que não atualizo há mais de um ano :'(
Anyways, esse capítulo ficou muuuuuuuito grande, então dividi ele em dois pequenos e já vou programar o próximo pra amanhã ;)
Enjoy.
OBS: na imagem é como imagino o Neal



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     — Você tá maluca? — Melody exclamou encarando Lylla como se ela tivesse dito que não gostava de pizza.

     — Olha, você tem que entender que isso é importante pra mim. Aquilo era para ser meu! Aquele navio era para ser meu e do meu irmão. Era para termos crescido ali, em alto mar, nos aventurando. Eu… só acho que é tão ridículo um cara como Kyle acabar ficando com uma coisa que era tão especial para meu pai! — Lylla explicou a Melody, exasperada, e então suspirou, se acalmando. — Além disso, é uma aventura.

     Melody respirou fundo e fechou os olhos, tentando se acalmar para pensar direito naquilo. Quer dizer, fazia sentido não é? O desejo de Lylla fazia sentido, apesar de ser quase suicida, já que eles não possuíam armas para enfrentar Kyle em um combate. Bom… havia uma forma de resolver aquilo, mas era muito arriscada. Então ela encarou Lylla, pronta para dizer não. Até que ela viu a Jones encarando o navio como se tivesse milhares de memórias boas naquele lugar e agora ele estivesse sendo destruído. Óbvio que ela estava imaginando as boas memórias que sua família poderia ter tido naquele lugar e como agora ele estava em posse de um capitão machista e nojento.

     Melody abriu a boca, mas não conseguiu dizer não diante do olhar brilhante da Jones ao encarar o navio. Então ela fechou os olhos e maneou a cabeça, lembrando-se da Lylla que não apareceu no funeral de seus pais, da garota popular e metida da escola, e, com isso, a raiva da Castle para com a Jones havia finalmente sido restaurada e o mundo estava em equilíbrio novamente. Ela sorriu e abriu os olhos com um olhar frio direcionado a… areia? Melody ficou confusa por um segundo, até olhar ao redor e encontrar Lylla andando pela praia, agora vazia, em direção ao navio.

     A Castle se segurou para não gritar “Lylla Swan Jones, sua idiota! Volta já aqui!” E correu até a morena para que ela não fizesse nenhuma besteira.

     Quando ela chegou até o píer onde o navio estava ancorado, onde Lylla estava, bem ao lado da popa do navio, Melody tentou dizer algo, mas antes de qualquer coisa, a gêmea segurou seu braço e a Castle sentiu a familiar sensação de se teletransportar que ela sentia quando pedia a Neal ou Gideon uma “carona”, geralmente só em casos de extrema emergência, já que Mel odiava teletransportes.

     Elas apareceram dentro do navio. No convés inferior, onde, felizmente, estava vazio e era apenas iluminado com algumas velas nas paredes.

     — Que merda é essa? — Melody disse, se virando para encarar Lylla. A Castle se sentiu um pouco tonta por um segundo, por pouco não caindo no chão, isto pois a Jones segurou sua cintura e a puxou para que esta se equilibrasse novamente.

     — Você está bem? — Lylla sussurrou, parecendo preocupada. — Eu deveria ter avisado que iria teletransportar. Mas eu sabia que se avisasse você não viria comigo.

     Melody suspirou.

     — Não! Eu não viria! — a Castle exclamou baixinho. Era mentira. Ela viria de qualquer forma, afinal, o objetivo de terem se separado em três duplas era protegerem uns aos outros. Se Melody chegasse lá sem Lylla seria atacada com pedras. — E sim. Estou bem. Pode me soltar agora.

     Lylla percebeu que ainda estava com as mãos na cintura da Castle e a soltou, passando a observar o lugar ao seu redor.

     — Bom, isso foi um símbolo de cavalheirismo. De nada, princesa. — a gêmea disse irônica.

     — Princesa? — Melody disse a palavra como se fosse o pior palavrão do mundo. — Olha aqui! Se uma de nós fosse uma princesa, com certeza seria você! — a frase saiu alta demais e Lylla arregalou os olhos, puxando Melody para o um dos muitos corredores ali, um que não tinha vozes vindo dele. Elas andaram rápido, tentando ficar longe das vozes que vinham do outro corredor, mas logo as vozes entraram no mesmo corredor que elas, e ambas não tiveram escolha além de entrar em uma porta qualquer que havia ali.

     Elas tiveram sorte de entrar em um cômodo escuro e vazio. As garotas ficaram ali por alguns segundos, paradas atrás da porta de madeira, até que as vozes fossem embora.  

     Elas suspiraram e olharam ao redor, estava tudo escuro, até que uma luz forte se acendeu, como uma lanterna. Havia sido Lylla, que havia ligado a lanterna de seu celular.

     — Da onde saiu isso, garota? — Melody perguntou olhando para o celular.

     — Uma garota nunca revela seus segredos. — Lylla respondeu sorrindo ao observar as coisas ao redor.

     — Estava no seu sutiã, certo? — Mel perguntou observando os lugares onde a Jones iluminava.

     Lylla não respondeu.

     — O que estamos fazendo aqui mesmo? — a Castle perguntou.

     — Precisamos de armas para tomar o navio. Vamos pegá-las e levar para o acampamento.

     Melody se surpreendeu pela morena ter pensado na mesma coisa que ela havia pensado antes.

     — Hey! O que é aquilo? — a Castle disse apontando para algo que havia refletido a luz do celular.

     Lylla apontou a luz para o lugar e se aproximou.

     — Tem alguma coisa nesse saco. — a gêmea disse observando que o saco tinha um furo, e foi aquilo que estava dentro que havia refletido.

     Ambas as garotas se aproximaram e se agacharam ali. Melody desamarrou o saco e olhou dentro.

     — Isso é perfeito. — ela disse mostrando para Lylla o que havia no saco, e ela sorriu também.

     — É mais do que perfeito.

***

     Neal e Robin se mantiveram em silêncio por todo o caminho até a civilização novamente, e quando chegaram lá, tomaram bastante cuidado para ficar o mais longe possível da taverna que haviam conhecido mais cedo naquele dia, onde havia a possibilidade de Kyle estar.

     Eles pararam na frente de uma padaria. Não seria seu jantar dos sonhos, mas teria que servir.

     — Espere! — Robin segurou o braço do loiro antes que ele entrasse. — Como vamos pagar?

     Neal a olhou confuso. Achou que ela soubesse.

     — Robin, nós não vamos. — ele respondeu como se explicasse aquilo a uma criança.

     A ruiva arregalou os olhos.

     — Vamos roubar? — ela perguntou alto de mais.

     Ela a silenciou com a mão em sua boca, e a encarou, com o olhar raivoso.

     — Robin, me desculpe, mas é a única forma. Eu não sei se você percebeu, mas já roubou um lugar hoje, afinal… não pagamos as bebidas da taverna. — Neal disse, rindo um pouco dos olhos arregalados da garota ao perceber aquilo.

     Ele tirou a mão da boca da ruiva.

     — Deveria ter pedido dinheiro daquele reizinho, não amassos. — ele disse, com deboche, mas Robin teve a impressão de que teve mais raiva do que sarcasmo naquela sentença.

     — Eu não pensei sobre isso! E nem sequer demos uns “amassos”! — Robin respondeu indignada e constrangida com a insinuação do loiro. — Neal, eu não vou roubar!

     Ela disse, agora mais baixo do que da última vez. Porém Neal não se importou com sua resposta e entrou no lugar. Robin correu atrás do loiro, com medo do que ele faria.

     O lugar era simples, havia apenas duas pequenas mesas redondas com duas cadeiras em cada uma, além de um balcão de madeira, que os separava de uma espécie de cozinha de onde o cheiro de pão fresco vinha até os adolescentes, fazendo-os ficar com água na boca. Nem um deles havia percebido o quão famintos realmente estavam até aquele momento.

     Neal sorriu gentilmente para um homem mais velho que apareceu atrás do balcão, e pediu três grandes pães. O velho não demorou a trazer o pedido do loiro, e logo depois dizer-lhes o preço.

     — Então… senhor. Não temos dinheiro. — Neal disse com um sorriso amarelo e o velho parou de sorrir no mesmo momento.

     Robin decidiu lançar um teste ao idoso.

     — Sabe… somos muito pobres e… não comemos há dias, por favor. Esses pães não irão lhe fazer falta. Você tem tantos, e é tão rico. Por favor. — a ruiva insistiu, fazendo uma expressão triste, acompanhada por Neal. Ambos conseguiam ser ótimos mentirosos, a única que identificava suas mentiras toda vez era Emma, afinal, esse era um dom da loira, e as únicas pessoas que já haviam conseguido mentir para a mulher eram Luke e Lylla, que haviam aprendido alguns truques para isso, mesmo assim, nem sempre funcionava.

     O senhor não se importou com “dois adolescentes famintos com roupas de outro reino”, e apenas guardou os pães, enquanto os mandava para fora, dizendo algo como “De jeito nenhum, e se insistirem, chamarei os guardas”.

     Robin trocou um olhar com Neal, os dois sabiam o que significava. Não havia outro jeito; ele não havia passado no teste.

     — Bom... vamos precisar dos pães do mesmo jeito. Entregue. Agora. — Robin disse com um sorriso de lado. A ruiva não sabia o motivo, mas fazer aquilo lhe dava uma leve sensação de justiça.

     Neal levantou uma mão, e, usando seus poderes, fez o homem ser empurrado por uma força invisível até encontrar a parede. O loiro tomou cuidado para que o homem desmaiasse com o impacto, mas não se machucasse demais.

     Robin pegou os pães, e checou o pulso do idoso, apenas por precaução; estava tudo bem.

     Os jovens saíram do lugar tranquilamente, como se nada houvesse acontecido. Não havia sido tão excitante quanto Neal pensou que fosse ser, mas o loiro não se importou.

     — Sabe… ele era rico, sabia? — o garoto comentou tranquilamente, enquanto caminhavam de volta para a floresta.

     — E…? — Robin perguntou confusa.

     — E… que seu pai costumava roubar dos ricos para dar aos pobres, se lembra?

     Robin se surpreendeu. Ela sabia da fama de seu falecido pai, mas não havia percebido que havia feito algo parecido com o que ele costumava fazer quando era um dos melhores ladrões da Floresta Encantada e de outros reinos. Agora, ela só precisava encontrar a pessoa certa para terminar aquilo ao estilo Robin Hood.

     — Você é mais parecida com ele do que acha. — o loiro disse com um sorriso sincero, para a surpresa da ruiva.

     Robin riu.

     — Você mesmo me disse que não sou tão boa quanto acho que sou, e eu acho que sou muito boa, então você esta se contradizendo.

     — Não foi o que eu quis dizer. Você é boa. — A ruiva o encarou, e ele revirou os olhos, sorrindo. — Sim. Muito boa. Mas não estou falando apenas do seu talento com arco e flecha; Apesar do fato de que você poderia ser bem melhor se treinasse mais. Mas você se parece com ele, pelo que já ouvi falar dele, pela Regina.

     A ruiva abaixou a cabeça. Ela não ouvia muito sobre seu pai através de sua mãe e não via muito sua tia Regina, então o pouco de informação que ela tinha sobre ele ela guardava em um lugar especial em sua mente, tentando inspirar-se nele.

     — Eu não tinha tempo pra treinar em Storybrook. Não podia ficar muito tempo fora de casa ou minha mãe desconfiaria. — ela ignorou a parte sobre seu pai e Neal percebeu que ela não queria falar sobre ele.

     — Bom. Não estamos em Storybrook mais. Eu posso ajudá-la a aprimorar suas habilidades.

     — Não! De jeito nenhum! — a ruiva exclamou. Não iria permitir-se ser “ensinada” por Neal... Charming? Não importava, Robin era orgulhosa demais para tal.

     — Não te dei escolha, ruiva. Iremos te fazer um arco mais tarde. — Neal disse convicto.

     Robin não respondeu, distraída por ter achado a pessoa perfeita para terminar aquele dia perfeitamente.

     Na frente de um tipo de loja, havia dois moradores de rua, um homem e uma criança. A garotinha dormia encostada no homem, que, provavelmente, era seu pai.

     Robin suspirou encarando ambos, ela se sentia mal sempre que via algo como aquilo, mas aquela era a primeira vez que ela realmente podia ajudar. A ruiva imediatamente se dirigiu a eles e deixou um dos Pães que eles haviam comprado com o homem, ele a olhou surpreso, mas em seguida sorriu agradecido, e aceitou.

     Neal não pode evitar a expressão de surpresa em seu rosto, e a garota apenas sorriu, mostrando suas covinhas nas bochechas. Ela estava orgulhosa de si mesma. Seu sorriso era radiante, sem culpa ou arrependimento, apenas como se tivesse tirado um peso de suas costas.

     — Acha que podemos nos virar com dois pães? — a garota perguntou, sem absolutamente nenhuma preocupação.

     Neal a olhou, e em seguida sorriu.

     — Sim. Acho que podemos sim, Robin Hood.

***

     — Por quanto tempo vai me ignorar? — Gideon perguntou, se dirigindo a Luke, que estava sentado no chão, do outro lado da fogueira.

     O silêncio havia começado desde que os outros saíram. Os garotos já haviam ido buscar lenha e acendido a fogueira, mas o mais novo não havia nem aberto a boca para dizer qualquer coisa, enquanto Gideon só ficava mais irritado com o moreno.

     — Não estou te ignorando. — Luke respondeu, encarando o fogo.

     — Então por que não está falando comigo? — Gideon perguntou impaciente.

     — Não quero conversar.

     — Ah, qual é? Fala comigo! Não seja um vovô. — Gideon o provocou, se levantando e indo em direção ao mais novo, e se sentando ao seu lado.

     — Não tenho assunto. — O outro justificou, se afastando um pouco do castanho.

     — Não seja por isso. O que acha de verdade ou desafio? — Gideon perguntou, sorrindo maliciosamente. Sabia como aquele jogo sempre acabava. E geralmente não era um final feliz.

     — Eu não sei se deveríamos. Além disso, estamos apenas em duas pessoas, não fica chato assim? — Luke tentou desviar do assunto.

     — Não. Só fica mais interessante. — O Gold respondeu sorrindo. — Então Lukas, verdade ou desafio?

     Olhando a expressão de Gideon, e o sorriso malandro que se encontrava em seu rosto, Luke teve medo de escolher o desafio, então optou pela outra opção.

     — Verdade. — ele disse, sem muita convicção.

     — Então você sempre sentiu atração por garotos ou foi só o meu charme?

     Gideon sorriu e Luke engasgou com a própria saliva.

     — Eu não acho que deveríamos jogar mais isso. — Luke disse após se recuperar.

     — Vamos lá! Responda. Eu sei que é a segunda opção. — Gideon disse sorrindo e se deitando no chão.

     Luke se sentiu muito irritado com aquela frase.

     — Você é um babaca, não é? Antes de virmos pra cá, eu odiava você. O odiava desde que descobri o que você fez a minha mãe. Então eu te conheci, e você me explicou o que houve de verdade. E o que eu fiz? Eu acreditei em você! Sem ter nenhuma prova ou motivo, eu acreditei! Eu… beijei você aquele dia, por influência daquela mulher! E então viemos pra cá, e você simplesmente dá em cima do primeiro pirata idiota que aparece na sua frente sem camisa! Eu não entendo você! Então, antes de se aproximar de mim novamente, decida quem você quer; o que você quer; e cresça um pouco! — o moreno exclamou exaltado.

     Gideon se assustou com as palavras do moreno, e resolveu manter-se quieto o resto de seu tempo sozinho com Luke, que fez mesmo, com uma expressão satisfeita.

     Os garotos montaram as duas grandes barracas que trouxeram. Haviam organizado tudo antes de pularem no portal. Duas pessoas tratariam uma barraca em forma de mochila. Cada um trazia sua garrafinha, e os outros traziam objetos que precisariam, além de cobertores, mas nenhum deles lembrou-se de levar comida.

     Os minutos demoraram a passar, e, com a tensão entre os dois, era como se um minuto fosse um ano. Robin e Neal foram os primeiros a aparecerem; eles traziam consigo dois pães, que logo foram cortados em três partes e divididos para cada um, deixando dois guardados para Melody e Lylla, que chegaram com horas de diferença de Neal e Robin.

     Lylla explicou que ela e Melody haviam encontrado o navio de seu pai, e que Kyle era o provável filho de Barba Negra. E então explicou seu plano de tomar o navio de volta. Tudo isso enquanto Melody apenas se sentou num canto e devorou seu pão de uma vez só.

     — Não é uma boa ideia, Lylla. Deixe-o com o navio. Não importa mais, papai seguiu em frente dessa vida, e nunca poderemos ficar com ele. — Luke explicou a sua irmã pacientemente.

     — Eu acho uma ótima idéia. — Gideon comentou, sorrindo. — Você não se arrisca Lukas. Sempre acha que é uma má ideia.

     Luke o encarou irritado.

     — Sempre que acho que é uma má ideia, estou certo. — o mais novo retrucou.

     — O que acha de continuarmos aquele jogo que jogávamos antes? — ele sorriu maldoso. — Verdade ou desafio, Lukas?

     Luke sabia que estava sendo desafiado, e não negaria o desafio, não. Era orgulhoso demais para tal.

     — Desafio, Gideon. — ele respondeu da mesma forma que o outro.

     — O desafio a dizer sim para tudo que lhe pedirem durante 24 horas. A partir de agora. Você deve dizer sim. Sim eu posso. Sim eu quero. Sim eu vou.

     — Feito.


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Notas finais do capítulo

Entaaaaaao, onde acham que essas "amizades" e "inimizades" vão dar?? comentem.
bjssss



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