This Is Us escrita por Rayanne Reis


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem?
Vamos conhecer melhor o John e espero que gostem do capítulo e dele que é um fofo também.



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—A melhor babá do universo acaba de chegar. - Agnes anunciou e os irmãos deram gritos de alegria. Eles amavam quando a irmã cuidava deles. Ela os deixava tomar soverte à vontade.

—Ainda bem que já passei da fase de ter babá. - Tyler resmungou.

—Também. Já sou grande. - Henry completou.

—Vocês que pensam. - Edward debochou. - Agnes está no comando e vai ficar de olho em todo mundo. Nada de irem dormir tarde. - apontou um dedo ameaçador para os filhos.

—Pode deixar pai. Vou cuidar muito bem deles. - ajeitou a gola da camisa dele. - Está bonitão, hein? Vai levar a mamãe para onde?

—Vários lugares. - sorriu torto e ela fez uma careta não querendo imaginar como os pais iriam passar a noite.

—Certo... Não preciso saber. Só tomem cuidado.

—E vocês se comportem, nada de bagunça. - alertou uma última vez antes de sair da cozinha.

—O que querem fazer? - perguntou animada para passar um tempo com os irmãos.

—Vamos jogar vídeo game. - Henry apontou para Tyler.

—Lulu e eu vamos brincar na sala. - Hayley avisou puxando a irmã pela mão.

—E você John? Quer fazer algo legal? - Agnes tentou puxar papo com o irmão, mas ele era muito na dele e a interação com ele não era das mais fáceis. - Podemos jogar alguma coisa, o que acha? - ele sorriu meio tímido.

—Tá bom.

—Certo, então. Por que não vai lá na sala pegar um jogo que goste? Enquanto isso, eu dou uma arrumada na cozinha.

Ele assentiu, animado por ter alguém com quem brincar. Os irmãos se dividiam em dupla e ele ficava meio de lado, não era como se fizessem por mal, mas quando ele chegou, a aliança entre eles já estava formada e ele não sabia como fazer parte dela.

John e Agnes jogaram várias partidas do jogo de tabuleiro favorito dele, até que o celular dela tocou e ela saiu para poder conversar com o namorado com mais privacidade. John recolheu as peças e correu para poder guardar no lugar certo. Não queria correr o risco dos pais brigarem com ele.

John entrou na sala e encontrou as irmãs mais novas pulando no sofá.

—Ei, John, vem brincar. - Hayley chamou e ele acabou aceitando, as garotas pareciam estar se divertindo.

Os três ficaram pulando e rindo tanto que John acabou se desequilibrando e esbarrou em Lucy a derrubando de cara no chão.

—Lulu? - desceu no sofá e correu para socorrer a irmã.

—Minha cabeça. - a pequena virou reclamando e os irmãos assustaram ao ver sangue escorrendo pela testa dela.

—Caramba! - John assobiou levando as mãos a testa da irmã para tentar conter o sangramento. - Chama a Agnes, Hayley. - pediu desesperado e Lucy começou a chorar. - Calma Lulu. - ele também começou a chorar. Os pais brigariam com ele, foi o que ele pensou e o choro intensificou.

—O quê? - Agnes olhou para os dois chorando e agachou pressionando o ferimento da irmã com o lenço que usava. - Não chora pequena, vai ficar tudo bem. - falou a pegando no colo. Teria que levar pontos, mas não fora nada grave. - John, não chora, ela vai ficar bem. - apoiou a mão no ombro dele.

—Papai e mamãe vão me devolver. - gritou colocando a cabeça entre os joelhos. - Não vou mais ser seu irmão.

—Não, John. Foi só um acidente, ninguém vai brigar com você. - ela tentou consolá-lo, mas com os dois chorando e Hayley prestes a chorar também, teve que focar em Lucy, resolveria um problema de cada vez. - Tyler, Henry, venham aqui. - gritou pelos irmãos mais velhos que vieram correndo. - Ty, preciso que pegue a Lulu e continue pressionando aqui. - colocou a mão dele onde a dela estava. - Henry tenta fazer o John parar de chorar e coloca ele e a Hayley no carro. Vou pegar os documentos, a chave do carro e ligar para o papai e a mamãe. - os dois assentiram obedecendo a irmã.

[...]

—O que aconteceu? - Bella entrou correndo no hospital e encontrou os filhos, Agnes e Lucy não estavam por lá. John estava sentado num canto chorando, enquanto Hayley permanecia agarrada a Henry. Tyler levantou para falar com os pais. Edward que ficou estacionando o carro, também entrou correndo e parou ao lado da esposa.

—Calma! A Lulu sofreu um pequeno corte na testa. A Agnes está com ela. - apontou para uma porta.

—Que susto. - Bella levou as mãos ao coração, mais aliviada. As crianças viviam machucando e ela nunca se acostumaria com aquilo.

—Será que podem falar com o John? Ele não para de chorar. - ao notar a presença dos pais, o garoto chorou ainda mais e começou a tremer prevendo a bronca que levaria.

—Eu cuido dele e você vai ver a Lucy. - Bella sugeriu e foi até o filho que encolheu ao vê-la aproximar.

—Vão me devolver? - perguntou fungando e ela o olhou confusa.

—O quê? Claro que não. Do que está falando? - tentou tocá-lo, mas ele se esquivou.

—A culpa foi minha. Eu esbarrei na Lulu e ela caiu por minha culpa e agora está doente. - cobriu o rosto com as mãos e Bella o puxou para seus braços.

—Foi um acidente, filho. Você jamais machucaria a sua irmã por querer. Ninguém vai brigar com você por causa disso, não precisa chorar. - ela o apertou firme e ele relaxou um pouco.

—Não vai me devolver? - ele a encarou e Bella secou o rosto dele. - Prometo que vou ficar quietinho e não vou mais chegar perto dos meus irmãos e nem fazer bagunça. Não me devolve, mamãe. Por favor. - suplicou e Bellacomeçoua chorar o abraçando com mais força.

Agora ela conseguia entender o motivo dele ser tão calado. Não era timidez ou algum problema de interação, era medo o que ele sentia. Medo de ser abandonado novamente.

[...]

—Oi Bella, é o Phill.

—Oi Phill, tudo bem? - ela tentou equilibrar as sacolas em uma mão, enquanto que com a outra ajeitava o celular no ombro.

—Mais ou menos. - O jovem coçou a nuca e olhou para o pequeno embrulho a sua frente e motivo da ligação para Bella. - Estou sozinho aqui, e meio que surgiu um problema que não sei como resolver. - Ela riu do nervosismo do garoto. Ele estava há pouco tempo no grupo, mas era muito participativo e apesar de ter apenas 16 anos, gostava muito de se envolver nas causas.

Bella e o grupo, com o apoio de alguns empresários, incluindo Edward e Emmett, haviam legalizado a situação da ONG e agora atuavam com mais força e organização. Como ela não podia ficar viajando, ficou com a parte administrativa da organização e era a responsável pela coordenação das ações do grupo.

—Não se preocupe. Chego em 10 minutos. - Avisou jogando as sacolas no porta malas do carro.

[...]

—Esse é o problema? - Bella pegou o pequeno embrulho nos braços e começou a analisá-lo com preocupação.

—Pensei em levar ele para o hospital, mas fiquei com medo de acharem que sou o culpado. - Encolheu os ombros com medo dela achar o mesmo.

—Phill, não foi você que abandonou um bebê aqui. - o tranquilizou procurando uma coberta para aquecer o recém nascido. - Fico me perguntando o porquê terem o deixado aqui e não num hospital. Tadinho. - o envolveu na coberta e depositou um beijo na testa dele. - Vai ficar tudo bem meu anjo. - ela não sabia como alguém poderia ser capaz de abandonar uma criança e na mesma hora veio a lembrança dos filhos, fazendo seu coração ficar ainda mais apertado. Amava tanto os filhos, independente se ela tinha os gerados ou não. Para ela e Edward não havia diferença e eles amavam os quatro por igual. - Preciso que vá comigo até o hospital. Já pegou sua licença? - o garoto sorriu satisfeito por finalmente alguém deixá-lo dirigir. - Então vamos lá, esse anjinho precisa de cuidados urgente.

[...]

—Ei, cadê você? - Edward olhou para o relógio, a esposa deveria de estar em casa há duas horas.

—No hospital. - ouviu o ofegar do marido, ele sempre pensava no pior. - Calma. Vim trazer uma pessoa e você não vai acreditar. - ela contou todos os detalhes e lágrimas rolavam pelo rosto dela. Estava inconformada com a situação e precisava fazer algo. - Você tem que o ver Edward, ele é tão lindo, frágil, parece tanto com o Henry e eu não sei explicar, mas quando o peguei, foi como se tivéssemos uma ligação e eu…

—Aceito. - respondeu a interrompendo.

—Aceita? - perguntou confusa. Ele nem sabia o que ela iria propor.

—Aceito adotá-lo. - explicou sorrindo.

—Como sabia que era isso que iria falar? - ela ainda se surpreendia com a sintonia entre eles.

—Você está com a mesma voz de quando eu liguei para você e falei sobre o Tyler. Foi olhar para ele e saber que ele pertencia a família. — era exatamente o que aconteceu com ela. Aquele bebê precisava de uma família e ela sabia que ele pertencia a eles. - Vou ligar para a Carmen e ver o que ela consegue fazer.

—Obrigada e eu te amo, Edward. - sussurrou emocionada.

—Também te amo baby e não vejo a hora de conhecer nosso novo filho.

[...]

—Como assim você não pode fazer nada? - ele estava a quase uma hora no telefone com a assistente social. - Você nos ajudou com o Tyler? Por que não pode fazer o mesmo agora?

—Edward, as situações são diferentes e não estou no caso. Não posso simplesmente passar vocês na frente de várias pessoas que estão na fila esperando há anos para adotarem. Se vocês quiserem, posso colocar vocês na fila, mas infelizmente, essa criança vai para outro lar. Sei que vocês são pais incríveis, só que não a nada que possa fazer. Existem leis e regras e não posso quebrá-las.

—Droga, Carmen! A Bella ficou tão apegada ao menino.

—Lamento, Edward, mas não posso fazer nada. - respondeu com paciência e firmeza, ele poderia ficar horas argumentando com ela, por isso precisava deixar bem claro que não havia como mudar aquela situação.

—Certo. - Encerrou a ligação sem se despedir. Ele sabia que a culpa não era dela e que se pudesse, ela os ajudaria, mesmo assim, ele estava com raiva e frustrado por não ter conseguido ajudar Bella.

[...]

—Sr. Cullen? É a Carmen Rivers. - Ele quase deixou o celular cair. O que ela queria? - Está podendo falar?

—É claro. - pigarreou e sentou preocupado com a ligação dela. - Algum problema?

—Espero que seja uma solução. Lembra do garoto que foi abandonado na porta do instituto da sua esposa? - ele lembrava como se fosse ontem. - Ele está disponível para adoção e como vocês demonstraram interesse em adotá-lo quando recém-nascido, gostaria de saber se ainda tem interesse. - ela sabia que eles haviam adotado uma menina há menos de um ano e que eles tinham outros filhos, mas resolveu correr o risco e entrou em contato.

—É claro que sim. - respondeu sem pensar duas vezes. - Só não consigo entender isso. Ele não tinha sido adotado?

—Sim, mas tiveram alguns problemas. O primeiro casal que o adotou, não conseguiu se adaptar a ele. O segundo, eles se separaram e nenhum dos dois quis continuar com ele e o terceiro, tivemos que resgatá-lo, pois ele estava sendo agredido.

Foi como se Edward tivesse levado um soco no estômago. O pobrezinho além de ter sido abandonado pelos pais, passou por três lares adotivos e sofreu agressões? Pelos cálculos de Edward, ele deveria ter quatro anos... Ninguém deveria passar por tanto sofrimento, muito menos alguém tanto novo e inocente.

—Se vocês tivessem o deixado conosco, isso não teria acontecido. - rosnou revoltado.

—Foi lamentável tudo o que aconteceu com ele, mas não tínhamos como imaginar o que aconteceria. - ela pigarreou desconfortável com a situação. Também se sentia um pouco culpada. - Ele é uma criança adorável, mas devido a tudo pelo que passou, ficou bem recluso. Se ficarem com ele, terão que ter paciência.

—Carmen. - interrompeu e já estava de pé pronto para sair. - Ele só precisa de amor e de cuidados e isso é o que oferecemos a ele. Quando podemos buscá-lo? - provavelmente, deveria conversar com Bella primeiro, mas ele sentia que havia falhado com ela uma vez e não queria correr o risco de o pequeno ir para outra família. Sabia que todos aceitariam o garoto de braços abertos, sem falar que ele pertencia a família desde que Bella o pegou pela primeira vez.

[...]

—John, você tem medo de mandarmos você embora? É por isso que fica tão calado?

—Não quero que me mandem embora, eu fico quietinho. Eu juro.

—Querido, nós nunca, nunca mesmo vamos te mandar embora. Você é nosso filho, meu anjo. Eu...Nós te amamos muito. Não precisa ter medo e nem ficar tão quietinho. O que aconteceu com a Lulu foi um acidente, não foi sua culpa. Ela vai ficar bem e você também. - ele a olhou com desconfiança. - Nunca te contei isso, mas fui uma das primeiras pessoas a pegarem você no colo. Um amigo encontrou você e eu te levei para o hospital. Na verdade, te trouxemos exatamente para esse hospital. Seu pai e eu quisemos ficar com você, sabia que você deveria ser meu filho, mas infelizmente, eles te mandaram para outra família.

—E depois outra e outra. - completou fungando.

—Sim. Essas pessoas eram umas bobas por não te tratarem bem, mas nós não somos assim. Nós te amamos e vamos proteger você sempre.

—Você é nosso irmão, John. - Hayley tocou o ombro dele. - Não foi culpa sua a Lulu ter caído.

—É, John, esquece isso e desculpa por não brincarmos muito com você. - Henry colocou a mão no outro ombro do irmão. - Nós te amamos.

—Todos nós. - Tyler completou. - Vamos proteger você, irmãozinho.

—Viu? - Bella sorriu para ele. - Você é amado e nunca deixaremos você ir embora. Você faz parte dessa família.

Ele abraçou a mãe e chorou, mas dessa vez, não foi de medo, foi de alívio e alegria por saber que não precisaria mais se preocupar. Ninguém o devolveria dessa vez. Estava no lugar certo, finalmente.  

—Olha só que está novinha em folha? - Edward carregava a filha no colo.

—Está bem, Lulu? - John perguntou preocupado.

—Sim. - se debateu no colo do pai até conseguir inclinar o suficiente e dar um beijo na bochecha do irmão. - Obrigada. - John acariciou o local e sorriu. Não havia dúvidas de que estava tudo bem.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Acho que é melhor a Agnes rever o título dela de melhor babá do universo, rsrs. O John é uma graça também e teve um começo bem difícil, mas agora que eles sabem a verdade, as coisas vão melhor.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.