This Is Us escrita por Rayanne Reis


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Obrigada por estarem acompanhando e pelos comentários. Espero que gostem e boa leitura!



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—Que gato você está. - Bella assobiou e tirou uma foto do filho, que abaixou a cabeça, envergonhado.

—Para mãe. - resmungou cobrindo o rosto com as mãos e evitando maiores fotos e constrangimento.  - É só um baile, não estou indo ganhar o prêmio da NBA.

—Me aguarde quando ganhar. - avisou e aproveitou para tirar mais fotos.

—Temos que registrar todos os momentos. Agnes passou por isso, então todos vão passar. – Edward explicou apontando para os filhos.

—Me lembre de ir escondido ao baile. - Henry sussurrou para Hayley, que balançou a cabeça concordando com a ideia dele.

—Por falar nela… - Edward virou para Bella. - Cadê a nossa filha? - era sábado e normalmente ela estaria em casa.

—Saiu com o Connor e vai passar a noite fora. - largou o celular e começou a vasculhar o armário em busca de nada em especifico, só não queria olhar para o marido e entregar o que a filha realmente faria, se bem que pelo ofegar dele, já havia imaginado o que era.

—E você deixou? - gaguejou e Tyler aproveitou para sair de fininho e ir esperar o pai no carro. - Quanta irresponsabilidade a sua. - a acusou e Bella virou furiosa para ele.

—Ela já é uma adulta. - rebateu e ele bufou. - E eu sei exatamente onde ela está e com quem. E se estiver em segurança, não vejo problema algum.

—Não quero ser avô. – choramingou levando as mãos a cabeça. - Minha menininha. - Bella riu dele, será que ele realmente achava que a filha ainda era tão inocente assim? - Espero que tenha conversado com ela.

—Agnes vai ter um bebê? - Hayley levou às mãos a boca. Ela estava chocada, mas animada pela possibilidade de ter mais um bebê na família.

—Ninguém vai ter bebê nenhum. - Edward garantiu. - Então… - encurralou a esposa entre a bancada da cozinha. - Vai dizer onde nossa filha está para que possa passar por lá e verificar se está tudo bem?

—Nem sonhando. Deixe a menina ser feliz. - o empurrou de leve e foi até a mesa onde os filhos estavam brincando com um jogo de tabuleiro. - É melhor ir ou vão chegar atrasados. - o enxotou com um aceno.

—Eu vou mesmo. Preciso de ar depois dessa informação, mas não pense que essa conversa acabou. - deu um beijo nela e nas crianças.

—O papai é tão estressado. - Hayley comentou jogando os dados.

—Tio Emmett diz que ele é paranóico. - Henry completou fazendo uma careta ao ver a irmã passar na frente dele.

—Eu acho o papai muito engraçado e legal. - John saiu em defesa do pai. Esticou para pegar os dados. - De quanto eu preciso, mamãe? - Bella olhou para o jogo.

—Cinco. - sorriu para ele que estava finalmente interagindo com os irmãos. Era bom vê-lo assim.

—Cinco, cinco. - sussurrou balançando os dados.

—O pai de vocês é incrível e apesar de ser um pouquinho exagerado, ele ama muito vocês e só quer vê-los bem.

—Ele ficou bravo porque a Agnes está com o Connor?

—Um pouquinho.

—E você está brava porque o Tyler vai sair com uma garota? - Henry fez outra careta. John também estava na frente dele.

—Brava não. Um pouco enciumada talvez. Dá um aperto ver que estão crescendo e que não precisam mais de nós. Daqui a pouco estarão grandes e vão se mudar e só vou vê-los nos feriados. - os olhos dela encheram de lágrimas ao imaginar a casa vazia.

—Nunca vamos abandonar vocês. - John garantiu dando um beijo estalado na bochecha da mãe.

—É mamãe. Mesmo quando ficar grande e tiver os meus filhos, eu vou cuidar de vocês.

—Agora estou me sentindo uma velha. - fungou segurando o choro.

—Chora não, mamãe. - Lucy estendeu os braços para abraçá-la, ela também estava prestes a chorar e Bella a pegou no colo.

—Por que está toda grudenta? - perguntou cheirando a filha e enrugou o nariz incomodada com o odor.

—Nada. - escondeu as mãos.

—Por que o Mamute está todo sujo? - Henry apontou para o cachorro do irmão, que olhava para Lucy.

—E ele está fedendo. - Hayley cobriu o nariz.

—Terminem o jogo enquanto eu resolvo isso. - saiu carregando a filha e puxando o cachorro pela coleira.

[...]

—Oi. - Edward virou sorrindo para cumprimentar a acompanhante do filho, mas o sorriso morreu ao ver que o filho estava sozinho, e, a julgar pela forma com a qual ele bateu a porta do carro, com muita raiva também. - O que aconteceu?

—Nada. Vamos embora. - rosnou e retirou o paletó o jogando de qualquer jeito no chão do carro.

—Não vamos sair daqui até que me diga o que aconteceu. - virou para encará-lo melhor.

—Vamos embora agora. - gritou o assustando. Aquele não era o comportamento habitual do filho, por isso, Edward não falou nada e o esperou se acalmar. - Desculpa, pai.

—Onde está a sua acompanhante? - perguntou calmamente.

—Ela está doente e não poder ir. - Edward e Bella quase sempre sabiam quando os filhos estavam mentindo, e Tyler claramente estava.

—Você pode ir sozinho e se divertir com os seus amigos.

—Não. Eu quero ir embora. Minha cabeça está doendo.

—Se você não vai falar, vou descobrir por conta própria. - avisou já abrindo a porta do carro.

—Não! - Tyler gritou antes que ele saísse. - Eu só quero ir embora e esquecer tudo isso. A vida é uma merda. - fungou para não chorar. - O pai da Natalie disse que a filha dele não vai sair com alguém como eu. Isso tudo é ridículo. Se vou a uma loja bacana, as pessoas acham que vou roubar, e agora, o que ele acha? Que vou sequestrar a filha dele? Só por causa da cor da minha pele? Ele é um idiota preconceituoso. - gritou socando o painel do carro. Edward não pensou duas vezes, saiu do carro e marchou até a porta da casa.

—Pois não? - um homem grisalho atendeu a porta e Edward imaginou que fosse o pai da garota. Ele, normalmente, era uma pessoa que conseguia se controlar muito bem e não gostava de violência, mas aquela não era uma situação normal e para não agredir o homem à sua frente, ele teve que colocar as mãos no bolso da calça.

—O Tyler pediu para que eu os levasse e os buscasse no baile, para que a sua filha ficasse em segurança, ele não queria que eles tivessem que pegar um táxi tarde da noite e correrem algum tipo de risco. Ele pediu para a mãe o ensinar a dançar, pois não queria que a sua filha se sentisse envergonhada por ele pisar nos pés dela o tempo todo. Ele se arrumou todo e cortou a grama dos vizinhos para conseguir dinheiro para comprar um presente para a sua filha, eu disse que daria dinheiro a ele, mas ele não quis, preferiu comprar com o próprio dinheiro. Tyler é um cavalheiro, extremamente educado, gentil e não ofereceria bebida a sua filha e muito menos a levaria para algum lugar e abusaria dela, ao contrário do que muitos vão fazer essa noite. Ele é muito inteligente e já tem propostas de faculdades, porque ele é incrível no basquete. Mas você não quis saber de nada disso, não deu a oportunidade para que ele se apresentasse. Tudo o que te importa é que ele não é branco, loiro e nem tem os olhos claros. Eu sinto pena por você e ainda mais pela sua filha, que tem um pai tão vazio, que vai ser incapaz de ensinar algo de bom para ela. Tyler é meu filho e se você o maltratar novamente, eu não vou me controlar. - Edward deu um passo a frente ficando quase colado a ele. - E se você é incapaz de entender que as pessoas são muito mais do que a posição social ou a cor delas, eu vou fazer com que você entenda isso com as minhas próprias mãos. Só estou me controlando agora por respeito ao meu filho e a sua filha. - olhou para a garota parada ao lado da mãe. Ela estava com a maquiagem borrada devido ao choro.

Edward deu as costas para ele e passou o braço em volta no ombro do filho que acompanhou tudo com medo do pai se envolver em alguma briga, mas respirou aliviado ao ver que estava tudo certo.

 

[...]

 

— Pai?- Chamou, erguendo os olhos, fazendo Edward parar e se virar.

— O que foi campeão? - forçou um sorriso, não queria que o filho visse a tristeza nos olhos dele. Quando eles chegaram em casa, Tyler subiu correndo para o quarto. Edward contou a Bella o ocorrido e depois foi atrás do filho ver se ele estava bem.

—Vai ser sempre assim? - Perguntou. Não precisava dizer mais nada, Edward havia entendido exatamente o que o filho queria dizer. Calmamente, se aproximou da cama e sentou ao lado do menino.

— O mundo não é muito justo, filho. Existem algumas pessoas que… - como poderia explicar aquilo? - Para algumas pessoas, não importa se você é educado, inteligente, honesto ou talentoso, e acredite Tyler, você é tudo isso e muito mais. E não é porque você é meu filho que digo isso. Você é realmente um garoto incrível e vai ser um homem maravilhoso, disso eu tenho certeza absoluta. A mulher que se envolver com você, vai ser extremamente sortuda. Talvez seja essa garota que você iria levar ao baile, ou não. Você ainda é muito novo e vai conhecer muitas pessoas até achar uma pessoa que te ame e te aceite como você é, sem nenhuma ressalva. Não sei se essa garota é assim, só sei que o pai dela não é. Para ele não importa se você iria ser respeitoso com a filha dele e manteria a segurança dela. Ele prefere que ela saia com um idiota, desde que ele seja do jeito que ele considera aceitável, do que deixá-la sair com você. E a culpa não é sua, filho. Nunca vai ser. O preconceito é uma merda e nunca deveria de ter existido e muito menos deveria de ainda existir. - Edward abraçou o filho que chorava em silêncio. - O que aconteceu hoje, eu queria poder jurar para você que nunca mais vai acontecer, filho. Mas eu não posso. - secou uma lágrima e segurou o rosto dele entre as mãos. - Eu queria te proteger desse mundo horrível, mas eu não consigo. O que posso fazer é ficar ao seu lado e segurar a sua mão e te dar forças para continuar a lutar. Eu te amo muito e sempre irei brigar por você. Sei que você não gosta, mas eu não vou aceitar ninguém magoar o meu filho.

—Obrigado, pai. Eu te amo. - se jogou nos braços do pai. Edward gostaria que ele fosse menor para poder mantê-lo ali para sempre e não soltá-lo nunca mais.

—Sempre estarei aqui por você. - declarou. - Quer que durma aqui com você? - Tyler o olhou como se ele estivesse doido.

—Não sou mais criança, pai. - fez uma careta rindo.

—Para mim sempre vai ser. - deu um beijo na testa do filho. - Tenha uma boa noite, filho. E se precisar, já sabe. - avisou antes de sair do quarto.

 

[...]

 

—Como ele está? - Bella não conseguiu dormir sem saber se o filho estava bem. Edward contou brevemente o que aconteceu e depois foi conversar com o filho. Ela estava indignada e queria fazer algo, mas confiava que o marido havia lidado da melhor forma possível.

—Chateado. - declarou sentando de costas para ela na cama. - É tão revoltante isso.

—Eu sei. - passou os braços em volta dele. - E infelizmente, não podemos mudar isso. Queria guardar todos eles em um potinho e os proteger de todo o mal.

—Também queria baby. - virou de frente para ela. - Como não podemos, temos que ensiná-los a lidar com essas situações e a serem fortes. Eu queria socar a cara daquele idiota. - cerrou os punhos. - Quero fazer picadinho dele.

—Isso só pioraria as coisas. Violência não leva a lugar nenhum. Embora também tenha vontade de socar algumas pessoas.

—Eu estava disposto a partir para cima dele, mas o que isso mostraria ao Tyler? Que ele só vai conseguir resolver as coisas com violência? - balançou a cabeça e Bella o puxou para junto dela, deitando na cama com ele descansando a cabeça em seu peito. Ela sabia como deixá-lo mais relaxado, então começou a acariciar os cabelos dele. - Isso é bom. - fechou os olhos mais tranquilo. - A garota parecia que queria realmente sair com o Tyler, estava chorando.

—Isso é tão horrível. Mas eles ficaram bem. - depositou um beijo nos cabelos dele.

—Eu sei que o Ty vai, ele nos tem e vamos apoiá-lo. - garantiu e Bella concordou. - Nós somos assim meio doidos, mas apoiamos um ao outro e estamos sempre lá para ajudar.

—Sempre, não importa a situação. - prometeu e ele aconchegou melhor nela quase pegando no sono.  - Podemos soltar o Fish II para cima desse idiota. - sugeriu e Edward sorriu.

—Isso me deixaria mais satisfeito. E não estaríamos, tecnicamente falando, usando de violência. Fish II seria responsável pelos seus próprios atos.

Eles odiavam se sentirem impotentes, não queriam que nada de ruim acontecesse aos filhos. Sabiam que não poderiam afastar todos os medos e perigos e que na maioria das vezes estavam de mãos atadas, como no caso de Hayley, onde eles só podiam era cuidar da melhor forma possível deles e torcer pelo melhor. Mas uma coisa estava no controle deles e que eles podiam e faziam que era amar os filhos incondicionalmente.

O amor tudo suporta, lembrou da passagem bíblica. E se havia amor, eles superariam os obstáculos, não importando o quão grande fossem.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Amo demais essa família linda e eles são muito fofos. Tyler passou por uma situação bem difícil, mas ele tem os pais e os irmãos para o apoiar e ele vai superar mais essa. Edward vai ter uma ideia excelente para deixar todo mundo feliz.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.