Hold on escrita por Brru


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Uma nova proposta, espero que gostem ;)



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— Você tem que se casar!- o homem mais velho exigiu.

— Você acha que não sei disso? - o outro homem respondeu sem ao menos distrair-se de seus afazeres. - Basta que eu anuncie que estou procurando uma noiva, e senhoras de todas as regiões, trarão suas filhas a porta de minha casa.

— Aurélio.. - o velho já sem paciência, sentou-se.- Você não pode se casar com qualquer uma. Tem uma reputação a zelar.

— Darei um baile. - suspirou, e enfim olhou para seu fiel escudeiro, Afonso. -.. E então escolherei minha esposa, esta satisfeito?

— Bom, chego a me surpreender.. Você odeia bailes.

— Não os odeio.. Odeio a gente que os frequenta. - fechou a pasta onde estudava quem acumulara dívidas de empréstimos. Logo exigiria que todos os pagasse. - Você já pode ir.

— E pra quanto deseja que eu marque o baile?

— O mais rápido possível. - levantou-se de seu acento. - Preciso de uma esposa para ter um herdeiro, nada além disso.

— Falas como se não tivesse um bom coração.. Mas sei que tem.

— É claro que tenho um coração, Afonso, se não o tivesse certamente eu estaria morto.

— Não me refiro a isso, o senhor sabe.

— Sei que você me conhece bem o suficiente para saber que odeio este tipo de conversa.

— Sim, me desculpe, Senhor. - disse o homem dando o braço a torcer. - Com licença.


O vento frio fez Aurélio olhar pela janela, mas o não fizera por exatamente por sentir frio, e sim por sentir que aquele sempre fora o seu estado de espírito, frieza. Perdera toda a quentura do seu mundo quando sua mãe enfim falecera o deixando aos cuidados do pai. O Barão era um homem exigente, e cruel. Jamais deixou que o filho vivesse como um jovem pecaminoso e libertino, Aurélio passou a viver para os livros, e para seguir as ordens do pai. Logo aprendera que jamais em sua vida deveria baixar a cabeça, principalmente para uma mulher; elas os devia servir. No entanto, esse seguimento não lhe caia bem, apesar do homem duro, e neovoo que se tornou, tinha respeito e admiração pelas mulheres. Sua mãe antes de ir-se o deixou esse legado, e ele jamais a decepcionaria de tal forma. Contudo, o máximo que conseguia ser era respeitoso.. palavras doces? não atravessavam sua garganta.. sentimentos? ele não sabia ao certo o que essa palavra significava, talvez esquecera, quando sua mãe se fora para o paraíso e o deixou no mar do inferno junto ao seu pai.

....

Uma semana depois


Certa tarde na fazenda Sampaio a chegado um certo convite.

— Um baile! - a mãe gritou.

— Baile? - indagou Mariana enquanto comia algumas uvas.

— Não fale de boca cheia, menina. - a mãe a advertiu. - Onde está Julieta?

— Disse que iria cavalgar.

— A essa hora? - mãe perguntou incrédula olhando pelo janela. - Esta a ponto de cair uma tempestade!

— A senhora sabe que... - Mariana comeu outra uva. - Ela não se importa com isso! Julieta é como.. hmmm.. Um jovem aventureiro.

— Mariana! Não fale isso de sua irmã. Julieta é uma Lady..

— Ah, mamãe.. Julieta pode ser qualquer coisa, menos uma Lady. Gostaria de ser como ela, forte e determinada, mas nasci para o ócio.

— Nasceu para se casar, isso sim! Ambas! - sorriu a mulher de repente lembrando de quão lindas eram suas filhas. - Esse baile é a chance.. Farei promessas, e rezarei todas as noites, uma de minhas filhas a de sair desse baile com um pretendente.

— Deus, parece que estamos desesperadas. - um trovão raiou no céu dando sinal que a chuva estava próxima.

— E não estamos? Seu pai perdeu toda a nossa herança em jogos e bebidas. Não temos quase nada, minha filha.

— Eu sei, mamãe, me desculpe. Mas sempre nos disse que não há nada mais magnífico na vida de uma mulher do que se casar por amor..

— Sim, sim... Eu disse. - a mulher sentou-se olhando para suas mãos cálidas. - Me perdoe, minha filha. Estou colocando meus interesses a frente da felicidade de vocês. Prefiro morrer na pobreza do que vê-las infelizes. - Mariana sorriu. De repente a moça sentiu uma brisa em seu rosto, e se deu conta que sua irmã havia chegado.

— Julieta! - gritou. Os cabelos da mesma estavam soltos e molhados, os lábios roxos e seu corpo totalmente trêmulo. A chuva havia a castigado.

— Onde você estava? - a mãe indagou e correu em sua direção com uma manta em mãos. - Você ainda irá acabar se matando menina.

— Estava na fazenda vizinha. - sorriu. - Nasceram mais bezerros, mamãe. - a mãe virava os olhos. - Ah, e eu recebi uma proposta sobre soberano. - seu sorriu cessou. Soberano era seu cavalo preferido, fora um presente de seu pai antes que ele partisse.

— Você não pode vender o seu cavalo, Julieta. - Mariana disse.

— E o que espera que eu faça, Mariana? Mal temos comida para nós.. E não vou deixá-lo morrer de fome. Pelo menos o verei quando quiser.

— Não, senhorita.. Já a disse que não a quero no meio daqueles peões! Isso é impróprio! - Julieta bufou.

— Se eu o vender, precisarei vê-lo, mamãe.. Soberano me faz matar a saudade que tenho de papai.

— Eu entendo, meu amor.. Mas já falam demais de nossa ruína, não quero uma filha manchada. - a mulher disse tristonha. - Aliás, Deus deve ter ouvido minhas orações.. - levantou-se ficando de frente a Julieta. - Recebemos um convite.. para um baile!

— Baile? Há séculos não vejo falar de um! - Julieta murmurou roubando algumas uvas de Mariana.

— Por que não nos convidam.. - a irmã mais nova acertou a mão da mais velha a impedindo que comesse as últimas uvas que ainda lhe restavam.

— Aaah.. - Julieta assentiu.

— Não sejam tão desanimadas!

— Dona Guadalupe, a senhora é muito esperançosa. - Julieta riu do cometário da irmã.

— E quem nos convidou?

— O Barão de Oro Verde!

— Não vamos a esse baile! - Julieta disse rapidamente.

— É claro que irão! - a mãe hordenou. - É uma grande oportunidade para um..

— Casamento.. - Julieta a interrompeu. - Mamãe tenho vinte e quatro anos, já sou considerada uma solteirona, não tenho mais chances de casar-me.

— Não diga asneiras, Julieta. Moças mais velhas já se casaram... Você ainda é muito jovem! E sim, irão ao baile.

— Mãe, eu detesto esse homem! - Mariana sorriu ao ouvir as palavras de sua irmã. A mesma sabia perfeitamente que Julieta tinha um apreço pelo Barão, o achava mistérioso, e certa vez dissera que seu jeito a despertava calores diferentes.

— Mariana! - a mãe gritou. - Não há nenhuma graça na desobediência de sua irmã.

— Mamãe, esse homem da medo as pessoa. - Julieta insistiu.

— Não em você. - e Mariana a entregou.

— Calada! - Julieta disse entre os dentes.

— Tudo bem, evite vê-lo.. Faça algo! No entanto, vamos a esse baile..

— Mas..

— Esta tá decidido! E vá para seu quarto, tire esse vestido antes que fique resfriada.

Julieta deu passos firmes até o seu quarto, e quando fechara a porta, deu pulos incessantes. Finalmente teria a oportunidade de conhecer o homem que em certas noites visitava seus sonhos. A moça tinha certeza que por trás de tanta escuridão havia um homem cheio de virtudes a serem desfrutadas. Jamais sonhara que teria chances com tal, provavelmente esse baile era um convite para o mesmo finalmente encontrar sua esposa, a baronesa. E isso estava fora do seu alcance... Mas o vería de perto, não por trás das ventanas quando o mesmo vinha a fazenda dos seus pais para cobrar seu pai.. Talvez se atreveria a buscar algo em sua casa.. Respostas.. Não sabia ao certo.


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