Educação escrita por vickdecullen


Capítulo 3
Capitulo 3




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—Bels? - Chamou Jacob- Alô? Bels?

Jacob estala os dedos enfrente de Isabela, que ainda estava encarando a porta, por onde Edward havia saído. Seu perfume ainda estava no ar então sabia, que sua presença ali, tinha sido real.

—Sim? - Respondeu ela saindo do seu devaneio e voltando o olhar a Jacob.

—Você está bem? Parece meio pálida – Disse colocando a rosto de sua mão na testa da amiga.

—Bom deve ter sido essa tequila del demonio que você me deu – Respondeu rindo.

Jacob ficou um pouco mais aliviado e suspirou.

—Que susto, achei que estava tendo um derrame! Estou te chamando a uns 5 minutos de lá de dentro.

—Deve ser o cansaço Jake, me desculpe – Respondeu pegando alguns copos que estavam na pia os levando para o armário – Fiquei um pouco distraída, sabe quando olha para o nada?

—Sim, fico off as vezes no trabalho também...

A partir dali Bela escutou Jake falar e respondia apenas no automático. Estava perdida nos pensamentos dos futuros acontecimentos que viriam acontecer na sua vida. Será que deveria ter aceitado? Ou será que na verdade ele era um mafioso e iria sequestra-la? Claro que não! Bastava pesquisa-lo na internet. Hoje em dia o trabalho de FBI de uma mulher era mais fácil. Voltaria para casa determinada a fuxicar a vida do Senhor Cullen. Cristo, nem sabia seu primeiro nome!

—Ei Jake, você por acaso conhece o senhor Cullen? - Perguntou enquanto passava vassoura no chão do restaurante.

—Já o vi algumas vezes na casa- respondeu sem tirar o olhar dos copos que lustrava- Sujeito discreto, mas quando gosta do serviço costuma dar uma ótima gorjeta.

Isabela tinha certeza disso.

—Porquê?

—Oh nada, ele apareceu aqui no bar alguns dias atrás. Parecia ser importante – respondeu demonstrando desinteresse, mas sabia que Jacob adorava falar, e o assunto não morreria.

—Ah e ele é. O homem é dono de uma das maiores distribuidoras de sistema logaritmo nos Estados Unidos. Começaram como uma pequena empresa e hoje já entraram em todos os tipos de negócios com seu serviço.

—Como sabe de tudo isso? – Perguntou Isabela curiosa.

—Google, mamacita— respondeu divertido – Quando recebi a primeira gorjeta dele tive que buscar. Quer dizer, trezentos dólares de gorjeta? Fiquei no mínimo curioso.

Isabela assobiou - Um belo upgrade na conta do mês- respondeu ela.

—Sim, normalmente quando vem, eu preparo os seus drinks em tempo cronometrado. Ele gosta de seguir um padrão. Pede a mesma entrada, prato principal e sobremesa, e para cada um, uma bebida diferente. Alemão. Só podia ser no mínimo excêntrico.

—E vocês chegaram a conversar? - Perguntou chegando mais perto do bar onde Jake estava.

“Quem disse que precisaria passar por uma detetive, tento Jacob como testemunha ocular?“

—Bom, nunca chegamos a conversar, ele é realmente muito reservado e raramente aparece acompanhado. Sempre procura estar em algum lugar mais reservado. Nunca o vi quando a casa está cheia, e sempre que vem é a noite. Bom com sua fama entre os executivos e jovens aspirantes de plantão, ele se tornou bem popular em Nova York. Ele e seus sócios apareceram na capa da Forbes a uns anos atrás quando a empresa entrou na bolsa de valores.

—Parece ser uma pessoa realmente muito interessante, como se chama?

—Edward. Edward Cullen – respondeu – mas porque o interesse nele?

Isabela corou e fingiu que varria algo preso no chão, para que Jacob não notasse.

—Bom, semana passada quando cobria seu plantão, eu o lhe preparei um drink, só isso.

—E o que ele achou do drink? - Perguntou parando o que fazia para olhar Isabela. Jacob era vaidoso quando se tratava de sua qualidade no trabalho, seja como advogado ou como bar tender.

—Ficou satisfeito, mas não haveria como não gostar, afinal sou sua melhor aluna.

Jacob sorriu satisfeito e voltou a polir os copos.

—Sim – pigarreou para tentar disfarçar seu contentamento – bem só poderia confiar em você para servir o senhor Cullen, Alice provavelmente tiraria o cara do sério.

—Pobre Alice! Ela não é tão ruim assim.

Jacob voltou a encara-la agora com ar de ironia.

—Bels, sei que quer defender sua amiga, mas sejamos sinceros, ela é perfeita na cozinha e não para preparar drinks.

—Que crueldade!

—Ah é? E por acaso, não se lembra do dia de São Patrício?

No dia de São Patrício, a casa havia aberto mais cedo e precisariam de toda a mão de obra possível para o bar, pois era o dia mais movimentado do ano. Depois do tradicional desfile, uma multidão de pessoas vestidas de verde, encheram a Upper East Side para se embebedarem em pleno espirito irlandês. Era o primeiro mês de Isabela em Nova York e tinha começado a trabalhar na Grooming recentemente. O senhor Carlos, que adorava o dia de São Patrício tinha dispensado os cozinheiros e tirado todas as cadeiras da casa. Serviria drinks de graça para os primeiros 100 clientes e havia decorado o bar inteiro com a temática de sore irlandesa. Alice por ser sua filha, foi “convidada” a ajuda-los no bar.

Mesmo que tenha protestado, Alice apareceu e tentou cumprir com seu dever. O resultado de juntar, uma sous chef formada na Institute of Culinary Education, atrás de um bar na Upper East Side, não poderia ter sido mais desastroso.

Alice conseguiu embebedar 50% dos clientes num nível de descontrole total! As doses que ela servia eram fora do recomendado e o resultado foram de uma janela quebrada e duas prisões na porta da Grooming. Bom, se antes ela não queria trabalhar no bar, agora ela conseguira um mandato de afastamento!

—Ora, ela sabia muito bem o que fazia! Foi de proposito para nunca mais ter que trabalhar no bar. Ela sabe que o pai é ponta grossa, e ainda estava chateada porque não poderia ir para Aspen com Jasper.

—Mesmo assim, não confiaria nela. Se o senhor Cullen tomasse um drink que não fosse bem preparado era capaz de ofendê-la, e o senhor Carlos não iria querer algo desses acontecendo, com sua preciosidade. Perderia um excelente cliente.

—É verdade – respondeu Isabela rindo – “O que você falou par o meu benzinho?“— Imitou a voz grossa do chefe.

—“Cuide bem da minha picorucha Jasper, ou lhe quebro um dente”- continuou Jacob.

Os dois riram e continuaram com a finalização da limpeza do bar.

Edward acordou mais cedo do que o costume, tinha perdido o sono logo as 03:30 da manhã, o que não lhe era incomum, pois dormia pouco. Ligou nas noticias e ficou deitado nu, em sua gloriosa cama. Pensava no encontro que teria com Isabela.

Não conseguira extrair muita informação de Parker, o chofer da Grooming, mas bastou algumas notas e já sabia seu itinerário, seu nome e sobrenome. A internet fez o resto do serviço. Descobriu que tivera morando em lugares diferentes a algum tempo e que tinha um cachorro no Brasil que aparecia com frequência nas redes sociais. Ela era ainda mais bonita sem a roupa de trabalho. Tinha um astral leve e aventureiro. Edward decidiu não ir tão a fundo em sua vida, para preservar o mistério. Ainda poderia ser considerado antiquado, mas gostava de se surpreender com a vida real e não ansiava as redes sociais.

Queria surpreende-la. Queria poder conversar com ela como fizeram no bar. E mais do que tudo, queria transar com ela de todas as formas possíveis.

Edward era um homem que não buscava um relacionamento, mas uma companhia rotineira como mantinha com suas outras amantes. Também não se considerava um poliglota, pois era muito possessivo quando gostava de algo e com suas amigas ele não tinha ciúmes algum, e não se importava em dividir também. Apesar de saber que Isabela não fazia o perfil que ele buscava, Edward não conteve sua avassaladora vontade de tê-la, nem que seja por alguns meses, afinal, imaginava que ela não ficaria no país por muito mais tempo. Uma aventura para ambos parecia cair perfeitamente em seus colos.

Ele viu como sua linguagem corporal se portou diante dele ontem no bar, quando foi chama-la para sair. Viu o braço se arrepiar, os lábios ficarem presos sobre seus dentes e a respiração oscilar uma vez ou outra. Com sua bagagem de experiência podia dizer que ela era o tipo de mulher que gostava de ser dominada, e ele com certeza fazia seu perfil. Funcionariam muito bem na cama e esperava que ela gostasse de uma selvageria de qualidade, pois Edward estava disposta à educa-la, na arte do sexo.

Edward, se era possível, já estava com tesão só de imaginar. Incrível como sua libido era insaciável, e se a punição por castração existisse, ele provavelmente se mataria.

Quando deu 5:30 levantou para começar mais um dia de sua rotina. Malhou por uma hora, tomou um banho e comeu o café-da-manhã, equilibradamente preparado por sua governanta, Sra. Garret. Uma senhora inglesa cuja os valores ele admirava. Foi para o escritório por volta das 8:45, onde entrou em reuniões e resolveu algumas questões rotineiras. Na hora do almoço, ele e Albert foram almoçar juntos.

—Onde quer comer? - Perguntou Albert para Edward, já sabendo que o amigo era exigente quanto aos restaurantes que comiam.

—Não sei – respondeu Edward olhando para rua- estou com vontade de comer Würstchen* ao estilo nova-iorquino.

—Então vamos no Papaya da 50 Fulton, sei que gosta de lá.

—Perfeito, vamos caminhando, hoje o dia está ótimo!

Os dois saíram da porta do escritório em Wall Street e foram em direção ao restaurante Papaya Dog, um dos favoritos de Edward.

—Como está Victória? - Perguntou Edward ao amigo – a gravidez está indo bem?

—Está bem, talvez esteja mais fogosa esses dias – Respondeu rindo – se soubéssemos que a gravidez a deixaria insaciável, teríamos engravidado antes!

—Estavam com problemas na cama? – Perguntou surpreso.

—Ah você sabe, acabamos entrando na rotina. E quando um estava querendo o outro estava cansado, e entramos nesse ciclo vicioso. Isso quando o que estava cansado não fazia um esforço para transar, e vou te falar, é melhor nem transar.

—Não poderia dizer, nunca estou cansado para transar- Respondeu rindo.

—Bom quando se esta num relacionamento a muito tempo, acabamos vivendo outras coisas que não só sexo. Tem a rotina da casa, o trabalho, a vida social e o tempo parece ser tão curto.

—Por isso não tenho relacionamentos. Já basta a minha rotina, começar uma a dois, não daria certo, sabe das minhas exigências.

—Diz isso porque nunca se apaixonou – Respondeu parando na porta do Papaya Dog – O dia que isso acontecer, você vai querer essa rotina – Abriu a porta para que passassem – O sexo se torna apenas um belo bônus.

Würstchen* cachorro quente em alemão

— Se Deus for justo, nunca passarei por isso - debochou do amigo, apesar de respeitar a forma como pensava.

Albert era um homem que nascera para ser um belíssimo companheiro. Era leal, parceiro e um verdadeiro romântico. Sem contar a boa aparência: alto, de porte forte, olhos claros e o cabelo era preto num corte militar. Qualquer mulher olharia para ele, mesmo com os dentes de baixo fossem desalinhados. Sua mulher, Victória, a parte de sua baixa estatura, poderia ser parecida com ele, tento as mesmas cores de olhos e os cabelos castanhos escuros. Teriam belos filhos.

— Se Deus for justo, ele há de colocar uma mulher que te faça perder as estribeiras – respondeu Albert sentando na mesa de frente ao balcão – Dois tradicionais – pediu para o atendente e voltou ao amigo – Sexo não é a melhor coisa do mundo, quando se tem uma mulher que se torna o seu mundo.

—Está aí a grande questão, meu amigo. Como pode existe apenas uma mulher quando existem tantas outras no mundo? Todas apetitosas, interessantes e inteligentes. Cada uma com sua qualidade? Quero todas!

Albert riu e bateu nas costas do amigo.

—O dia que você for embucetato, vai ser o dia que todas essas mulheres, se tornarem uma.

Os hot-dogs chegam e a conversa muda de assunto.

—Nada melhor do que um belo Papaya Dog – disse Edward.

—Pode crer – respondeu Albert – Se tem algo que os americanos fazem bem é um fast food.

—Com certeza... E Juan, onde está? Não o vi essa manhã.

—Deve ter varrido a noite, para variar – Respondeu – Talvez devemos ter que fazer uma intervenção no cara.

—Ele está começando a me irritar – disse Edward – Não é nosso papel ser babá de um homem adulto. Ele precisa tomar contar das responsabilidades da empresa.

—É, também acho que essa fase já deu! Precisamos entregar a atualização da programação no final desse mês aos investidores. Precisávamos pelo menos de um cronograma! E sabe o que é pior? Eu sei que o filho da puta vai chegar com a melhor atualização, nos 5 minutos do segundo tempo.

—Filho da mãe – respondeu Edward – Pior que é verdade – Os dois riram, sabiam que o amigo era um verdadeiro malandro – Deixa comigo, vou falar com ele.

Terminaram o almoço falando sobre trabalho e voltaram ao escritório. Edward trabalhou mais durante a tarde e pediu ao motorista ir acordar Juan Francisco em sua casa, que por sua vez, ao chegar na empresa, xingou Edward em pelo menos trinta malas palavras, para depois apenas sentarem e rirem sobre a noite passada do amigo.

Juan Francisco, apesar de se assemelhar com Edward na arte do sexo, era muito mais promiscuo e não tinha exigências. Por ele, realmente teria todas as mulheres e alguns homens, do mundo. Mas seu verdadeiro amor era o dinheiro. Sua empresa era a fonte que sempre quisera beber, e quem diria que sua inteligência traria tanto do que almejou uma vida inteira.

Sua origem era humilde diferente do de Edward e Albert. Cresceu num pequeno pueblo no Equador e não era tão bonito como os amigos. Porte mediano e o rosto tinha traços marcantes de índio. O cabelo era liso e preto, assim como os olhos. Mas era vaidoso com sua aparência, e a quem diga: “Que não existe gente feia, mas gente malcuidada”.

E Juan com certeza não era malcuidado, o que acabava tornando um belo sedutor.

—Juan precisamos de um cronograma de entrega – Disse por fim Edward – Sei que não é a forma que gosta de trabalhar, mas precisamos ser mais assertivos. Você é o melhor e sabemos disso, mas a empresa precisa assumir credibilidade com os investidores.

—Edward, mi amigo— Disse colocando o cotovelo sobre a mesa – alguma vez deixei de entregar o melhor?

—Não estou entrando nesse mérito, e sabe disso. Confio em você como confio em Albert, e para que nossa empresa funcione, precisamos estar alinhados. Somos modelos a serem seguidos, e não estou dizendo que você deva mudar seu estilo de vida, mas acredito que um pouco mais de discrição seria o suficiente.

Juan se ajeitou na cadeira e levantou, colocando as mãos no bolso do jeans, indo até grande janela de vidro do escritório, que ia do teto ao chão.

Oh mi amigo, me gusta el placer! A um tempo venho me questionado quanto aos meus vícios e que talvez já esteja velho para não arcar com algumas responsabilidades, mas acabo voltando aos mesmos padrões – Ficou pensativo por um momento e voltou-se a Edward – Bueno, que así sea! Um dos meus vícios é um belo desafio. Aposto U$ 4.000,00 dólares que entrego essa atualização em duas semanas. Aqui está seu cronograma! Te envio por e-mail detalhadamente. Se eu entregar tudo que prometo, ganho a aposta, se faltar alguma entrega eu perco e de bônus fico um mês sem festas.

Edward ri alto, levanta e aperta a mão do amigo para selarem o contrato.

—Feito mi amigo!


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Notas finais do capítulo

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