Sequestrada - Número 1970 escrita por Carolina Muniz
Notas iniciais do capítulo
Oiii
Sua mente era uma bagunça, e por várias vezes duvidou da sua própria sanidade.
¤ Capítulo 14 ¤
Ana estava tendo uma semana normal, quer dizer, normal o bastante para alguém que está recomeçando a viver na sociedade do país.
Uma semana se passou desde o ocorrido com a Mulher do Parto. Não teve muita sorte em descobrir coisas. Christian e os outros mantinham segredo em tudo, era como eles dizem "é sigiloso".
A morena queria quebrar a cara de quem inventou aquela palavra!
Bom, pelo menos eles lhe contaram que a Mulher do Parto se chamava Mariana Person. A garota procurou sobre ela na internet, e não achou absolutamente nada, então decidiu largar o computador e fazer algo útil na vida.
Tipo comer.
A garota também conseguiu fazer contato com Elizabeth Sullivan, a mulher era irmã do pai de Teddy - e a garota nunca havia a visto se não no tribunal quando tentou ficar com a guarda do menino depois que o irmão morreu.
Aquilo foi uma coisa que Ana nunca entendeu.
Por que a mulher iria querer ficar com uma criança que nunca vira na vida?
A morena não teve muito sucesso com Elizabeth, a mulher era irredutível e não ia deixar Teddy tão fácil. E aquela era outra questão para Ana. Talvez se ela visse que Theodore estava bem e feliz, ela não iria tentar nada. Mas ela não sabia. Uma semana inteira ligando e Teddy nunca "estava em casa". Ana se perguntou se mesmo se - um grande se aqui - conseguisse ficar com o menino no final de tudo, conseguiria cuidar dele.
Deus, como sua vida ficou daquele jeito?
Seu telefone tocou às três horas da tarde. Ela estava conversando com a diretora da Universidade Juilliard sobre sua bolsa de estudos. A mulher dizia o quanto esperou por sua ligação no ano passado, e que depois do ocorrido com sua mãe entendeu perfeitamente, e que sua bolsa estava reservada desde que se inscreveu e blá blá blá. Foi um alívio seu celular ter tocado. Às vezes cansa conversar com adultos, mas contando com o fato de a morena não ter conversado com muitos adultos no último ano, ela relevava.
— Me desculpe, eu vou precisar desligar. É o meu celular... É muito importantes essa ligação - a morena murmurou.
— Ah, é claro. Então... Nos vemos amanhã, certo? - a diretora perguntou.
— Sim. Amanhã. Até mais.
Ana colocou o telefone no guincho e deslizou o telefone verde da tela do seu celular.
— Você descobriu alguma coisa? - perguntou assim que atendeu.
— Oi para você também - Elliot disse.
— Então...?
— Você devia ser mais educada. Nós te ajudamos, salvamos sua vida - ele parecia realmente magoado.
— Mas não responde minha pergunta. Do que adianta? - resmungou a morena.
— Não digo nada até que seja educa...
Houve um alvoroço no celular e Elliot pedia para devolvê-lo.
— Você precisa vir aqui agora.
— Christian?
— Quem mais te salvaria do Elliot?
— Está tudo bem?
— Ah, com você ela é educada. Por que você prefere ele e não a mim? - Elliot disse, um pouco longe.
A morena revirou os olhos.
— Não se preocupe, só venha - Christian disse, a voz cortando.
Ele provavelmente estava tentando tirar o celular das mãos de Elliot.
— Odeio quando eles não concordam com algo e ficam nessa de querer um provar que é mais autoritário que o outro - Kate disse.
Parece que foi ela quem conseguiu pegar o celular.
— Vocês são muito estranhos - Ana comentou.
— Somos - ela suspirou. - Okay, entra no carro que está na frente da sua casa nesse momento, vem logo para casa do Christian, temos que te contar uma coisa.
— Tudo bem. Já estou indo - a garota afirmou.
Nos últimos dias, Ana conheceu os três de verdade. percebeu que Elliot era o dramático, que Christian não tinha muita paciência e gostava de ser líder e ter o controle de tudo, e Kate era a durona, mas sensível. De qualquer forma, os três deixavam Ana louca. Mas uma coisa era séria: eles não brincavam em serviço. E aquilo era meio assustador. Tipo quando está perto deles quando eles estão em serviço.
Quando Ana chegou à casa de Christian, ela não perdeu tempo em ficar mais nervosa ao ver que eles a esperavam na sala de estar. Todos... E mais uma pessoa.
— Sarah - Ana murmurou quando a mulher se levantou do sofá.
A morena não sabia bem o que sentia ao vê-la ali, fora do Quarto de Jack.
— Oi, Ana - Sarah saudou.
Os outros pareciam apreensivos.
— O que está rolando aqui? - a morena questionou.
— Que bom que você você se lembra da Sarah - Kate falou, se levantando. - Ela tem algo para te dizer.
A loira pegou sua mão e fez menção para que Ana se sentasse, mas a garota se recusou. Tudo estava estranho demais, até alguns dias eles nem sabiam sobre a Sarah. Ou sabiam?
Ana já estava nervosa pelo o que a mulher teria para lhe dizer, e acima de tudo, Ana queria saber sobre seu bebê. Sarah naquele momento estava sendo inconveniente! Mas okay, se Christian, Elliot e Kate achavam importante o que Sarah tinha para lhe dizer, então ela iria escutar.
—Fala - mandou.
A mulher respirou fundo. Ana reparou em Elliot se sentando na escada, e Christian no banco do piano. Os dois não pareciam felizes. A garota mirou Kate, a loira balançava a perna esquerda, com os braços cruzados. Estava nervosa.
Talvez o fato de ficar tão longe de pessoas, tenha feito Ana ter um senso comum sobre elas. Ela passou a ver tudo detalhado, a perceber coisas que as outras pessoas deixavam passar.
— Sua filha... Fui eu quem... - Ana encarou Sarah quando a mulher começou a falar, mas não terminou e respirou fundo novamente.
Ela não parecia com dificuldade de respirar, apenas de falar. A morena franziu a sobrancelha. O que Sarah tinha a ver com sua filha?
— Jack me mandou dar um fim no bebê, se não ele... Ele ameaçou meus filhos - ela disse tudo de uma vez, como uma frase ensaiada mil vezes.
Ana não entendeu... Ou entendeu, mas não o sentido da frase.
— Você... O que você disse? - a garota questionou.
— Eu... Eu não tive escolha.
Seus olhos ardiam com as lágrimas, mas não desceu nenhuma única gota. O que mais sentiu foi raiva. De repente ela sentia tanta raiva que já estava ficando cega com o sentimento tomando tudo dentro de si.
— Eu sinto muito... Eu sinto muito mesmo por não ter te contado - Sarah disse.
Ela o quê!?
Seu cérebro ainda não havia processado as palavras, mas a raiva já sabia que tinha que aparecer num nível impossível de controlar.
— Sente muito? Você sente muito não ter me contado? - sua voz se elevou.
— Me desculpe, Ana. Me descul...
Ela foi interrompida no meio da palavra por um tapa forte e alto, seu rosto ficou vermelho na mesma hora. A mãe de Ana ardeu, mas ela não se importou.
E Sarah chorava.
Como ousa? Fingida!
Todos ao seu redor a olhavam, surpresos e de boca aberta. Christian se levantou do banco e Elliot da escada, mas não andaram até Ana. A garota tentou se desligar da plateia e se concentrar em não arrancar o pescoço de Sarah.
Mas como ela queria!
— Como você pôde fazer isso? - a pergunta saiu arrastada. - Ela era só um bebê!
Qual o grau de raiva que um ser humano pode sentir sem correr o risco de assassinar alguém?
— Eu não queria. Mas se eu não fizesse....
— O quê? Se você não fizesse, não seria uma assassina!? - disparou a garota.
Ana com certeza estava para ultrapassar aquele grau.
— Eu estava pensando nos meus filhos. Eles pagariam por tudo. Você também faria isso pela sua filha.
Aquilo era uma explicação?
— Não, eu não faria. Eu não mataria um bebê! - ela vociferou. - Mas mesmo assim... não sei como é ter uma filha por que você tirou ela de mim, sua filha da puta!
A garota avançou sobre a mulher, mas daquela vez todo mundo já esperava por aquilo.
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Maaaaaaaano do céu, to nem bem