PV Peeta

Finalmente final de semana chegou. Eu estava precisando de um descanso. As coisas estão corridas tanto no trabalho como na faculdade. E ainda tem a Katniss que ainda mexe comigo e muito. Não sei como resisti na segunda quando ela me provocou. Estávamos tão próximos. Por pouco não a agarrei ali mesmo.

Infelizmente nossa relação continua abalada. Nós meio que terminamos, quer dizer, eu terminei com ela no jantar.

Como é possível ela me esconder que é rica por todo esse tempo? Eu fui idiota suficiente para não perceber, um idiota apaixonado.

Katniss sempre foi incrível. Lembro da primeira vez que a vi na escola. Ela era a garota nova da turma. Sempre pareceu tão humilde e generosa com todos e quando vi isso pensei “quero me casar com ela”. Já hoje em dia, a encontro em algumas aulas, já que somos do mesmo curso, Gastronomia, mas ainda não tenho certeza se vou perdoá-la. Ela quem errou comigo, certo?

De repente meu celular toca livrando-me de meus devaneios. Vejo que é o Odair, meu melhor amigo.

— E aí, namorador? – diz Finnick.

— Oi Odair. Namorador aqui só se for você.  – digo a ele com voz desanimada.

— Deus me livre, mas quem me dera. Está triste, Peetinha? Bora sair para te animar. – odiava quando Finnick me chamava com esse apelido.

— Terminei meu relacionamento esses dias e você queria que eu estivesse como?

— Ih, está nervosinho. Caiu da cama hoje à noite, certeza.

— Se ligou para me perturbar, já conseguiu, tchau Finnick.

— CALMA! – ele disse em tom desesperado. – Falando sério agora Peetinha, você tem que conversar com ela. Eu vi no dia do evento da ração, o olhar de vocês. Além do fato de você quase ter me dado um soco quando eu levei suco de morango para você, e era de soja! Como alguém rejeita suco de morango de soja?! – disse ele desnorteado.

— Foco, Finnick! – o Odair sempre perdia o foco das coisas.

— Enfim, ou você se resolve com a Kitkat ou eu concluo que você só está com tesão e aí eu te levo para balada e o resto você já sabe como é. – e ele dá uma risada maldosa.

— Respeite as mulheres, Finnick Odair! E só eu posso chamar Katniss assim! – o corrijo.

— SE RESOLVA COM ELA E PARA DE DESCONTAR EM MIM! – gritou Finnick do outro lado da linha e depois desligou. Cada amizade doida que eu faço.

Jogo-me na cama e meu celular começa a tocar de novo. Dou um doce para quem adivinhar quem era.

— O que você quer? – digo.

— Vamos para balada hoje? – ele diz empolgado.

— Só se você respeitar as mulheres.

— Mas são elas que não me respeitam. – falou o dramático.

— Finnick Odair... – o repreendo.

— Ok, Peetinha. Às oito passo ai. – e desligou.

Acho que preciso me desligar um pouco das coisas. Beber um pouco não faz mal a ninguém. E eu também não planejava ficar com ninguém já que Katniss não sai de minha cabeça de forma alguma, não seria justo com outra garota.

Avisto o relógio e já são três da tarde. Ainda falta bastante para eu sair com Finnick. Vou para cozinha preparar um lanche para minha irmã e a amiga dela que veio brincar aqui em casa, já que minha mãe foi ao mercado.

— O que vocês querem lanchar? – digo a elas.

— Qual o cardápio de hoje chefe? – pergunta-me Primrose, minha irmã.

— Pipoca caramelizada ou amanteigada, misto-quente ou hot dog e para beber suco especial de abacaxi com côco ou suco de uva integral. Qual a preferência das senhoritas?

— Eu amo seu suco especial de abacaxi com côco, manão! – desde que Prim descobriu o que significa irmão mais velho ela só me chama de “manão”.

— E eu amo pipoca amanteigada! – disse a amiga de Prim, Rue.

— Certo senhoritas.

Fui rumo à cozinha fazer o que faço de melhor, cozinhar!

[...]

Os pais de Rue já vieram buscá-la e minha mãe já havia chegado do mercado. Eu já estava me arrumando para a tal balada com Finnick. Coloquei uma blusa preta não muito larga que marcava um pouco meus poucos músculos, uma calça branca e um tênis. Joguei meus cabelos para trás e já ouvia o barulho da buzina do carro do Odair.

Dei um beijo na testa de minha irmã e de minha mãe e fui embora.

[...]

— Se eu fosse homossexual, eu não pensava duas vezes em te pegar agora! – disse Finnick depois que descemos do carro no estacionamento, vulgo calçada da rua.

— Sinto muito, estou comprometido com o álcool. – entro na brincadeira com Odair.

Adentramos no local da balada e estava bem cheio. Sempre quis trazer Katniss em um local assim, nem que fosse só para dançar, mas ela não curte muito lugares muito cheios, no máximo íamos a algum bar de vez em quando.

Fomos em direção ao próprio bar. Bebemos um shot de tequila só para aquecer, mas Finnick se animou mais.

— Simbora rebolar os quadris baby! – grita Finnick. Ele levanta e vai me puxando para o meio da pista de dança.

— Não quero dançar agora. – falo alto já que o som atrapalhava um pouco. – Vou ficar mais no bar.

Finnick afirmou com a cabeça, largou meu braço, e foi se misturando com a multidão.

Sentei de novo no banco alto do bar e pedi um drink forte. Bebo um gole e decido ficar olhando as pessoas do local até que avisto alguém conhecido em um dos bancos do bar, mais ou menos próximo de mim. Era Johanna e... Katniss?! AI MEU CORAÇÃO!

— Moço. – me viro para o cara de dentro do bar. – Essa bebida dá alucinações?

— Não, senhor.

— Obrigado.

ERA REALMENTE A KATNISS! O QUE EU FAÇO? Não posso ir embora sem Finnick, mas eu não quero falar com ela. Eu não posso falar com ela. Estamos brigados. Ela mentiu para mim. Decidi então demonstrar que não me importava com a presença dela, que não me afetava.

Olhei novamente para o lado e... Cadê elas? Cadê a Katniss? Preciso procurá-la.

Bebi meu drink de uma só vez e entrei na multidão. Procurei e procurei, mas só achei uma rodinha com uma garota que estava dançando no centro. Comecei a me sentir um pouco fora de mim e um impulso me empurrou para o meio da rodinha perto da garota. Será que o nome desse impulso é Finnick? Estou nem aí, comecei a dançar e a garota se aproximou de mim. Meus olhos abriam e fechavam e eu estava enxergando um pouco embaçado. Quando dei por mim eu e a garota estávamos dançando colados com a garota de costas para mim e as pessoas que faziam a rodinha já não estavam mais olhando para nós.

Esse perfume... Sim, eu conhecia esse perfume. É o perfume da minha namorada, ou ex, que seja. Virei a garota de frente e sim, era ela. Nós não paramos de dançar, pelo contrário, nos envolvemos mais ainda. Como eu sentia falta dela em meus braços.

Já estávamos um pouco ofegantes e com calor de tanto dançar junto à multidão e fomos para o bar. Katniss pediu duas caipirinhas bem fortes.

— Hoje eu estou para estragar meu fígado. – ela sempre dizia isso quando íamos beber bebidas alcoólicas. – Posso te ajudar a estragar o seu fígado também? – ela disse de um jeito curioso pela minha resposta.

 - La volonté. – respondo.

Fizemos um timtim com nossos copos e começamos a beber. Rimos de repente de coisas aleatórias. Zoamos as pessoas ao nosso redor. Queria que esse momento fosse eterno.

— Posso te contar um segredo? – disse Katniss e eu afirmei positivamente com a cabeça.

Ela chegou perto de meu ouvido, o que já me arrepiou todo.

— Eu estou em chamas, Peeta. – ela sussurrou tão perto que meu amiguinho lá em baixo já dava sinal de vida.

— Eu também tenho um segredo. – cheguei perto do ouvido dela e a senti enrijecida. – Meu sonho é ser bombeiro.

Gargalhamos e pedi mais dois drinks e comecei a reparar detalhadamente em todos os movimentos de Katniss. Seu corpo perfeitamente marcado pelo vestido justo (https://urstyle.com/styles/1783636), os saltos que deixavam suas pernas mais elegantes, sua boca ainda com batom (risos) e ela mordendo os lábios inferiores, sem falar em seu cheiro. Reparei que ela também me analisava e não pensei duas vezes em me levantar e puxá-la junto comigo.

[...]

Pegamos um táxi e logo estávamos na minha casa. Dessa vez fingimos que éramos zumbis para o taxista que só deve ter concluído o óbvio. Estávamos bêbados.

Quando chegamos ao meu prédio estava um silêncio total. Pela hora, nem o porteiro estava lá. Agora só quero ver como vamos subir todas as escadas já que estamos cambaleando e não tem elevador em meu prédio. Entreolhamos-nos e claro, não havia oportunidade melhor de roubar um beijo dela que rapidamente foi correspondido. Era uma mistura de saudade com excitação com raiva (acredito que só de minha parte) com amor.

Nossas línguas dançavam e nossos pés também conforme íamos subindo as escadas tropeçando e nos beijando. Menos mal que eu morava no segundo andar.

Procurei minhas chaves nos bolsos de minha calça fazendo o possível para não ter que separar meus lábios dos de Katniss. Mas não deu, eu não estava achando de forma alguma e comecei a pensar que poderia estar com Finnick e eu não queria bater na porta senão acordaria minha irmã e minha mãe que provavelmente já estavam dormindo há muito tempo.

— Por acaso é isso que você está procurando? – disse Katniss girando o molho de chave com o dedo indicador. Ufa!

Estendi a mão para Katniss me dar o molho, mas ela continuou girando.

— Me dá as chaves Kat, por favor. – disse tentando fazê-la parar de girar as chaves e me dar.

Entretanto ela jogou as chaves entre seus seios.

— Vem pegar. – ela disse naturalmente e depois começou a rir.

Essa garota vai me enlouquecer!

A puxei pela cintura e a dei um beijo profundo e senti que ela estava se envolvendo, assim, esquecendo das chaves. Fui subindo minha mão até seu seio direito e o apertei carinhosamente. Quando ela menos esperou, peguei as chaves.

— Injusto! – ela reclamou e fez cara emburrada. Era fofo.

Abri a porta apressadamente e depois tranquei. Conduzi Katniss no escuro até meu quarto e lá liguei somente a luz do abajur para vermos melhor nossos próximos atos.

[...]

— Ei! Peeta!

Eu ouvia uma voz longe e alguém cutucava minhas costas, deve ser minha mãe.

— Só mais cinco minutos, mãe. – respondo e logo meu corpo bate no chão.

— Que mãe o que garoto! – era a voz de Katniss. Ela me empurrara no chão.

Olho meu corpo e estou nu. Pois é Peeta, você transou com Katniss. A mesma estava enrolada no edredom.

— Eu preciso de uma roupa decente. Tenho que trabalhar agora.

A padaria abria cedo, principalmente aos domingos e era Katniss que abria neste dia.

Levanto devagar devido a dor de cabeça que constei agora estar sentindo. Coloco uma bermuda e caço uma roupa para Katniss (https://urstyle.com/styles/1783639). A apresento o banheiro e vou para cozinha preparar algo.

Preparo uma vitamina de banana com morango e alguns pães de queijo.

— Nossa, que cheiro maravilhoso! – exclama Katniss.

— Obrigado. – respondo com um sorriso de canto.

— Não. Não? Não! – mix de emoções na Katniss. – Você quem fez? Além de fazer bolos maravilhosos você ainda faz pão de queijo? Como eu deixei você escapar?

Fico um pouco sem graça pelo o que Katniss falou e acho que ela percebeu meu desconforto.

— Desculpa Peeta. Saiu sem querer. – agora ela quem está desconfortável.

— Tome seu café da manhã, já volto.

Fui ao banheiro, tomei um banho quente e me vesti decentemente. Escovei meus dentes. Levaria a Katniss ao trabalho. A rua estava vazia demais este horário.

Abri a porta do banheiro e Katniss estava ali plantada.

— Desculpa te assustar, só queria dar uma lavada em minha face. – ela diz.

— Tudo bem. – digo.

Em pouco tempo Katniss sai do banheiro, põe seu salto novamente já que ninguém aqui em casa tem o mesmo tamanho de pé que ela.

— Lancei né? – ela diz fazendo pose de modelo. Eu ri e fiquei pensando em como ela conseguia ficar sexy de qualquer jeito.

— Meu anjinho do céu! – Prim apareceu na sala. – Você está usando as roupas do manão. Você é a namorada modelo que está divulgando elas e no futuro fará um castelo de roupas com muitos unicórnios com roupas e coroas e armaduras que vencerão todo o mal da Terra? – ela pergunta na maior inocência.

Katniss faz um sinal de linguagem labial perguntando se aquela era minha irmã. Eu afirmo que sim e ela faz uma cara como se estivesse se derretendo com tanta fofura.

— Quase isso, é que seu irmão tem um gosto incrível para roupas. – Katniss fala se aproximando de Prim.

— E para namoradas modelos que estão divulgando as roupas dele e no futuro fará um castelo de roupas com muitos unicórnios com roupas e coroas e armaduras que vencerão todo o mal da Terra também. – e Prim dá aquele simples sorriso que para mim é um dos mais lindos desse mundo. Mas espera, o que ela disse?

— Dorme mais um pouco, Prim. Já volto para preparar seu café. – dou um beijo na testa dela vou puxando Katniss para fora do apartamento.

— Adorei te conhecer Prim! Pedirei para Peeta trazer um cupcake para você. – Katniss diz enquanto eu a puxo.

— Eu também adorei te conhecer namorada modelo que está divulgando as roupas do manão e no futuro fará um castelo de roupas com muitos unicórnios com roupas e coroas e armaduras que vencerão todo o mal da Terra.

[...]

— Estou chocada com a memória da sua irmã. – diz Katniss enquanto caminhamos até a padaria.

— Ela é incrível né. Super esperta. – digo com orgulho de minha irmã.

— Queria ter a conhecido mais... – e fica um climão entre nós. Ainda bem que já chegamos na padaria. – Espere um pouco.

Katniss adentrou a padaria e em cerca de uns 5 minutos voltou com uma sacola.

— Tem uma lembrancinha para vocês aí. – e ela me entrega a sacola. Vejo que tem três cupcakes dentro muito bem confeitados, como ela tinha dito que daria para Prim.

— Katniss... Acho que devíamos conversar. – a digo antes de ir embora.

— Super concordo. Amanhã vá a minha casa depois do serviço. Aproveito e te devolvo sua roupa super estilosa aliás.

— Claro. E muito obrigado pelos cupcakes, Prim adorará.

Trocamos uns olhares e sorrisos e voltei para casa. Talvez eu tenha sido precipitado com Katniss. Não custava nada conversarmos. Acho que ela não é a única errada nessa história.