Survivor escrita por Dandara Santos


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Lattle Candies, desculpe a demora... Mas assumo que estou um pouco desanimada. Quem aqui ler e é autora também vai entender o que digo. Temos um número considerável de pessoas que leem mas infelizmente as que comentam são uma minoria... E realmente é chato, pois para criar, desenvolver todo o enredo requer dedicação e não ver retorno... Enfim de coração só estou postando pelas leitoras que estão em todos os capítulos aqui comentando, criando novos apelidos para a sonsa, cheias de ideias de conspiração, rsrs.

Enfim, esse capítulo é para vocês meninas!



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“...Para intervir entre mim e esse monstro e me salvar de mim mesmo e de todo este conflito. Porque as coisas que eu mais amo estão me matando e eu não posso conquistá-las, meu transtorno obsessivo compulsivo está me dando uma pancada na cabeça...” The Monster

POV AFONSO

Minha cabeça estava a ponto de explodir, joguei todos os papeis que estavam na mesa ao chão.

“Como ele ouça?” Gritei exacerbado, dando um forte soco na mesa. Tentando extravasar a raiva de alguma maneira. “Ele acha mesmo que pode se manter isolado no seu reino?” Gritei mais um vez, apenas para pegar um vaso e jogar na parede.

“Tenha calma majestade” Virgílio falou entrando na sala e se mantendo o mais distante possível. “Nós já sabíamos que ele provavelmente não iria aceitar de forma pacifica jurar lealdade a vossa alteza.”

Respirei fundo, a vontade que tinha era ter aproveitado o momento e ter passado minha espada pelo pescoço daquele velho estupido. Passei dias em seu castelo, para no final ouvir que ele e seus filhos nunca dobrariam seus joelhos a outro rei. 

Olhei o mapa que estava na parede, precisava conquista Alfambres, antes de tentar algo contra o rei Ricardo. Os reis do Sul não eram leais a ninguém, mas sabia que em uma guerra, eles apoiariam o reino de Swyty por conta de seus acordos comerciais. Minha cabeça martelava, precisava de um bom banho e descanso naquele momento.

“Devo buscar uma taça de água?”

Eu preciso é de sangue, não de água. O sangue do rei Ricardo e de sua descendência, pensei com amargura. “Já descobriu onde Catarina se encontra?” Perguntei frustrado.

“Ela acaba de voltar ao castelo, aparentemente a rainha estava visitando o orfanato do reino, descobri também que ela destinou uma verba para reformar o local.” Virgílio falou calmamente. Ela tinha feito o que? Como ela ousou mexer nas finanças do reino em minha ausência e pior ainda, para algo tão insignificante. Um orfanato? No que isso iria beneficiar o reino?

Catarina tinha passado dos limites, fechei os punhos com força.

“Tem certeza disso Virgílio?” Perguntei, como era possível eu ficar com mais raiva do que estava? Minha cabeça martelou com mais força.

 “Sim majestade.”

Sai da sala de reuniões como um trovão, andando pelos corredores a passos firmes, precisava encontrar Catarina e descobrir o que passava em sua cabeça para tomar uma atitude estupida dessas, e pior ainda, sem a minha permissão. Ela pensava que por ser rainha poderia mandar em algo dentro do meu castelo? Se sim, ela iria descobrir que estava muito errada.

Quanto mais me aproximava do quarto, maior se tornava minha raiva, mas em contrapartida só de pensar em ficar perto de seu corpo depois de dias, um arrepio me percorria. Maldita feiticeira. Um grito angustiando ecoou pelo corredor cortando meus pensamento, tardiamente percebi que tinha vindo de dentro do nosso quarto.

Catarina.

Meu coração gelou na hora e senti minha garganta ficar seca, minhas pernas pareceram ganhar vida enquanto corria pelo restante do corredor, ao entrar no quarto vi Catarina cheia de sangue, olhando atordoada para algo em seus pés. Ela parecia a ponto de desmaiar, corri em sua direção e segurei seu corpo antes que ela caísse.

“Por Deus o que é isso?” falei olhando melhor, não tinha como saber se o sangue vinha dela ou da coisa que estava no chão. “GUARDAS!” gritei em fúria, como eles não tinham ouvido o grito dela?

Olhei novamente para o corpo em meus braços, procurando algum ferimento que justificasse todo aquele sangue.

“Catarina, Catarina. Maldição.” Falei quando ela não acordou. Vários guardas entraram correndo no quarto, e olharam a cena sem saber o que fazer.

“Chamem o médico agora! E alguém pode me dizer o que aconteceu aqui?” Perguntei depositando o seu pequeno corpo na cama. Ela aparentemente estava sem nenhum ferimento, olhei com atenção para o chão e vi que se tratava de um filhote de polvo negro, sua cabeça tinha sido cortada, era de onde vinha todo aquele sangue.

“Mas o que é isso?” Não conseguia entender o que aquilo estava fazendo ali.

“Foi um presente que a rainha ganhou hoje mais cedo” Um soldado de sua guarda pessoal falou, apontando para a caixa de madeira que se encontrava no chão. “Deve ter sido alguma brincadeira de mal gosto” Falou, para logo em seguida seus olhos ficarem tensos. “Isso não foi apenas uma brincadeira” disse mudando sua postura, ao observar melhor a cena.

Um polvo negro, coberto de sangue. “O brasão de Artena” Falei, quando a ficha caiu. Alguém mandou esse ‘presente’ para Catarina como forma de aviso.

“Quem entregou isso a ela?” Perguntei friamente, adrenalina passando por todo o meu corpo, pois uma ameaça a Artena, significava uma ameaça a Montemor. E eu não era um homem que aceitava ameaças e recuava.

Catarina soltou um pequeno gemido na cama, abrindo lentamente seus olhos.

“Afonso?” Ela sussurrou de forma fraca, senti um alivio imediato ao ver que ela estava acordada.

“Você está bem?” Perguntei com genuína preocupação, esquecendo momentaneamente da raiva que estava sentindo dela. Antes que ela pudesse responder o médico do castelo entrou no quarto.

“Doutor Lupércio irá lhe examinar. Você desmaiou.” Falei acariciando seus cabelos, dando espaço para que o médico se aproximasse.

Olhei novamente para a caixa no chão, ela não tinha nada que denunciasse seu remetente, nenhum bração, cor, nada. Era uma simples caixa de madeira. “Uma criança entregou para ela.” O guarda falou, pegando a caixa e analisando melhor.

Senti mais pontadas na minha cabeça, o dia só estava piorando. “Peça para que Virgílio mande uma carta para Artena, o rei Augusto precisa ter conhecimento disso.” Era a única coisa que poderia ser feita no momento.

“Majestade” Lupércio falou, afastando-se da rainha. “Ela está bem, foi apenas um susto. Peça para que a ama dela prepare um chá de camomila que irá acalma-la.”

“Muito obrigado.” Falei cansado, Delano, o soldado da guarda pessoal de Catarina acenou com a cabeça antes de se retirar. Ele falaria com Virgílio e daria o recado a Lucíola. Todos se retiraram do quarto enquanto observava a mulher na minha frente. Catarina estava calada demais, sentei na beirada da cama olhando atentamente seu rosto. Ela estava apavorada, e algumas lágrimas escorria pelo seu rosto.

“É sobre Artena, não é? Isso é uma ameaça a Artena.” Ela sussurrou em meio as lagrimas, passei as mãos pelo cabelo com força, claro que era.

“Quem você acha que pode ter mandado isso?” Perguntei tentando manter a calma, mesmo sabendo que apenas uma pessoa viesse em minha mente.

“Otávio.” Ela falou, concordei com a cabeça, ela tinha o mesmo pensamento que o meu, e isso fez-me sorrir um pouco.

“Você me deixou preocupado Catarina, mas isso não muda o fato que estou realmente com raiva de você.” Falei lembrando sobre o orfanato. “Quem lhe deu autorização para mexer nas finanças do castelo Catarina?” Falei me levantando, andando de um lado para o outro. Olhei quando ela tentou se levantar, mas suas pernas fraquejaram novamente, colei meu corpo ao dela antes que ela fosse ao chão.

“Maldição mulher, é para você ficar deitada.” Falei entredentes, ela levantou a cabeça olhando no fundo dos meus olhos, como se tentasse entender o que se passava em minha cabeça.

“Eu sou a rainha de Montemor e futura rainha de Artena” Falou por fim, como se isso justificasse sua ação, ela encarou firme meus olhos, como se me desafiasse a dizer o contrário, senti a raiva voltar com força e antes que pudesse falar algo ela me interrompeu.

“Meu amor, é um orfanato. Foi uma pequena verba, eu juro que ia lhe comunicar quando voltasse.” Falou de forma gentil, passando os dedos por meu rosto. Pequena diaba, como aqueles olhos antes desafiadores se tornaram rapidamente tão inocentes? e porque aquele pequeno gesto podia acalmar minha fúria e acender todo o meu corpo? Beijei seus lábios, descontando toda a minha frustação de dias em sua boca.

“Não pense que isso ficará assim Catarina!” Falei me afastando dela. “Você não pode sair por aí distribuindo dinheiro, EU sou o rei, não esqueça disso!” Ela não disse nada, apenas sentou na cama, olhando novamente para suas roupas ensanguentadas. Catarina parecia tão frágil naquele momento. Fechei os olhos com força respirando fundo, não era momento para isso, não quando algo mais urgente cobrava nossas atenções.

Nesse momento Lucíola entrou no quarto, com uma bandeja em mãos. Seus olhos se arregalaram ao ver a situação do quarto. “Querida, esqueça isso. Lucíola irá cuidar de você agora. Apenas descanse.”  Ela levantou os olhos, Catarina parecia uma criança indefesa, aterrorizada. “Vai ficar tudo bem, eu prometo!” Falei beijando seus cabelos antes de me retirar do quarto.

Otávio gostava de fazer joguinhos, mas não importa quem tenha movido a primeira peça do tabuleiro. Eu não jogava para perder, e seu erro foi esse. Agora eu tinha um motivo para convencer Augusto a enfrentar o Leste. E com os nossos aliados, Lastrilha em breve seria minha.


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Notas finais do capítulo

XOXO



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