Visitors escrita por keyci


Capítulo 17
Capítulo 17: Predestinados


Notas iniciais do capítulo

galera desculpe a demora, quando vim postar o nyah n queria abrir =O
espero que gostem, tem (muito) romance! =*



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Quando acordei minha mente começou a trabalhar. Algo tinha de ser feito, urgente, disso todos sabiam. O problema era que mesmo com um plano todos iríamos sobreviver? Minha primeira idéia era simples, se estávamos em guerra o primeiro passo era conhecer o território, nenhum semideus ia a Niflheim fazer visitas então nem mesmo eu sabia direito onde estava.

Havia pego alguns pedaços de madeira junto com Sirius e agora fazia desenhos com uma faca. Era um feitiço de localização. O primeiro a acordar foi Eric, logo depois Percy. Eles se aproximaram e pegaram um dos pedaços de madeira e encararam o símbolo.

_Enfeitiçados, diga a palavra certa e ele indica o caminho de volta para essa caverna – expliquei antes que eles perguntassem – tem outra palavra que indica perigo, então todos os que estiverem com os outros pedaços vão saber onde o original em perigo esta.

_Uau – disse Nico sonolento se juntando a nós.

Encarei os meninos e suspirei.

_Vocês não deviam estar aqui, não é um problema de vocês – sussurrei para não acordar o resto – É muito perigoso.

_Temos experiência com fim de mundo – Percy ironizou.

_Não iríamos deixar vocês na mão... Amigos não fazem isso – Nico completou.

Eram tolos. Mas eu agradecia de todo o meu coração por serem assim. Pouco a pouco o resto foi acordando e enquanto fazíamos refeição de barras energéticas eu expliquei o plano.

_Vamos nos separar e conhecer o território, andem duas horas, uma pra ir e outra pra voltar – falei determinada – Esses pedaços de madeira são como um SOS, tanto pra achar o caminho de volta como quem está em perigo.

Peguei um pedaço e falei pousadamente para que todos entendessem.

_Ar ais – minutos depois a madeira estava com um brilho azul, a luz juntou-se em uma extremidade apontando o caminho de volta – É como uma bússola. Mas se disser Contúirt... – ao pronunciar a palavra o pedaço de madeira começou a emitir uma luz vermelha e os outros pedaços apontaram a mesma luz vermelha pro pedaço original – Vai guiar para quem está em perigo.

_O que essas palavras querem dizer? – Annabeth perguntou.

_Voltar e perigo em irlandês, respectivamente – respondi pegando o meu elmo – agora falta saber como vamos fazer as equipes.

Essa parte foi absurdamente complicada, houve uma quase briga e discussão, mas no final tudo se resolveu. Tyler e Rosalyn seguiram para o sudoeste, Nico e Sirius para o nordeste. Percy e Annabeth foram para o norte, Ryan e Thalia para o oeste. Eu e Eric iríamos para o noroeste. O sul e o sudeste foram descartados porque foi o caminho que seguimos anteriormente.

Era uma divisão perigosa, eu sabia. Não que eu esteja falando que pela primeira vez iria ficar literalmente sozinha com Eric no meio do nada apenas com uma paisagem sombria de neve... Nada disso, apenas que Thalia e Ryan ficariam sozinhos na mesma situação. Tentei repetir isso para o meu coração que insistia em dar saltos.

_Tudo bem, duas horas – repetir do lado de fora da caverna – Johan ficara aqui, para emergência, basta gritar o nome dele.

_Sim senhora – Ryan respondeu com um sorriso bobo e depois virou para Thalia – Vamos faísca.

_Larga de ser tão idiota – ela reclamou.

Eles foram os primeiros a partir. Dei uma ultima olhada em todos e me virei, comecei a andar e logo Eric estava ao meu lado. Tentei não olhar para ele, nem notar que estava quente mesmo estando em um lugar tão frio, meu corpo implorava para que aproximasse dele e me aquecesse. Resisti os primeiros dez minutos, mas Eric se aproximou e colocou o seu casaco nos meus ombros.

_Esta tremula – ele explicou quando o encarei perplexa – E eu não sinto frio, na verdade estou adorando, é refrescante e não calorento como em Nova York.

_Gosta do frio então – comentei o encarando finalmente.

_Você me influenciou a isso – Eric deu um sorriso rápido antes de ficar sério.

O silêncio retornou por mais dez minutos, aquilo me incomodava sobrenaturalmente, Eric era sempre falante, mas estava completamente sério. Sem resistir o cutuquei na cintura e ele tomou um susto. Foi impossível não rir.

_Estava tão concentrado assim nos pensamentos? – perguntei curiosa.

_Sim, me perguntando sobre os Gigantes de Neve – ele revelou e depois respirou fundo – Nunca enfrentei um e... É, acho que estou com um pouco de medo. Mas nem um pouco arrependido, não pense errado de mim, não vou desistir da batalha.

Fitei aqueles olhos dourados e um novo medo me assolou. Meu coração disparou e eu comecei a andar um pouco mais a frente para que ele não notasse em meus olhos a preocupação. Eu não queria que ele morresse, eu não queria que ele corresse perigo. O queria longe da li, no acampamento brincando com seus irmãos e cantando alegres musicas.

_Nick, o que foi? – Eric me alcançou.

_Desistir não é errado, não é covarde – falei sem parar de andar – Vocês deveriam fazer isso, é o melhor.

_Mas que droga pare com isso! – Eric exclamou, segurou o meu braço e me virou pra ele, estava irado – Pare de pensar que não somos capazes de lutar, que devemos fugir, que não estamos fazendo as nossas escolhas. Pare de agir como se não fossemos amigos o suficiente para estar do lado dos nórdicos!

O encarei ofegante, não passou nem por um momento que eu o estivesse ofendendo. Mas ali estava Eric me encarando pela segunda vez na vida com raiva. A primeira foi quando me encontrou depois de ter acordado do meu repouso de três dias. Meu lábio tremeu quando tive vontade de chorar, Eric notou e me olhou mais suave.

_Se estar preocupada conosco, apenas diga isso – Eric murmurou.

_Eu tenho medo – admiti e engoli em seco – Medo que alguém se machuque.

_Nós sabemos das nossas escolhas – Eric falou – Sabemos das futuras conseqüências e ainda assim estamos aqui.

Respirei fundo e enxuguei meus olhos úmidos. Quando voltei a encará-lo ele sorria, simplesmente é impossível controlar meu coração, como um simples sorriso podia causar tanto alvoroço para o meu coração de gelo? Eu nunca tinha sentindo aquilo antes com nenhum outro.

Receosa de onde meus pensamentos pudessem parar, retornei a caminhada e tentei explicar tudo o que sabia sobre Fenrir e os Gigantes de Neve. Contei da história de Balder e Loki e de como aquilo influenciaria no Ragnarok. Eric voltou a falar normalmente, sempre andava perto de mim e eu não o afastei, nunca conseguiria pedir isso ou então eu mesma dar passos para o lado. O calor dele me dominava e saber disso me dava medo.

Estávamos voltando quando Eric segurou meu braço e olhou concentrado para um monte na neve. Não demorou muito para eu escutar uma discussão seria vindo daquele monte. Sem esperar Eric eu me aproximei, mas ele me puxou quase me derrubando atrás da elevação. O que diabos era isso? O encarei pronta pra brigar, mas Eric colocou o indicador na minha boca e eu congelei no lugar, sabia que havia ficado vermelha. Eric sorriu e apontou para depois do monte e foi espionar. O segui depois de me lembrar de respirar.

_Ryan por favor pare com isso! – era Thalia que brigava.

Pelos Deuses. Ali estava Ryan e Thalia perigosamente perto um do outro, era gritante como os dois pertenciam um ao outro. Meus poderes diziam que eles eram almas gêmeas e eu me perguntei por que as Normas, as deusas do destino, gostavam tanto de brincar assim. Ryan segurou os braços de Thalia sério como nunca o vi, havia tanta intensidade no olhar dele que de onde eu estava dava pra sentir.

_Gosto de você Thalia, nem mesmo Zeus ou Odin poderia mudar isso! – ele exclamou – Nem mesmo você.

_Ah posso sim! – Thalia fez uma descarga violenta de eletricidade atingir Ryan.

Ele grunhiu mas não afastou nem um passo da garota, tinha fumaça saindo da sua jaqueta e do cabelo, porém tudo o que fez foi trazer Thalia pra mais perto.

_Eu sei que você também gosta de mim, sinto isso, não me pergunte como, mas sinto! – Ryan disse determinado – É com você que eu devo estar Thalia!

_Não pode, é proibido! Eu jurei lealdade a Artêmis e renunciei todos os homens pra ser imortal! – Thalia tentou empurrar Ryan, mas parecia ter força nenhuma em seus murros – Tem de se afastar de mim, todos os homens são iguais, eu odeio todos!

Os choques e nem os murros de Thalia pareceu doer mais do que aquelas palavras. Eu coloquei a mão na boca pra conter a exclamação de pena quando observei Ryan finalmente se afastar e olhar triste para o chão. Ele respirou fundo duas vezes antes de voltar a encarar Thalia.

_Eu não sou Luke, eu não sou como nenhum outro homem – ele disse quase irado, estava realmente magoado – Estou dizendo que meu coração escolheu a ti e tudo o que faz é me comparar a outros. Pois bem! Viva feliz sua imortalidade enquanto eu morro amando você.

Ryan partiu deixando-a lá, eu quis ir de encontro a ele, mas Eric me segurou. O olhei e ele apontou novamente para Thalia. Quando a procurei a encontrei caída no chão com um olhar desolado.

_Era o que eu temia – murmurei triste.

_O que? – Eric escorregou na neve até ficar no meio do monte.

_Quando vi os dois juntos eram mais do que nítido que eram almas predestinadas – expliquei descendo até ficar perto de Eric – Às vezes consigo ver quando dois casais são feitos um para o outro.

_Pode fazer eles se apaixonarem? – Eric me encarou desconfiado.

_Não, isso não é comigo, eu apenas vejo duas almas que vão ficar juntas para sempre, mesmo que os corpos não estejam. Ryan e Thalia não podem ficar juntos, mas foi como Ryan disse, ele iria morrer amando verdadeiramente apenas a Thalia. Já ela... é imortal, seria uma coisa que ela nunca esqueceria.

_Isso é... triste!

_Sim é, fico me perguntando se isso não é uma brincadeira das Destino – murmurei olhando para a neve.

Ryan sempre fora alegre e animado, mas agora ele partira com o coração quebrado. Eu realmente ficava triste com aquilo, o amor para mim era tudo, não porque minha mãe era a deusa do amor. Para mim o amor era a maior força do universo, era por isso que eu estava ali, para proteger todos os que eu amava ou então morrer tentando.

_Não fique assim – Eric disse.

Para minha surpresa ele segurou meu queixo e me fez fitá-lo. Só então me toquei que ele estava a centímetros de mim. Ele não estava tão perto antes estava? Eu quase podia tocar meu nariz nele! O meu impulso era de me afastar, mas a mão quente dele tocou o meu rosto tirando o cabelo dos meus olhos e colocando atrás de minha orelha. Meu coração disparou forte contra o meu peito.

_Acho que entendo o Ryan... – Eric disse baixo, a voz saindo rouca me causando arrepios – Lembra do que eu disse sobre escolhas? Às vezes não sabemos o que elas podem trazer como conseqüência... Mas mesmo assim vale a pena arriscar.

Era difícil me concentrar em algo que não fosse aos traços dele, no timbre gostoso de sua voz ou como seu corpo lançava ondas de calor diferente das outras vezes, deixando-me aquecida. Franzi o cenho tentando lembrar metade das coisas que ele disse sem me perder nos olhos dourados.

_Como assim? – disse me sentindo a pessoa mais idiota.

_Bom é que... eu... – Eric começou a falar mas então ficou quieto, abaixou o olhar para minha boca e disse – Assim.

E então ele me beijou. Não foi o meu primeiro beijo, claro, mas eu arregalei os olhos surpresa, senti falta de ar e fiquei estática por alguns segundos. Foi como se eu nunca tivesse feito aquilo antes. Meu coração pulava de alegria, meu corpo estremecia enquanto a boca dele estava junto da minha e arrepios me tomavam. E não eram arrepios de frios, pelo contrário, era o calor que vinha do filho do deus do sol.

Porém Eric começou a se afastar, tudo bem que eu fiquei imóvel no beijo e ele deve ter achado que eu não queria. Mordi o lábio inferior dele e os olhos dourados encontraram os meus. Estavam tão intensos como os de Ryan quando encarou Thalia. Suspirei derrotada, fechei meus olhos aos poucos e tomei a iniciativa, o beijei.

Dessa vez foi diferente, minha boca e a dele se moviam em harmonia. O beijo foi tímido no inicio, mas quando Eric quis, eu deixei a língua dele invadir minha boca e tudo mudou. Não existia mais neve, nem Niflheim ou uma guerra bem próxima de acontecer. Tudo o que eu entendia naquele momento era de como os lábios e língua dele eram gostosos e de como eu estava rendida.

_Nick... – Eric sussurrou.

Eu o beijei simplesmente por ter adorado ter escutado ele pronunciar meu nome daquela forma. É uma coisa absurdamente relevante, mas que naquele momento me fez derreter como gelo quando toca algo quente. Eric começou a me dar rápidos beijos e falar entre eles:

_Nick... a luz vermelha quer dizer... o que mesmo?

_Perigo – respondi distraída.

Mas no segundo seguinte eu fiquei paralisada com a boca colada na dele. Luz vermelha? Olhei para o lado e dei um pulo, tive serias dificuldades pra sair debaixo dos braços dele. O pedaço de madeira brilhava intensamente para o norte. Meu sangue gelou como a temperatura daquele reino e eu fitei Eric que já estava em pé.

_Vamos – ele disse sério.

O fitei e senti medo de perdê-lo novamente. Minha boca ainda tinha o sabor dos lábios dele, ainda estava molhada por causa dos beijos. Respirei fundo e Eric pegou a minha mão.

_Estamos juntos, isso que importa agora – Eric falou suave, mas apertou a minha mão.

Fiz que sim com a cabeça e corri junto com ele para o norte. Estávamos juntos, não soltei por um minuto que fosse a mão dele. Estávamos seguindo direto para onde deveria estar Percy e Annabeth, seguindo direto para o perigo.


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Notas finais do capítulo

Qual será o final de Thalia e Ryan?
E Eric e Nick ficaram juntos como namorados?
kkkk só um pouquinho de tortura pra curiosidade de vocês.
Amanhã (espero) tem mais!