30 Day OTP Challenge escrita por Sue2011


Capítulo 19
Capítulo 19 - Assuntos Inacabados


Notas iniciais do capítulo

Dia 19 - In formal wear
Gênero: Romance, Comédia, Lime leve
Breve Descrição: -Aquele em que Emmett está muito empolgado com uma reunião que terá com seu chefe, mas ao chegar na empresa surpresas surgem em seu caminho e ele vai perceber que o passado está mais perto do que ele imagina.



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 Emmett se olhou no espelho enquanto cantarolava alegremente e ajeitou a gravata que usava por cima da camisa social azul, espirrou um pouco de perfume no pescoço e nos punhos devolvendo-o para a bancada em seguida. Pegou um pouco de gel e passou nos cabelos tentando ajeitá-los e por fim deu uma voltinha conferindo a aparência. Piscou matreiro para o reflexo.

—Quem é o gatão? Você é o gatão. Quem vai receber uma promoção? Você vai receber uma promoção! – Estalou os dedos cantando as frases num ritmo que acabou de inventar, estava animado naquele dia, tinha certeza de que se sairia muito bem na reunião com Aro Volturi, e se conseguisse impressionar o velho tinha certeza de que receberia a tão sonhada e merecida promoção. Passou noites organizando o projeto de divulgação da empresa, fez o seu melhor trabalho. Não tinha nenhuma possibilidade de dar errado, até mesmo aquela raposa velha teria que admitir a perfeição do projeto, Emmett estava confiante de que conseguiria galgar mais aquele degrau na sua carreira.

— Emmett se isso que eu ouvi foi sua voz inventado uma música ridícula de novo eu juro que vou me suicidar. - Edward bateu na porta. – Sai logo daí você demora mais que a Bella para se arrumar.

Emmett revirou os olhos e continuou cantando, dessa vez num tom ainda mais alto e quando se deu por satisfeito com sua aparência, abriu a porta dando de cara com um Edward furioso e claramente segurando o xixi, Emmett podia apostar pelo jeito como ele se apoiava na parede e apertava uma perna contra a outra.

—E então como estou? - Perguntou o maior ignorando o desconforto do melhor amigo. Edward não respondeu apenas o empurrou fazendo com que ele saísse da entrada do banheiro e entrou batendo a porta. – Que grosseiro, Edward. - Reclamou rindo do grunhido que ouviu em resposta.

Edward já estava acostumado com as bizarrices e atitudes sem noção de Emmett, afinal já fazia cinco anos que dividiam um apartamento desde o fim da faculdade, no começo tinham firmado um acordo de que seria apenas por um tempo até que pudessem arranjar um emprego, se organizar e lidar com as próprias despesas. Emmett tinha se formado e feito mestrado na área de Publicidade e Propaganda o que era bom devido a sua criatividade, tinha ideias inovadoras e gostava do desafio de ir além, de pensar fora da caixa. Com seu currículo acadêmico e recomendação especial de alguns professores não demorou a conseguir um emprego na Volturi’s Company no setor de Marketing.  Edward por sua vez tinha se formado em Música e agora lecionava aulas de piano no Conservatório Estadual, além de dar aulas em algumas escolas. Em uma delas conheceu Isabella Swan, uma gentil professora de literatura por quem se apaixonou e agora tinham um relacionamento que já durava dois anos.

Inicialmente Emmett e Edward tinham planos de se separar, mas com o tempo viram que a convivência era boa e agradável além de que dividir as contas ajudava a terem mais dinheiro. Emmett sabia, entretanto que mais cedo ou mais tarde Edward juntaria suas trouxas e iria morar com Isabella, no começo tinha achado que era apenas uma paixão passageira, puro deslumbramento de Edward mas o tempo tratou de mostrar que estava errado, o que foi muito bom, Bella era uma boa moça, divertida, batalhadora, cozinhava divinamente bem o que era um ponto forte já que desde que o relacionamento com Edward  evoluirá e ela passou a frequentar o apartamento ele e Emmett começaram a comer muito melhor. E o mais importante é claro, ela fazia Edward feliz.

Voltando a se concentrar na sua apresentação e na reunião que teria durante a manhã Emmett vestiu o terno completando seu traje social de trabalho e pegou a maleta e o notebook no quarto. Quando chegou a sala não se surpreendeu por encontrar Edward, ele só daria aulas a tarde naquela sexta-feira.

Edward o olhou de alto a baixo assoviando no processo, Emmett usava um terno, calça e sapatos pretos com uma camisa social azul clara por baixo e uma gravata azul com listras brancas.

—Alguém ta querendo impressionar o chefe. – Provocou e Emmett lhe estendeu o dedo do meio rindo.

— Não preciso impressionar ninguém, esse projeto vai fazer até mesmo Aro reconhecer minha genialidade. – Se gabou.

— É, só espero que o requisito para conseguir a aprovação dele não seja a modéstia ou você não terá a menor chance. – Edward riu e voltou a prestar atenção na Tv zapeando os canais até achar algo que lhe agradasse.

— Você está muito engraçadinho hoje, mas nada do que disser vai me irritar. Esse projeto já é meu.-  Emmett conferiu se tinha guardado a carteira e as chaves e ao ver que estava tudo em ordem se despediu. – Bem, eu vou nessa. A noite a gente pode se encontrar naquele pub para comemorar minha promoção.

Edward riu, era a cara de Emmett comemorar algo que ainda nem acontecera, o imediatismo dele era engraçado de se ver, Edward só se preocupava as vezes pois aquelas atitudes poderiam trazer muitas frustrações embora Emmett nunca se deixasse abater profundamente por não conseguir as coisas que queria. Era uma coisa que admirava no melhor amigo, Emmett era forte não apenas fisicamente falando e não era de desistir.

— Essa noite não dá, os pais da Bella estão na cidade e ela resolveu marcar um jantar para que eu possa conhece-los formalmente. – Emmett fez uma careta, essa era uma das razões pelas quais não queria saber de compromisso com ninguém. – E se quer um conselho:  não vá com muita sede ao pote, se esse seu chefe é tão filho da puta quanto você me disse é provável que não seja tão fácil assim. Boa sorte.

—Valeu. – Emmett agradeceu, mas fez pouco caso do alerta. Nada poderia dar errado.

X

Emmett chegou cedo na empresa aproveitando os minutos que antecediam a reunião para repassar a apresentação do seu projeto, a empresa estava lançando no mercado uma nova linha de alimentos italianos chamada Volterra e o dever de Emmett era desenvolver um plano para a divulgação dos alimentos. Depois se ocupou em resolver outras pendências e enviar para Jasper, o diretor geral do seu setor e consequentemente o seu chefe, uma planilha com os dados de aceitação de mercado das últimas campanhas que eles tinham realizado. Jasper além de seu chefe era um bom amigo e admirava bastante o seu trabalho, inclusive fora ele quem recomendara Emmett a Aro para realizar aquela campanha pela empresa.

 Quando o relógio apitou indicando que faltavam dez minutos para sua reunião que era as nove horas no último andar da empresa Emmett juntou seus pertences, deixou o oitavo andar que era onde trabalhava e tomou o elevador, assim que entrou seus olhos focaram na mulher elegante ao seu lado e ele não conseguiu se conter o choque. Rosalie Hale? Rosalie Hale, sua ex-namorada?  Emmett ficou branco como papel e não conseguiu evitar olhá-la de alto a baixo.

Já que as mãos estavam ocupadas ele teve que contentar em bater palmas mentais porque aquela mulher estava um espetáculo. Ainda mais bonita do que quando se conheceram. Devia medir 1,70 m embora estivesse mais alta devido ao salto, usava uma saia preta que chegava na altura dos joelhos, uma blusa branca e por cima um terninho preto. Os lábios estavam cobertos de batom vermelho e os cabelos loiros presos em um coque elegante e ao mesmo tempo sensual, fez um arrepio descer pela coluna de Emmett e ele perder o foco por alguns minutos esquecendo até mesmo de apertar o botão para o andar que seguiria. Por um momento Emmett quis soltar os cabelos dela e correr os dedos pelos fios loiros para que saber que comprimento teriam agora, mas poderia apostar que eram longos. A mulher pigarreou de repente e Emmett percebeu que a estava encarando deliberadamente naquele minuto.

— O senhor não vai apertar o botão? – Ela perguntou com uma voz suave e um olhar desafiador e Emmett engoliu em seco, nada o preparou para aquele reencontro. E depois de todos aqueles anos, era aquilo a primeira coisa que ela tinha a lhe dizer? Ainda atônito desviou os olhos para frente fazendo menção de apertar o botão do último andar mas desistiu ao ver que já tinha sido solicitado o que o deixou confuso, o que ela estava fazendo ali?

Quando chegaram a cobertura foram prontamente atendidos pela secretária de Aro.

—Senhor McCarty, Senhorita Hale, bom dia. – Cumprimentou educadamente se pondo de pé e apertando a mão dos dois. – O senhor Volturi os aguarda, fiquem à vontade e podem entrar. - Ela os guiou até a porta da sala e então retornou ao seu posto.

Emmett ainda se sentia confuso, os sentimentos numa bagunça desestabilizadora, a simples visão de Rosalie, a sensação de seu cheiro foi o suficiente para fazê-lo relembrar os anos de escola quando tinham se conhecido. Rosalie fora o seu primeiro amor, sua primeira namorada e eles juravam que iriam se casar e ter filhos até que no último ano do colegial ela tinha terminado com ele por uma carta, e depois sumiu, não atendia seus telefonemas e quando ele foi procura-la em sua casa chique os pais dela tinham informado que ela tinha viajado e não o veria novamente, ela tinha percebido que eles não eram compatíveis. E aquilo devastou Emmett completamente.

— Rosalie...- Começou a questionar não gostando nada do tremor em sua voz, mas a mulher o ignorou e abriu a porta da sala.

— Ah! Senhorita Hale, tão encantadora como da última vez em que a vi. – Aro beijou a mão dela e então se voltou para Emmett apertando sua mão. – Emmett McCarty, ouvi muitos elogios ao seu trabalho e devo admitir que o seu pré-projeto  me deixou bastante satisfeito com o seu trabalho. Vamos, sentem-se.

Eles se sentaram.

— Senhor Volturi, é um prazer estar aqui e eu fico muito feliz em ouvir que o senhor se agradou do meu trabalho, mas gostaria de entender o que está acontecendo, achei que a reunião seria apenas entre nós. Jasper não mencionou nada sobre a senhorita Hale. - Ele fez força para não a encarar. Não podia perder tempo lamentando e sofrendo pelo passado, era um homem agora, muita coisa tinha mudado do colegial até ali. Tinha que agir de modo profissional e ignorar aquela insana atração por ela mesmo depois de tantos anos.

Aro gargalhou e bateu palmas como se estivesse achando tudo muito divertido e Emmett se questionou se aquele homem era louco.

— Gosto do seu jeito, Emmett. Deixe-me fazer as honras e apresenta-lo adequadamente então.  Está é Rosalie Hale, ela é representante da Volterra. Como você deve ter sido informado pelo Whitlock, nós firmamos um acordo com a Companhia Volterra que é dona de uma franquia de restaurantes italianos e agora estará criando a linha de alimentos que nós vamos distribuir. Bem a senhorita Hale se responsabilizou pessoalmente por acompanhar o desenvolvimento de todas as etapas do projeto e além disso como ela também é responsável pelo setor de publicidade da Volterra ela criou um projeto complementar ao seu. 

Emmett piscou ultrajado, tinha as mãos cerradas ao lado do corpo e os ombros tão rígidos que pareciam estar a ponto de se romper, Rosalie viu o exato momento em que ele explodiria quando uma veia começou a pulsar em sua testa por isso ela se intrometeu antes que ele fizesse alguma besteira. Conhecia Emmett, sabia o quão impulsivo era, tinha certeza de que aquilo não havia mudado com o tempo e esperava que os sentimentos dela por ele também não.

Quando o viu entrar naquele elevador sentiu o coração bater acelerado ao se dar conta de que ele estava ainda mais bonito do que na época do colegial, a maturidade tinha lhe caído muito bem, mesclando seriedade ao jeito antes tão debochado e desleixado. Os traços estavam mais formais muito embora Rosalie pudesse apostar que quando ele sorrisse ainda deixaria amostra as covinhas que um dia a tinham feito se apaixonar. Quis tocá-lo, correr a mão pelos cabelos escuros, sentir novamente a pulsação dele em suas mãos e seu corpo colado ao dela, mas conseguiu se manter sob controle afinal já esperava por aquele encontro, na realidade tinha orquestrado toda aquela situação, queria ver Emmett de novo, estava disposta a reconquistá-lo.

— Seu projeto é realmente muito bom, senhor McCarty, entretanto tenho alguns apontamentos que serão capazes de melhorá-lo. A sua ideia de um leilão beneficente seguido de um jantar com os produtos da nossa nova linha é uma boa abordagem. – Emmett tentou acompanhar o que ela dizia ficando surpreso e ao mesmo tempo aliviado ao vê-la assumir um tom formal, se ela iria fingir que não o reconhecia e trataria a interação como negócios ele estaria mais do que confortável em imitá-la. Não queria reviver o passado e quanto mais deixasse a parte pessoal de lado e focasse no profissional melhor seria.

— Por que eu sinto que vez tem um “Mas” em algum lugar na sua frase, senhorita Hale? - Ele questionou com um pouco de sarcasmo.

— Por que há. – Aro se intrometeu e Emmett se deu conta de que o tinha ignorado totalmente por alguns instantes. Voltou sua atenção para o homem. – A senhorita Hale chegou à conclusão e, eu a apoio completamente, de que por mais que a ideia do leilão seja interessante, uma festa atrairia um contingente muito maior de pessoas. Não podemos negar que as pessoas têm uma tendência muito maior de comparecerem a um evento se não tiverem que pagar nada por isso.- O mais velho finalizou e Emmett sentiu seu mundo ruir. Perderia a oportunidade de executar o projeto?

—Então é isso? Meu projeto não foi aprovado e eu estou fora?- Ele teve que se controlar para não gritar.

—Não, rapaz, óbvio que não. Eu não marcaria uma reunião só para dizer que você está fora. Acha que eu gosto de perder tempo? – Aro revirou os olhos. –  A senhorita Hale tem muita experiência com organização de festas. Por isso quero os dois trabalhando nessa divulgação, terão quinze dias para fazer isso.

—Trabalhar juntos? – Emmett guinchou e Rosalie precisou conter a risada, espontâneo como sempre.

—Algum problema com isso, senhor McCarty? – Ela perguntou o encarando no fundo dos olhos, o desafio claro na voz e Emmett devolveu o olhar sentindo o estômago embrulhar. Aquilo era demais para ele.

—Sim, senhor McCarty, também gostaria de saber se há algum problema. – O chefe se manifestou dando indícios de aborrecimento. – Devo lembra-lo que esta é uma oportunidade única para mostrar o seu potencial e me fazer ver que a confiança que o senhor Whitlock deposita em seu trabalho é bem fundamentada?

Emmett sentiu-se num beco sem saída, por mais que quisesse acreditar que o passado estava morto ele sentia coisas estranhas simplesmente por estar no mesmo ambiente que Rosalie, imaginar trabalhar duas semanas ao lado dela lhe dava a certeza de que nada viria de bom para o seu coração daquela reaproximação. Por outro lado, trabalhou duro para conseguir aquela oportunidade e não deixaria que Rosalie mais uma vez estragasse a sua vida. Só  precisava tratar as coisas de modo profissional e nada mudaria. Respirou fundo antes de dar um sorriso trêmulo e dizer.

— Não, senhor Voluri. Nenhum problema, eu só fui pego desprevenido. Mas posso lhe assegurar que isso não será nenhum empecilho, farei o meu melhor.

—Perfeito! – Rosalie se pronunciou. – Com sua experiência e os meus contatos tanto nacionais quanto internacionais faremos da linha de produtos Volterra um grande sucesso. Vou precisar do seu telefone e email para podermos marcar as reuniões. – Ela disse colocando a mão sobre a dele e foi como se uma corrente elétrica transpassasse seu corpo. Emmett arquejou afastando a mão o mais rapidamente possível sem que parecesse um gesto grosseiro e Rosalie sorriu. Sim, Emmett ainda sentia alguma coisa por ela e ela não desistiria até tê-lo de volta.

— Certo, eu vou pedir para minha secretária entrar em contato com a senhorita. Se vocês dois me dão licença eu tenho algumas pendências para resolver. – O moreno colocou-se de é forçando as pernas a segurar o peso do próprio corpo. Apertou a mão de Aro e por fim contra todos os seus instintos de auto-preservação estendeu a mão para Rosalie somente porque seria muito grosseiro se não o fizesse. – Muito obrigado pela oportunidade, senhor Volturi. Não vou decepcioná-lo.

Apressadamente Emmett juntou suas coisas e deixou a sala. Rosalie tamborilou as unhas sobre o tampo da mesa vendo o homem fugindo tão rápido quanto o diabo fugiria da cruz. Mas não por muito tempo.

X

O dia não foi nem de longe como ele tinha imaginado, depois da desastrosa reunião Emmett não conseguiu executar nenhuma das atividades planejadas para o dia, ao final do expediente não pensou duas vezes antes de pegar o carro e partir para o pub que comentou com Edward mais cedo embora não tivesse nada para comemorar. Era sexta-feira e ele queria encher a cara para esquecer tudo pelo que tinha passado.  Sentou num banquinho chamando atenção do bar man e pediu um whisky duplo sem gelo para começar a noite.

Tinha acabado a terceira dose quando sentiu uma presença ocupar o banco ao seu lado.

—Mais uma dose para o cavalheiro. - Pediu a voz ao barman.- Parece que o dia não foi fácil pra ele. – Emmett se virou apenas para se deparar com a visão de Rosalie em um vestido preto e colado de noite. Cacete. Não era possível. – Para mim um drink de morango. Obrigada, docinho. – Ela piscou enquanto via o homem se afastar para fazer os pedidos.

—O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou mais grosseiramente do que planejara, mas a verdade é que Rosalie o deixava nervoso.

—O que todo mundo faz numa noite de sexta-feira num pub, Emmett. Bebendo, jogando conversa fora, flertando. – Falou sensualmente aproximando-se mais dele.

—Emmett? Não quer dizer “ Senhor McCarty”? – Ele perguntou debochando  e propositadamente ignorando as demais palavras e atitudes dela bem no momento que o barman serviu as bebidas.Rosalie agradeceu em seu lugar empurrando o copo de whisky para perto dele enquanto bebia um gole do seu drink.

—Achei que seria mais confortável para você se levássemos as coisas para o lado profissional no ambiente de trabalho. Aqui por outro lado pensei que podemos entrar em assuntos mais pessoais. – Ela jogou o cabelo para trás e esticou a mão tentando tocá-lo, mas ele se afastou aproveitando o gesto para tomar a própria bebida.

— Não temos nada de pessoal para discutir, Rosalie. O momento de conversar ficou no passado quando você deliberadamente foi embora e terminou comigo por uma estúpida carta. O que aconteceu? A pressão foi demais para você? Você viu que não valia a pena desafiar os papais ricos para ficar com o garoto do subúrbio? - Ele riu amargando o fato de estar remexendo nos fatos do passado, de estar se expondo e mostrando o quanto ela o magoou quando foi embora e como ele passara anos pensando naquilo. Emmett queria parecer forte, queria fingir que não se importava mais e que superou, mas a verdade é que nunca a tinha esquecido, em cada mulher com que ficava via algo de Rosalie, e nas noites em que estava sozinho em sua cama se perguntava como seriam as coisas se ela o tivesse escolhido ao invés de ceder à pressão dos pais.  

Emmett virou o copo de uma vez agradecendo a queimação da bebida em sua garganta, prova de que aquilo tudo era real e não uma alucinação ou um sonho, pois por mais patético que pudesse ser por vezes ele sonhava que reencontrava a loira.

—Acho que por tudo o que você acabou de falar fica mais do que claro que há na verdade muito para discutir. Temos assuntos inacabados, Emmett. Nós nos amávamos, estávamos apaixonados um pelo outro e agora nos reencontramos e temos a chance de resolver....

—Não! Não estávamos apaixonados, nem nos amávamos. Éramos crianças brincando de desafiar as regras, você queria desafiar a autoridade dos seus pais e eu me envolver com a moça rica que eu nunca poderia ter. Foi isso e acabou.  Não importa mais. Já faz muito tempo. Nós seguimos nossas vidas, crescemos, mudamos, nem sei porque ainda estamos discutindo isso.

—Eu quero você de volta. – Ela despejou de uma vez e Emmett invejou a tranquilidade com que ela falou porque assim que seus ouvidos captaram a mensagem seu corpo paralisou e ele a encarou incrédulo. Ela riu e terminou seu drink. – Você pode tentar minimizar o que sentimos se isso faz você se sentir melhor, mas você e eu sabemos a verdade. Voltei com um propósito específico, Emmett, sabia que ia encontrar você hoje naquela reunião. Fiz isso acontecer, quero você e não vou desistir.

Emmett se empertigou e bateu no balcão com a mão aberta fazendo barulho e atraindo a atenção de algumas pessoas.

—Não! Mas que porra. Você não pode sumir por anos e então voltar como se nada tivesse acontecido e achar que tudo vai ser como antes. – Ele levantou da cadeira e tirou uma nota do bolso deixando sobre o balcão debaixo do seu copo. – Eu não quero ter nada a ver com você. Escute bem, vamos trabalhar juntos porque eu não tenho escolha, mas é apenas isso. Não confunda as coisas.

E então se afastou desorientado demais para saber o que fazer, não conseguiria dirigir de volta para casa, seu corpo inteiro tremia e em sua cabeça ele ouvia a voz dela repetindo que o queria, em sua mente imagens de todos os momentos que passaram juntos começaram a bombardeá-lo. Emmett rumou para o banheiro, precisava jogar alguma água no rosto e se recompor.

Ficou alguns instantes apoiado na pia de cabeça baixa a medido que o banheiro gradualmente esvaziava, controlou a respiração e jogou água no rosto, se sentia mais senhor de si quando ouviu a porta do banheiro bater e o som de uma tranca soar. Olhou por sobre o ombro tendo a visão de Rosalie caminhando em sua direção.

—Cada vez que me diz não eu vejo seu corpo dizer sim. Pare de pensar e apenas sinta. – Ela se aproximou e o beijou e Emmett não pode fazer nada a não ser toma-la em seus braços e retribuir o beijo. O apelo sexual sempre fora muito forte entre os dois e antes que se dessem conta estavam agarrados contra a parede do banheiro envolvidos demais na dança entre os corpos.

X

— Isso não vai mais se repetir. – Emmett declarou enquanto terminava de abotoar a camisa. – Estou falando sério. Pare de me provocar. – Não correria o risco de se entregar novamente, não era mais um garoto e Rosalie não faria dele o que bem entendesse.  Sem mais delongas saiu do banheiro deixando uma sorridente Rosalie para trás.

—Pare você de resistir, Emmett. – Ela murmurou sozinha organizando o vestido, logo em seguida voltou para o salão. Ao final daqueles quinze dias teria Emmett McCarty de volta ou não se chamava Rosalie Hale.


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Notas finais do capítulo

Gente, o que é essa Rosalie DEXTRUIDORA, cheia de atitude, laçando o boy de jeito? auhahusas Tadinho do Emmett, eu adoro fazer umas maldades com ele
Será que a Rosalie vai conseguiur reconquistar a confiança do Emm?
Me digam o que vocês acharam desse capítulo.
Beijinhos e até amanhã



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