50 Tons Depois do Felizes Para Sempre escrita por Carolina Muniz


Capítulo 8
6.


Notas iniciais do capítulo

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• Capítulo 6 •

Ana não conseguiu ficar na reunião, e foi embora antes do almoço, deixando com Roger - seu segundo no comando das publicações - tudo o que teria naquele dia.

Quem adorou que ela estivesse em casa mais cedo fora Teddy. O pequeno ainda não estava na creche nem mesmo na escolinha - a contra gosto de Ana e a ordem de Christian.

Não que ela quisesse se livrar do filho, sem contar que seria no horário que eles trabalhassem, mas seria bom para Teddy ter outras crianças para brincar. A cada dia ela via seu filho mais viciado em tablets e televisão, até mesmo no carro para fazê-lo ficar quieto, Christian havia colocado um aparelho só para o pequeno.

E também havia muitas pesquisas que afirmavam que as criança em creches cresciam mais inteligentes e independentes.

Seu filho estava se perdendo para o mundo tecnológico e ela não gostava daquilo.

Ana havia usado todos aqueles argumentos, mas Christian foi teimoso em dizer que nada de creche até os dois anos, no mínimo.

Provavelmente seria a mesma coisa com o novo bebê.

As pensar naquilo, Ana se deu conta do quanto ela estava sendo natural com aquilo. Só fazia três horas que descobrira sobre o serzinho em sua barriga e já estava fazendo planos com ele.

Seu celular tocou.

A garota se virou para pegar o celular ao lado de um avião de Teddy, escondido onde ele não poderia ver e querer pegar.

A palavra "amor" vibrava na tela junto com uma foto se Christian.

Claro que os seguranças avisaram que ela havia ido para casa.

A morena atendeu e se levantou, ficando sentada no chão.

— Christian - saudou.

— O que houve? Por que foi para casa?

Oi, para você também.

— Por nada. Eu só quis vir.

— Você está bem?

Aquelas coisas a faziam vacilar em tudo, aquelas preocupações, o jeito carinhoso que ele usava ao perguntar.

Droga, ela morria por aquele homem!

— Eu estou bem, não se preocupe.

— É impossível não me preocupar, Ana.

É culpa da gravidez, claro, todo aquele coiso no seu coração. Gravidez deixa as mulheres sensíveis, os hormônios lá em cima.

A morena engoliu em seco.

— Juro que estou bem - garantiu.

— Não aconteceu nada?

— Não, eu só fiquei com saudade do Teddy.

Aquilo pareceu convencer Christian, pois ela ainda sofria com aquelas situações. Bem no começo, ela não conseguia ao menos ir ao supermercado com Gail sem levar o pequeno junto. Imagina, o trabalho. Foi um tremendo desespero - e uma brecha para Christian tentar convencê-la a não trabalhar mais.

Aquilo não rolou.

Mas rendeu muitos dias dela voltando para casa antes mesmo das onze horas da manhã porque não aguentava ficar longe de Teddy.

Será que seria assim também com o novo bebê?

Ana mordeu o lábio, sentindo o coração apertar.

Não iria contar por telefone. Nem pensara numa forma de contar ainda.

— Eu vou sair com Teddy, tenho que desligar - falou.

— Para onde vai?

— Hã... Vou ao parque com ele. Ele precisava sair de casa.

— Leve Sawyer.

— Eu não pensaria em fazer o contrário, Christian - disse secamente.

Depois de um bufo do outro lado da linha, ele se despediu com um "tchau" e a ligação foi encerrada.

Segurança era um ponto fraco naquela relação bomba relógio que eles estavam tendo. Em quatro dias, aquela havia sido a primeira vez que eles trocaram mais palavras - que não fossem gritadas, grosseiras ou qualquer coisa do tipo. Era como se tudo estivesse sendo esperado... Esperado para algo maior.

Se seria bom ou ruim, Ana não sabia dizer.

A garota colocou o celular no chão novamente e voltou a se deitar, levou a mão até sua barriga e lá deixou repousada, Teddy estava sentado ao seu lado, desenhando enquanto "via" O Poderoso Chefinho.

Ana até curtia aquele desenho, mas Teddy havia gostado demais, o que queria dizer que ela via a noite toda, todas as noites, então ela não aguentava mais aquele bebê e o irmão tapado dele.

Sério, que irmão mais velho deixa o mais novo lhe controlar e faz tudo o que ele quer? Sem contar, que ele realmente parecia ter algum retardo mental pelo jeito que agia o tempo todo.

Tudo bem, Ana estava mesmo julgando um desenho para crianças - que deveria deixá-la feliz por não ter músicas irritantes?

A garota bufou.

— Hey, Teddy - chamou.

O garoto se virou para a mãe e sorriu, levantando o giz de cera verde que usava para, bem, fazer rabiscos no papel ofício.

— O que você acha de sair com a mamãe? Você quer?

O garoto deixou o papel e os gizes, jogando-se em cima dela quando a mesma abriu os braços.

— Isso, vamos dar uma volta com a mamãe - disse, levantando-se com o bebê noa braços.

Ana saiu da sala de cinema e seguiu para o quarto de Teddy.

— Huuum... Eu vou te deixar bem estiloso - informou admirando o closet infinito do filho. - Vai matar as meninas do coração hoje.

Ela colocou o pequeno no chão e começou a separar as roupas, fazendo tudo bem monótona, não pensando em nada que não fosse deixar seu filho como um modelo da adidas.

Christian adorava quando ela fazia aquilo.

— Não! Não! É proibido pensar no Christian - repreendeu a si mesma.

Em alguns minutos - talvez vinte, o que deixou Teddy um pouco irritado e ela teve de dar a maldita chupeta ao menino para que ele deixasse que ela arrumasse seu cabelo perfeitamente - o pequeno Grey estava um perfeito style da moda.

— Okay, meu pequeno Grey, vamos arrasar - Ana comemorou com o menino e o pegou no colo.

Após trocar a roupa confortável que estava por uma calça jeans, uma blusa leve e sapatilhas, Ana se dirigiu a Sawyer e o informou que iriam sair.

— Para onde, sra. Grey? - questionou o segurança quando já estavam dentro do carro no estacionamento, Teddy perfeitamente preso na cadeirinha e Ana segura no cinto de segurança.

— Para a clínica da Dra. Greene, por favor - respondeu ela.

Não demorou muito, a clínica ficava no centro, vinte minutos de carro, e Sawyer acompanhou Ana até a porta, ajudando-a com a bolsa do bebê e ursinho de pelúcia.

A sala da obstetra era a mesma que Ana entrou há alguns meses, quando decidiu que iria tomar anticoncepcionais e não injeções.

— Ana, que bom vê-la de novo - cumprimentou a doutora assim que Ana entrou em sua sala. - E o pequeno Theodore - brincou com cabelo do menino. - Tão bonito como sempre.

— Oi, me desculpa ser tão em cima da hora - Ana disse, sentando-se na cadeira que Greene indicou.

Com Teddy em seu colo, a morena colocou a bolsa no chão e deixou que o pequeno brincasse com o ursinho, mordendo-o com o nervoso dos tantos dentes que já tinha.

A doutora se sentou a sua frente.

— Não se desculpe, numa quarta à tarde, não tive que desmarcar nada - disse.

Ana sorriu pequeno.

— Mas então, uma consulta de rotina?

— Na verdade... Eu estou grávida - falou de uma vez.

A doutora sorriu largo.

— Meus parabéns, Ana, tenho certeza que Theodore vai adorar ter um irmãozinho.

— Teddy, por favor - pediu. - Eu sei que ele vai - disse, apertando o menino contra si.

— Mama - chamou ele, virando-se em seu colo para abraçá-la.

— Então, vamos começar, não é? O pré natal, as vitaminas...

— Sim, eu só queria fazer um exame de sangue antes, só para confirmar, sabe?

— Bem, se você quer apenas uma confirmação, podemos fazer uma ultra, é mais rápido.

— Ah, okay, tudo bem - concordou.

— Primeiro, algumas perguntas básicas. Como descobriu?

— Eu fiz um teste de farmácia. Hoje.

— Tudo bem. Eles são confiáveis, mesmo que todos digam que nem tanto. Mas por que você o fez em primeiro lugar? Você e Christian estavam tentando?

Por que ela ficou com vergonha, como se tivesse feito algo de errado, ao que abriu a boca para dizer que foi um acidente? Ah, sim, porque ela é uma mulher crescida e já teve um filho que foi, bem, também um "acidente".

Ninguém tinha absolutamente nada com sua vida, mas era difícil admitir que havia feito aquilo novamente.

— Não, não estávamos. Mas eu me senti tonta algumas vezes, e também enjoada, com um mal estar terrível nos últimos dias... - tratou de desconversar. - Então eu fiz.

— Estava tomando os remédios?

— Sim, mas eu fiquei resfriada há alguns meses. Na verdade, foi no mês retrasado, eu acho. E você tinha que me dito que alguns antibióticos cortam o efeito, não é?

A doutora balançou a cabeça em concordância.

— Enfim, o teste deu positivo.

— Então, mais exato pode estar grávida de oito ou nove semanas?

— Por aí.

Greene anotava muitas coisas enquanto ela falava, e a garota tentava conter a vontade de querer dar uma levantadinha e ver o que ela escrevia.

— Acho que podemos fazer uma ultra externa - comentou.

A doutora se levantou.

— Bem, vamos tentar - decidiu, logo sorrindo para Ana. - Que tal deixar esse lindinho ali - ela apontou para uma poltrona perto da cama - e se deitar ali? O pequeno Teddy vai se comportar direitinho enquanto a mamãe vê o irmãozinho dele, não é? - brincou ela com o menino, e fez graça lhe sorrindo e até mesmo balançando a cabeça em concordância.

 Ana colocou Teddy na poltrona grande, entregando-lhe seu celular para distraí-lo e tratou de se deitar na cama ao lado do aparelho.

A morena levantou a blusa e encarou Teddy mais uma vez antes de dar atenção à doutora novamente.

— É um pouco gelado - informou a obstetra antes de colocar o gel na barriga da morena.

E era realmente gelado. Ela se lembrava bem da sensação.

— Okay, vamos ver se conseguimos ver esse bebê - disse a doutora, o pequeno "mouse" se movendo na barriga de Ana e a tela do aparelho começando a aparecer. - Ah, olha ele ali.

— Onde? - Ana tentou ver.

Não importava se ela passou nove meses indo naquele lugar, olhando para aquela tela: ela nunca conseguiria identificar o que tinha ali sem todos os detalhes da doutora lhe explicando.

— Bem aqui - a doutora apontou para o ponto um pouco abaixo na tela, logo ficando no meio quando ela moveu o "mouse" para seu baixo ventre. - Sim, um pequeno bebê já está se formando.

Então era verdade. Não tinha como não ser. Estava bem ali, o segundo pontinho.

Não era tão pequeno quanto quando ela viu Teddy pela primeira vez, mas ainda assim: um ponto.

A morena olhou para Teddy de relance.

Logo, aquele pontinho seria como Teddy, um bebê fora de si que fora formado dentro de si.

O som começou de repente, talvez a doutora tenha avisado e ela ao menos escutou, mas ela ouviu claramente: o tum tum forte e rápido enquanto ainda olhava para Teddy.

O pequeno se assustou, tirando a atenção do celular e olhando para a mãe, querendo saber de onde vinha o som.

Ana sentiu os olhos cheios d'água. Não importava a situação, ela já amava tanto aquele som.

— É o seu irmãozinho, Teddy - disse para o pequeno. -  É o coração dele.

Teddy sorriu. Entendendo ou não, ele apenas sorriu largo, parecendo gostar do som, encantado.

Ana sentiu o próprio coração querer explodir de amor. E a única coisa que ela conseguiu pensar foi: Christian tinha que estar ali.

Ana voltou para casa, após fazer todos os exames que a doutora pediu, pegar as vitaminas que precisaria e também dar um passada com Teddy no parque - onde o menino brincou tanto no escorrega e de correr com as outras crianças, que antes de ser preso na cadeirinha, já estava dormindo. A morena deu um banho no pequeno, já passava das três horas, já o momento da soneca da tarde, e deixou que ele dormisse.

Apenas três horas e o dia já havia tido o seu limite.

Mais tarde, Christian chegou, estranhando Ana quando o mesmo apenas entrou em seu quarto - o de hóspedes ainda - e fechou a porta atrás de si.

A morena tirou a atenção do livro que lia - agora O Silêncio das Águas - e encarou o marido em confusão.

Ele ainda vestia o terno, até mesmo a gravata estava perfeita, mesmo que o cabelo não estivesse tão alinhado, confessando que ele havia passado as mãos muitas vezes pelo mesmo.

Droga, por que ele tinha que ser tão sexy?

— Christian? - questionou, colocando o livro de lado.

O outro caminhou até ela e sentou na beira da cama, aos seus pés.

— Eu te amo, Ana. E eu sei que você sabe disso - começou ele. - Não importa o que eu fiz, eu sei que você sabe exatamente o que eu sinto por você. E eu sei que eu errei. Errei muito por ter feito aquilo. Você não faz ideia do quanto eu me arrependo.

— Christia...

— Me deixa terminar. Você está com raiva, e com razão. Mas eu acho que você deveria tentar, pelo menos tentar, pensar fora disso. O que eu fiz... O que eu fiz não é algo que faria de novo. Eu com certeza não quero mais sentir o que eu estou sentindo desde aquele dia. E eu acho que mesmo que você me perdoe algum dia, eu não vou me perdoar. Eu te machuquei. Eu toquei em você de um jeito que não tem desculpa.

Ana piscou, não conseguindo evitar as lágrimas escorrendo por seu rosto.
Christian olhava em seus olhos, não desviando nem um único segundo sequer.
Ela via tudo neles: o arrependimento, a tristeza, a decepção. Ele parecia perdido. Mas ela também via o amor. O amor incondicional.

E ele tinha razão, ela sabia que ele a amava.

É só que... Era tão difícil. Mas tão difícil conseguir aceitar que alguém que te ama tanto, é capaz de te machucar.

— Eu não sei bem onde a gente se perdeu aqui - ele voltou a falar. - De qualquer forma, eu recebi os papéis hoje.

Ana limpou o rosto com as costas da mão e viu Christian respirar fundo.

— Se você quiser fazer isso, eu não vou atrapalhar. Se é o que você quer, eu não vou te prender comigo. Eu juro que não vou. É uma decisão sua - prometeu ele.

Acho que ali, ela sentiu seu coração quebrar um pouco. Não sabia o que estava sentindo de verdade. Como é possível alguém dizer que te ama, e o seu coração se partir?

No fundo, Ana não queria ter ouvido aquilo. Compreensão e aceitação não era o tipo de coisa que ela queria. Ela queria que ele insistisse, que ele lutasse por ela, que ele persistisse naquilo até convencê-la de que nunca mais a machucaria e que estar com ele era o melhor para ela.

Mas pelo visto, ele não faria aquilo.

Era por amá-la demais, ou apenas estar desistindo?

— Eu só quero que você me responda uma coisa - disse ele.

Uma coisa. Uma única coisa. E Ana tinha uma leve impressão do que era. E ela não queria responder, pois se dissesse, ela iria quebrar de vez.

Deus, ela iria desmontar!

— O quê? - questionou num fio de voz.

Não pergunta se eu te amo, não pergunta se eu te amo, não pergunta se eu te...

— Você está grávida?

A pergunta ecoou pelo quarto silencioso como uma sentença.

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Notas finais do capítulo

Eeeeeta situação hein :( Mas, gente, eu não tenho psicológico para aguentar o Teddy haha, muuuito cute meu baby, até maaais, amodoro vcs



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