50 Tons Depois do Felizes Para Sempre escrita por Carolina Muniz


Capítulo 6
4.


Notas iniciais do capítulo

♥ oláááá



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• Capítulo 4 •

Ana segurou o cabelo para trás a tempo dele cair na pia junto do seu almoço que saiu do seu estômago. Ela vomitou novamente, provavelmente pelo cheiro que vinha da pia. Seus olhos já lacrimejados, sua testa suando e a tontura chegando.

A morena fungou, e quando percebeu que as ânsias paravam, abriu a bica e se apoiou no balcão de mármore, fechando os olhos.

— Ana - Christian chamou.

A garota pegou uma das toalhas de rosto em cima do balcão e passou na boca enquanto se virava para o marido.

— Eu estou bem - respondeu ainda com a boca na toalha.

O outro levantou uma das sobrancelhas.

Não importava se eles estavam brigados, nem mesmo pode ter sido uma briga fatal para aquela casamento, ainda se preocupavam um com o outro. Não é do nada que um amor acaba.

— Foi só um enjôo, eu estava assim depois do almoço, e agora não aguentei. Foi algo que eu comi - explicou ela após terminar de limpar a boca.

— Tem certeza de que não está sentindo nada? - ele se aproximou.

— Sim, é sério, está tudo bem - insistiu ela.

Christian levantou a mão, pronto para tocar em seu rosto. E Ana admite: ela queria muito aquilo.

Nossa, só alguns dias e ela sentia falta do toque ele.

Mas Christian voltou a baixar a mão e se afastar.

— Ótimo - disse ele e saiu do banheiro, deixando a garota lá.

Ana fechou os olhos com força.

Já nem sabia mais de quem era a culpa. Se era dela, dele... Só sabia que toda aquela situação estava acabando com ela.

As lágrimas desceram rápidas por seu rosto, e em menos de um minuto Gail estava lá.

A morena limpou o rosto, se xingando por sentir o coração apertar ao que sabia que fora Christian quem mandou a governanta ali.

— Ana, o que houve? - questionou Gail, passando um dos braços pela cintura da patroa, levando-a para fora do banheiro.

— Foi só um enjôo - garantiu a garota enquanto seguiam para a suíte principal. - Foi o almoço, com certeza.

— Bem, de qualquer forma vou fazer um chá para limpar o estômago - informou a governanta.

Gail abriu as portas do quarto e fez Ana se sentar na cama.

— Acho que vou tomar um banho - disse a morena.

— Tudo bem, querida. Deixe a porta aberta, sim? Pode ficar tonta.

Ana concordou com a cabeça e observou enquanto Gail saía do quarto. A morena olhou em volta. Não havia dormido ali nos últimos dias, apenas entrava para pegar sua roupa do dia.

De vez enquanto, ela pensava no exagero que era todas aquelas coisas que estava fazendo. Mas então havia um lapso de lembranças e bastava para lembrá-la que não era nada exagerado.

A garota passou a mão pelo rosto e suspirou alto.

Como sua vida chegou naquele ponto?

Ana pegou qualquer roupa confortável no closet e tomou banho, lavando o cabelo para ver se ajudava a dor de cabeça e o mal estar a passar. Não adiantou por completo, mas ela se sentiu mais leve depois que o secou com o secador.

Ela ficou com Teddy, e o colocou para dormir aquela noite, tendo um diálogo de duas palavras com Christian quando o mesmo foi dar um beijo de boa noite no pequeno.

— Está melhor? - ele questionou após beijar a testa de Teddy.

— Estou bem - disse ela, saindo do quarto em seguida.

Foi audível o suspiro de decepção do outro, e ela mesma sentiu seu coração apertar, querendo desesperadamente voltar e ser abraçada e beijada por ele.

Mas fosse o orgulho ou qualquer outra coisa, ela apenas seguiu para o quarto de hóspedes e lá ficou. O livro no criado mudo, ao lado da babá eletrônica de Teddy, estava na metade, e ela não tinha o menor sono, então entrou nas páginas e apenas se perdeu, se recusando a pensar em qualquer coisa que não fosse Tristan sendo incrível ao falar sobre Harry Potter para Lizzie.

Ana não quis jantar, mas forçou o chá que Gail lhe fez goela abaixo enquanto lia. A noite se fora e a garota acabou caindo no sono antes mesmo de terminar o livro. Acordou com seu celular despertando e xingou Deus e o mundo por ter que levantar.

A morena se sentou na cama, se situando, olhando automaticamente para o lado a procura de Christian.

Claro que ele não estava lá.

Não queria admitir, mas achava difícil algum dia conseguir se acostumar com aquilo.

Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e desligou o despertador do celular, batendo de cara com as cortinas fechadas e o livro de ontem cuidadosamente fechado e marcado no criado mudo.

Aquelas coisas não estavam daquele jeito quando ela caiu no sono. Ana sabia que havia dormido com o livro na barriga, aberto, e as cortinas ficara com preguiça de levantar e fechá-las mesmo que odiasse acordar com a claridade em seu rosto.

Christian estivera ali.

Claro, quem entraria em seu quarto às uma da manhã se não seu marido?

O sorriso foi involuntário.

Não tem como evitar, não tem como negar, o sentimento era forte e grande demais para de repente ela conseguir segurar.

Ana balançou a cabeça em descrença e se levantou, indo direto para o banho, sentindo a barriga roncar de fome.

Durante o café da manhã, a única coisa que fazia Ana não querer explodir de tédio e tensão, foi Gail lhe contando sobre uma história de sua família que aconteceu quando a mesma fazia seu risoto - que era faria para o almoço naquele dia, e claro, os ovos e bacon - comendo pela segunda vez - também a deixou distraída da tensão que estava ali.

O caso era que ela e Christian estavam sentados lado a lado - mesmo que mais parecesse ter um abismo enorme entre eles - e os dois ao menos se olhavam.

O choro de Teddy ecoou pela babá eletrônica, e o casal se levantou.

— Não, não, deixem comigo - prontificou-se Gail, limpando as mãos no avental. - Precisam terminar o café da manhã, já conversamos sobre ser importante - a mulher terminou sua frase já no corredor.

Os dois voltaram a se sentar.

Se fosse num dia comum, eles começariam a falar sobre como Gail era mandona e parecia a mãe deles sempre falando sobre comerem, sobre ser importante fazer isso e aquilo.

Mas não era um dia comum ali, então eles apenas voltaram a comer, cada um com seu pensamento distante.

Ana teve medo que, agora, aquele fosse começasse a ser o tipo de dia comum para eles.

Em menos de um minuto, Gail voltou com um Teddy manhoso em seus braços.

— Alguém quer ver os pais antes deles irem trabalhar, não é? - disse ela brincando com o pequeno.

O mesmo sorriu, os poucos dentes pequeninos se mostrando quando balançou a cabeça e olhou para os pais, já esticando os braços.

Christian se levantou e o pegou, a expressão mudando complemente ao ter o filho sorrindo para si.

Teddy vestia seu pijama de aviões azuis e vermelhos por todo lado, e tinha a maldita chupeta na boca.

Ana odiava aquela chupeta e a tirava sempre que podia e desaparecia com ela quando ele não via. Mas ele sempre aparecia com uma nova, não adiantava o quanto ela falasse com Christian para dá-la a ele.

O pequeno tirou a chupeta da boca e sorriu.

— Papai - comemorou o menino, logo colocando a chupeta na boca novamente, para a tristeza de Ana.

A morena se levantou, após limpar a boca com o guardanapo e beijou a bochecha de Teddy.

— Bom dia, coisinha - disse a ele.

O pequeno riu, esticando-se para ela.

Christian o entregou de bom grado, dando um beijo em sua cabeça.

— Tchau, amor - disse ele.

Ana quase respondeu, se não fosse por seu consciente lhe lembrando que ele com certeza não estava lhe chamando de amor naquela situação em que estavam.

Então a garota voltou a fechar a boca enquanto segurava o filho com firmeza nos braços.

— Tau' - disse o pequeno.

Era engraçado como Teddy não se importava com despedidas, ele apenas dizia tchau e continuava brincando.

Era uma tremenda ajuda para o coração dos pais que tinha que se despedir todas as manhãs do pequeno.

O menino se esticou para dar um beijo no queixo do pai e então apoiou a cabeça no ombro da mãe.

Teddy era a criança mais incrível do mundo, claro. E não era só porque ele era seu filho. Ele apenas era.

Christian e Ana se encaram novamente, mil coisas para serem ditas.

Nenhum dos dois falou.

No outro dia, Ana se dirigiu rapidamente a sua sala, dizendo bom dia aos funcionários que ela adorava ter, colocou sua bolsa na poltrona perto da janela e se sentou em sua cadeira. Ela ligou o computador e esperou que o aparelho mostrasse seu menu inicial, batendo as unhas irritantemente na mesa. As pastas apareceram e ela bateu com o punho no descanso da cadeira.

— Merda - xingou.

Havia esquecido o manuscrito que queria entregar ao setor de edição.

A morena bufou e se levantou, indo até Hannah.

— Hannah, você tem aí aquele manuscrito do Heitor? - questionou à secretária. - Eu esqueci em casa e pior, junto com todas as minhas anotações. Que sorte que eu lembro das marcações que fiz - comentou.

— Sim, tenho, Ana. Só um segundo - respondeu Hannah, sem lhe encarar.

Quando ouviu a secretária fungar, Ana a olhou mais atenta.

— Hannah, o que houve? - perguntou, se apoiando em sua mesa. - Você está chorando de novo - acusou ao ver os olhos vermelhos da menina.

— Me desculpe, Ana - pediu a outra, limpando o rosto com um lenço enquanto com a outra mão procurava freneticamente algo no armário debaixo de sua mesa.

— Não quero que se desculpe, quero que fique bem - disse Ana.

— Eu estou.

— Ninguém chora se está bem.

A secretária parou, olhou perdida para Ana e balançou a cabeça.

— É que... É que eu não sei o que fazer - lamentou.

— Como assim? Está com problemas? Eu posso ajudar.

— Não, ninguém pode. Eu... Eu fiz uma besteira...

Ana contornou a mesa da garota e pegou sua.

— Hannah, está me assustando. Vem, vamos para minha sala e a gente vai conversar agora.

Ela não precisava de uma plateia que realmente estava se formando com todos olhando.

A morena levou Hannah até sua sala, fechou a porta atrás de si e indicou a poltrona perto da janela, tirando sua bolsa de lá e logo arrastando sua cadeira para se sentar em sua frente.

— Então...?

Hannah limpou o rosto mais uma vez com o lenço que ainda segurava em mãos e respirou fundo.

— Eu saí uma noite- começou. - Era para ser só isso, entende? Uma noite divertida apenas - ela voltou a chorar mais.

— Hannah, alguém fez algo com você? - Ana se preocupou mais ainda, sentindo o coração acelerar com as coisas que passavam por sua cabeça naquele momento.

— Não, não foi isso - disse Hannah rapidamente ao entender o que a chefe dizia.

Ana suspirou aliviada, logo pegando as mãos de Hannah nas suas.

— Me diz o que houve, está me matando aqui. Prometo que vou tentar te ajuda de alguma forma. Tudo pode ser ajudado.

Hannah lhe sorriu antes de voltar a falar.

— Eu havia brigado com meu namorado, bebi um pouco demais, e acabei... - ela fungou, não terminando a frase. - Eu nem me lembro o nome do cara - declarou, fazendo Ana entender.

A morena abriu a boca e a fechou. Não sabia o que dizer.

Com certeza não era algo que ela gostaria de passar.

— Você... Bem, você pode contar para o seu namorado, fazer ele entender que você está arrependida - sugeriu.

— Não, é pior. Está pior. Não é só isso.

— O que mais?

— Eu estava me sentindo muito mal nos últimos dias, eu estava tonta, vomitando, sentindo vontades estranhas... Eu fiz um teste e deu positivo: eu estou grávida - sentenciou. - E eu sei que não é do Jason. Ele está na Austrália há dois meses. Não tem como ser dele.

Ana tirou o cabelo dos olhos com um gesto de cabeça e olhou para Hannah com compaixão.

— Eu nem sei o que dizer - murmurou.

— E eu não sei o que fazer. Eu não tenho como fazer isso, sabe? Eu não sei quem é o cara, sem contar que... O que iria fazer mesmo se soubesse? Obrigá-lo a assumir quando nem eu quero?

— Hannah, isso é uma coisa importante, não deve decidir só porque não é do seu namorado ou porque você não conhece o cara. É sobre você e uma criança. E não, eu não estou dizendo isso porque eu tenho um filho. Eu estou dizendo porque é uma decisão que não tem volta e você precisa mais do que um sentimento de agora para decidir.

— Eu não tenho condições de criá-lo.

Ana bufou.

— Por favor, não use isso como desculpa. Olha, eu não sei como é a sua vida, não sei o que você faz com seu salário e muito menos sei como é com sua família. Mas quando a gente quer, a gente consegue. E, é... Eu vou falar do Teddy, porque do jeito que eu o amo, eu faria qualquer coisa por ele. Então, se você quiser isso, digo, o bebê, você vai amá-lo tanto que nada vai ser um obstáculo para tê-lo. Pensa só no que você está sentindo, e não na situação em si. As situações mudam o tempo todo, você não pode adivinhar o que vai acontecer, e seria uma droga se arrepender de algo que nunca voltaria.

Hannah concordou com a cabeça, tendo claramente um milhão de coisas para se pensar agora.

— Você quer ir para casa? - Ana questionou.

— Não, não eu... Eu preciso me distrair com algo agora se não vou pirar de tanto pensar.

Ana riu e se levantou, sendo seguida por Hannah.

— Prometo que te ajudo... No que for que você decidir - disse a morena, puxando a outra para um abraço.

— Obrigada, Ana, você é demais.

Ana admirou a porta fechada, assim que Hannah saiu por ela, contemplando o silêncio enquanto pensava na situação da... Bem, amiga.

A garota tinha um namorado longe, dormiu com outro, se senti tonta, enjoada...

Tonta, enjoada...

Ana arregalou os olhos e se levantou.

Tudo bem que tontura e enjôo eram fatores de muitas coisas. Podia ser nada e podia ser tudo - e o tudo podia ser uma virose ou qualquer coisa.

Vomitar não é sinônimo de gravidez, mesmo que pareça muito.

E, bom, ela tomava cuidado. Muito cuidado. Ela tomava os remédios todos os dias.

Ela tomou os remédios até quando ficou resfriada no mês passado e teve de tomar antibióticos.

Que ótimo, ela teve de tomar antibióticos e transou sem camisinha.

Até porque, como você vai lembrar de camisinha quando se é casada e toma anticoncepcional?

Deus!

Aquilo não podia acontecer de novo.

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Notas finais do capítulo

Christian e Ana: dois orgulhosos de uma figa! Mas vamo que vamo, meu povo, então Hannah e Ana numa situ mei braba né, vamos ver no que dá essa parada. To me sentindo muito da vida hoje, cheia de gírias :D aaah, adoro vcs, favoritem, comentem e recomendem, me façam feliz



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