Follow Your Soul escrita por Nez
31 Capítulo
-“Estou?”
-“Estou filha. Estás boa?” – perguntou a voz do outro lado da linha.
-“Mãe?!” – perguntei surpreendida. O Sérgio não tirava os olhos de mim.
-“Sim tontinha sou eu. Não tens mais mães que eu saiba.” – disse rindo-se.
-“S-Sim. É que não reconheci o teu número. Mas porque estás a ligar mãe? Há algum problema?” – perguntei preocupada.
-“Não, está tudo óptimo. Eu e a tua avó estamos bem, assim como a Fá que está cheia de saudades tuas.”
-“Oh … eu também tenho muitas saudades vossas.” – Senti o dedo do Sérgio limpar-me uma lágrima que me tinha escapado.
-“E é por essas razão que quero que venhas cá nas férias filha. Queres?” – notava-se o entusiasmo da minha mãe na sua voz. Já há muito que não estava assim.
-“Nestas férias?!” – sentia-me muito feliz por este convite da minha mãe. Mas sentia-me dividida, agora que finalmente estava com o Sérgio, não o queria deixar.
-“Sim … ou não queres passar estas férias connosco?”
-“Não mãe. Claro que quero. Fui só apanhada de surpresa… é só isso.”
-“Então podes começar a fazer as malas filha. Espero-te cá!”
-“Mas mãe eu… Mãe?!” – já fui tarde de mais. Tinha desligado a chamada.
-“Era a tua mãe ao telemóvel?”
-“Era…”
-“Uau. Já há bué que não falavam. Deves estar feliz. O que ela queria?” – perguntava-me ele contente pelo que parecia ser uma boa notícia. Quer dizer, não é que fosse uma má noticia a minha mãe convidar-me para ir lá passar estas ferias com ela e a minha avó e a minha cadelinha Fá , e rever os meus amigos. Mas agora era diferente.
-“Ela quer que eu vá lá passar estas férias de natal…”
-“Tão e não estás contente linda? Não era o que tu querias? Estar com a tua mãe como antes?”
-“Sim, mas… eu não quero. Bem eu agora sinto-me… Uf! Sinto-me dividida!”
-“Oh! Estou a ver, mas não sejas tola. Não tens que te sentir dividida por namorares comigo agora. Eu quero que vás ver a tua mãe e a tua avó. Se isso te deixa feliz.”
-“Mas é tudo tão rápido. Ainda hoje estou contigo e já me vou embora.” – os meus olhos enchiam-se de lágrimas.
-“Oh princesinha não chores. Eu vou ficar aqui á tua espera.” – disse ele limpando as lágrimas do meu rosto e beijando-me suavemente os lábios.
-“Pro-Prometes?” – perguntei em soluços.
-“És mesmo tolinha Inês. Eu adoro-te sabias?”- disse dando o sorriso que mais adoro.
-“Sei que também te adoro, chega?”
-“É o suficiente!” – disse aproximando o seu rosto do meu e tocando os meus lábios com os seus num beijo apaixonado.
Permanecemos ali juntos debaixo da casa do escorrega , esperando que a chuva passasse. Como gostava de estar com ele. Finalmente namorava com o rapaz que no inicio das aulas tanto me irritou, mas que agora não sabia viver sem ele. Ele compreendia-me na perfeição. Não era preciso eu explicar-lhe nada ou falar quando não queria, pois ele já me conhecia. Para ele eu era transparente.
Finalmente a chuva acalmou e o Sérgio acompanhou-me até casa. Queria aproveitar todos os minutinhos para estar com ele. Ainda me custava um pouco a acreditar que ali estávamos os dois ,a caminhar para a casa da minha tia de mãos dadas. Depois daquela noite, finalmente conseguimos expressar o que sentíamos um pelo outro. Agora sentia-me feliz, completa. Era uma sensação maravilhosa, estar-se com alguém de quem se gosta tanto.
-“Bem parece que chegámos.”- disse ele olhando para a porta do prédio e olhando seguidamente para mim.
Suspirei.
-“Parece que sim. Agora é altura de fazer as malas para amanha ir ter com a minha mãe , a minha avó e a minha Fá.”
-“É… Vais divertir-te lá. Não tens lá as tua amigas? Já há muito que não as vês.”
-“Ai como consegues estar tão optimista, tão animado. Não queres estar comigo?” – não sei o que me deu. Mas esta atitude dele irritou-me. Eu já estava com saudades dele , e ele apenas me incentivava a ir para lá, mesmo que ficasse longe dele durante 3 semanas.
-“O quê?! Não estás a falar a sério Inês.” – ele olhava para mim completamente confuso, sem saber o que se estava a passar e o porquê de ter reagido assim.
-“Fogo Sérgio. Estás só a falar na minha ida para Lisboa, e que me vou divertir, e que queres que eu vá. Caramba ainda agora estamos juntos e parece que já me queres ver pelas costas.” – disse , largando imediatamente a sua mão e pegando nas chaves pronta para abrir a porta.
-“Inês não sejas parva!” – disse ele arrancando as chaves da minha mão.
-“Devolve-me as chaves imediatamente!” – disse já irritada e quase a chorar.
-“Só quando me explicares porque estás a reagir assim?” – disse ele agarrando-me pelo braço, fazendo-me girar e ficar de frente para ele.
-“Eu?! Porque é que achas que estou a reagir assim? Tu estás claramente a querer ver-me pelas costas e ainda agora começámos a namorar.” – já escorriam lágrimas pela minha cara.
-“Oh Inês por favor. Não queres que te apoie? Queres que te peça para não ires e para ficares aqui comigo? queres que te prive de ir ver a tua família? É isso que queres?”
-“Não…”
-“Então?! Sempre quiseste estar bem com a tua mãe. Apesar de ela te ter deixado vir para aqui e praticamente te ter abandonado estes 4 meses , o que estou agradecido porque senão nunca te tinha conhecido, eu sei que sempre quiseste estar com ela. Afinal é a tua mãe .”
-“ Sim eu sei…” – e afundei o meu rosto cheio de lágrimas no abraço forte do meu namorado –“Desculpa. Eu só não te quero perder. Foi tudo tão difícil.”
-“Eu sei linda. Mas eu agora estou aqui contigo e não te abandono.”
-“Prometes-me isso?”
-“Isto e muito mais.” – e beijou-me, acalmando os meus nervos desnecessários.
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