The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 21
This Can’t be Hapenning




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A semana tão temida chegou, Oliver estava lotado de reuniões, viagens, almoços de negócios, compromissos inadiáveis, e aquilo era o pior que poderia acontecer, pois todo o trabalho e responsabilidade recaiam sobre Felicity e Roy, e embora dessem o seu melhor para conseguir manter tudo em ordem, uma coisa ou outra acabava não ficando tão perfeita como gostariam.

— Felicity, eu estou acabado! – Roy chegou na mesa da colega segurando várias pastas com as duas mãos, apoiando as mesmas ali para descansar os braços.

— E você vem dizer isso a mim? Consolidações Queen, boa tarde! – ela atendeu o telefone assim que respondeu Roy.

O garoto apertou a tecla de espera do telefone de Felicity sem esperar que alguém falasse algo do outro lado da linha. – Calma, você já vai atender esse telefonema. – ele retirou algumas pastas do topo da pilha e colocou na mesa de Felicity. – Essas são as propostas da próxima semana, já revisei, mas eu não sei se o Oliver vai estar com disposição para viajar novamente a semana inteira. – ele pegou uma pasta específica. – Creio que a mais rentável seja essa, se você estiver de acordo, me fale que darei meus pulos para conseguir a viagem e estadia para ele. – Roy apertou novamente o botão de espera do telefone de Felicity, trazendo de volta a pessoa que estava na ligação. – Boa sorte. – ele sorriu e pegou as pastas que restaram para então voltar a sua mesa.

A tarde passou como um furacão, deixando tudo confuso e desorganizado, e aquilo tirava Roy do sério. Ele havia aprendido as manias de organização de Felicity, e qualquer coisa fora do lugar já o deixava estressado.

Oliver chegou na empresa faltando uma hora para o fim do expediente, parecia apressado, sequer cumprimentou Roy ou Felicity e seguiu direto para sua sala. Aquela era a primeira vez naquela semana que Oliver havia aparecido na empresa, talvez até na cidade.

Roy levantou da sua mesa e caminhou até a sala de Oliver, sequer bateu na porta, já estava acostumado a entrar daquela forma. – Oliver? – ele se aproximou da mesa, o mais velho parecia concentrado em algo no celular.

— Por favor, não me traga mais nada que me tire daqui. Eu só preciso sentar e ficar sozinho, pessoas são chatas demais. – ele largou o celular na mesa e colocou as mãos no rosto.

Aquela definitivamente não era a hora de mostrar a ele sua agenda da semana seguinte. – Só vim perguntar se está tudo bem, mas parece que não. – Roy sentou na cadeira a frente da mesa de Oliver.

— Conhece o termo férias? Eu preciso disso com urgência. – ele olhou para Roy e percebeu que não era o único preocupado ali. – Sua gravata está fora do lugar, garoto. – ele riu baixo.

Roy olhou para baixo e viu que Oliver estava certo, logo ajeitou a peça no pescoço. – Os dias aqui estão sendo difíceis sem você, estamos trabalhando dobrado e quando algo complica, não sabemos para quem recorrer, mas estamos dando nossos jeitos para lidar com tudo. – aquilo não abatia Roy, muito pelo contrário, o incentivava ainda mais.

— Meus dias também estão sendo difíceis sem você... – Oliver pigarreou. – Digo, sem vocês. – ele refez a frase.

— Eu imagino que sim. – o garoto sorriu de canto. – Sabe que pode nos chamar a qualquer momento, não sabe? – ele levantou da cadeira.

— Como sempre digo, se não fossem vocês, eu já teria surtado. – Oliver sorriu também. – Hoje é sexta-feira, dia de curtir. Por favor, não fiquem até depois do horário, certo? – ele olhava para Roy como se quisesse que ele se divertisse.

— Mas e se precisar da nossa ajuda aqui? – Roy olhava para Oliver como se estivesse sentido a tristeza na voz do mais velho.

— Eu sei me virar, garoto. – Oliver levantou da cadeira e caminhou até Roy, apoiando suas duas mãos nos ombros do rapaz e começando a empurrá-lo para fora da sala lentamente. – Agora vai lá, termina o que você tem que terminar e vai embora no horário normal, certo? E isso vale para Felicity também, avise a ela. – assim que chegou na porta, ele colocou Roy para fora e fechou para que o garoto não perguntasse mais nada.

— Tudo bem então. – Roy deu de ombros e foi até a mesa de Felicity para então dar o recado a ela.

Conforme ordenado, Roy e Felicity foram embora no horário normal. Como ele tinha a noite livre, decidiu então ir até a Verdant com Cindy, precisava relaxar depois da semana corrida e estressante, a nada melhor do que uma boa música e bebida para proporcioná-lo aquilo.

■■■

Na Verdant, Roy não poderia estar mais relaxado, a música era boa, o ambiente estava agradável, pessoas bonitas, a bebida parecia ter o gosto melhor do que nos outros dias, tudo estava perfeitamente bem.

— Eu precisava disso, a semana foi difícil demais. – ele comentou com Cindy sentado em um sofá, enquanto observava as pessoas na pista.

— Minhas semanas sempre são difíceis, mas como já estou acostumada, tiro de letra. – Cindy sorriu e tomou um gole do energético que segurava.

— Estou tão cansado dos mesmos rostos todos os dias que aqui todo mundo parece bonito. – ele riu.

— Realmente, você está muito cansado, porque tem umas coisas estranhas por aqui, exceto por aquele... – Cindy fitou bem um rapaz alto que caminhava pela pista, parecia perdido. – Aquele não é... – ela cutucou Roy e apontou na direção do rapaz. – Roy, olha aquilo! – ela estava surpresa.

— O que? – ele olhou na direção que a amiga apontava e ficou tão surpreso quanto ela. – Não pode ser... – Roy esfregou os olhos na esperança de que a imagem se desfizesse, mas continuava lá. – Oliver?! – ele sentiu seu corpo gelar, aquilo era impossível. – Sin, só um minuto. – ele levantou do sofá e caminhou na direção do rapaz, queria ver de perto, não estava acreditando ainda.

Assim que Roy se aproximou o suficiente percebeu que era realmente Oliver ali, e viu que o mais velho se assustou tanto quanto ele.

— Roy... – ele sorriu sem graça.

— Oliver, o que você... como... isso é sério?! – Roy sequer conseguiu formular uma frase, ele ainda não acreditava na possibilidade de Oliver estar ali.

— Eu não sei o que deu em mim, mas queria vivenciar algo diferente, então decidi vir aqui. – ele olhava para Roy ainda inseguro.

— Mas com essa roupa? – Roy olhou Oliver de cima a baixo, ele usava uma roupa social, nada diferente do que usava para trabalhar, parecia não saber se vestir para ocasiões como aquela. – Tudo bem andar com essa roupa, desde que vá comprar essa boate da sua irmã. – ele riu. – Vem comigo. – Roy agarrou o braço de Oliver e o puxou na direção do sofá onde estava antes. – Oliver, quero que conheça minha amiga Cindy. – ele apontou para Cindy que imediatamente se levantou e estendeu a mão para Oliver.

— Muito prazer em conhece-lo, Sr. Queen. – ela sorriu meio sem jeito e foi cumprimentada por Oliver.

— Igualmente, senhorita. – ele sorriu também e logo soltou a mão de Cindy.

— O Glades não é um lugar muito receptivo com pessoas do seu nível social, Oliver. E ainda vestindo essa roupa, é um perigo. – alertou Roy.

— Não pretendo ficar muito, inclusive acho que estou indo, muita gente em um lugar fechado, não estou acostumado com isso. – ele sorriu de forma desajeitada.

— Mas o senhor acabou de chegar, senta aí. Vamos beber um pouco conosco. – disse Cindy olhando para ele.

— Eu agradeço o convite, quem sabe outro dia. – ele sorriu de canto e olhou para Roy. – Bom, você não pode dizer que não tentei. – ele percebeu o sorriso de Roy.

— Vamos, eu te acompanho até seu carro. – Roy colocou a mão no ombro de Oliver e o seguiu até a saída da Verdant.

— Não precisava vir comigo, garoto. Você não está em horário de trabalho, não precisa cuidar de mim assim. – Oliver de fato não queria estragar a noite de Roy, embora já imaginasse ter estragado.

— Por favor, Oliver. Cuidar de você é o mínimo que posso fazer, somos amigos, não posso deixar um amigo sair sozinho por aí, principalmente vestido assim. – ele gargalhou e começou a caminhar pela calçada, seguindo Oliver até seu carro.

— Obrigado. Não tenho muito o que dizer, então fique com meu agradecimento. – ele sorriu e fitou Roy.

— Se ninguém se mexer, ninguém se machuca. – assim que passaram pela frente de um beco escuro, Roy e Oliver foram abordados por um rapaz portando uma faca em uma das mãos, e o mesmo agora segurava a arma próxima do mais velho.

Roy se assustou de imediato, aquilo era demais, acontecer justamente no dia em que Oliver mais precisava relaxar, no dia que ele decidiu sair de casa pela primeira vez para se divertir, e ainda por cima no bairro em que Roy vivia, a noite não poderia estar pior.

— Senhor, por favor. Eu tenho dinheiro e posso dar, mas não faça nada conosco. – disse Oliver olhando de canto para o rapaz, também parecia assustado.

— Sei que tem dinheiro, Oliver Queen. Conheço sua fama. – o rapaz deu um sorriso amarelado.

— Não queremos confusão, leve o que temos e nos deixe em paz. – proferiu Roy enquanto já estendia o braço para que o rapaz tomasse seu relógio.

Num movimento rápido, Oliver tentou remover a arma do braço do rapaz, mas ele foi mais rápido e acabou introduzindo o objeto no canto esquerdo da barriga do mais velho, fazendo-o parar imediatamente.

— Oliver! – Roy gritou em completo desespero.

— Isso não era pra ter acontecido! – o rapaz que outrora havia esfaqueado Oliver se assustou com a situação e correu pela rua.

— Oliver! – Roy segurou o rapaz que parecia fraquejar. – Está tudo bem, vai ficar tudo bem! – ele sentou com Oliver no chão e o encostou na parede. Não sabia exatamente o que fazer, o desespero tomava conta dele.


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