The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 20
Revelations




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Naquela manhã em especial, Roy preferiu chegar mais cedo que o normal. No dia anterior Felicity havia ficado sobrecarregada sem a presença de Oliver ou de Roy, então ele poderia chegar para agilizar algumas coisas, e assim fez.

A empresa era muito diferente sem toda aquela movimentação diária, ele chegou apenas uma hora mais cedo, mas as pessoas provavelmente ainda dormiam naquele horário. O garoto pegou seu rotineiro copo de café e subiu até o andar de destino. Assim que o elevador parou no local e Roy chegou em sua mesa, viu um pequeno bilhete colado no monitor do seu computador, que dizia: “Obrigada por cuidar do Oliver, fico te devendo essa.”

Ao terminar de ler, Roy apenas riu a negou com a cabeça, Felicity era uma das melhores pessoas que havia conhecido, sequer deixou serviço em sua mesa, tudo parecia até mais organizado do que o garoto havia deixado e ainda em seu bilhete se achava na obrigação de pagar algo a Roy.

O garoto sentou-se na cadeira e colocou sua bolsa em cima da mesa. Antes de começar alguma coisa, ele olhou para o lado e ficou observando a sala com paredes de vidros. – Ah Oliver... – ele sussurrou. – Se soubesse o que você me causa, não me daria tantos abraços assim. – ele finalizou a frase com uma risadinha inocente e logo voltou sua atenção ao computador, tratando de liga-lo.

Naquele dia Roy conseguiu ver todos chegando, e logo viu Felicity se aproximar da sua mesa, com seu sorriso sempre radiante.

— Chegou mais cedo hoje? – ela segurava um copo na mão, provavelmente de chá.

— Sim, como ficou sozinha ontem, imaginei que precisasse de ajuda extra hoje, então decidi chegar mais cedo para ajeitar tudo, mas vejo que não tinha nada o que fazer, alguém deu conta do serviço inteiro. – ele sorriu e levantou da cadeira. – E só pra constar. – ele abraçou Felicity com cuidado. – Você não me deve nada, eu que te devo. – ele respirou fundo e a soltou do abraço.

— Cuidar do Oliver não é nada fácil, deve ter visto ontem. Creio que qualquer coisa que eu fizer por você não vai compensar o que fez ontem. – ela deu um gole no líquido do copo.

— Só por curiosidade. – Roy cruzou os braços e encostou na mesa, ainda de pé. – Porque você não foi ontem? Como já está há anos aqui, acho que Oliver gostaria muito mais que você estivesse com ele, não acha? – ele arqueou a sobrancelha, aquilo realmente havia se tornado uma incógnita.

— Bem... – Felicity começou a gaguejar. – Eu estava ocupada e... – ela interrompeu a frase no fim, não sabia como continuar. – E foi isso. – ela apressou o passo e caminhou até sua mesa, mas logo percebeu que Roy a seguia.

— Felicity Smoak, eu sei que você não está falando nem metade da história. – ele percebeu como Felicity estava desajeitada, parecia não saber como agir. – Por favor, me fale a verdade. Tenho certeza que se fosse você no meu lugar, também iria querer saber o motivo. – ele encostou na mesa da colega, não sairia dali até saber a verdade.

Felicity olhou para os lados só para se certificar de que ninguém estava perto. – Prometa que não vai comentar isso com o Oliver, certo? – ela olhou diretamente nos olhos de Roy, que concordou de imediato. – Bem, desde que entrou aqui, Oliver se identifica muito com você. Toda a forma como se conheceram, como você se deu bem na entrevista, todo seu jeito desastrado, mas não sei o que acontece, Oliver vê potencial em você, vê algo nele em você. O jovem que ele deveria ser, provavelmente vê em você. Ele herdou essa empresa por fatalidades que ninguém esperava, desde então tudo vem desmoronando na vida pessoal do Oliver, ele não tem mais vida, é somente o trabalho. Você é o espelho do que ele queria ser, Roy. – Felicity respirou fundo, provavelmente havia falado mais do que devia.

Roy pausou por alguns segundos para assimilar tudo que Felicity havia dito. Realmente, tudo fazia sentido, tudo se encaixava, a forma como Oliver o tratava, estava tudo nítido.

— Por favor, não fale ou demonstre nada para Oliver, ele não pode sonhar que contei isso a você. – ela estava preocupada, tinha medo de como Roy iria agir depois de saber daquilo.

— Eu agradeço por tudo, Felicity. Isso foi realmente esclarecedor para mim. – ele sorriu. – Não se preocupe, continuarei tratando Oliver da mesma forma. – ele caminhou de volta para sua mesa, parece que o peso da vergonha do dia anterior havia ido embora, aquela situação não o preocupava mais, e o sentimento que tinha por Oliver agora parecia ter evoluído.

▪▪▪

O dia passou rápido, o trabalho parecia mais calmo que o normal. Quando Oliver não estava na empresa, tudo corria perfeitamente bem, embora a presença dele também aliviasse a tensão em alguns momentos, era mais fácil trabalhar sem ele observando a todo tempo. Roy conseguiu ir almoçar com Felicity como fazia de costume e então contou a ela como havia sido no hospital e na casa de Oliver, mas poupou os detalhes mais sórdidos da história, ela não precisava saber demais, só o necessário.

Os dois voltaram do almoço e Oliver ainda não havia chegado na empresa, ele realmente precisava daquele dia de folga, não seria nem um pouco surpreendente se ele tirasse o dia inteiro para si, precisava daquilo depois da tensão que foi no hospital no dia anterior, e ainda ter que visitar a mãe sabendo o que ela havia passado, aquilo provavelmente acabaria com ele.

Roy estava atento a uma ligação e a tela do seu computador marcando uma reunião de negócios e sequer se deu conta que Oliver havia chegado no andar e falava com Felicity em sua mesa.

— Agradecemos o contato, Srta. Hershey. Tenha uma boa tarde. – ele desligou o telefone sorridente. O dia poderia ser o pior de todos, mas Roy nunca tratava mal as pessoas. – Ah Oliver, você nem imagina como a próxima semana será movimentada. – ele comentou num tom alto entre risos ainda atento a tela do computador.

— Agora eu sei. – respondeu Oliver olhando para Roy da mesa de Felicity.

Roy se assustou ao ponto de quase cair da cadeira. – Que susto! – ele colocou a mão no peito como se tentasse recuperar o ar que havia perdido.

Felicity começou a gargalhar ao ver a situação de Roy, Oliver a acompanhou, logo em seguida caminhou até a mesa do garoto.

— Estamos bem? – Oliver perguntou receoso em um tom baixo.

— Sim. Eu fui um idiota ontem e acabei não falando com você direito ao telefone. Eu entendi que aquilo acontece, embora não tenha sido na melhor das situações, mas depois que falou comigo, acho que tudo melhorou. Obrigado por ser tão compreensivo comigo. – ele sorriu e olhou diretamente nos olhos de Oliver, que pareciam brilhar mais do que o normal.

— Eu que agradeço por ainda estar aqui, garoto. Outro no seu lugar teria ido embora sem olhar para trás. Tenha certeza que nunca encontrarei outro igual ou melhor que você. – Oliver sorria.

— Como está a Sra. Queen? Foi visita-la? – Roy sabia que Oliver havia tirado o dia para ficar no hospital.

— O quadro dela melhorou, ninguém sabe explicar ao certo o que houve, mas o importante é que está tudo bem agora, tudo em ordem. – o sorriso ainda estava presente no rosto de Oliver.

— Que bom, Oliver. Fico feliz por isso. – Roy também sorriu.

— Qualquer coisa, estarei na minha sala pelas próximas... – Oliver olhou no relógio. – Talvez pelo resto da semana. – ele respirou fundo e gargalhou brevemente antes de seguir para sua sala.

— Na verdade, há mais uma coisa. – Roy sussurrou e seguiu Oliver até a sala. – Oliver. – falou assim que entrou e teve a atenção do mais velho tomada para si. Antes que pudesse ouvir algo de Oliver, o envolveu em um abraço e repousou seu rosto no ombro dele.

Oliver recebeu o abraço um pouco desajeitado e assustado, olhou ao redor, mas ninguém parecia estar olhando para a cena, então retribuiu o carinho de Roy. – Porque isso? – ele perguntou curioso.

— Não tem um porque, eu só fiquei com vontade e... – Roy apertou ainda mais Oliver e ouviu uma risada abafada do mais velho, ele provavelmente havia ficado um pouco sem fôlego naquele momento.

— Existe algum perigo de sentir algo cutucar minha coxa? – Oliver sentiu o abraço afrouxar e logo Roy solta-lo, mas o garoto sorria.

— Me certifiquei de coloca-lo para baixo essa manhã. Nunca se sabe o que pode acontecer. – definitivamente a situação do dia anterior havia virado apenas uma piada, Roy conviveria com aquilo muito bem daquele dia e diante.


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