Coração Selvagem escrita por Pretoria


Capítulo 1
Ato I


Notas iniciais do capítulo

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O que é Vibranium?

Um leigo pode dizer que é o metal usado para fabricar um escudo do Capitão América, enquanto outro pode dizer que a roupa do Pantera Negra é inteiramente fabricada do material, mas não é só isso. O Vibranium era um dos metais mais fortes que se tinha notícia. O que poucas pessoas sabem é que existem dois tipos diferentes de Vibranium: O Vibranium Antártico e o Vibranium de Wakanda. Não pense que a diferença entre os dois está na localidade de origem de cada um. Não é. Porque, enquanto o primeiro produz vibrações, o outro as absorve. Sabe-se que se pode fazer um Vibranium de Wakanda artificial com determinados bombardeios de partículas num Vibranium Antártico, mas este também acaba por ser muito instável, então é melhor ter a variação Wakanda em mãos.

Mas não era essa a variação que ela teria que roubar. Seu cliente queria a Antártica.

Ela era conhecida apenas como Cherise, e ninguém sabia ao certo se este era seu verdadeiro nome. Embora fosse uma famosa espiã freelance, ninguém sabia absolutamente nada sobre o que dizia respeito a ela como pessoa, e ela gostava assim. Era mais seguro, pois sua fama se dava, principalmente, à atrapalhar toda e qualquer operação dos Vingadores que conflitasse com seu trabalho. Ela tinha que conseguir as informações ou o item que seu cliente requisitava. Se os Vingadores a atrapalhasse? Bem, ela teria que despistá-los como sempre fazia. Aquilo a fez ser procurada em vários países diferentes, mas a verdade era que apenas o governo dos Estados Unidos, Wakanda e os Vingadores tinham interesse real em prendê-la. Todo o restante, bem no fundo, a consideravam uma aliada em potencial - aliada esta que eles teriam, isto, é claro, se pagassem uma certa quantia.

Havia algo que não era sabido pelas pessoas: Pripyat já poderia estar habitada. Anos após o acidente de Chernobyl, o governo comprara uma surpreendente tecnologia para limpar e retirar todo o resíduo nuclear da região. Contudo, ao invés de fazer com que as pessoas retornassem, o governo fez algo que julgou melhor: Construiu, logo abaixo de um antigo prostíbulo acima de qualquer suspeita da abandonada Pripyat, uma instalação para fazer pesquisas com Vibranium Antártico. A pesquisa perdurou por muito tempo, até um acidente ocorrer no fim de 2003 devido à instabilidade do Vibranium Antártico, transformada na versão artificial do de Wakanda. A instalação foi evacuada e abandonada, e o Vibranium Antártico foi escondido ali. O problema: Um ex funcionário, irritado com o governo, espalhou a informação de que haveria Vibranium escondido por ali. Como consequência, Natasha, Steve, Tony e Sam foram para lá com o intuito de recolher o último Vibranium da instalação e deixá-lo fora das mãos dos caçadores de recompensas, enquanto Cherise encontrava-se em um impasse: Três generais diferentes queriam o metal, e a contrataram para roubá-lo. A solução foi convencê-los a realizar um leilão depois que a peça fosse roubada. Aquilo foi efetivo. No entanto, o que ela não esperava era que sua chegada já era prevista.

E lá estava Cherise, em alta velocidade com uma Lamborghini preto fosco na estrada que dava acesso a Pripyat. Atrás dela, dois carros e duas motos provavelmente contratadas para que evitasse que ela tomasse o Vibranium.

— Que comece a festa, então.

Os olhos amendoados e negros fitavam o retrovisor, prestando toda a atenção em seus inimigos que, logo, começaram a atirar. Ativando proteção proferia a voz robótica do carro, e uma luminescência cor azul pálido piscava sempre que uma bala voava em sua direção. Com um sorriso torto, ela apertou o botão do aparelho de som do veículo, e Like I Do de Martin Garrix começou a sair dos alto-falantes do carro. Ela aumentou o volume da música, e ao apertar outro botão o teto do carro desceu, transformando-se em um conversível. A luz do sol tratou de revelar a pele morena e os enegrecidos cabelos naturalmente lisos, revelando uma mulher com fortes traços nativo-americanos. Ambas as motos começaram a se aproximar da Lamborghini, e Cherise suspirou.

— Ah, vocês fazem esse trabalho parecer um passeio no parque domingo à tarde.

O motorista da moto à sua esquerda apontou a arma na sua direção. Neste momento, ela apontou para ele a mão esquerda, onde um bracelete que carregava em ambos os braços jazia. Dali, saiu uma pequena corda. Sua ponta revelou cinco pequenas garras, que grudaram-se no peito do homem. Ainda tentando conduzir o carro, Cherise puxou o homem com força, fazendo com que ele errasse o tiro e a moto chocasse sua lateral na lateral de seu carro. Agora mais próxima de seu inimigo, a corda de Cherise soltou-se do homem. Fechou a mão em punho e golpeou o motoqueiro em uma região específica do pescoço. Ao mesmo tempo em que pode vê-lo tossir com a falta de ar e vê-lo perder o equilíbrio da moto para só então cair no asfalto, Cherise sentiu alguém no banco de trás que agora a sufocava com o braço ao redor de sua garganta. Rapidamente, ela apertou o botão de piloto automático do volante e retirou os pés dos pedais do carro. Posicionando ambos os pés no estofamento e segurando o pulso e o antebraço do inimigo, Cherise impulsionou os pés, tentando efetuar um pulo. Para suas pernas ganharem altitude e ela, assim, pudesse cair no banco de trás onde o inimigo se localizava, ela impulsionou os pés novamente em uma área vazia entre o painel e o volante do carro e, em seguida, no limite do pára-brisas da Lamborghini, a fazendo como um degrau para impulsionar o corpo. Seu plano funcionara: seu corpo girou para cima, livrando-se do aperto rival em seu pescoço. Com a ação, ela trouxera o braço inimigo para trás até seus pés pousarem com sucesso no estofamento do banco traseiro. O homem gritou, sentindo a fratura no braço antes de Cherise abrir a porta e lançá-lo para fora do veículo. Seu corpo girou pelo asfalto, fazendo com que ambos os carros tivessem que desviar para não o atropelar e perder o controle. Em poucos instantes, ambos já estavam próximos de Cherise, um de cada lado, deixando-a encurralada. Dois homens subiram no teto pelo teto solar e pularam para dentro da Lamborghini. Ela estava cercada, mas aquilo não seria um problema.

Quando o homem da esquerda puxou sua pistola do coldre no quadril, Cherise segurou-o pelo pulso. O homem em seu outro lado avança em sua direção, mas recebe uma cotovelada no nariz ao mesmo tempo em que Cherise força a mão armada do outro na direção de seu rosto, acertando seu nariz com sua própria arma. Com a oportunidade, Cherise tomou a arma da mão do rapaz, ainda trôpego pela pancada, e virou-se na direção do outro acertando-o no rosto bem na hora que este tomaria sua arma em mãos. Este tombou ligeiramente para trás, e Cherise enfim tomou a arma deste. Com a arma de cada um em cada mão, ela abriu os braços e apontou cada pistola para seu respectivo dono. Revirou os olhos.

— Vocês me deram tédio, mas obrigada por tentarem me divertir.

Ela atirou, a bala acertando no peito de cada um. Jogou as pistolas no estofamento e abriu a porta que ainda permanecia fechada, chutando o inimigo no peito. Este voou para trás e caiu em frente as rodas do carro à direita, que acabou por atropelá-lo e, com o susto, perdeu o controle, retomando segundos depois atrás da Lamborghini. Cherise também chutou o peito do inimigo que restara, mas o carro à esquerda desviou-se de seu corpo. Após fechar as portas, o carro à direita bate na lateral traseira da Lamborghini com violência, fazendo o esportivo girar no asfalto para parar a metros de distância dos inimigos. Cherise felizmente conseguiu se segurar, mas então algo acontece.

Piloto automático danificado, retornando ao manual.

Droga.

Cherise retoma as armas que roubara e pula para o banco da frente, notando pelo painel que o escudo protetor também havia sido danificado. Aquilo dificultaria um pouco as coisas. Olhou para trás e viu que seus inimigos haviam reduzido a velocidade, provavelmente pensando que ela estava morta. Eles nunca estiveram tão errados. Tomando o volante em mãos, Cherise acelerou o carro e os outros aceleraram logo atrás. O carro da frente começa a atirar, e ela se encolhe atrás do banco blindado. A espiã tinha um plano, mas tudo seria mais difícil se ele desse errado.

E então Cherise aguardou.

Quando percebeu uma parada momentânea para recarregar as armas, Cherise abandonou o volante e atirou contra o carro da frente usando as duas armas roubadas, mirando nos pneus. Infelizmente, a movimentação descontrolada do carro e a velocidade a qual corria fizeram questão de desviar todas as balas. Irritada, lançou as duas armas já vazias contra o carro inimigo e voltou a conduzir o veículo, ajustando sua rota. Tomou a pistola no coldre da coxa esquerda e, novamente, aguardou sua salva de tiros dar-se por encerrada. Quando isso aconteceu, ela largou o volante e ficou de pé no estofamento. Sentiu o vento ocasionado pela velocidade, observou a velocidade do carro inimigo e mirou. Quando finalmente atirou, a bala viajou até encontrar o pneu da frente. Após Cherise retomar o controle do carro, o  carro inimigo descontrolou-se e capotou, deslizando seu teto pelo asfalto. O carro de trás sequer tivera tempo de desviar e chocou sua parte frontal contra o que já havia sido abatido. O impacto fora violento e lançou o carro no ar, fazendo-o parar de ponta cabeça quando atingiu o chão.

E assim, livre, ela conseguiu chegar em Pripyat.

A cidade estava, realmente, completamente abandonada. Os prédios jaziam em péssimo estado, e suas janelas quebradas davam vista ao interior de muitas edificações. Ali, ela ainda podia ver alguns carros abandonados nas ruas e item pessoal ou outro no chão, como uma pequena boneca de pano. Contudo, Cherise conseguiu ver alguma beleza caótica na cidade: seu estado de abandono fazia com que a natureza reclamasse seu lugar de direito, ocasionando na invasão das plantas e animais na cidade. O resultado era uma paisagem híbrida, em um misto de natureza e edificações de tirar completamente o fôlego.

Cherise parou o carro há certa distância do prostíbulo abandonado. Era uma construção grandiosa, com uma passarela outrora envidraçada que ligava o primeiro prédio ao segundo, onde era dedicada à hospedar e dar privacidade aos seus clientes. Embaixo da passarela, havia sido construído uma ferrovia onde nos dias atuais passa um único trem automatizado, que transporta armas para seu exército.

Ao sair do carro, Cherise direcionou ambos os braços para um dos prédios próximos, liberando uma dupla de ganchos que a puxaram pelo ar até o topo do prédio. Com suas lentes de contato altamente tecnológicas, ela observou em volta até receber o indicativo de quatro presenças. Quando atravessou o terraço e seguiu para a borda da construção, a visão a fez dar um sorriso.


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