Desde que me lembro, sempre fui atraída para a pista de gelo, mesmo minha mãe não gostando disso. Talvez lembrasse meu pai, um reconhecido patinador mundial, tendo ganhado 5 medalhas de ouro em olimpíadas — fora os outros Campeonatos. Quando minha mãe descobriu que estava grávida, voltou para Munique, na Alemanha, e me criou sozinha apenas com ajuda de sua família.

Mesmo ela tentando afastar-me do esporte, meu amor e talento só cresciam, logo eu comecei a ganhar campeonatos e cada vez mais ia afastando-me da minha mãe, nossas diferenças cada dia mais evidentes e enquanto formava sua vida perfeita, não havia espaço para mim.

Sou uma ovelha negra, a única coisa que me alegra é patinar e, quando estou livre, sinto como se nada pudesse me segurar. Sinto o ar frio como se algo se acendesse e por esses sentimentos que vou para Rússia treinar no mesmo local que meu pai treina.

Minha amada mãe me fez prometer nunca revelar nada sobre o meu pai, pois a mesma não quer contato com ele. Era pegar ou largar e, só assim, poderia ir à Rússia ficar perto de meu pai e também praticar patinação profissional.

Assim, caminho ao caminho do meu sonho, como as primeiras flores de orquídeas azuis que nascem no inverno.

Nunca esquecerei a sensação de ser livre novamente.