Notas sobre um coração quebrado escrita por Puella


Capítulo 4
Fantasie Impromptu - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!!!!

Vim com mais um capítulo....
Sobre o título do capítulo, se trata de uma composição de Chopin, que aliás é maravilhosa, e do latim significa "fantasia improviso" algo assim... e bem, ela vai dar sentido aos próximos capítulos da fic (vcs logo vão entender o porquê)
link da música para vocês ouvirem durante a leitura ^^: https://www.youtube.com/watch?v=fBA-38mzabs



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SIGYN estava deitada. Fazia três dias que ela havia retornado de Boston. Ela havia dado um tremendo susto na plateia. Falta de açúcar e exaustão em virtude do grande esforço e afinco que tivera durante o tempo que ensaiou para apresentar.

— Devo estar com anemia – ela disse demonstrando animação.

Bem, isso era o que ela queria que as pessoas acreditassem. Mas Sigyn sabia que o buraco era bem mais em baixo. E como podemos dizer, ela estava em uma situação um tanto complicada.

Complicada.

Essa palavra não a deixava em paz por nenhum minuto sequer, especialmente, depois que se divorciara de Loki.  Quando desmaiou ao final da apresentação Sigyn foi levada as pressas para o hospital. A preocupação inicial era a pancada que ela havia sofrido na cabeça ao cair no chão, mas felizmente, como Loki uma vez dissera, ela tinha a “cabeça dura” demais.

Quando acordou se deparou com a médica. Estava deitada e a primeira coisa que perguntou foi a respeito de seu violino Stradivarius. A médica, uma jovem de cabelos castanhos piscou um pouco surpresa.

— Você o viu? Ele é bem importante para mim sabe...

— Ah, não se preocupe Srta. Lindgren, devem ter o guardado quando você desmaiou.

— Eu desmaiei?

— Sim – a médica riu discretamente – a propósito, sou a Dra. Foster, e tive que fazer uns exames em você.

— Exames...

— Sim – a médica tinha alguns papeis em mãos – já lhe adianto que está tudo bem!

— Isso é ótimo... mas, então – a jovem se sentou na cama – o que eu tive a pouco?

— Nada grave – a medica lhe deu um sorriso cumplice – o sintoma que você teve é bem comum durante essa época.

— Não estou entendendo, doutora – Sigyn sentiu o sexto sentido apitando ali – do que exatamente a senhora está falando?

A tal Dra. Foster sorriu.

— Você está grávida, mocinha!

Dali em diante foi como se o chão que havia sob os pés de Sigyn tivesse desaparecido.  De repente ela não sabia o que fazer ou o que pensar. Se sentia  completamente perdida e sozinha.

Sozinha. Completamente só. Ela e agora o pequeno ser que estava crescendo em sua barriga. Ela estava esperando um filho de Loki. Depois que a médica lhe informou, Sigyn pediu que a mulher fosse discreta e não comentasse nada com ninguém, nem mesmo com os cunhados e o casal de amigos que a haviam trazido ali. A médica a encarou confusa.

— É que eu sou muito supersticiosa, sabe? Ouvi dizer que não traz sorte falar da gravidez para os outros no começo...

Agora, de volta em casa ela pensava. Era uma questão de tempo até a sua barriga crescer e logo todos perceberiam. Seus pais, Pepper e Tony, os colegas de trabalho, Thor e Sif. E se Thor soubesse, hum seria uma questão de tempo até ele contar tudo para o irmão. Loki. Como ele reagiria se soubesse que a sua ex-mulher estava grávida dele?

Corou levemente. Loki sempre fora contido em suas emoções, mas, sempre demonstrou gostar de crianças. Logo no inicio do casamento ele certa vez comentou que gostaria de ter filhos, ter uma família só dele, mas ela sempre dizia só dali algum tempo.

— Antes disso, - ela lhe segredava – vamos ter um tempinho só nosso...

Sigyn fechou os olhos. Como ela havia sido idiota. Durante essas ultimas semanas ela não tinha se dado conta dos sintomas que vinha sentido, achando que era mero mal estar. Loki queria formar uma família com ela, mas a jovem era obcecada demais com a carreira e dizia que era muito cedo para isso. E agora ela estava ali, grávida dele. Que ironia.

Loki estava em Viena. Ele estava longe, finalmente realizando um sonho, ou parte dele.  Certa vez após fazerem amor, os dois se encontravam acordados conversando e fazendo planos.

— Um dia iremos a Viena – ele falou de repente – eu e você.

— Viena? Por quê? – ela falou com a cabeça encostada no peito dele.

— Sig, Viena! Que musicista não sonha em tocar nos salões de Viena?

— Eu nunca dei muita bola para isso. Gosto de tocar para qualquer público.

Loki se virou para ela.

— Bem, eu dou “bola” – havia uma leve chateação em sua voz – sonho com isso desde que era um menino.

— Não me leve a mal, - ela fez um carinho em sua bochecha – não estou desmerecendo o seu sonho... já que você quer tanto... quem sabe um dia então... se bem que, eu ainda prefiro tocar em um recital beneficente.

Loki inalou seu pescoço.

— Às vezes eu não te entendo... – disse ele frustrado fazendo com que ela risse.

Naquela época Sigyn não percebera que o havia chateado. Ao contrario de Loki, ela nunca levou a música de uma maneira tão séria como ele. Sigyn tinha a musica como um passatempo, como uma forma de alegrar o coração dos outros. Teve uma infância feliz e saudável ao lado dos pais. Uma vida confortável e sem problemas financeiros. Bem diferente da que Loki teve.

Ela sentiu um aperto no peito. Loki falava muito pouco a respeito da infância dele e sobre a família. O que ela sabia foi Thor que contara. Pensando bem, a culpa do fracasso do casamento não era dele, era dela ou de ambos. Não importava, era muito tarde para se achar um culpado. Talvez Sigyn achasse mais fácil culpa-lo já que fora ele que tivera a iniciativa de terminar o casamento.

Estava tão absorta que não viu quando o celular começou a tocar. Era uma camada de vídeo. De fora do país. Seus se arregalaram. Era ele. Por que de repente Loki estaria ligando para ela? Era bizarro como ele parecia adivinhar que ela estava pensando nele naquele exato instante.

Sem saber bem o que fazer ela apertou o sinal verde. Seu coração acelerou ao vê-lo na tela do celular. Ele estava sentado, receoso e parecia meio desconfiado. Usava uma camisa branca levemente desabotoada e tinha os cabelos levemente bagunçandos, provavelmente estava ensaiando alguma coisa.

— Oi – ele falou dando início a conversa.

— Ah, o-oi Loki -  ela gaguejou, haviam tantas coisas a serem ditas.

— Eh... eu só liguei para saber como você está...

— Eu vou bem – ela respondeu rápida – estou bem – não você não está, não minta— e você? O que anda fazendo?

— Ah, eu estou trabalhando, ensaiando, essas coisas....

Houve um breve silêncio. E após alguns segundos Loki retomou a conversa.

— Achei que não fosse conseguir falar com você... – ele coçou a nuca – eu só liguei para saber como você estava. O Thor me falou que você havia passado mal na apresentação de gala...

Thor, seu bocudo...

— Eu fiquei... preocupado -  ele parou a frase no meio – Sigyn?

— Oi?

— Por que está chorando?

— O quê? – a jovem não se deu conta, só percebeu quanto tocou as bochechas. Droga não era a melhor hora para chora sua idiota! — Ah, meus olhos estão irritados – ela tratou de se recuperar rapidamente.

— Sigyn – a voz dele transpareceu uma preocupação genuína – não minta para mim. Aconteceu alguma coisa?

Ela suspirou.

— Eu estou bem – ela disse outra vez – só estou meio fraca, só isso... eu me excedi e passei mal no concerto, apenas isso. Thor é um exagerado, você mais do que ninguém deve saber -  ela riu tentado parecer mais convincente – mas de qualquer forma... obrigada por se preocupar...

— Ok, se você diz, eu vou confiar em você. Mas, vê se você se cuida... quero dizer... embora eu não seja...

Ela deu um sorriso tímido para ele.

— Eu sei... – Loki?

— Sim?

Ela tinha muitas coisas para dizer.

Sabe aquela noite... aquela antes de você ir embora, aquela em que a gente ficou... pois então..Veja só! Estou grávida! Você vai ser pai!

Estou apavorada.

 Eu sinto a sua falta.

— Nada importante, desculpa – ela riu sem graça – provavelmente eu devo ter esquecido.

— Tudo bem, olha eu vou ter que desligar... eu só queria saber se você estava bem, Thor ficou me enchendo o saco o dia inteiro.

— Seu irmão é uma figura...

— É... então é isso... tchau, Sigyn.

— Tchau.

Sigyn desligou o celular e voltou a se deitar na cama. Por que não teve coragem de contar a verdade? Medo? Sim, muito medo. Nem mesmo aos seus pais ela havia contado. Como eles iriam reagir? Divorciada e grávida. Abraçou a si mesma, estava sozinha naquela situação. Porem involuntariamente sua mão tocou o ventre que ainda não mostrava nenhum sinal da gravidez. Pensou naquela criaturinha pequena, que, embora ainda fosse um amontoado de células, era uma nova vida. Um pequeno bebezinho em formação. Uma criança.

Como ela seria? Seria parecida com ela? Teria os olhos dele? Agora ela não poderia mais pensar só em si, mas também naquele pequeno ser. Ele não tinha culpa alguma ou ideia da vida amorosa complicada do jovem casal separado.

Sigyn viu sua mente trabalhar em um completo frenesi, enjoada ela correu para o banheiro para vomitar mais uma vez naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Eu queria ter feito um capítulo maior, mas fiquei com medo de emperrar... daí achei melhor parar nessa parte.... e então o que vocês estão achando... será que a Sigyn deveria ter falado pra ele? E o Loki, será que ele ficaria feliz com a notícia... sinceramente acho que a princípio, ele ficaria assustado e depois processaria tudo.... mas vamos ver o que vai rolar nos próximos...
Até lá suas lindas!



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