Prometidos escrita por Carolina Muniz


Capítulo 19
Capítulo XVIII


Notas iniciais do capítulo

OOOOOi
Hahaha ~risada má~ pq eu gosto de uma treta (tuts tuts quero ver) enfim, olha só quem voltou cedinho??? ¯_(ツ)_/¯ (muy)



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Naquela noite, Christian e Ana ficaram no quarto, e Ana falou sobre a escola em que estudou, sobre o quanto odiava tocar violino mas de toda a sala era a melhor no instrumento, falou de seus pais tentando fazê-la gostar de chá mas que ela nunca conseguiu esconder a careta, falou sobre ter tido um gato quando tinha seis anos, mas seus pais descobriram que ela era alérgica e tiveram que devolvê-lo para o abrigo, ela falou sobre sua vida como nunca havia feito antes, e Christian escutou cada palavra, fazendo comentários surpresos sobre a escola tão rígida, comentários engraçados sobre ela ser a melhor da turma mesmo odiando o violino, comentários de concordância sobre odiar chá e comentários de sentimentos sobre o gato que teve de ser devolvido. E às vezes eles se beijavam, e se tocavam, e se beijavam de novo.

Na manhã seguinte, a garota sentiu um beijo em sua testa e ouviu a porta bater antes de acordar por completo, abrindo os olhos para as cortinas ainda fechadas, protegendo-a da luz do sol.

A morena sorriu para o nada e se espreguiçou, logo levantando-se e indo para o banheiro. Assustou-se ao olhar para seu corpo no espelho: seu pescoço estava marcado por chupões arroxeados, sua cintura também, mas pelas mãos de Christian, seus lábios estavam um pouco inchados, e seu cabelo completamente desgrenhado.

Pela primeira vez na vida, ela não estava perfeita ao se olhar no espelho, mas completamente feliz. Seus olhos brilhavam como duas pedras azuis no oceano límpido.

Ana não sabia porque estava tão feliz, talvez porque estava se sentindo leve, ou porque passou a noite toda com Christian, ou pelo fato de que por ele ter passado a noite com ela, não passou com Elena.

Ela sorriu para si mesma.

Ponto para ela.

Não sabia nem de onde vinha esse desgosto todo pela loira, mas sentia aquela sensação de ameaça só de pensar nela. E não gostava nem um pouco daquilo.

Seu estômago roncou, tirando Elena de seus pensamentos, e a garota logo tratou de tomar um banho rápido e descer para o café da manhã.

Gail a cumprimentou assim que a viu se sentar na cadeira, e lhe desejou um bom dia antes de voltar para a cozinha.

Ana colocou seu notebook em cima da mesa, e o prato com ovos e bacon ao lado. Voltou às muitas páginas que estava lendo ontem, sobre as universidades de Nova York.

Ela queria, claro.

Mas não sabia bem o que queria.

Christian havia dado carta branca, e ela ficou tão feliz com aquilo que se obrigou a decidir logo o que queria. E ali estava ela: entre Letras e Artes.

Ela gostava de livros, amava, na verdade.

Letras seria legal.

Mas ela adorava desenhar também.

Então Artes seria incrível.

Gail se aproximou da menina e a mesma se virou.

— Elena Lincoln está subindo, Sra. Grey.

A morena franziu o cenho.

— O Christian não está aqui - disse a garota.

— Eu informei, senhora, mas ela disse que não importava - disse Gail e Ana percebeu que a mulher estava tão surpresa quanto ela.

— Hã, tudo bem - Ana murmurou, fechando o notebook.

Gail lhe deu um aceno de cabeça e desapareceu pelo corredor.

Ana limpou a boca com o guardanapo e se levantou, seguindo para o hall de entrada.

O que Elena queria?

O elevador se abriu assim que Ana chegou ao hall, e Elena saiu dele vestindo um terninho elegante e bonito, assim como ela.

Ana não se importou, estava linda também com seu cabelo perfeitamente penteado, sua maquiagem feita, seu short de couro preto, sua blusa azul e seu chalé da mesma cor que o short - foi obrigada a colocar pois não queria olhar para Gail e Sawyer com o pescoço cheio de chupões.

Mesmo assim, Elena a olhou de cima a baixo com superioridade antes de abrir um grande sorriso e se aproximar da morena.

Será que ela achava que Ana não percebia a falsidade? Ou o olhar?

Ana decidiu que a loira apenas não importava.

— Querida Anastacia, é ótimo vê-la novamente - saudou a outra, dando-lhe dois beijinhos sem encostá-la de verdade.

— Bom dia, Elena - cumprimentou Ana. - Então, como Gail provavelmente lhe disse, Christian já foi para empresa - avisou logo.

— Ah, eu sei, não se preocupe. É que tem um relógio meu que eu esqueci aqui em uma dessas noites, e como é o meu preferido, eu tive que vir logo buscar.

"Em uma dessas noites..."

Ana sabia que ela podia apenas ter dito "que eu esqueci aqui", ela não precisava dizer o "dessas noites". Mas ela preferiu dizer para poder fazer Ana repensar aquilo.

A garota balançou a cabeça e sorriu.

— Ah, imagino que ele pretendia te entregar ontem, mas ela não foi te encontrar, não é?

Elena não perdeu o sorriso, mas seus olhos brilharam com... Raiva, talvez?

— Sim, eu mandei uma mensagem dizendo que não poderíamos nos encontrar mais porque surgiu uma emergência no salão - disse a outra naturalmente.

Ana não sabia dizer se era mentira ou verdade, e nem quis pensar no assunto, apenas continuou sorrindo para ela num sinal de concordância.

Quando aquilo havia acontecido? Comi foi que de repente ela estava numa guerra de "quem era mais"?

— Bem, eu não sei onde está o relógio, então...

— Ah, com certeza está no quarto de Christian - Elena informou.

Ana abriu a boca, mas logo a fechou, não perdendo a postura. A garota trincou os dentes e continou plena e elegante.

— Eu não vi nenhum relógio lá em cima a não ser os do Christian, mas claro que posso pedir Gail para dar uma olhada já que é o seu preferido e pelo visto você não pode ir trabalhar sem ele. Gail!

A garota não perdeu o contato visual com Elena nem um segundo sequer enquanto esperam por Gail.

— Sim, sra. Grey? - a governando questionou assim que entrou bo recinto.

— A Sra. Lincoln esqueceu um relógio aqui, você pode ver se está no meu quarto, por favor? - pediu a morena.

— Foi no do Christian, querida - Elena interveio.

— Sim, é o meu quarto também - informou Ana. - Por favor, Gail.

— Claro, Sra. Grey.

E não foi impressão de Ana que Elena suspirou baixo e irritada ao ouvir as palavras "senhora Grey" novamente.

A morena sorriu simpática para a loira enquanto Gail saía.

— Alguma coisa para beber, Elena? - questionou, mostrando sua educação e etiqueta.

— Não, querida, não estou com sede. Estou até atrasada para ir para o salão - comentou a outra enquanto andava completamente a vontade até a janela que mostrava toda a cidade. 

Ana não sabia o que era mais falso, o "querida" usado o tempo todo ou o sorriso "simpático".

— E aquelas caixas? - perguntou a loira apontando paras as muitas caixas ao lado do elevador.

Ana queria perguntar o que porque seria da conta dela, mas apenas respirou o ar moderadamente e se sentou no braço do sofá do hall.

— É a nova decoração da casa, eu não gostei muito de toda essa coisa cinza e preta, ou esses quadros horríveis noa corredores - falou com naturalidade e teve sua confirmação de o apartamento ter sido decorado por Elena quando a mulher a lançou um olhar de ódio e indignação. - Christian não se importou nem un pouco, claro, acho que até ele se incomoda com esses troços pela casa. Eu estava pensando em trocar a cor também, mas depois de pensar um pouco percebi que a cor é legal, é só a decoração que é ruim mesmo - continuou ela.

— Nossa, você disse isso na cara dele?

— E ele concordou com tudo - completou Ana.

Tudo bem que Christian disse apenas "pode fazer o que quiser, apenas não troque as cores do apartamento porque eu não gosto do cheiro de tinta que fica", mas de qualquer forma, aquilo queria dizer que ele concordava que a decoração era uma merda e precisava ser mudada.

Então, ela não estava mentindo.

Claro que não.

— Que coragem - elogiou de má vontade a outra, virando-se novamente para a janela. - Sempre adorei essa vista.

E mais uma vez estava ela entonando que esteve ali muitas vezes.

Ana não ia rebater, não ia!

Gail voltou no mesmo segundo - para a felicidade de Ana - segurando um relógio dourado - para a infelicidade de Ana - e até um pouco chamativo, que a morena nunca havia visto no quarto.

— Estava na gaveta do criado mudo - disse Gail.

Estava aí porque ela não viu, nunca havia aberto aquelas gavetas.

— Obrigada, Gail, foi muito gentil da sua parte encontrá-lo para mim - agradeceu Elena enquanto pegava o relógio. - Quando temos uma coisa favorita, não deixamos nunca.

Ana teve a sensação de quela não estava falando sobre o relógio, mas não comentou e nem mesmo pensou mais a fundo sobre 

— Não foi nada, Sra. Lincoln. Mais alguma coisa, Sra. Grey?

— Só peça para Sawyer me ajudar com essas caixas, por favor - disse a morena e logo a governanta desapareceu pelo corredor.

— Bom, então vou indo - disse Elena após colocar o relógio no pulso. - Hum, devíamos marcar alguma coisa qualquer dia. Christian com certeza ficaria feliz.

Ana balançou a cabeça.

— Já disse para ele que isso não vai acontecer, e ele está bem com isso - Ana informou, andando até o elevador e apertando o botão de chamada, num sinal claro de que era hora de Elena ir embora.

Tudo bem, a casa também era de Christian, mas ele não estava ali naquele momento, e ela não tinha que ser educada com Elena depois de todas aquelas insinuações e de Gail realmente encontrar a droga do relógio no quarto.

— Uau - sussurrou a loira, caminhando em direção ao elevador, mas não entrou no mesmo, apenas encarou Ana. - Eu só quero que você saiba e não se esqueça nunca de que toda essa palhaçada foi por pura obrigação da parte de Christian. Se ele tivesse escolha, nunca teria se casado com você.

A morena quase não ficou surpresa - quase, ela meio que estava esperando por aquele ataque de palavras. Não foi difícil perceber que Elena não havia gostado dela, nem mesmo havia tentado, com certeza. E a mulher também parecia ter ciúmes de Christian. Talvez por serem muito amigos, e há muito tempo, com certeza era difícil ele de repente tendo uma mulher em sua vida, tomando parte de tudo o que era só da loira.

Mas aquilo não impediu o sangue de Ana ferver.

Ela realmente não precisava de alguém a lembrando do casamento ter sido totalmente obrigatório para Christian.

— Claro - Ana disse devagar. - Na verdade, não tem como me esquecer disso. Mas então, você acha que ele me levou para Ilha no Rio de Janeiro por pura obrigação também? Ou que ele me beija por pura obrigação... É que eu não sei, sabe, mas eu acho que ele não vai para cama comigo por pura obrigação. E você, acha?

Ana sabia ser irônica e sarcástica como ninguém.

Elena deu um passo para trás. Claro que a loira não esperava que a outra rebatesse daquele jeito, com o tom cortante e debochado, a postura autoritária e dominadora. Por um momento, Elena viu Anastacia a sua altura.

— Bom, não me importo com o que você acha, nem te conheço e pretendo continuar assim e sei que você quer o mesmo.

Carla Steele estaria orgulhosa em ver Ana naquele momento, completamente segura e dominadora sobre outra mulher bem mais velha e mais experiente. E foi pensando naquilo que a morena apenas levantou uma das sobrancelhas e indicou o elevador com as portas abertas para Elena.

— Então... - murmurou sugestivamente.

Elena jogou a cabeça para o lado, tirando o cabelo dos olhos e seguiu para o elevador numa postura reta e inabalável.

— Tenha um bom dia, Anastacia - desejou.

— O mesmo para você, Elena - devolveu Ana, virando as costas sem esperar as portas do elevador terminarem de fechar.

Foi uma conversa - se ela pode chamar apenas de conversa— interessante e cansativa, mas que logo saiu de sua cabeça quando Sawyer chegou para ajudá-la com as caixas e a nova decoração.

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Notas finais do capítulo

Huuuuuuuuuuuuuum, ai krl! Arrasa, mana, faz purê dela!! A Ana não é boba não - só um pouquinho de vez em quando rs. Vamos ver o q vai rolar, se a Elena vai dar uma de fofoqueira e contar para o Christian, se a Ana vai fazer a sonsa e fingir que nada aconteceu... só sei q nada sei haha
Até mais,
xoxo



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