Pandora escrita por Virgo


Capítulo 11
Oráculo e Alma Pura


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo!
Gente, o tempo passa rápido °O°
Esse é o capítulo extra que virou um capítulo linear, isso porque eu escrevi o último capítulo e vi que precisava desse para fazer um link lógico entre o capítulo da luta e o capítulo final. Quantas vezes eu falei "capítulo" até agora? XD
Enfim, espero que gostem =)



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 Acordou com um suspiro, continuado de seu sonho antigo, os olhos negros logo se acostumaram com a luz e virou devagar na cama, encontrando olhos dourados sobre si. O juiz parecia um pouco preocupado por ela ter despertado tão cedo.

— Pandora. - ele se inclinou e fez um carinho em seu rosto. - Está tudo bem? Está sentindo alguma dor?

— Radamanthys… - sorriu de leve e segurou sua mão. - Eu tive um sonho… Acho que sonhei com o passado…

O homem sentou ao seu lado na cama, apoiando a mão em sua barriga com cuidado, qualquer coisinha era como um sinal de alerta.

— Era um sonho ruim? - perguntou com o tom mais carinhoso.

— Não… - se sentou na cama e se apoiou nos braços, não conseguia ficar muito ereta. - Era só um sonho… Mas, eu não lembro direito…

— Tudo bem. - ele sorriu e a beijou. - Quando lembrar, você me conta. Mas no geral, qualquer coisa é só-…

— Eu gritar. - sorriu segurando a mão em seu ventre. - Nós dois sabemos.

O mais velho sorriu, não tinha como não se sentir feliz naquele momento. Ele beijou a moça mais uma vez e chamou sua armadura, saiu algum tempo depois e ordenou que o adolescente rebelde de língua ferina assumisse a forma humana para cuidar da moça, eles até podiam se estranhar um pouco, mas definitivamente se união quando a questão era a deusa menor e sua segurança.

— Damn... Filhote de hetaira… - entrou no quarto sibilando.

— Cheshire… - a moça chamou sua atenção com leve indignação. - Já disse para não brigar com ele.

— Ele que começa! - foi até a moça pedindo carinho, que a princípio foi negado, mas logo foi conquistado com alguma insistência. - E a criança?

— Está quieta, acho que está dormindo ainda. - respondeu com um sorriso. - Mas eu não posso dormir mais, tenho muito o que fazer. Princesas para educar, príncipes para treinar. Pode me ajudar a levantar?

O rapaz concordou e a ajudou a levantar e se vestir, estava prestes a virar mãe novamente, era quase uma coincidência irônica ter sonhado com um passado em que tinha uma “mãe” e era amada, por assim dizer, pela mesma. Se forçava a lembrar do sonho, mas não tinha muita certeza do que era sonho mesmo e o que era apenas uma interferência do imaginativo.

Lembrava de ser acordada com beijos doces, lembrava dos carinhos e afagos nos cabelos, mesmo tendo tido uma infância curta, ainda tinha sido uma boa infância. A deusa da sabedoria a colocava sentada em seu colo, fazia um lindo penteado em seu cabelo e o enfeitava com flores vermelhas e roxas, ela beijava seu rosto e a levava para aprender consigo e com os outros deuses. Naquele dia em especial, iria aprender a cantar com o deus sol e a deusa da sabedoria a levou para o templo do deus a fim de conseguir a tão esperada aula de canto, porém, enquanto a mais velha procurava pelo leviano deus, a menina tinha um encontro inesperado.

Lembrava com perfeição da bela mulher que a abordou com um sorriso doce, ela trazia uma coroa de flores cheias de espinhos e uma maçã verde mordida. Estava descalça e cada passo era dado como se fizesse parte de uma dança lasciva.

— Pequena deusa se faz mortal. Inteligente e bela, quase imoral. Sofredora guerreira de culpa alguma. Clemente é o choro que da sua garganta ecoa.

Na época não tinha entendido, não conhecia aquela mulher e ela também não sabia quem era a menina, para seu eu criança aquele era um estranho poema que a mulher recitava. E por mais estranha que ela fosse, decidiu conversar com ela, perguntar quem era e o que fazia ali, foi naquele momento que a mulher se apresentou como Oráculo de Delphos.

Respirou fundo e seguiu com suas tarefas, as princesas estavam começando a desenvolver um ótimo discurso e retórica, a mais velha naturalmente era a mais habilidosa, mas a menor era a que tinha maior destaque principalmente pela sua pouca idade. Ensinar as princesas e o príncipe a arte de governar era sua maior função, a arte da guerra era ensinada pelos juízes e deuses gêmeos.

— Tisífone. - chamou a atenção da jovem princesa, se levantando de onde estava devagar. - Não seja tão dura, respostas duras evidenciam desconforto e ranço. Nunca devemos mostrar o que realmente sentimos em nossa retórica, não importa o quão ruim esteja a situação, a cabeça deve estar sempre erguida e nossa voz sempre confiante.

— Isso é impossível. - reclamou cruzando os braços. - Não tem como “mentir” dessa forma. Uma hora ou outra vão enxergar por trás da máscara de soberania.

— Mas isso não é um exercício de mentira, este é um exercício de força. - explicou com um sorriso, colocando a mão nas costas por um pequeno incômodo. - Eu estou grávida. Acreditem ou não, mas este é o momento mais frágil da vida de uma mulher. Eu não tenho força ou condições de confrontar nada e nem ninguém, porém, eu preciso fazer isso todos os dias, lidar com os generais de seu pai não é fácil. - deu uma pequena pausa e bateu com o indicador duas vezes na têmpora esquerda. - Eu tenho que usar minha mente, me impor por minha inteligência e força de espírito. O que estou tentando ensinar a vocês é que a força da mente é invencível, quanto mais forte for a mente, mais forte vocês serão.

— É fácil falar, Pandora. - disse a mais velha com um riso nervoso, pouco confiante. - Você já nasceu forte.

— Muito pelo contrário, Melinoe. - respondeu se virando para a mesma. - Eu fui ensinada, assim como vocês. Mas não me bastou ser ensinada, eu sofri muito na mãos dos homens para aprender de fato, eu passei por muita coisa antes de me tornar o que sou hoje. Por isso que, a pedido de seus pais, eu estou às ensinando.

— Você sofreu muito? - perguntou a mais curiosa.

— Mais do que gosto de lembrar. - respondeu com um sorriso meio amargo, indo até a jovem princesa e fazendo um carinho em seus cabelos. - Vamos fazer uma pausa meninas. Minha criança decidiu resmungar e se debater, deve estar revoltado que o espaço diminuiu.

— Está se mexendo?! - quase na mesma hora foi cercada por meninas querendo sentir a pequena forma de vida.

A moça apenas negou com um sorriso doce. Em perspectiva de sua antiga vida, agora tinha uma vida abençoado e tinha que agradecer todos os dias por tanto cuidado e atenção por parte de seu companheiro, subalternos e superiores.

Na verdade, lembrava da Oráculo falar algo assim, falar à respeito de sua vida e destino, não entendia nenhuma resposta apesar de achar divertido como a mulher respondia, sempre perguntando mais e mais. Era uma criança, quando descobriu que podia perguntar o que quisesse e fez questão de perguntar tudo o que podia imaginar, e a mulher sempre respondia o que parecia ter mais relevância com seus enigmas encantados.

— Os deuses a usam, não há compaixão. De seu pai tem o amor, de sua mãe a dedicação. Eles a amam, nada podem fazer, seu bem almejam sem nunca poder atender. Mesmo nos homens não encontra o amor, seus filhos são muitos e sofrem de furor. Apenas na morte encontra empatia, negro é o manto e sombria a cavalaria. Na derrota se tem alegria, corajoso é o dragão que lhe tem idolatria.

Engraçado ter sonhado aquilo justamente naquele momento, precisava se questionar se não seria um tipo de alerta. Já tinha conversado sobre sonhos com Hypnos várias vezes e ele lhe explicou que existiam três tipos de sonho, os pesadelos, os sonhos e os avisos; sendo que os avisos eram a alma tentando resolver um problema que estava sendo vivenciado ou algo que tinha sido esquecido e que agora tinha relevância se lembrar. Então do que estava tentando se lembrar afinal de contas?

Decidiu esperar no jardim principal do palácio, de onde poderia assistir o treinamento do príncipe herdeiro e o irmão menor, eram meninos jovens e muito habilidosos, por isso era impossível não parar e assistir. O gato negro em seu colo aproveitava o carinho, mas ainda sim estava bem atento a tudo o que acontecia e deixava de acontecer ao redor da moça. E não tinha só ele atento, o juiz também estava atento, dividindo sua atenção entre a moça e os príncipes.

— Pandora! - sua rainha sorriu ao vê-la sentada num dos bancos. - Descansando um pouco?

— Sabe como são rapazes. Quando se animam não querem mais parar. - respondeu indicando o combate. - Eu apenas aproveito esta pequena folga. Sendo um rapaz ou sendo uma moça, não há dúvida de que minha criança herdou a energia do pai.

— Radamanthys realmente era bem energético em sua juventude. E ainda é com a forcinha certa. - comentou com um riso divertido. - Mas ainda se mexe com a gestação tão avançada? Não acha que está se preparando? Sente alguma dor?

— Dor sempre sinto nas costas, é uma criança pesada. - comentou sorrindo. - E sim, vem se mexendo bastante nos últimos dias… Acho que é hora de me preparar para o parto, não vejo outra razão para se mexer tanto.

— Deve avisar Radamanthys. - disse a rainha segurando sua mão. - Ele quer estar presente quando for a hora.

— Mal nasceu e já estende suas asas protetoramente. - sorriu feliz. - O mundo me castigou, mas me guardou um bom marido. Nunca pensei que seria tão feliz num casamento.

A Oráculo falou disso também, agora que lembrava e comentava, conseguia recordar com perfeição de que a questionou animadamente sobre o marido para qual estava prometida. Sempre soube que iria casar, a deusa da sabedoria nunca escondeu isso de si, mas nunca soube como era a aparência do marido. E no começo ficou triste, pois o marido não parecia em nada com o que lhe fora descrito, só agora entendia que nunca foi daquele marido que a Oráculo dizia de forma tão risonha.

— Nunca será o primeiro, o segundo muito menos. Último certamente, mas o único verdadeiro. De olhos dourados, em fúria vermelhos. Tem o sangue divino, é um bastardo atrevido. De sombras impregnado, é um louco apaixonado. Herói de nenhum, amado para tu.

Seu primeiro marido tinha olhos verdes, tinha ficado muito decepcionada por seus olhos não serem dourados, mas ele foi um marido razoável. Ele nunca a fez feliz de fato, mas sempre se esforçou muito para tal e seria mentira dizer que não o amou de certa forma. Mas então liberou os males sobre a humanidade, seu marido se foi, seus filhos e filhas foram tomados e sua vida mergulhou em desgraça. Naquele dia entendeu porque não encontraria amor nos homens, raça.

Desde então houveram muitas guerras seguidas de casamentos forçados, todos os maridos eram homens terríveis, não passava de um objeto para eles e se alegrava muito por nenhum deles ter olhos dourados. Lembrava que riu em êxtase quando descobriu que um deles foi morto pelo próprio primogênito - não que o rapaz fosse melhor, o caráter era igual ao do pai, mas pelo menos só a deixou presa, nunca fazendo visitas indevidas ou deixando visitantes chegarem muito perto, ele era seu filho afinal.

Foi então que invadiram sua cidade, mais uma vez o ciclo de captura e casamento forçado se repetia, ou era isso o que pensava. Os olhos dourados pertenciam à um general e juiz, ele a tratou com relativo respeito e depois que soube seu nome a tratou com mais respeito ainda, quase como se fosse uma rainha. Demorou um pouco até ver que aqueles eram, de fato, os olhos dourados que tanto aguardava.

Porém, por mais amado que fosse, por mais apaixonado que fosse, isso não era justificativa para as deusas o deixassem entrar. A rainha até tentou convencer as demais deusas, mas elas sempre tinham o contra argumento de que já tinham pessoas o bastante e que ele não faria nada além de atrapalhar. O mesmo valia para o gato negro que foi jogado para fora, literalmente.

A suspeita de que a criança iria nascer em breve não apenas estava certa, como também se confirmou pouco tempo depois de começar a ensinar aos príncipes sobre linguagem corporal. A priori era apenas uma dor incomoda, mas depois de alguns minutos percebeu o que realmente era e pediu que os meninos buscassem ajuda. Em pouco tempo já estava sendo amparada pelas deusas da maternidade, sua rainha e a deusa da sabedoria, que insistiu em estar presente para ajudar.

A dor continuava tão horrível quanto sempre lembrava, só sentiu algum alívio mínimo quando as deusas disseram que poderiam começar o trabalho de trazer aquela criança ao mundo. Naquele momento dependia de seus instintos e do auxílio das deusas, seus poucos gritos certamente se espalhavam pelo submundo inteiro. A doce deusa Ilítia fazia a pior parte do trabalho, a auxiliando e amparando. A jovial Ártemis lhe passava toda confiança e força de que precisava. A deusa-mãe Hera lhe dispunha as lindas memórias e a delicada imaginação do depois. E a sábia deusa Athena literalmente a amparou, segurou seus ombros e lhe forneceu toda a razão de que precisava para não se desesperar com a dor.

A razão era tanta que conseguia se atentar até mesmo para as conversas que ocorriam do lado de fora, quer dizer, pelo tom das vozes estava mais para uma briga, mas o teor ainda podia ser encaixado como conversa.

— Homem se acalme! - reconhecia facilmente a voz de sua rainha. - Não é a primeira criança dela e com tantas deusas a amparando é impossível que algo dê errado!

— É a minha mulher! É a minha criança! Como você quer que eu me acalme?! - rebateu o transtornado homem. - Eu estou com medo, não percebe?!

— Nada melhor um pai pode dar aos seus filhos que uma boa educação e um pouco de confiança! - reconheceu a voz enervada de Garuda. - Se acalme que tanto a sua mulher quanto seu filho sairão em ótima condição daquele quarto!

— Vocês não entendem! - a agonia era palpável em sua voz. - Eu definharei de tristeza se algo ruim acontecer!

— As Moiras não seriam cruéis a esse ponto! - agora era a voz relativamente calma de Griffon. - Se fosse para algo dar errado, ela estaria no Olimpo e não aqui tendo um filho seu!

Também se recordava de algo assim, algo que mencionava um filho. Teve tantos antes daquela vida, mas era um pouco estranho perceber que era justamente daquele que era falado. Aliás, lembrava da Oráculo focar especialmente naquele, chegando a se comportar de maneira um pouco estranha quando o mencionou.

— Um único filho amado com muita certeza, assombrosa é a sua pureza. Poderoso mais do que imagina, desgraça do Olimpo sem uma sina. Na terra dos mortos nascido, é uma criança de sangue divino.

Não lembrava a última vez que sofreu tanto para trazer uma criança ao mundo, mas o que isso importava agora que a segurava?

A criança era um menino forte e saudável, o cosmo poderoso beirando o de um deus olimpiano e tão puro que o quarto se iluminou com sua presença, simplesmente tudo ao seu redor se purificou; até mesmo a água suja com o sangue do parto voltou a ser água pura, a escuridão natural do quarto deixou de existir e a pele do menino parecia brilhar. Ele estava dormindo e por isso não abriria os olhos tão cedo, mas os poucos fios em sua cabeça revelaram o cabelo. Simplesmente não conseguia deixar de sorrir, mesmo que agora lembrasse.

O juiz estava há alguns passos da cama e parecia um pouco incerto do que fazer, os irmãos estavam encostados no batente da porta e seguraram a risada com muito esforço, enquanto as deusas discutiam algo com o senhor e senhora dos mortos. Ainda ouvia os príncipes e princesas agoniados, querendo entrar para conhecer o “filhote de Wyvern”. E o gato negro se contentava em olhar tudo dos pés da cama.

Havia perguntado à Oráculo se seu filho seria forte e ela disse que sim. Havia perguntado à Oráculo se essa força prejudicaria o filho e ela disse que não. Havia perguntado à Oráculo se o filho lutaria muito em sua vida e ela disse que as guerras não seriam poucas. Então perguntou o que realmente precisava lembrar:

— Com tantas guerras, o verei novamente? Poderei abraçar ele?

E a resposta era o que talvez lhe roubaria o sono por muito tempo.

— Chorarás sobre um corpo ou protegerá o inimigo, raramente ele será um amigo. Pois a justa destruição é seu caminho, amor e compaixão são seu ninho. Receptáculo divino é seu prover, laços e aprendizado são seu querer. Por alguém querido sempre luta, por ele sempre haverá disputa. É uma doce alma pura.

Seu filho era uma doce alma pura, seu filho teria um dever importante, porém, suas vontades seriam maiores. E isso seria um motivo de preocupação ou até mesmo raiva, mas ela era mãe e tudo o que queria era a felicidade daquele pequeno ser; o mundo poderia acabar em fogo e água mil vezes que ela não deixaria de ser mãe. Podia ser chamada de traidora dependendo do caminho que o filho tomasse, mas isso não a impediria de comunicar seu desejo ao marido.

Arrumou melhor o pequeno menino em seu colo, o vendo apenas bocejar com bastante sono. O juiz se aproximou depois de algum tempo, parecia ter tomado a coragem que faltava e sentou ao seu lado na cama. Ele, um homem tão sério e intimidante, não conseguia parar de sorrir, mesmo com o filho sendo tão pequeno e delicado, o que seria um motivo de preocupação, ele não parava de sorrir.

— Radamanthys. - o mirou com um leve sorriso. - Quer segurá-lo?

O homem não sabia bem o que fazer, naquela questão nunca soube, por isso retirou a armadura que cobria os braços e esperou a moça arrumar a criança neles. E mesmo segurando com todo cuidado, da forma que foi arrumado, o menino começou a choramingar.

— A-Ah… Acho melhor ele ficar com você. - tinha mais medo do choro do filho que dos raios de Zeus. - Ele não gosta de mim.

— É claro que gosta. - respondeu com um riso. - Você é o pai dele. Diga alguma coisa.

— Ah… Filho… Você é menor do que eu esperava…

Na mesma hora a risada quase histérica dos irmãos preencheu o quarto, eles conheciam o mais velho bem o bastante para saber que o mais “pai” que ele conseguia ser era educar minimamente o filho e chamar ele de “garoto”, porque era quase uma certeza que ele não lembraria o nome. O juiz apenas os ignorou, depois daria conta deles, no momento estava mais entretido com o fato de que o filho tinha acordado e seu olhar era dourado. O menino ainda segurava seu indicador e polegar com as pequenas mãozinha, a unha de seu polegar era a mão do menino.

— Vê? Ele reconheceu sua voz e agora se acalmou. - comentou a moça com um sorriso doce. - Agora ele mal tira os olhos de você. Ele ama você, é o pai dele afinal.

— Vejo… - ele sorria abertamente, o olhar apaixonado como que vendo uma esplendorosa maravilha.

A mais moça sorriu e fez um carinho no rostinho redondo do menino, ele fazia alguns barulhinhos e ficava olhando de um para o outro com um interesse sem igual.

— Radamanthys. - chamou novamente. - Nosso menino é uma doce alma pura. Devemos nos orgulhar dele sempre.

— Mas eu sempre me orgulharei dele, Pandora. - respondeu com um sorriso doce. - Eu preciso deixar que ele erre e aprenda com seu erro. Eu preciso que ele ame, ria, chore e até grite comigo para se tornar um bom homem. Ele é nosso filho, independente do que aconteça.

De repente o príncipe herdeiro conseguiu entrar no quarto por debaixo das pernas dos juízes parados na porta, ele correu e subiu o mais rápido possível na cama, obrigando o gato fugir. Seu sorriso era alegre e verdadeiro enquanto o menino de horas gritava e se agitava animado com o novo amigo.


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Notas finais do capítulo

Um bebê lindocho e que dá vontade de morder ♥
Agora vou arrumar o último capítulo, com sorte ele será postado ainda hoje, com azar ele será postado na próxima sexta.

Agora só três curiosidades, relaxem XD

1. Damn é maldito em celta antigo. E hetaira era uma prostituta de luxo. Como podem ver, o Cheshire anda bem malcriado com o Radamanthys hehehe

2. Os elementos que a Oráculo trazia era mais uma referência "bíblica", algo que eu achei coerente colocar. A coroa de flores com espinhos seria mais uma metáfora ao fato de que a mulher sempre é admirada e sua beleza parece inabalável, mas somente ela sabe a dor dos espinhos que tem que suportar. Já a maçã mordida é referência à Maçã do Éden que Eva comeu, o que seria o pecado original, fazendo um paralelo com o pecado original de Pandora, que foi abrir a ânfora com os males. A Oráculo ir falar com ela carregando esses elementos foi quase um presagio.

3. As Moiras eram as senhoras do destino, elas controlavam tudo. Quem assistiu Hércules da Disney vai lembrar delas cortando os fios da vida.



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