Simplesmente me abrace escrita por Patty Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2




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POV Bella

 

Durante os primeiros meses eu praticamente só via Edward quando ele entrava no quarto para me deixar o dinheiro e ler os documentos do pré-natal, que eu também deixava sobre a cômoda. Eu estava sendo acompanhada pelo dr. Aro Volturi, pai dos meus colegas Alec e Jane. Pelo menos fui poupada de ter de ir ao hospital que o dr. Cullen dirigia, onde Edward e Emmett faziam residência médica. O dr. Volturi sabia pelo que eu estava passando e me encorajava. O bebê estava se desenvolvendo bem, apesar de eu não conseguir comer quase nada. Vivia de sucos, vitaminas e o que mais conseguisse engolir. Sempre gostei muito de doces, mas a vida para mim tinha perdido o sabor. O dr. Volturi me advertia, mas eu não conseguia mesmo e então ele me passou alguns suplementos de ferro e vitaminas. Eu me sentia tão humilhada naquela casa que passava o dia inteiro na escola e até nos finais de semana ia à biblioteca. A sra. Cullen chegou a falar sobre isso comigo e eu aleguei que estava tendo muito trabalho já que era meu último semestre. Era extremamente constrangedor estar perto dos pais de Edward, que provavelmente também me achavam uma mentirosa. Eu tentava não impor minha presença, mas às vezes não adiantava. Certa vez Edward agarrou meu braço quando cheguei por volta das 7 da noite e começou a me sacudir, dizendo que eu não precisava mais estudar já que teria que tomar conta da criança e sua mãe não iria fazer trabalho de babá. Eu não respondia nada, só chorava, o que o deixou ainda mais irritado. Seus pais chegaram pouco depois e disseram para ele me soltar. Subi correndo para o quarto e chorei durante dias. Na formatura eu era a única aluna totalmente sozinha. Tirei a “foto com a família” com a sra. Cope e seu marido. O carinho deles me poupava de um constrangimento, mas reforçava diante de todos ali que eu não tinha ninguém. Quando recebi minha cópia, coloquei na gaveta das coisas ruins. Fui à casa de Angela no final de junho e meu coração apertou quando ela, Jake, Leah, Mike, Jessica, Alec e Jane entraram nos carros para a viagem que tínhamos planejado desde os 15 anos para comemorar a formatura. Eles iriam para Forks, no estado de Washington, onde moravam Isabella, mãe de Charlie, e John e Marie, os pais de Renée, e acampariam na reserva quileute de La Push, onde Jake e Leah tinham parentes. Eu sempre conversava com meus avós por e-mail, contando só as coisas boas. Eles estavam revoltados com os filhos, mas ficaram felizes quando eu disse que tinha casado e estava morando com a família do meu marido. Dias antes, fiquei sabendo que esperava um menino.

 

POV Edward

 

Até terminar aquele semestre na faculdade eu praticamente só via Bella quando ia deixar o dinheiro para ela e ler os documentos do pré-natal. Ela estava sempre no quarto, no computador. A gravidez estava sendo acompanhada pelo dr. Aro Volturi, um ótimo obstetra conhecido do meu pai, mas que trabalhava em outro hospital. O bebê estava se desenvolvendo bem, mas ela não tinha engordado nem 2 quilos, sua pressão estava baixa, assim como as taxas em seus exames de sangue. Aquilo me preocupava. Queria conversar com ela, perguntar se estava enjoando e por isso não conseguia comer, mas ficava com medo de fraquejar. Eu queria muito voltar com ela, mas só faria isso quando ela assumisse que tinha engravidado de propósito. Preferi confiar na competência do dr. Volturi, que certamente estava passando os suplementos necessários. Uma vez resolvi testá-la e pedi à minha mãe que oferecesse a ela alguma coisa com chocolate porque sabia que ela não resistiria e farsa seria desmontada. Quando voltei no outro final de semana, minha mãe disse que a tinha chamado para comer um pedaço de bolo e ela comeu com os olhos no prato, parecendo fazer um enorme esforço, como se só tivesse aceitado por educação, sem nem ao menos se sentar. Depois ela lavou o prato e o talher, agradeceu, pediu licença e voltou para o quarto. Meus pais me diziam que praticamente só ouviam dela “bom dia”, “boa noite”, “com licença” e “obrigada” e que ela parecia sempre constrangida na presença deles. Minha mãe perguntou uma vez porque ela ficava a tarde inteira depois da escola na biblioteca e ela falou dos seus trabalhos de digitação e tradução e que agora precisava estudar mais já que era seu último semestre. Eu sabia de tudo isso, sabia que ela juntava dinheiro para a faculdade desde os 13 anos, mas também acreditava que ela estivesse tentando nos manipular e uma vez a vi entrando em casa, nos cumprimentando de uma forma que quase não se escutava e sem nos olhar. Quando dei por mim estava agarrando seu braço e a sacudindo, dizendo que ela não precisava mais estudar já que teria que tomar conta da criança e minha mãe não iria fazer trabalho de babá. Ela novamente não falou comigo, começou a chorar e isso me irritou ainda mais. Meus pais imediatamente me mandaram soltá-la. Ela correu para o quarto e eles disseram que estavam decepcionados comigo. Eles não entendiam que eu queria ficar com ela, que aceitaria prontamente suas desculpas se ela reconhecesse o que tinha feito, mas ela preferia não admitir seu erro. No final de junho peguei na cômoda do quarto dela o resultado da ultrassonografia e fiquei sabendo que teríamos um menino. Ela continuou sem olhar para mim e sem falar comigo. Desci e perguntei aos meus pais se ela tinha falado o sexo do bebê e eles disseram que não. Eles ficaram felizes quando falei que era um menino e me deram os parabéns. Mas minha raiva só crescia. Ela continuava ignorando a mim e à minha família. Quando recebi um e-mail da sua escola, já que era seu responsável legal, com seu histórico escolar com notas excelentes e informando a data da formatura, decidi não comparecer, assim como nunca tinha comparecido a nenhuma consulta ou exame. Enquanto ela não tomasse a iniciativa de falar comigo e confessar que engravidou de propósito nossa comunicação seria exclusivamente através do ato de deixar dinheiro ou documentos sobre a cômoda.

 


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