Aquilo estava ficando fora do controle e cada vez mais perigoso. Por um breve momento, cogitou em largá -lo ali e voltar a sua vida solitária naquele apartamento. Porém, se fizesse isso, nunca mais o veria e ele se tornaria o soldado desalmado programado para matar à serviço da velha HIDRA ( em caso dela o pegar) e desapontar Rogers.

— No meu tempo o motor não era tão bonito assim – Ele murmurou após ficar um tempo em silêncio apenas a observando conectar o celular no motor do carro através de uma rede WiFi pirata . Ela não lhe respondeu nem olhou para ele enquanto caminhava para o porta- malas . - Foi o que eu disse não é? Steve me disse que você foi da Sala Vermelha…

— Sim e não quero falar sobre isso – Ela abriu o compartimento e pegou três malas de rodinhas pesadas e pô -las no chão sozinha ignorando o colega que tentou ajudá -la.

— Olha, eu sinto muito se eu falei tá bem? Eu trabalhei…. Ou fui escravizado... no Departamento X por um bom tempo e eles falavam essa regra o tempo todo para os novos recrutas e eu acabei decorando. - Ele disse fechando o porta-malas e olhando para ela cruzando os braços parecendo defensivo o que a fez finalmente olhá-lo. - E acho que te devo desculpas formais por tentar te matar todas as vezes que nos encontramos. Se eu poder fazer alguma coisa...

— Não se preocupa. Vou te cobrar - Ela suspirou pondo os óculos escuros e lhe dando uma das malas após desengatar a alça. Parecia que poderia sentir o quão envergonhado estava se sentindo enquanto ela se sentia desconfortável por estar mal tratá-lo. – Arranca a placa do carro e me segue…

O homem fez o que foi pedido pela moça que seguiu por uma trilha no meio do parque que estava quase vazio se não fosse por alguns carros que passavam. Não estava frio e de algum modo as palavras de Barnes e sua linguagem corporal ganharam sua confiança, apesar se sempre manter sua desconfiança.

Após andarem alguns metros ela pegou o celular em seu bolso e começou à digitar após pararem em frente a um hotel. Era um lugar simples com um simpático bistrô do lado, o local parecia bem simpático , quase que como se estivessem em Paris graças aos toldos vermelhos que cobriam as portas e janelas do estabelecimento.

— Acabei de detonar o carro - A mulher resmungou desligando o celular olhando para os lados . - Vamos entrar – Ele acenou com a cabeça e fez o que ela pedia sempre mantendo as malas próximas e segurando as pizzas que ela havia comprado.

Já fazia algum tempo que ela havia estado ali mas nada havia mudado . O saguão tinha um quê aconchegante ( não como um hotel de luxo mas sim como uma casa de família) apesar de tudo muito simples e bem organizado . O cheiro vindo da cozinha era inebriante e fez com que os seus estômagos fizessem um barulho alto o suficiente para se entreolharem assustados.

— Senhorita Nadia !! - Uma voz masculina simpática quebrou o contato visual de ambos quando Natasha se virou e notou quem a chamava.

Ele deveria ter seus 50 anos e 1, 70 m e estava impecável num terno cinza caia perfeitamente em seu corpo esguio. Bucky notou que havia um relógio em seu pulso, provavelmente Suíço era ainda analógico o que o fez pensar que deveria ser relíquia de família . Uma faixa de cor entorno do dedo anular indicava que ele havia se casado pelo menos uma vez.

—Sr. Jean – Ela sorriu e foi de encontro do homem e o saudou com beijos no rosto bem à francesa – Bom perfume, como sempre …

— Muito obrigada minha melhor cliente… - Ele sorriu de volta depois de beijá -la de volta e notar a presença do Soldado Invernal que mantinha o semblante sério– E por que não dizer amiga. Quem é o moço? Tá de namorado novo..

— É uma longa história.- O que ela menos queria era revirar o baú do relacionamento com Banner na quele ponto deixando seu sentimentos mais á tona- Vou precisar do meu quarto alguns dias … - Ela quase sussurrou olhando para os lados para ter certeza de que ninguém mais estava por perto. -

— Mas é claro. - Sr. Jean gesticulou para que eles o seguissem até o balcão principal onde as chaves estavam guardadas não ligando que ela não tinha respondido sua pergunta antes de se abaixar e lhe um envelope – Aqui está. Tudo está do mesmo que deixou, apenas limpamos assim como você pediu .

— Obrigada – Ela deu uma piscadela de volta e deu as chaves para Bucky que caminhou até p elevador – Alguém me procurou nesse meio tempo que fiquei fora?

— Não . - Sr.Jean sorriu para ela – Bem-vinda de volta…

Natasha apenas acenou com a cabeça e se juntou a Barnes que ainda parecia extasiado com o local. Antes que o elevador pudesse subir, uma moça morena de olhos azuis com um vestido vermelho colado entrou . Ela cheirava a bebida forte, talvez rum ou algo pior. Ela tinha passos desajeitados e mesmo segurando os saltos que deveriam estar em seus pés. Ela então abaixou a cabeça e começou a torcer para que a moça não puxasse conversa.

— Oi moço… - A morena disse notando Bucky taciturno num canto. Sua voz estava enrolada, mas, mesmo assim, insistia em flertar – Nunca te vi por aqui…

— Nunca o viu porque ele não é daqui – Natasha resmungou em russo e olhou para Bucky que dava um meio sorriso de volta se divertindo quando a moça se aproximou e pôs a mão sobre seu peito brincando com o zíper do moletom . Naquele momento, eles não poderiam confiar em ninguém.

— Acho que deveria se afastar senhorita… Como pode ver , estou muito bem acompanhado – ele olhou para mulher afastando a mão dela e dando um espaço entre eles – E além do mais está muito bêbada…

— Nãao … -A bêbada insistiu puxando Bucky pelo colarinho e beijando -lhe nos lábios antes que Natasha os separassem .

— Vamos… - Ela disse puxando Bucky pelo punho assim que sairam do elevador no andar escolhido e andaram até o apartamento.