Wrong Girl escrita por brooke


Capítulo 1
I




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“Situações drásticas requerem medidas drásticas” — Scorpius Malfoy

Vocês sabem aqueles dias em que você acorda com o pressentimento de que alguma coisa iria mudar na sua vida? Aqueles dias em que viramos marionetes do acaso e ele resolve brincar com a gente da maneira mais inesperada e absurda possível? Me lembro de ter acordado dessa forma naquele dia e que quando havia aceitado a aposta com Nott, imaginei que teria algo haver com Dominique — minha grande paixão da época —, finalmente reconhecer que eu era o amor de sua vida e nós podermos começar uma linda história de amor.

Não fazia ideia de que naquele dia seria realmente o início de uma história de amor, mas com ela. Para vocês entenderem melhor o que estou dizendo, voltaremos para a manhã ensolarada de Setembro, onde tudo começou.

Se alguém me dissesse que um dia estaria indo pedir ajuda da prima do meu melhor amigo, que não se trata de ninguém menos, ninguém mais que a maldita sonserina Rose Weasley, eu daria boas gargalhadas e o chamaria de louco. Mas, como diz aquele famoso ditado trouxa, situações drásticas requerem medidas drásticas.

Albus havia deixado claro o quanto achava perda de tempo ir até a boneca do mal, como eu tinha carinhosamente apelidado-a, porém infelizmente ela parecia ser a minha única opção. Bendita hora que fui me deixar levar pelas provocações de Nott e me enfiei nessa aposta!

Ao longe avistei a garota. Estava sentada a beira do lago negro junto com as outras cobras que ela insiste em chamar de amigos. Respirei fundo, caminhando em sua direção e tentando juntar toda coragem que o chapéu seletor disse ver em mim quando me enviou para a Grifinória.

— Weasley. — cumprimentei, parando em sua frente e ignorando o resto das pessoas. Ela arqueou a sobrancelha, desconfiada.

— O que você quer? 

— Podemos conversar? Prometo não demorar. — ela me encarou por longos segundos, e eu sentia minha coragem se desfazer cada vez mais.

— Você tem cinco minutos. — respondeu ao se levantar e passar na minha frente, fazendo com que eu a seguisse.

O caminho até a biblioteca — onde descobri ser o local escolhido por ela — foi silencioso. Eu repassava tudo o que ia falar para ela mentalmente, pensando o quão inútil e insignificante ela me faria sentir depois que eu abrisse minha boca.

Ela se sentou em uma das mesas afastadas e me encarou ainda em silêncio, com a sobrancelha arqueada impaciente.

— Bem... — tentei começar, sentindo minhas bochechas corarem. Maldita timidez!

— Olha, Malfoy, sem enrolações, por favor. Existe uma série de locais em que eu gostaria de estar agora e isso aqui não é nenhum deles. Então, vá direto ao ponto para podermos sair logo daqui e eu poder voltar a minha maravilhosa rotina sem você. — disse, sem desviar o olhar do meu.

Quem ela pensava que era para falar assim comigo? Senti aos poucos a raiva tomar conta de mim e respirei fundo. Eu precisava dela, repetia mentalmente tentando juntar toda minha paciência.

— Preciso da sua ajuda. — embora continuasse com a mesma expressão debochada e com a sobrancelha arqueada, seus olhos denunciaram o quão surpresa ela estava pelo meu pedido. — Nott me provocou dizendo que eu era uma garotinha do papai que não pegava ninguém e vivia babando pela garota mais popular de Hogwarts, no caso sua prima, Dominique Weasley, então eu disse que não era nada disso e... apostei que conseguiria ficar com ela.

— Acredito que eu não tenha nada haver com isso. — bufou, se levantando.

— Espera! — exclamei, segurando seu braço. Ela virou calmamente na minha direção com raiva nos olhos, enquanto olhava para minha mão ainda a segurando, soltei imediatamente, vendo ela cruzar os braços e me encarar.

— Ouvi boatos que você está quase reprovando em Transfiguração e... eu sou meio que bom na matéria. — cocei a nuca, deixando ainda mais evidente para ela o quanto estava nervoso.

— Estou ouvindo. — murmurou voltando a se sentar.

Rose Weasley podia me odiar com todas as suas forças — e era reciproco naquele tempo — mas não deixava de ser uma sonserina. E todos sabem que, pelo preço certo, os sonserinos podem virar seus melhores amigos ou, no meu caso, seu maior parceiro do crime, metaforicamente falando, é claro.

— Eu pensei que... talvez... você pudesse me ajudar com ela e toda essa minha insegurança em chegar perto de meninas bonitas... em troca, eu posso lhe dar aulas de Transfiguração. — ela me encarou novamente em silêncio parecendo analisar a situação.

— O que fez você acreditar que eu fosse lhe ajudar com Dominique? — perguntou, e toda fagulha de esperança que eu havia sentido até então se apagou com um grande banho gelado que suas palavras me deram.

— Nada, eu só... deixa pra lá, Albus estava certo. — fechei os olhos suspirando, pensando o quanto eu havia sido estúpido por acreditar que Rose Weasley um dia me ajudaria.

— O que Albus disse para você? — perguntou, me fazendo-a encarar.

Era de conhecimento geral que Albus Potter, seu primo e meu melhor amigo, era um dos pontos fracos da Weasley. Isso porque, por alguma razão desconhecida, os dois que antes eram inseparáveis, se distanciaram de uma forma inesperada. E todos sabem o quanto parece doer ainda em ambos.

— Que era idiotice eu vir até aqui porque... você só pensa em si mesma.

A garota ficou quieta e eu pude jurar ver seus olhos marejando. Eu sabia que não deveria ter falado nada disso e que talvez na mente psicótica e paranoica dela eu estivesse usando isso como vantagem para conseguir o que queria, mas não era bem assim.

Estava quase desistindo de ficar ali para voltar para o meu salão comunal, quando a menina respirou fundo e murmurou, ainda não me encarando:

— Me encontre na festa de amanhã na Sala Precisa. — e se levantou, saindo. Um sorriso automático se instalou nos meus lábios e eu pude ver a sombra de um também quando ela voltou, dessa vez me olhando — e, Malfoy, vista sua blusa preta de mangas longas. Elas ficam bem em você. — deu uma piscadela, dessa vez realmente partindo e me deixando com uma cara de idiota, ainda sorrindo.


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