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— Avada Kedavra!

 – Expelliarmus!

O estampido foi o de um tiro de canhão e as chamas douradas que jorraram entre as duas, no centro absoluto do círculo que eles tinham descrito, marcaram o ponto em que os feitiços colidiram. Harry viu o jato verde da maldição de Voldemort ir de encontro ao seu próprio feitiço, viu a Varinha das Varinhas voar para o alto, escura contra o nascente, girar pelo céu encantado como a cabeça de Nagini, girar pelo ar em direção ao senhor que se recusava a matar e que viera, enfim, tomar legitimamente posse dela. E Harry, com a habilidade infalível de um apanhador, agarrou a varinha com a mão livre ao mesmo tempo que Voldemort caía para trás de braços abertos, as pupilas ofídicas dos olhos vermelhos virando para dentro. Tom Riddle bateu no chão com uma finalidade terrena, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra apático e inconsciente. Voldemort estava morto, atingido pelo ricochete de sua própria maldição, e Harry ficou parado com as duas varinhas na mão, contemplando o invólucro do seu inimigo.

Um segundo arrepiante de silêncio, então Harry ouviu, o resmungo vindo do seu lado direito. Rigel, que tinha uma atadura avermelhada enorme envolta da cabeça, vinha caminhando lentamente trazia Louise em seus braços, a mulher estava ensanguentada, com um corte profundo no abdome que jorrava sangue vermelho e viscoso. O rapaz não aguentando mais toda aquela guerra deixou seus joelhos cederem, então ele despencou levando a ruiva consigo.

— Ela está muito mal! – Ele suplicou olhando nos olhos verdes daquele que era um irmão para si – Ela vai morrer Harry! – Rigel soluçou agarrando-se ao corpo de Louise.

— Vai ficar tudo bem! – Harry falou em tom não muito mais alto que um sussurro e puxou a menina para seu colo passando o braço pelo pescoço do outro – Cadê os outros? – Perguntou de olhos fechados e com a voz falha.

— Mortos! – Rigel falou deixando as lágrimas escaparem.

— Harry! – Um sussurro fraco saiu da boca de Louise.

— Shiu! – O moreno pediu – Eu e Rigel estamos aqui vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem!

E ali os três abraçados se deixaram ser levados pela dor, não só a física, mas a emocional também. Sem que nenhum deles percebessem o teto encantado do salão principal começou a brilhar, e segundos depois o salão estava vazio.