Segredos de Auradon escrita por Alessa Beckett Castle


Capítulo 4
Novos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando da história até agora. Aqui vai mais um capítulo.

Leiam as notas finais :D



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      No dia seguinte, Heather dormia pacificamente. E estava mergulhada em um belo sonho.

      “Ela estava na frente de uma árvore, no parque. Estava sentada em uma toalha de piquenique apreciando tudo e todos ao seu redor. De repente, ela sentiu uma presença chegando.

      - Atrasado. – Disse ela.

      - Eu sei, e sinto muito. Precisei resolver algo, mas estou aqui. – Respondeu o rapaz.

      - Sorte sua que eu gosto de você. – Ela devolveu, sorrindo de leve. - Caso contrário, eu não esperava.

      - Que sorte mesmo. – Ele respondeu, sorrindo de volta. - Eu já disse que te amo?

      - Eu já avisei você. Não diga isso até ter certeza. - Repreendeu ela, em um tom severo.

      O rapaz pegou o queixo dela, a fazendo olhar em seus olhos.

      - E quem disse que eu não tenho? – Respondeu ele.

     Eles estavam prestes a selar os lábios, quando uma voz explodiu do nada.

     — HEATHER! O PLANO! VOCÊ DEVE FOCAR NO PLANO! LIBERTE O SEU PAI! OU TODOS QUE VOCÊ ‘AMA’ SOFRERÃO AS CONSEQUÊNCIAS!

      - Heather. – Ela ouvia alguém chamar, mas só conseguia focar no que a voz de seu pai dissera.

      - Heather! – Ainda estava distante, mas reconhecera a voz do garoto.

      - HEATHER! – Estranho, agora era Hadie gritando.”

      - HEATHER! – Ela finalmente acordara, em um sobressalto. Olhou para frente, para ver Hadie preocupado a olhando. – Você teve aquele sonho de novo, certo?

      Ela assentiu. Ela vinha tendo este sonho desde os quatorze anos. A única coisa que mudara foi a voz de seu pai, que começara a aparecer há dois dias, quando chegara a Auradon.

      - Só que, desta vez, eu sei quem é o rapaz que me acompanha. – Suspirou ela.

      - Você quer dizer... Sua alma gêmea... – Hade ponderou.

      - Sim. Ele é de Auradon. O que acabou de dificultar os meus planos. – Ela concluiu, frustrada.

      ----- // -----

      Durante o horário de almoço, Heather serviu sua refeição, embora estivesse achando que ela tinha um cheiro estranho. Isso é o cheiro de comida boa? Não é tão ruim. Saindo da fila, ela ia em direção a uma mesa vazia que encontrara, quando sentiu um par de mãos pegarem seus ombros.

      - Negativo. Hoje você senta conosco. – Disse uma voz familiar.

      - E por qual motivo você quer isso? – Retrucou ela, duvidosa.

      - Como eu disse ontem, você poderia fazer alguns amigos. – Devolveu Herkie, sorrindo. – E eu estou na mesa de alguns rostos familiares seus.

      Ele indicou a mesa onde estavam Mal, Evie, Jay, Carlos, Hadie, Ben e algumas outras pessoas que ela não conhecia.

      - Bom, se Hadie sentou lá tranquilo... – Ela ponderou. - Por que não? Mas não se acostume.

      - Isso! – Ele comemorou, fazendo Heath revirar os olhos. - Consegui, agora vamos.

      Eles chegaram à mesa onde estavam todos reunidos, conversando animadamente. Ainda não sei como cabe tanta gente nessas mesas. Ela sentou-se ao lado de Hadie e Herkie, onde recebeu sorrisos simpáticos.

      - Boa tarde. – Ela cumprimentou, surpreendendo a si mesma e a muitas pessoas na mesa. - Não sei se me apresentei, mas eu sou Heather.

      - O-Oi Heather. E-Eu sou J-J-Jane. – Cumprimentou Jane, gaguejando.

      - Jane, como eu disse ao Doug, não precisa ter medo. Eu não mordo. – Brincou ela, sorrindo.

      - Prazer, Heather. Eu sou Lonnie, e estávamos falando de você agora mesmo, na verdade. – Lonnie observou.

      - Prazer Lonnie. O que exatamente estavam falando? – Indagou ela, curiosa.

      - Hadie estava falando. – Começou Herkie, antes de Lonnie falar. – Ele estava nos contando histórias de vocês dois e suas aventuras na Ilha.

      - Ele inclusive contou da vez que você enfrentou a própria Malévola. – Acrescentou Carlos, animado.

      - É mesmo? E o que mais ele contou? – Questionou ela, ainda curiosa.

      - Ele contou também sobre a primeira vez que você matou e o porquê. – Disse Evie, em um tom suave. – Nós não sabíamos.

      - Porque ela nunca falou. – Disse Hadie, bebendo seu refrigerante, tranquilamente. – Agora que estamos em Auradon, não tem razão para esconder.

      - Vocês realmente passam por uns maus bocados nesta Ilha, não? – Comentou Jane.

      - Você não faz ideia. – Suspiraram os seis, simultaneamente.

      - Heath. – Chamou Carlos. – Você realmente quer mudar?

      - Sim... Quer dizer... Como eu contei à Mal, vocês inspiraram bastante os jovens da Ilha, incluindo nós dois. Estar aqui é uma verdadeira honra. – Ela confessou, sorrindo de leve. - Quem diria, a Mestre virando Aluna novamente...

      - Então, pode contar com a gente. – Disse Jay, segurando a mão dela que repousava à mesa.

      - Jay... Já disse que não estou afim de você. – Respondeu ela, fazendo com que todos rissem.

      ----- // -----

      - Heather, me ajuda. – Pediu Hadie, aflito. – Eu não sei nada de Bondade Curativa. E a tal da Fada Madrinha não perdoa. Heather?

      Heather estava encarando a parede, rodando o lápis em sua mão e com seu caderno aberto. Hadie chegou mais perto, para ver que ela estava com o pensamento longe.

      - HEATHER! – Gritou ele ao ouvido dela, fazendo ela cair da cama e se preparar para uma briga. – Hey, sou eu, calma.

      - Nunca. – Ela deu um tapa nele. – Mais. – Outro. – Faça. – Mais um. - Isso. – E mais outro.

      - Au, está bem. – Afirmou ele. – No que você estava pensando?

      - Em vários fatores. Um deles sobre libertar o meu pai da prisão dele. Outro... – Ela divagou, suspirando.

      - Garantir que ele não machuque sua alma gêmea. – Hadie era compreensivo quanto ao esquema de almas gêmeas, pois ele já tivera o sonho. No entanto, nunca a encontrou pessoalmente.

      - Sim. Mas, o que você veio me perguntar? – Indagou ela, mudando o assunto.

      - Ah, sim. Me ajuda! – Ele implorou exasperado. – Fada Madrinha vai me matar. Eu não fiz o dever que ela pediu.

      - O que ela pediu mesmo? – Heath questionou.

      - Ela pediu para responder este questionário. – Respondeu ele, mostrando o caderno com perguntas.

      - “O que fazer quando um bebê estiver chorando?”. – Ela começou a ler a questão. - A) Jogá-lo ao fogo. B) Dá-lo de alimento aos lobos C) Enviá-lo ao Mundo Inferior D) Cantar uma canção de ninar. Mas está muito fácil, Hadie.

      - Eu estou muito tentado a marcar a alternativa C. – Admitiu ele, rindo.

      - Eu marcaria a B. No entanto, se está em dúvida, marque a alternativa menos interessante. – Ela esclareceu para o amigo.

      - Então... Alternativa D? – Ele respondeu, incerto.

      - Exato. Viu como é fácil essa aula? – Ela comentou, rindo.

      - Pois é... Heath... Você já pensou como deve ser se tornar “do Bem”? – Perguntou Hadie.

      - Eu não acredito... O Príncipe do Submundo está realmente considerando ser bonzinho? – Interrogou Heather, indignada.

      - Não é isso... Eu digo, só tentou imaginar? Nós, VKs, como eles nos chamam, sempre seguimos os passos dos nossos pais. O único caminho que conhecemos. É a primeira vez que nos apresentam uma oportunidade de conhecer algo novo. Quem sabe... Não esquecemos este plano? Só por um tempo? Vemos como pode ser o caminho do bem? Se não gostarmos... Seguimos nossa trilha de devastação. O que acha? – Hadie propôs.

      - Hadie... É muita coisa para assimilar agora. – Ela respondeu, esfregando o rosto. - Eu preciso pensar... Estamos falando de quanto tempo?

      - Dois meses, três no máximo. Sem falar que precisamos conquistar a confiança dos Auradonianos para executar o plano. – Ele a lembrou.

      - Três meses para convencer a todos, incluindo nosso quarteto favorito de que estamos aqui para o bem... – Ela pensou na proposta. - Eu gosto disso. Está bem. Vamos seguir a sua ideia. Mas é bom que em três meses eles não tenham nenhuma suspeita sobre nosso plano.

      - Valeu Heath. E obrigado pela ajuda no dever de Bondade. – Agradeceu ele, abraçando-a.

      - Não se acostume. E essa matéria é muito fácil. Agora não me atormente mais. – Ela o expulsou do quarto, o empurrando para fora e fechando a porta na cara dele.

      - Adoro você também. – Gritou ele, do corredor.

      - Você está ficando mole. – Bradou ela de volta.

      ----- // -----

      Era madrugada, e Heather não conseguia dormir. Bom, voltar a dormir. Ela havia acordado após ter o mesmo sonho das últimas noites. Depois de mais uma meia hora virando de um lado a outro da cama, Heather desiste de dormir. Ela decide ir à cozinha. Finalmente! Sem jantar, fica difícil fazer qualquer coisa. Ela colocou um casaco leve por cima do pijama e foi em direção a cozinha.

      - De repente eu posso fazer uns biscoitos... Nah, muito “poção-do-amor”. Já sei. Eu vi um livro de receitas lá. Deve ter algo bom. E eu estou falando sozinha. De novo. – Suspirou ela.

      Heather começou a procurar nos armários da cozinha, até que achou o livro que havia visto ali mais cedo. Ela procurou entre as páginas, até que achou uma receita de croissants de chocolate. Perfeito. Essas coisinhas até que são gostosas. Ela separou os ingredientes e, enquanto preparava a massa, começou a cantar a sua música favorita.

      - Long live having some fun; we take what we want; there’s so many ways to be wicked;  with us evil lives on; the right side of wrong; there’s so many…

      - Lanche noturno? – Interrompe uma voz, fazendo Heather saltar.

      - Que susto Herkie. Estava sem sono. Você? – Questiona ela ao rapaz.

      - Somos dois. Está fazendo biscoitos? – Ele indagou, espiando a vasilha.

      - Croissant. Se quiser um, vai ter que ajudar a fazer. – Disse ela.

      - Sem problemas. Recheio de chocolate? – Ele questionou, indo à geladeira.

      - E tem recheio melhor? – Ela retrucou, sorrindo de canto.

      - Bom ponto. Permita-me começar. – Ele pegou o chocolate e começou a derretê-lo.

      Eles estavam fazendo os preparativos dos croissants em silêncio. Até Herkie decidir quebra-lo.

      - O que era aquilo que você estava cantando? – Indagou ele, curioso.

      - Uma música que eu costumava cantar na Ilha, junto do quarteto.  – Ela murmurou, fitando a massa.

      - Vocês... Eram próximos? – Ele inquiriu, receoso.

      - Éramos inseparáveis. Nós cinco éramos os piores daquele lugar. Literalmente trazíamos o caos. Espero conseguir amigos assim aqui. – Suspirou ela.

      - Por que vocês deixaram de ser amigos? – Perguntou ele, logo se arrependendo.

      Ela ficou em silêncio por um longo minuto, a expressão séria. Ela suspirou profundamente e olhou para ele para responder a pergunta.

      - Eu prefiro não responder, se não se importar. – Pediu ela.

      - Está bem. Mas vou fazer outra pergunta no lugar. Por que demorou a responder? – Ele interrogou sem medo. O que quer dizer algo. Afinal, eu poderia mata-lo. (A.N.: ¬¬).

      - Essa eu posso e vou responder com outra pergunta. Você tem alguma magia de persuadir pessoas a responder suas perguntas? Porque, geralmente, as pessoas me perguntam as coisas e eu consigo fugir e/ou ignorar as questões. Porém, você é diferente.  Eu não consigo não ser sincera com você. Só sarcástica. – Ela parou um minuto e olhou para a expressão sorridente dele. – O que?

      - Nada. Deve ser o meu charme. Tem uma coisinha aqui. – Disse ele, indicando a ponta do nariz.

      - Aonde? – Perguntou, franzindo a testa e pegando uma colher de prata para ver o reflexo.  –Não tem nada aq... Hey! – Exclamou ela, após Herkie ter passado a espátula com chocolate no nariz dela.

      - Eu disse que tinha algo aí. – Respondeu ele, rindo.

      - Está certo. Aliás... – Ela se aproximou devagar dele, discretamente passando o dedo no recheio que estava na mão dele. Ela pegou e passou na bochecha e no queixo dele. – Tem algo no seu rosto também. – Disse, com um sorriso no rosto.

      - Ah é? Então é guerra! – Ele declarou.

      Eles passaram a madrugada inteira rindo, conversando, brincando e fazendo os croissants. Era em torno de 4:30h da manhã quando finalmente o lanche ficou pronto e eles sentaram para comer.

      - Vem cá, você nunca tira esses óculos escuros? – Interrogou Herkie.

      - Não. Meus olhos são extremamente sensíveis à luz. – Ela relatou, comendo um pedaço do croissant.

      - Que pena. Eu queria ver a cor de seus olhos. – Ele suspirou.

      Ela olhou para ele por alguns segundos, em silêncio. Então, com um sorriso de canto, ela respondeu.

      - Eles são cor de mel. Igual aos da minha mãe.

      - Certo. Mas um dia, eu quero vê-los. – Sorriu de volta para a garota.

      Não creio que seja muito necessário dizer, porém, ambos acabaram pegando no sono na cozinha, escorados na geladeira, lado-a-lado. E foi desse jeito que os cozinheiros da escola os encontraram pela manhã, assim como uma furiosa Fada Madrinha.


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Notas finais do capítulo

E agora? Que problemas eles podem ter por causa disso? O próximo capítulo vai explicar!

Bjs, Ale ;*



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