O vermelho de Copenhague escrita por Letícia Matias
Notas iniciais do capítulo
Hellooooo!!! Olha eu aqui com mais um capítulo. Um capitulo bônus né? Já que hoje é sábado. Mas eu pensei na minha leitora linda Gabi e resolvi postar.
Espero que gostem ❤
Após ler e assinar o contrato na mesma sala onde estávamos antes, não havia mais nada a se fazer. Jullian parecia inquieto e olhava no relógio de pulso toda hora enquanto eu estava lendo o contrato. Apenas assinei para que fôssemos poupados da presença um do outro por mais tempo. Ele já conseguira minha antipatia. Era rude e nem sequer fazia esforço para esconder tal coisa.
Após assinar tudo o que tinha para assinar, ele disse:
– Você começa na segunda-feira ás oito e meia da manhã. Peço para que se por algum acaso precise faltar algum dia, avise com o máximo de antecedência possível.
Assenti e logo disse um "ok". Eu me encontrava em pé e ele sentado.
– Betty lhe mostrará o caminho.
Acho que era o jeito de ele dizer um "pode se mandar". Eu fiz um breve maneio com a cabeça.
– Tudo bem. Obrigada por...
Eu não terminei de falar, pois ele tinha acabado de atender um telefonema em seu smartphone. Aquilo me deixou enfurecida. Qual era o problema daquele cara?
Betty Berry entrou na sala sorrindo daquele modo cortês para mim e me acompanhou até a sala do lado, onde ficava a porta de entrada; a sala de estar. Enquanto estava deixando o cômodo onde as poltronas confortáveis e o piano jaziam, ouvi Jullian dizendo para alguém no telefone:
–... sim, Anelise e eu estaremos aí.
Betty abriu a porta para mim. Vi que recomeçara a chover. Aquilo me desanimou.
– Obrigada por ter vindo, srta. Cooke.
– Pode me chamar de Wendy.- olhei para ela. - E, é claro! Eu que agradeço.
Minha voz saiu como se eu tivesse decorado aquelas palavras para falar. O fato é que eu me sentia infeliz demais por ter recomeçado a chover.
– Nos vemos na segunda!- sua voz era animada, mas soou um pouco falsa para mim.
Talvez ela estivesse vendo meu descontentamento.
– Sim.
Peguei o guarda-chuva azul turquesa e o abri. Me coloquei debaixo de seu abrigo e caminhei até o portão de madeira onde eu tinha entrado. Ele já estava destrancado quando cheguei perto o suficiente para abri-lo. Fechei-o atrás de mim e respirei fundo. Comecei a me perguntar se aquilo seria bom. Esperava não ver Jullian com frequência, pois ele era desprezível.
Atravessei a rua para que pudesse ficar debaixo do ponto de ônibus coberto de concreto. Mesmo quando cheguei lá não fechei o guarda-chuva. Não era muito bem coberto e eu não estava a fim de me molhar sem necessidade. Meus pés, em contra-partida, estavam gelados e eu tinha quase certeza de que o tênis estava furado na sola.
Eu ouvia o barulho da chuva caindo pesadamente contra o forro do guarda-chuva, contra o concreto na rua e a água correr forte no riacho. Olhei um único carro vindo. Era uma BMW preta. O vidro não era muito escuro e pude ver com total clareza os cabelos caramelizados do odiável Jullian Zarch. Ele olhou para mim de dentro do carro. Minha expressão era infeliz e carrancuda debaixo do guarda-chuva. Segui o carro com o olhar enquanto ele se afastava, protegido do dilúvio.
O ônibus parou no ponto vinte minutos depois. Àquela altura eu estava faminta, com frio e xingando todos os possíveis palavrões existentes.
***
Sentia-me mau humorada ao chegar no campus da faculdade. O guarda-chuva pingava algumas gotas de água no chão do corredor dos dormitórios. Na verdade, aquele chão estava sujo, escorregadio e uma bagunça. Era como se, o ponto de encontro dos universitários fosse ali. Não havia pior lugar para tanta gente se aglomerar. Ou então, eu só estava azeda demais.
Ao parar em frente à porta do meu dormitório, enfiei a chave no miolo e girei-a algumas vezes. Girei a maçaneta e entrei. Logo após isso, fechei a porta com um baque surdo. No meu quarto estava surpreendentemente silencioso e calmo. As paredes de tijolos avermelhados me deram uma sensação de conforto e de estar em casa.
Casa. Pensar em casa me lembrava dos meus pais e do meu insuportável irmão mais novo, Fergus.
Eu tinha os pés molhados dentro do tênis, por isso os tirei desleixadamente, deixando o calçado e o par de meias jogados no meio do quarto e me sentei em frente à escrivaninha. O computador estava hibernado. Mexi o mouse e a tela com o brasão da faculdade apareceu.
Entrei na conta do meu e-mail e encarei a tela por longos segundos antes de começar a escrever.
Oi pessoal! Como vocês estão? Não sei bem a hora que é aí agora... mas resolvi mandar-lhes um e-mail. Espero que estejam bem.
Hoje fui conhecer a casa da família Zarch. É uma casa linda com decoração rústica e antiga. Mamãe, você iria amar! O sr. Zarch é muito gentil. Acho que vai ser ótimo.
Só queria qtualizá-los sobre isso. Aqui está chovendo muito hoje. Acho difícil sair do meu quarto para mais alguma coisa neste sábado.
Um beijo.
Wendy.
Com um suspiro pesado, desliguei o computador e permaneci sentada na cadeira encarando a parede de tijolos vermelhos. Acho que era normal mentirmos sobre o nosso bem estar; até mesmo para as pessoas mais próximas de nós. O fato é que, a maioria das pessoas não quer ser desagradável e despejar todos os problemas e tudo o que está dando errado em sua vida em cima de outra pessoa. Todos nós temos problemas.
Queria que toda aquela energia negativa e esquisita de Jullian Zarch não tivesse passado para mim. Infelizmente, eu me sentia completamente azeda.
Resolvi entrar no banheiro e tomar um banho quente e relaxado. Era algo que eu precisava. Meus cabelos se tornaram pesados à medida em que a água caia sobre eles. Fechei os olhos e permaneci debaixo d'água por vários minutos tentando me livrar da chateação que eu ainda sentia.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que fazer sobre O Jullian hein? Poderia ter dado uma carona, né? Tsc tsc. Não tem modos!!!! Kkkkkk
Espero realmente que tenham gostado desse ♡
Um ótimo sábado e um ótimo final de semana.
Vejo vocês na segunda!!!
Lê