O vermelho de Copenhague escrita por Letícia Matias


Capítulo 13
Treze


Notas iniciais do capítulo

Oi oiiiii gente!!!! Tudo bem com vocês?
Espero que sim.
Bem, espero que estejam preparados para um pouco de treta. Acho que vocês gostam né? Eu também kkkkkk
Estava bem ansiosa para postar esse capítulo e estou mega ansiosa para postar os outros. Ontem eu ecrevi um capítulo que me deixou aaaaaaaaaah! Tenho vontade de sair postando tudo de uma vez kkkkkkkk
Bem, vamos ao que interessa. Aqui está o capítulo 13 ♡



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Felizmente, após Betty servir uma bandeja com café preto e torradas para a sra. Zarch e Anelise, ela voltou fechando a porta atrás de si e respirou fundo, olhando para o teto. Vestia a mesma roupa que a vi no sábado - um vestido preto de veludo e meia-calça preta.

– Tudo bem, querida, vou providenciar meias pra você. Gostaria de um café?

O cheiro maravilhoso do café de Betty tinha impregnado na cozinha e eu assenti elogiando o cheiro. Betty agradeceu.

– Você é mesmo um amor, ruivinha.

Me peguei sorrindo enquanto observava a miúda e magrinha Betty Berry sair da cozinha com seu cabelo preto e liso preso em um coque.

O café estava ótimo e extremamente saboroso. Eu conseguia ouvir a voz de uma das mulheres falando e não compreendia nenhuma palavra. Aquilo me fez perceber que, eu deveria ser muito fofoqueira, pois queria demais falar dinamarquês da noite para o dia, para que eu pudesse entender o que estava se passando.

Eu estava com os olhos fixos na mesa de madeira e até um pouco distraída ouvindo a voz de Jullian se sobressair junto com duas outras vozes femininas quando ouvi uma voz masculina presente na cozinha falando o meu idioma.

– Ora, aí está ela! 

Levantei meu olhar para a porta de onde Betty havia saído. Agora ela entrava pela mesma acompanhada de um homem alto e moreno de cabelo black power. Este sorriu para mim e estendeu a mão:

– Bom dia, Wendy. Sou o Nigel, fisioterapeuta do sr. Zarch.

– Oi. - apertei sua mão. - Muito prazer.

– O prazer  é meu. Fiquei ansioso para conhecê-la. Betty e o sr. Zarch não pararam de falar de você no sábado.

Betty deu uma risada exagerada e bateu de leve no braço de Nigel. Achei aquilo estranho.

– Nigel, seu bobo.

Reprimi os lábios em uma linha fina para não acabar rindo. Betty Berry era... esquisita, mas de um jeito bom e engaçado.

– Bem, fico feliz em conhecê-lo também. Adoraria saber um pouco mais sobre o trabalho com o sr. Zarch.

– Claro! Conversarei com você sobre tudo. Aqui, pode ficar para você.

Nigel me estendeu um par de meias grossas e brancas. Aparentemente elas eram dele.

– Não se preocupe, estão limpas.

Betty gargalhou e bateu nele de novo. Dessa vez, acabei a acompanhando e também ri.

– Obrigada, meus pés estão congelados.

–  Vai melhorar. Aqui é bem quente por causa do sr. Zarch. Quase sempre mantemos o aquecedor ligado.

– A conta de luz é um absurdo. - Betty disse achando graça.

Tive a impressão de que, talvez, Betty tivesse algum interesse em Nigel. Tirei meu par de tênis e as meias ensopadas. Colocar um par quentinho nos pés foi um alívio.

– Vou colocar as meias e o tênis na secadora, querida. Enquanto isso, calce esse par de pantufas.

Betty Berry me estendeu um par de pantufas de pelo caramelo. Ao me ver olhando para elas um tanto hesitante, completou:

– É a única coisa que tenho aqui para lhe emprestar, querida. Não se preocupe, deve caber nos seus pés.

A minha preocupação era sujá-las ou ter que sair para o lado de fora com elas, mas não discuti. Apenas calcei as pantufas e deixei que elas começassem a esquentar meus pés.

***

Nigel me levou para conhecer outra parte da casa, onde eu ainda não tinha ido. Era nada mais do que corredores e portas envernizadas fechadas. Ele me disse que a maioria dos cômodos ali eram quartos vazios e que, ás vezes, era necessário dormir ali. Nigel praticamente morava na casa dos Zarch porque ajudava o sr. Zarch com suas necessidades íntimas.

– É muito cansativo, mas, vale a pena, sabe? Acho que já deu para ver o quão pra cima o sr. Zarch é.

Assenti quando paramos em frente à uma das portas envernizadas perto do final do corredor. Nigel a abriu, mas não fez menção para entrar.

– Este aqui é o meu quarto.

Era um ambiente espaçoso e simples com chão de carpete de madeira, uma cama espaçosa imaculadamente forrada com um lençol branco. Parecia um quarto de hotel. Tinha paredes brancas e a mobília tinha um tom de pastel.

– Todos os quartos são assim, menos o do sr. Zarch ou de Jullian. 

– Ele mora aqui também? - perguntei em voz baixa, como se estivesse perguntando algo estritamente confidencial e superimportante.

Nigel assentiu.

– Ele é um sujeito legal, só... tem seus dias. Acabará se acostumando com as brigas familiares.

Franzi o cenho e Nigel fechou a porta do quarto.

– Olhe, sei que parece muita coisa, mas você verá que é tranquilo. Apenas precisamos que esteja aqui para o bem estar do sr. Zarch, para ser uma companhia amiga, alimentá-lo, pois seus braços já não... - ele não terminou de falar, mas eu entendi. - Precisaremos que nos acompanhe em consultas e alguns eventos que ele quiser ir. Mas ele geralmente é muito caseiro. 

– Tudo bem. - disse. - Acho que... consigo.

Nigel sorriu.

– Tenho certeza que sim. Ah, espere um segundo.

Ele tornou a abrir a porta do seu quarto novamente. Especulei um pouco mais o lado de dentro do ambiente e consegui ver a janela fechada e uma parte da cortina cor de mostarda. Endireitei minha postura quando Nigel voltou ao meu campo de visão com uma pasta na mão.

– Aqui tem todas as informações de remédios e das tarefas que precisa fazer. Foi eu quem fiz. Acho que vai te ajudar.

– Obrigada, Nigel. - forcei um sorriso. - Ah... estou meio desorientada. Não sei bem o que fazer agora.

Nigel balançou a cabeça meio que ponderando algo, olhando para trás de mim.

– Bem, agora é hora de esperar a poeira baixar e depois eu vou... dar banho no sr. Zarch e você sabe... ajudá-lo com o que precisa ser feito. Em breve vamos almoçar. Seu trabalho começa aí. Acho que Betty pode gostar da sua companhia lá na cozinha. Ela parece gostar muito de você.

– É, acho que sim. Obrigada.

– É claro! Seja bem-vinda! - sua mão grande e pesada pousou em um dos meus ombros e então o segui de volta para a sala de jantar vazia. 

Parei abruptamente ao ver o cachorro olhando para nós e vindo em nossa direção abanando o rabo.

– Ai meu Deus! - exclamei com a voz saindo aguda.

Nigel olhou para mim e depois para o cachorro chamado Knut.

– Por favor, diga-me que você não tem medo de cachorros.

Dei um sorrisinho como quem pede desculpas e ele riu.

– Não se preocupe, ele é um amor. O máximo que vai fazer com você é derrubá-la no chão quando vier te cumprimentar. Não é mesmo, meninão? 

Observei Nigel conversar com o cachorro com uma voz diferente e melosa. Knut estava sentado e apoiado nas patas traseiras e olhava para Nigel com a cabeça inclinada para o lado. Ele realmente parecia dócil, mas seus olhos me davam medo. Eram sempre arregalados e parecia sempre pronto para pular em você e derrubá-lo no chão.

A porta de vidro da sala de jantar foi aberta e Jullian entrou com um copo na mão. Constatei que ele devia estar bebendo alguma coisa alcoólica julgando pela cor âmbar do líquido. A sra. Zarch entrou logo atrás e estava falando em inglês dessa vez:

– Se acha que vai se livrar de mim, está muito enganado, Jullian! Não vou admitir isso. Você está se destruindo. Já temos preocupações demais com o seu pai e...

– Qual preocupação você tem com ele? Que eu saiba você o abandonou por causa de outro...

A sra. Zarch olhou para Nigel e eu em pé ali. Eu não sabia se Nigel se encontrava tão constrangido quanto eu. Ela sorriu um sorriso afetado olhando para mim e depois olhou para o filho.

– Eu não abandonei o seu pai, eu...

– Não quer passar como uma pessoa ruim na frente da ruiva? - Jullian disse apontando para mim. Sua voz tinha um tom de provocação e desafio. 

Arregalei meus olhos e fitei meus pés.

– Não se preocupe, uma hora qualquer um consegue ver isso, mãe!

Meu coração estava batendo desenfreado. 

Ouvi a mulher respirar fundo. Voltei meus olhos para cima, ela olhava fixamente para Jullian, ambos estavam longe um do outro.

– Estou decepcionada com você, Jullian. Se quer deixar a única pessoa que já se importou com você, como Anelise fez, então, que seja. Só saiba que está cometendo um erro.

– Não estou cometendo erro nenhum e eu deixei bem claro que não quero mais nada com ela! Acabou! - sua voz era alta e descontrolada.

A sra. Zarch balançava a cabeça em negativa.

– Espero que vá procurar uma ajuda para você, antes que seja tarde demais, Jullian. Você precisa de ajuda.

– Vou anotar o recado.

A sra. Zarch olhou para mim e sua expressão se suavizou um pouco mais. Caminhou até onde Nigel e eu estávamos e estendeu a mão:

– Foi um prazer conhecê-la, Wendy. Espero que se acostume aqui e que todos te tratem bem. - ao dizer isso, olhou para o filho. - Seja bem-vinda.

– Obrigada, sra. Zarch. - eu não sabia mais o que dizer.

Ela aquiesceu com a cabeça e também se despediu de Nigel que logo saiu de perto de nós e entrou na cozinha. Acho que foi se juntar o sr. Zarch.

– Desculpe-me o transtorno. - ela continuou.

Seus olhos azuis examinavam o meu rosto.

– Eu... não precisa se desculpar. Família é assim. - dei uma risadinha sem graça.

– É, não precisa se preocupar, mãe. Afinal de contas, estávamos todos discutindo no nosso idioma, Foi a senhora quem começou a falar em inglês para se aparecer.

Uni as sobrancelhas. Eu gostaria de sumir naquele momento mesmo. Era uma situação demasiada introspectiva e familiar para eu estar sendo colocada no meio. 

– Jullian, basta! 

Fora o sr. Zarch quem havia dito isso. Nigel tinha chegado com ele na cadeira de rodas. O sr. Zarch parecia cansado.

– Não quero que fale com sua mãe desse jeito.  - sua voz era baixa e ele falava daquele jeito cansado e com certa dificuldade pelo lado paralisado de seu rosto.

– Com licença. - eu falei e me retirei daquela reunião familiar constrangedora.

Quando cheguei na cozinha, fechei a porta atrás de mim. Betty me olhou com compaixão.

– Você se acostuma.

Eu acho que não. - pensei.


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que vocês acharam do capítulo em geral??? Da treta e tudo o mais??
Me contem aí nos comentários ♡♡♡♡♡
Sexta-feira eu vou ter que fazer uma pequena viajem, então talvez eu atrase para postar o capítulo... mas só talvez mesmo. Me esforçarei para isso não acontecer kkkkkkk.
Um enorme beijo para vocês - meus amores.
Até o próximo capítulo.
Lê ♡



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