Imagine - SUPERNATURAL escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 5
Castiel




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757947/chapter/5

Dakota do Sul

—Dean, eu já disse que isso é impossível! – Castiel se exalta, completamente irritado pela insistência do Winchester mais novo.

—Cas, depois deu ter ido ao inferno e voltado você não pode simplesmente me dizer que ninguém possa fazer isso! – Dean passava as mãos pelo cabelo, aflito com toda a situação.

—Dean, entenda de uma vez por todas que a alma de Sam está presa na jaula com Lúcifer, e que o feitiço é justamente para ninguém entrar ou sair de lá!

—Não sei porque se importam tanto com isso, sério, eu nunca estive melhor! – Sam tinha um sorriso maldoso em seus lábios, totalmente alheio as emoções que deveria estar sentindo.

—Fica quieto, Sam!

Desde que Castiel resgatara o corpo de Sam da jaula, ele não reagia muito bem as coisas em geral. Parecia ser feito de coragem e falta de educação, todo aquele ser gentil e carinhoso existente tinha desaparecido. Dean e Castiel viviam discutindo probabilidades para resgatar sua alma, mas sempre terminava com os dois alterados. Neste tempo todo, ninguém havia se disposto ou dado uma solução para o caso, piorando cada dia mais a insanidade de Sam. Haviam pelo menos duas semanas que Bobby cedia seu quarto do pânico como moradia para o Winchester mais novo, afim de conter suas tentativas de fuga para o mundo real.

—Dean, esse é o último livro do meu porão. Se não tiver nada aí, não sei mais o que fazer, filho. –Bobby o chamou para fora do quarto, mostrando o velho e desgastado livro. – Sei que são medidas desesperadas, mas não custa nada tentar.

Dean suspirou, tentado a acreditar que desta vez daria certo. Tinha que dar.

—VOCÊS NÃO PODEM ME MANTER PRESO AQUI PARA SEMPRE! – Sam gritou socando a porta quando foi deixado de lado.

***

—Eu não acredito que cheguei ao ponto de invocar uma fada, Deus.

—É a nossa última chance, filho. Agora cale a boca e termine de desenhar esse heptagrama enquanto eu pego as pétalas. Castiel, o creme não é para você! – Bobby ditava ordens no quintal de sua casa, afim de agilizar as coisas. Era início da manhã - um dos melhores horários para o ritual. Tinham providenciado correntes de ferro para que Sam não conseguisse fugir, já que muito provavelmente a pequena fada não conseguiria passa pelos sigilos do quarto.

—É que é tão doce... – Castiel conseguia ser tão inocente as vezes que chegava a assustar.

Após tudo feito, os caçadores esperaram por cerca demeia hora até alguma coisa acontecer. Já estavam cogitando a possiblidade se ser tudo mentira quando nos primeiros raios de Sol da manhã, escutaram risadinhas vindas ao longe, sem um paradeiro certo.

—Vocês ouviram isso? – Bobby olhava para todos os lados.

—Sim. E acho que vi também. – Castiel olhava para o ponto fixo em frente aos três, quando uma luz dourada piscou, materializando uma garota com não mais de vinte anos, nem tão alta, vestindo um macacão folgado no corpo, bem típico de uma jardineira.

Quando você enfim tomou forma, olhou atentamente para os quatro homens que te encaravam, não conseguindo manter a seriedade, deixando escapar risadinhas entre suas avaliações.

—S/n já está aqui! Para quem devo o prazer da minha visita?

—Ela é quase uma criança! – Dean não acreditava que a alma de seu irmão possivelmente estava nas mãos de uma garotinha.

—Fique você sabendo que tenho bem mais idade que vocês três juntos. – O que era verdade, já que por fadas serem imortais, você não seria uma novata no assunto.

—Quantos anos você tem? - Bobby deixou a curiosidade falar mais alto.

— Trezentos e vinte e sete. – Você disse como se não fosse nada, pegando o creme do pequeno altar e dando uma pequena lambida, dando outra risadinha na mesma hora. – Vocês são tão puros que me pergunto porque chamaram uma fad.... Espere, tem alguma coisa errada aqui. – Você cheirava o ar com o cenho franzido, indo na direção de Sam.

—O que aconteceu com sua alma, bonitão? – Você passou o indicador pelo peito de Sam, que bufou na mesma hora, arrancando ainda mais uma risada sua. – Não se preocupe, não tenho medo de você. Pode rosnar à vontade.

—Como descobriu isso tão rápido? – Dean tinha novamente esperanças.

—A alma humana tem um cheiro encantador, e dele não vem nada. Posso supor que foi por isso que me chamaram? – Seu sorriso se alargou ainda mais no rosto, adorava grandes desafios.

—Você consegue recuperá-la? – Dean era direto.

—Depende do que aconteceu com ela. – Você ponderava a situação.

—Está na jaula de Lúcifer, no Inferno.

—Oh! – Eles poderiam te julgar louca, já que ao saber da localização da alma começou a bater palminhas, completamente divertida com a situação. – Isso está sendo melhor do que pensei! É óbvio que posso pegá-la de volta.

—Ela está mentindo, Dean. – Castiel declarou, ainda tentando desvendar o que tinha de errado com você.

—Com licença.... – Você parecia finalmente ter reparado no anjo, ficando completamente vidrada em seu rosto. Aquilo certamente era algo muito cobiçado por você, não perdendo a oportunidade que surgia. – As fadas são muito boas em entrar pelas portas dos fundos. Eu não estou mentindo, posso sim pegar a alma do gigante ali atrás de volta. Mas... – você fez uma pausa dramática, saindo de perto do ferro que Sam forçava. – A mágica sempre vem com um preço

—E o que é que você quer?

—Estou disposta a quebrar a regra dos primogênitos por algo... Melhor. – Você voltou a sorrir maliciosamente.

—Como assim? – Bobby estranhou seu comportamento.

—Ao invés de levar todos os primeiros bebês dessa cidade a partir de hoje, eu aceito um beijo como pagamento. – Você ria, enrolando uma ponta do cabelo em seu dedo.

—Tá, eu faço. – Dean se aproximou a passos largos, afim de agilizar logo a recuperação.

—Não você! – Você se esquivou. – Eu quero um beijo do Anjo.

Aquilo havia pego todos de surpresa, inclusive Sam, que gargalhava abertamente da situação. Castiel estava completamente aturdido, se sentindo um pouco mal pela forma como era comido por seus olhos.

—Cas? – Dean queria uma resposta.

—Se você estiver nos enganando... – Ele ameaçou.

—O que eu ganharia com isso? Absolutamente nada. E eu gosto de ganhar coisas.

—Temos um acordo então? – Dean confirmou.

—Se ele aceitar... – Você tinha um sorriso presunçoso nos lábios, com um brilho nos olhos.

—Eu faço. – Castiel diz como se fosse uma tarefa muito difícil beijar uma garota.

—Excelente! Não deixem o grandão aqui fora, ele pode fazer um pouco de barulho.

E com ainda mais risadinha, você desapareceu num piscar de olhos, deixando todos aturdidos.

***

Já se passavam das onze da noite e nada de você aparecer. Dean e Bobby estavam aflitos por terem se passado mais de dezoito horas desde o acordo, e até agora nada. Andavam para lá e para cá, sentindo-se culpados por toda a situação, tendo de ouvir Castiel reclamar de como foi usado como moeda de troca.

—Eu avisei, ela estava mentindo. – Ele tentava se convencer disso quando começaram a ouvir gritos ensurdecedores vindos do quarto do pânico.

Castiel ficou parado na sala por alguns instantes, respirando fundo por saber do que se tratava enquanto Dean e Bobby corriam escada a baixo, desesperados com o que estava acontecendo.

—SAMMY! – Dean gritou entrando no quarto, encontrando o irmão se debatendo e gritando na pequena cama improvisada, reparando na mistura branca e dourada que rodeava seu corpo.

—Está sentindo esse cheiro de flores? – Bobby estranhou.

—S/n que está aqui. Vocês não conseguem vê-la, mas eu sim. – Castiel surgiu silenciosamente, observando enquanto você devolvia a alma ao mais novo. – A luz dourada é por onde ela passa, a branca é o brilho da alma de Sam.

Demorou pelo menos uns quarenta minutos até que Sam desmaiasse de exaustão, ficando em silêncio. Enquanto Dean correu até o irmão, você voltou a aparecer novamente, assustando os presentes.

—Ele deve dormir por algumas horas. Aconselho a não forçarem a se lembrar de nada, as coisas estavam bem feias lá embaixo. Mas como prometido, aí está! Sam Winchester novinho em folha! Agora...? – Você encarou Castiel no fundo dos olhos, com um sorriso bem sugestivo. Ele apenas revirou os olhos.

—Eu devo deixar vocês a sós? - Dean perguntou com um rastro de diversão na voz.

—Sim. – Você afirma desesperadamente.

—Não. – Ao mesmo tempo que Castiel nega. – Vamos acabar logo com isso.

Em passos largos, Castiel atravessou o quarto até onde você estava, segurando seu rosto com as duas mãos, puxando-o em direção a sua boca. Quando ele chocou seus lábios com os seus, não demorou muito até pedir passagem com a língua, demonstrando o quanto queria que fosse rápido. Porém ele não contava que você beijasse tão bem, envolvendo-o por completo na situação. No momento em que você conseguiu colocar uma mão em sua nuca, imediatamente sentiu o Anjo deslizar um de seus braços até sua cintura, te puxando até que seu peito colidisse com o dele.

Dean olhava de você dois para Bobby, levemente constrangido pela cena erótica que os dois protagonizavam.

—Mas o quê...? – Bobby cutucou Dean, apontando para a parede. Lá, a sombra do par de asas de Castiel começava a surgir, ficando mais forte a cada segundo. Não havia uma luz forte o suficiente no ambiente para proporcionar aquilo.

Quer dizer, até eles notarem como o seu corpo se iluminava cada vez mais rápido, seguindo o ritmo ainda mais esfomeado do beijo. Em dado momento os homens apenas puderam cobrir seus olhos enquanto um forte clarão era projetado para fora do quarto, restando apenas Castiel completamente ofegante, com seus olhos azuis brilhando de maneira sobrenatural. Quando você enfim voltou para o ambiente, já não estava mais na forma humana. Começou como um ponto dourado, mas ao ficar frente a frente com o Anjo ficou em um tamanho agradável a todos, ostentando sua verdadeira forma.

Seus cabelos estavam esvoaçantes, seu corpo todo irradiava uma forte luz dourada. Olhando bem para você, poderia perceber que seus olhos eram maiores que os humanos, assim como as maçãs de seu rosto. Suas orelhas também não ficavam de fora, sendo bastante parecidas com as de um elfo. O cabelo era longo o suficiente para cobrir seus seios, porém não o suficiente para sua intimidade – estão que só passava despercebida por ser completamente lisa, camuflando-se com o brilho de seu corpo. Apenas conseguiria enxergar quem olhasse muito para seu corpo, sendo exatamente o que Dean fez.

—Ela está nua? – Sendo imediatamente atacado por você.

—Você é bem bonito, mas consegue ser tão inconveniente! – Era a primeira vez que você aparentava estar furiosa, batendo suas asas com força.

Como se nada tivesse acontecido, você solta um suspiro, lembrando-se do motivo da sua perda de controle. Virou-se na direção do anjo, com um sorriso imenso, voando lentamente em sua direção, o rodeando um pouco, sempre passando suas mãos por seu corpo, o que refletia ainda mais as asas na parede, consequentemente fazendo Castiel suspirar.

—Que droga aconteceu aqui, Cas?

Castiel respirou fundo, tentando sem sucesso apagar o brilho intenso de seus olhos.

—Fadas tem uma certa obsessão por coisas brilhantes, e eu...

—Vocês não conseguem ver, mas chega a ser até difícil olhar para ele de tão brilhante. – Você ronrona perto de seu ouvido, soltando mais uma risadinha histérica. Não se conteve de felicidade, voando rapidamente pela sala até parar ao seu lado de novo.

—Mas isso não explica o porquê eu posso ver a sombra das suas asas, ou porque S/n é dourada agora. Que explosão foi aquela, Cas?!

—Eu não sabia que... A mágica dela fosse ser tão poderosa ao ponto de se misturar com a minha e me fazer.... Perder o controle.

—Não foi só você quem perdeu, anjinho. – Uma pequena quantidade de purpurina se instalava abaixo de onde seus pés flutuavam.

—Nunca pensei que fosse ver logo você fazendo uma coisa dessas, Cas. – Dean queria muito rir do amigo.

—Isso foi.... Diferente. – Castiel havia se virado o suficiente para encarar seus grandes olhos, com um sorriso contido que apenas você conseguia perceber.

—E o que acontece agora? – Bobby tentava abstrair do clima que via bem a sua frente.

—Vocês eu não sei, mas uma fada só pode ir embora de onde foi invocada por um feitiço. – Você respondeu, ainda olhando para os olhos brilhantes de Castiel, sentindo o anjo colocar delicadamente um braço em sua cintura, te puxando para mais perto.

Ele mesmo já havia se desligado do mundo real, apenas tendo olhos para a figura brilhante bem a sua frente.

—Bem, acho que não faz mal ter um pouco de mágica na caçada. – Dean fala, finalmente reparando no amigo se aproximando da sua boca. Com a cabeça, sinalizou para que Bobby o ajudasse a tirar Sam do quarto, afim de dar privacidade a vocês dois.

—Também acho. – Castiel sussurrou encarando sua boca com fome, antes de acabar novamente com a distância entre vocês, iniciando um novo beijo violento que aos olhos humanos mais parecia um show pirotécnico, mas qualquer outra criatura mágica que visse enxergaria a sua mágica se misturando com a graça do anjo, tornando-se três vezes mais poderosa.

Talvez no final não fossem apenas fadas a serem obcecadas por coisas brilhantes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imagine - SUPERNATURAL" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.