Imagine - SUPERNATURAL escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 13
Kevin Tran




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Esconderijo no barco

Já haviam pelo menos oito dias que você, Kevin Tran e Dean e Sam Winchester estavam embarcados em um pequeno barco, escondendo-se de Crowley. Castiel estava fora, juntamente de Garth, o seu companheiro de caça. Não havia muito tempo que vocês dois haviam conhecido os irmãos Winchester, mas no momento em que se viram, você e Dean não se deram muito bem. Garth queria que você fosse junto com ele na caça de um grupo de lobisomens, mas você se recusou. Sabia que era mais do que necessária uma presença feminina naquele barco.

Kevin se culpava a todo momento por não estar sendo eficiente o suficiente na tradução da placa dos Anjos, e os irmãos não ajudavam muito. Dean não era nada paciente, por vezes sendo grosso com o mais novo, e Sam também ia pelo mesmo caminho, sua paciência diminuía cada vez mais, restando apenas você para controlar a situação. Seu lado feminino permitia compreender melhor toda a situação, não tinha todos aqueles hormônios de macho querendo demonstrar o quão forte e protetor era – os mesmos que Dean ostentava a cada briga com o garoto. Você também regulava idade com Kevin, tendo a noção do que eram caras de trinta e cinco anos dependendo e cobrando agilidade de um garoto de vinte e dois.  Certo, você não era tão novinha quanto ele, mas também não estava chegando na casa dos trinta.

Você havia conhecido Garth quando ele te salvou de um Djin oito anos antes. Sozinha e assustada, você permaneceu ao seu lado durante todo esse tempo, aprendendo como ser uma caçadora quando ele gentilmente te ofereceu um abrigo e companhia. Ele havia sido seu amigo em todas as horas, o cara que te controlava em acessos de raiva, o mesmo que te impedia de voar no pescoço de Dean e esganá-lo até a inconsciência quando ele dizia alguma besteira. Mas ele não estava lá agora, o que te requeria um esforço ainda sobre-humano de não fazer nenhuma besteira, se concentrando em ajudar um exausto Kevin.

—COMO ASSIM VOCÊ AINDA NÃO TRADUZIU NEM METADE, KEVIN?! – Dean havia se exaltado de novo com o garoto, arrancando ainda mais a pouca concentração dele.

—Não é tão fácil quanto parece, Dean. – Ao contrário do mais velho, Kevin ainda tentava manter os ânimos controlados.

—Acontece que enquanto você enrola para traduzir, o caos se forma lá fora!

Aquilo já havia te irritado a pelo menos dois dias, toda essa gritaria sem parar. Marchando a passos rápidos, você se aproximou da mesa, completamente irada.

—JÁ CHEGA, DEAN! Você não pode simplesmente vir aqui e cobrar dele como se fosse seu escravo! Você, eu, todo mundo vê que ele está tentando!

—Não venha com esse papinho só para me contrariar, S/n. – ele dirigia agora sua raiva a você, ignorando o garoto.

—O mundo não gira ao seu redor, Dean. Não é uma questão de te contrariar, e sim zelar pela saúde dele e o futuro do mundo! – Seus cabelos se moviam enquanto você respondia nervosamente Dean.

Kevin apenas se limitava de olhar de um para o outro, que mais pareciam dois cães brigando.

—Saúde dele? Ele está em ótimo estado, não é mesmo, Kevin?!

—Eu....

—Dean, você por acaso nunca ouviu que saco vazio não para em pé?

—Está insinuando que ele não come? E o que é aquilo do lado dele?

—Não é isso, seu idiota! Vocês pressionam tanto ele que quase não tem tempo de respirar um pouco, dormir direito, se concentrar direito!

—E o que você sugere, espertinha? – Ele era superácido, odiando ter que ficar só com você.

—Dê a ele algumas horas de descanso e eu prometo que ele irá voltar com maior concentração.

—Você não tem como garantir isso, S/n. – Ele te olhava desacreditado.

—Pode me expulsar a pontapés daqui se isso não funcionar, Dean. – Seu peito estava inflado, ameaçando ele.

—Com certeza eu vou adorar fazer isso, S/n. Cinco horas, Kevin, e é melhor que isso funcione.

Terminada a discussão, cada um foi para um lado diferente, deixando Kevin completamente atônito no meio da sala, sem saber ao certo o que fazer. Ele deveria insistir na tradução? Perambular pelo barco? Por fim, ele decidiu estar com fome, esquentando o que parecia ser costelas, voltando a mesa novamente enquanto as beliscava. Kevin ainda mordiscava uma costela quando você finalmente deu as caras, já mais calma da discussão. Num primeiro momento, ignorou a presença do garoto, preferindo se servir de café antes que falasse alguma coisa. No entanto, ele fora mais rápido.

—Você não precisava fazer isso. - Ele disse simplesmente, enquanto acompanhava seus movimentos atrás de café.

—O que? Preferia que aquele troglodita continuasse a gritar com você?

Você acabou engolindo em seco ao se virar em sua direção e se deparar com aqueles olhos castanhos e levemente repuxados te encararem fixamente. Nada do que um pouco de café não disfarçasse bem a situação. Kevin com certeza havia amadurecido muito para a sua idade, o mesmo que fazia te avaliar com os olhos cansados, mas ao mesmo tempo famintos.

—Você sabe que como profeta eu... – Ele tinha o ar cansado enquanto explicava mais uma vez a situação.

—Pouco me importa a sua função, Kevin. Você não irá conseguir cumpri-la se estiver desmaiando de exaustão por aí. E você sabe muito bem disso, não era o garoto das aulas avançadas?

—Ah, eu me distraía naquela época... – Kevin descartou o pedaço de costela, se levantando e vindo cautelosamente em sua direção.

—E porque não quer fazer o mesmo agora? – Você ainda não tinha notado certa malícia nele, percebendo imediatamente ao terminar aquela frase.

—Porque não sei se você estaria de acordo.

Kevin estava perto, muito perto. Toda a concentração e esforço que você reunia para ignorar a atração louca que sentia por caras asiáticos quando estava em sua presença se esvaía a cada centímetro que ele se aproximava. Não era sua culpa se aqueles olhos puxados e cabelos negros te tiravam o ar toda vez que via. Você tinha até mesmo sido proibida de assistir Hawaii five-0 por Garth, devido aos seus suspiros toda vez que Daniel Dae Kim aparecia na tela. Mas agora era diferente, qualquer movimento e Kevin poderia entender que estava interessada, mas.... Você não estava?

Apenas um movimento seu e Kevin poderia te beijar, apenas esperava algo para que não fosse empurrado. Você até tentou resistir, mas ao viajar de seus olhos até sua boca convidativa, parando naquela barba por fazer que te fazia tremer os joelhos toda vez que o observava concentrado na placa.... Antes mesmo que pudesse perceber, você soltou um suspiro, sendo o bastante para o garoto quebrar o pouco espaço ainda existente entre vocês, juntando seus lábios com cuidado.

Kevin não conseguia acreditar que realmente estava te beijando, você era a única coisa que o mantinha sã tempo o suficiente para não surtar e se jogar a placa na cabeça de Dean, desistindo de toda a situação. Você ter suspirado quando ele avançou o sinal foi incentivo o suficiente para ele fazer o que queria a tanto tempo, querendo prolongar o máximo de tempo possível.

E não por ser a segunda vez que beijava uma garota, longe disso,

Com cuidado, você passou seus braços ao redor de seu pescoço, permitindo que ele abraçasse sua cintura. Com um pouco mais de confiança, vocês conseguiam se movimentar um pouco mais, permitindo até um pouco de língua no beijo. Foi somente quando já aventuravam as mãos e contavam com mais paixão que um barulho os se parou rapidamente.

—Parece que você não estava brincando quando disse que você mesma ia cuidar da distração dele, S/n.

Kevin se separou rapidamente de você, num puxão para a realidade, permitindo a visão de Dean recostado no batente da porta de braços cruzados, fuzilando vocês dois com ironia no olhar.

—Eu juro que eu.... – Você não pode continuar, porque além de Kevin te segurar contra ele, uma frase ainda mais constrangedora saiu da boca de Dean.

—Qual é, S/n? Não queria que Kevin soubesse do seu penhasco por asiáticos? Ou de como você quase comia ele quando ele não estava olhando?

—Como você...? – Você estava quase roxa de vergonha.

—Garth comentou com a gente um dia desses. Na verdade, no dia que ele te deixou aqui. Disse algo parecido como “Tenham a certeza de que S/n não irá atrapalhar Kevin, ela é aficionada por asiáticos”.

Kevin não conseguiu evitar te olhar com um sorriso travesso, não acreditando naquilo.

—Eu não irritaria uma mulher estando no mesmo barco do que ela, Dean. – Você disse com um pouco de dificuldade, tanto pelo constrangimento como pela leve carícia que Kevin fazia em suas costas com a mão que ainda te abraçava.

—O que você quer dizer com isso?

—Quero dizer que sei onde você guarda suas “Asiáticas Peitudas”, e que água estraga papel fácil.

—Você não ousaria....

—Tenta só para você ver.

Desconfiado, Dean desapareceu da vista de vocês pelo tempo de descanso restante, deixando apenas o clima ainda mais constrangedor naquela sala.

—Asiáticos, hein? – Kevin riu, te puxando contra o peito dele.

—Não posso fazer nada contra isso. – Você se apoiava em seus braços, um pouco envergonhada pela confissão forçada.

—Não tem problema. Você não era a única a encarar quando não estava observando. – Kevin sorriu, o que te fez sorris automaticamente, tomando seus lábios mais uma vez, com um pouco mais de força.

Dean teve de engolir suas palavras quando horas – e amassos mais tarde – Kevin mostrou-se mais concentrado do que nunca, conseguindo recuperar todo o tempo perdido dos últimos dias, restando apenas bufar para você ao invés de reconhecer que estava certa.


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