Parker escrita por Fofura


Capítulo 19
Renê dá o ar da graça


Notas iniciais do capítulo

Oiii ursinhoooos!
Vocês acharam que eu não ia aparecer esse mês né? 2023 eu tô comprometida..... até o bloqueio estar comprometido também kkkkk mas pensem pelo lado bom, três meses seguidos com capítulo todo dia 8. Eu to indo bem, isso nao acontecia desde os dois primeiros capítulos kkkkkkk
Espero que gostem, e sim, foi isso mesmo que vocês leram no título :'D



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— Eu não acreditooo!- Rayle gritou histérica. — Vocês se casaram em Paris???- Sara assentiu com um sorriso enorme ao ver a reação da amiga. — Que sonho, Sarita! Você viveu um conto de fadas!

— Isso se excluir os anos antes do namoro e os depois do divórcio né.- riu de nervoso.

— Ai nem me lembre dessas coisas!- a fotógrafa respondeu num misto de raiva, ódio, indignação, desapontamento, ranço, entre outros. — Só de pensar em tudo o que ele te fez passar...- Rayle tinha ficado full pistola quando Sara lhe relatou tudo o que aconteceu desde que perderam contato. — Eu juro, Sarita, que ele não teria feito essas merdas e te feito sofrer se eu ainda estivesse na sua vida. Sério, te garanto. No segundo "não" que ele te desse, eu já ia ligar pra ele "Oh seu bocó! Qual o seu problema?? Aceita que é louco por ela e se joga! Deixa de ser frouxo!!"

Sara gargalhou como não fazia já tinha um tempo. Que saudade que sentira disso.

Rayle continuou.

— "Você quer que ela desenhe o quanto ela quer esse teu corpo inteiro?? Nu, de preferência"- Sara continuou rindo com o jeito que ela falava. — Sério, Sara, que medo besta!

A morena tinha contado os motivos de Grissom ter feito tudo aquilo, todas as inseguranças e medos.

— Eu até entendi no começo, mas continuar tendo esse medo depois de tudo o que vocês viveram? Depois dele já estar cansado de saber o quanto você o ama independente de qualquer coisa? Sara, como ele pode duvidar do seu amor depois de tudo o que vocês passaram? É burrice terminar com tudo assim!- ela então parou e suspirou sorrindo. — Deu pra perceber que eu estou p da vida de novo né?- riu. — Ai não dá.

Sara também sorriu.

— É, Ray, eu me pergunto isso todos os dias. Eu sei que tive uma parcela de culpa no divórcio, mas... Podíamos ter resolvido de outro jeito.

— É, confesso que deixar Paris pra voltar pra Vegas não foi uma boa escolha, Sara. Mas Grissom teria ido pro Peru de qualquer forma, então vocês teriam vivido um casamento a distância mesmo assim. A menos que você fosse com ele...

— É... Talvez...- Sara suspirou. — Sinto tanta falta dele.- Rayle sorriu com tristeza. — Me sentia tão segura nos braços dele, tão amada, tão completa. Os carinhos dele, os beijos dele...

— Queria ter visto vocês dois juntos nesses momentos felizes.- Rayle continuou sorrindo com tristeza ao ouvir a amiga falar das coisas que sentia falta. — Eu não tinha dúvidas de que fosse acontecer. Vocês tinham uma química que eu nunca tinha visto antes, era incrível.- Sara sorriu com a mesma tristeza. — Guarde minhas palavras, Sara. Se um dia eu reencontrar o Grissom, ele vai ouvir tanto sermão que vai chorar no banho quando chegar em casa.

Sara mais uma vez deu risada.

— Só você, Rayle!

— E não só isso, vai levar um bom tapa na fuça. Se você não deu, eu dou!

— Teria coragem de bater nele?- Sara perguntou surpresa.

— Você teria de bater no Renê, não teria?

— Claro!

— Pois então.- ela fez cara de durona. — Grissom que não esbarre comigo!

Sara sorriu só de imaginar a cena acontecendo.

Depois de mais de três horas conversando e contando exatamente TUDO o que já tinha acontecido com ela depois de 2002, incluindo suas quase mortes e também experiências sexuais, Sara pediu que Rayle desse mais detalhes da dela, como por exemplo, os amigos que ela mencionou que a ajudaram. Rayle contou sobre Tom e Jerry e o quanto eles foram fundamentais na jornada dela. Rayle contou que eles cuidaram dela quando ela se sentiu perdida e vulnerável, além de diverti-la todos os dias como ela fazia com Sara quando moravam juntas.

A morena desejou com todo o coração poder encontrar com eles para agradecer tudo o que fizeram pela "irmã".

— Depois que a Becca nasceu, o Jerry ficou meio sem tempo, muito atarefado, pois a carreira dele foi a primeira que decolou. Tom fez mais parte da nossa vida fisicamente. Até se mudou pra São Francisco também pra ficar perto da gente.

— Ele parece ser um amor.- Sara sorriu.

— É sim. Becca ama ele. E Jerry é uma figura, mil vezes mais engraçado que eu. Você tem que conhecê-los.

— Adoraria!- sorriu novamente.

Sara contou sobre Abby, uma menina que ela conheceu em 2005 e que tinha perdido a família quase da mesma forma que ela. Sara criou um vínculo com a menina muito forte e durante todo esse tempo fez papel de mãe sem nem perceber. Mas que com a chegada da adolescência as coisas estavam difíceis entre elas. E ao tocar no assunto "mãe", Rayle contou de suas peripécias como mãe de primeira viagem e Sara nunca riu tanto como naquele momento. Sara sabia que se Rayle um dia virasse mãe ia ser assim, mas não tão divertido como estava ouvindo.

— Sério, uma vez fui pingar o remédio na boca dela e caiu no olho.

— Acho que tem uma diferença entre boca e olho, Rayle.- riu. — Coitadinha.

— Fiquei preocupada de dar ruim, mas ela riu, então tudo bem.- Sara riu novamente. — Ah, teve outra vez que eu fui passar talco nela, quando eu fui ver a cara dela tava toda branca.- Sara deu um tapa na testa com a mão direita e fez careta imaginando a bagunça. — Sarita, eu só me virei por dois segundos, eu juro.

Rayle sorriu ao vê-la sorrir. Estava feliz por fazê-la rir, depois de tudo o que ela passou, que elas passaram, elas precisavam disso.

O tempo foi passando e elas se falaram sempre que o trabalho permitia. Durante esse tempo que passou, Sara apareceu com a testa machucada por ter levado um tiro de raspão. Rayle e Rebecca quase infartaram, mas não foi nada grave. A cicatriz de Sara cicatrizou e a vida seguiu.

Rayle apresentou Tom e Jerry em chamada de vídeo para Sara e os quatro conversaram num papo super descontraído por quase uma hora. Sara adorou eles e agradeceu por tudo, como queria fazer.

Finalmente, em um fim de semana, Rayle e Rebecca conseguiram visitar Sara em Las Vegas, e elas enfim conheceram Abby, que apareceu lá de surpresa pra pedir desculpas a Sara por ter agido mal.

Depois de conversarem um tempo na porta, Abby se deu conta que a morena tinha visitas.

— Aquela é sua amiga fotógrafa?- ouviu a menina perguntar.

— É.- Sara sorriu lindamente.

— Oii!- Rayle cumprimentou e Becca também acenou.

— Oi!- Abby respondeu timidamente.

Sara apresentou as três e Rayle como sempre deixou o papo mais descontraído. Lá estava Sara, cercada de loiras, pois sim, Abby também era loira, mas seus olhos eram azuis, não castanhos como os delas.

Rayle sugeriu que as duas meninas fossem dar uma volta ou conversar lá fora enquanto as adultas batiam papo. Abby era apenas dois anos mais velha que Rebecca, não era muita diferença.

A mais nova perguntou se Abby sabia andar de skate e ao receber uma resposta negativa, ficou empolgada em ensiná-la. Abby aceitou de boa. Mais tarde ela e Sara conversariam melhor.

Aquele fim de semana não podia ter sido mais agradável. As meninas se tornaram amigas, trocaram telefone e no fim do dia quando as visitas foram embora de volta pra São Francisco, Abby e Sara puderam conversar.

Uns meses depois, Sara cortou franjinha e ficou a coisa mais fofa. Ela até gostava de deixar o cabelo na testa, mas foi só um teste, usava raras as vezes porque o calor de Nevada não permitia que ela usasse sempre. A maioria das vezes ela colocava de lado a franjinha. As loirinhas de sua vida tinham adorado. Rayle até tinha tirado umas fotinhas de Sara quando foi lá em outro dos fins de semana de folga.

Rayle e Rebecca comemoravam os aniversários, tanto delas quanto os de Sara, com a morena em Vegas. Elas sempre viajavam pra lá. Com isso, Amy ainda não tinha conhecido Sara. Ela sempre ficava com Pipoca pra que elas pudessem viajar, e não se importava com isso, só ficava chateada de não poder ficar com elas nessas datas. Isso logo ia mudar, de forma triste, mas ia mudar.

Mais um tempo ia se passando e Rayle começou a sentir que estava sendo observada, e tinha a impressão de ver Renê do nada nos lugares.

— Parece assombração. Olha, eu fico toda arrepiada.- ela mostrou os pelos do braço para Thomas.

— Olha, tem a chance de não ser alucinação, Ray. Esse cara é maluco. Qual a chance dele vir atrás da Becca de novo? Ele foi na sua formatura tentar chegar perto dela.

— Não faz sentido nenhum ele querer contato com ela agora.

— Tem certeza? Ela tá virando adolescente. Ela está cada ano mais parecida com você.

Só de pensar na ideia de Renê ir atrás de sua filha por ela estar ficando mais velha, lhe causava um medo absurdo.

— Não, ele… ele não faria isso. Ele… não tentaria chegar perto dela assim.

— Fica esperta, Ray, com ele eu não me surpreendo.

Rayle ficou totalmente em pânico e num súbito momento desses, contou a Sara o que conversou com Tommy.

Sara garantiu que tudo ia ficar bem, e que era pra ela ligar sempre que se sentisse ameaçada. A morena ainda tinha contatos com a polícia de São Francisco. Se Renê tentasse chegar perto, Sara iria agir. O tão desejado soco no meio da fuça do Chef estava mais perto de acontecer do que imaginava.

Depois de ter um pequeno encontro com Sara, ele nunca mais iria ousar chegar perto de Rayle e Rebecca de novo.

~  ☺  ~

Alguns meses se passaram e Rebecca começou a ficar estranha.

— Tia, a Becca falou com você sobre alguma coisa que tá incomodando ela?

— Não.- Rayle respondeu Amy com o cenho franzido. — Por quê?

— Eu sei que tem alguma coisa incomodando ela. Talvez até assustando. Ela sempre fica olhando ao redor como se alguém estivesse perseguindo ela. Mas ela sempre me diz que não é nada. Eu tô preocupada.

Rayle ficou com medo dela também ter visto Renê pelos cantos. Já tinha uns meses que Rayle não o via, então achou que era coisa de sua cabeça. Mas se ele está atrás de Becca, faz sentido não aparecer para Rayle ver.

— Onde ela está agora?

— Dando banho no Pipoca. Eu aproveitei a deixa.

— Obrigada por me avisar, princesa.- Rayle beijou a testa dela. — Vou conversar com ela mais tarde.

Amy suspirou aliviada e voltou pro banheiro pra não levantar suspeitas. Ajudou a terminar de banhar Pipoca e elas foram lanchar com Rayle.

E como dito, Rayle foi até o quarto de Rebecca.

— Eu sei que não está lendo.- disse a fotógrafa olhando pra filha segurando um livro. — Onde sua cabeça está?

Rebecca suspirou e fechou Confesse da Collen Hoover que por mais interessante que fosse, não conseguia preencher sua mente naquele momento.

— O que está te incomodando?

— Amy abriu a boca né?

— Por que acha que ela me disse em vez de eu mesma perceber?

— Porque você não percebe as coisas.- ela quis rir da cara da mãe, mas segurou. — Não é nada.

— Desde quando escondemos coisas uma da outra? Isso é coisa da puberdade? Porque se for, eu não estou gostando.

— Você não escondia coisas da vovó?

Rayle sentiu uma pontada no peito, e não mentiu.

— Eu… nem tive a oportunidade de tentar.

Rebecca ficou extremamente triste quando viu a mãe triste ao lembrar do passado.

— Eu… me desculpa… eu não queria…

— Ei, ei…- Rayle sentou na cama e tocou as mãos dela. — Está tudo bem, eu sei, eu… devia ter contado que eu tinha só sete anos, mas isso não vem ao caso. Você também acha que seu pai está por perto, não é?

Rebecca empalideceu.

— Achei que tava vendo coisas… Também viu ele?

— Vi.- Rayle suspirou. — Eu tenho medo dele tentar chegar perto de você, então eu mencionei essa suspeita pra sua tia.

— Contou pra tia Sara? E ela não surtou querendo vir atirar nele?

— Ah, claro que sim. Mas eu não dei certeza a ela e ele não fez nada ainda, então sua tia não pode fazer muito.

— Entendi…

— Tem que me contar mais alguma coisa?

— Você… Você sempre me faz rir.

— Nãaao!- Rayle fingiu surpresa. — Jura?

Rebecca riu.

— Boba!

— Eu sempre fui assim.

— Sempre?

— Aham. Sempre fui abestada, desde criança. As pessoas diziam que era o que eu mais tinha de especial.

— E estavam certas. Você tem um senso de humor único, é quem você é, é uma coisa sua. O que eu tenho de único?

— Bom, vejamos… Tem uma coisa que só você tem e ninguém supera.

— O que?

— Gases. Sério, ninguém tem um pum tão fedorento.

— Mãe!

— Juro, quando você era criança empesteava a casa, e eu pensava “ai, ela sujou a fralda” e tinha sido só um pum, a fralda estava intacta.

— Mãe, pelo amor de Deus!

Rayle sempre fazia isso, e o constrangimento não incomodava Becca de verdade. Ela gostava, pois sabia que se seu pai fosse presente, ele certamente não lembraria de cada coisinha sobre a infância dela. E Rayle lembrava de tudo, a amava mais que tudo, e Becca se sentia bem quando conversava com a mãe, sobre qualquer coisa. Um assunto sério sempre ia pro lado ou do choro ou da risada, mas no choro sempre tinha um sorriso no final.

Enfim… Não viram Renê por alguns meses, estavam crentes que era coisa da cabeça delas. O tempo estava passando até que rápido, principalmente para Sara e Rayle. Já tinha mais de dois anos que Sara estava divorciada, pouco mais de um ano que tinha reencontrado Rayle, Becca já tinha feito 12 e Abby já ia fazer 16.

Sara combinou com Abby de ir ver o show da Lorde no sábado, e coincidentemente, Rayle viajou pra Vegas com Becca na sexta. Então foram as quatro. Abby adorou ir com as três, foi bem divertido.

Joanna, a mãe adotiva de Abby, deixou que ela fosse dormir na casa de Sara já que elas voltariam tarde, e as quatro fizeram uma festa do pijama, com direito a guloseimas, filmes de terror e fotinhas.

No domingo à noite, antes de seu turno começar, Sara levou Rayle e Rebecca ao aeroporto.

Amy via as fotos nas redes sociais, acompanhava todos esses momentos de longe, e começou a achar que estava ficando de lado. Como ela e Rebecca eram sempre francas uma com a outra, conversaram assim que as loiras voltaram.

— Eu sei que vocês sempre quiseram reencontrar a Sara e que não me deixam aqui sozinha de propósito, mas… eu sinto sua falta no tempo livre e eu fico triste de não poder ir com vocês.

— Me desculpa.- ela então abraçou Amy e depois de alguns segundos, desfez o abraço. — Minha mãe esperou tanto por isso. Há anos ela não via a tia Sara e não pode ir sem mim sempre que quiser vê-la, porque eu sou menor de idade. Juro que se tia Amélia deixasse, ela te levaria junto.

— E a Abby? Ela é legal?

— Se está querendo saber se eu vou te trocar por ela, a resposta é não.- sorriu. — E ela é ótima, você vai adorar conhecer ela. Não se preocupa, você sempre vai ser minha melhor amiga e eu te amo pra sempre.

Amy sorriu e ficou mais tranquila.

— Promete?

— Prometo. A gente ainda vai viajar junto e voltar a passar mais tempo juntas depois das férias. Mamãe tá aproveitando sempre que eu tô longe da escola pra ir ver a tia Sara quando não tem ensaio pra fazer. Quando ela vir aqui, eu te apresento ela.

— Tá.- sorriu contente e mais aliviada por terem tido aquela conversa.

~  ☺  ~

Umas semanas depois, uma amiga muito próxima de Sara morreu vítima de um serial killer, e Rayle viajou para Vegas para ficar com a amiga nesse momento de luto e mudanças. Depois que o luto não estava fazendo Sara chorar por qualquer coisa, Rayle conseguiu distraí-la um pouco.

Deitadas no sofá da sala, cada uma agarrada com sua cria, Sara e Rayle aproveitavam o resto das férias da fotógrafa assistindo um filme de terror e comendo besteiras. Abby e Becca se agarravam nas adultas com medo de tomarem susto a qualquer momento.

O tempo lá fora estava feio, chuvoso e com trovões, as luzes piscavam as vezes, isso ajudava no medo.

O filme estava até interessante, mas a mente de Sara estava em outro lugar.

— Sara?- a voz de Rayle a tirou do devaneio. — Tudo bem?

— Ah, tudo.- ela balançou a cabeça para afastar os pensamentos. — O que você estava dizendo?

— Disse que as duas caíram no sono.- a fotógrafa apontou para as meninas dormindo em seus ombros.

Sara sorriu e acariciou o rosto da sua.

— Não era pra menos, ficamos um tempo fazendo cafuné nelas.

Rayle sorriu.

— No que estava pensando? Estava com a mente longe, nem viu o filme terminar.

— Desculpe, é que… tenho pensado muito em uma coisa.

— Pode contar o que é?- a loira perguntou carinhosamente. Era bastante raro Sara não dividir algo com ela.

A morena assentiu e se ajeitou com cuidado para virar-se pra ela sem acordar Abby.

— Estava pensando em me “candidatar” pra subir de cargo. Acredito já estar pronta há um tempo.

— Com certeza.- Rayle se animou. — Você daria muito bem como supervisora.

— Estava pensando na direção.

— Sério? Puxa!- Rayle se surpreendeu. — É uma grande subida.

— É, é sim.

— Qual o problema? Está preocupada?

— Ao mesmo tempo que eu quero e sei que mereço, eu tenho… medo… de ficar igual a ele.- confessou.

Rayle não demorou muito pra entender de quem se tratava.

— Você não vai ficar assim, Sara. Vai conseguir conciliar bem o tempo. Você merece essa vaga, não vai viver só pro trabalho como ele fazia. Ele tinha escolha, você também vai ter.

Sara sorriu de lado.

— Então acha que devo tentar?

— Acho. E sei que vai conseguir.

Um lindo sorriso surgiu no rosto de ambas.

E ela de fato conseguiu o cargo umas duas semanas depois. Rayle já tinha voltado pra Sao Francisco. Recebeu uma mensagem dela dizendo que tinha finalizado um caso difícil e que talvez conseguiria o cargo, mas depois não teve mais notícias dela.

Demorou um bocado até finalmente conseguir falar com ela.

— Oi maluquinha.

— Sarita, você está bem? Estou tentando te ligar há um tempão. Liguei pro laboratório e disseram que você largou o distintivo e foi embora. Eu já ia te dar os parabéns, o que houve? Onde você está?

— Calma, Ray, eu estou bem.- Sara riu do desespero dela. — Estou com o Grissom.

— Com o Grissom???

— Oi Rayle!- o ex supervisor a cumprimentou assim que a ouviu pronunciar seu nome.

Como assim ela estava com o bocó do Grissom? Quando foi que ele voltou? Quando foi que eles voltaram??? Ela perdoou ele?

— “Oi Rayle” é o cacete, Grissom! Eu vou te arregaçar! O que está fazendo com ele, Sara??

Ele provavelmente se assustou porque Sara caiu na gargalhada.

— Amiga, calma…- Sara tentou parar de rir. — É uma longa história, eu vou te contar tudo.

Sara relatou todo o caso de Heather (uma possível rival) e a volta de Grissom em Vegas, inclusive as patadas que deu nele. Rayle adorou essas partes. Quando ouviu que Grissom não conseguiu falar com Sara sobre seus sentimentos e foi falar com Heather, Rayle quis xingar o amigo.

— Olha, eu já conheci muitos homens complicados, mas puta que pariu, o Grissom supera todos eles!

— Quem sou eu pra discordar?!- comentou ele.

— Escuta bem o que eu vou te dizer, Grissom.- Gil nunca ouviu a doce Rayle falar naquele tom de voz. Pela primeira vez deu graças a Deus por estar longe dela. — Se eu sonhar que você fez a Sara sofrer 0,1% de novo, você vai levar um murro nessa sua cara bonita, nem que eu tenha que atravessar o pacífico nadando! Entendeu??

Sara se segurava pra não rir da cara de assustado do amado.

— E-entendi.

— Não cometa os mesmos erros, é sério. Você teve outra chance, não jogue fora com inseguranças estúpidas. Sara sempre foi louca por você e sempre vai ser. Você entende isso agora né?

— S-sim, com certeza.- Gil engoliu a seco olhando para Sara.

— Ótimo. Rayle então respirou fundo e sua voz voltou ao normal depois que a ira se foi. — Mas me contem, pra onde estão indo?

— Paris.- Sara respondeu sorrindo ainda pelo ataque de fúria da amiga pelo telefone. — Gil e eu precisamos resolver algumas coisas antes de partir na nossa aventura.- sorriu pra ele que retribuiu. — E como estão as coisas por aí?

— Ah... está... está tudo bem. Só muito trabalho.

— Está mentindo pra mim.- Sara se preocupou. — O que houve?

Rayle não queria contar pra não envolvê-la mais, mas não sabia mais como resolver.

— Sara, ele está me perseguindo, eu sei que está. Mas ele não ultrapassa os limites, sabe? Ele sabe exatamente até onde ele pode ir. Não posso denunciar.

— Ray, faz o seguinte: finge que vai fugir dele de novo. Que vai largar São Francisco como largou o México pra ficar longe dele. Finge que vai se mudar pra Vegas e vai pra minha casa. Ele vai te seguir, eu sei que vai. E quando ele fizer isso… Deixa comigo! Quando consegue me encontrar em Vegas?

— Eu tenho sete ensaios essa semana, está bem corrido. Só semana que vem.

— Semana que vem está ótimo.

Gil estava mais perdido que cego em tiroteio e surdo no bingo com toda aquela história.

— Gil está aqui do meu lado com uma interrogação na cara.

— Explica tudo pra ele, eu tenho que buscar a Becca na quadra, ela não está se sentindo bem, mandou mensagem aqui.

— Tabom, manda um beijo e melhoras pra ela. Depois me liga dando notícias.

— Pode deixar. Beijo. Tchau, Complicação!

Sara deu risada de como Rayle chamou Grissom e nem ele resistiu ao riso.

— Tchau Ray.

Assim que desligaram, Rayle foi buscar Rebecca. De táxi, claro. Menos uma preocupação, pelo menos Sara estava com o homem que amava, só tinha que se preocupar com a filha agora.

Becca disse que estava enjoada e Rayle a levou pra casa.

— Pelo amor de Deus, não vomita no carro do moço, vomita aqui.- disse a fotógrafa entregando um saco a ela, ignorando a careta que o motorista fez. — Sua tia tem um plano pra acabar com seu pai.- o taxista olhou para Rayle na hora, que sorriu sem graça. — Não é literal.

Mas bem que podia ser.


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Notas finais do capítulo

Bom, até agora ele não fez nada.... tomara que não faça né..... ai ai..... Bom ver a Sara e a Rayle juntas de novo né, passando tempo juntas? ^^
Abraço de urso e até o próximo :3



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