Parker escrita por Fofura


Capítulo 18
O reencontro com uma grande amiga


Notas iniciais do capítulo

Hey ursinhooos!
Vou tentar voltar com o planejado no início da história que é um capítulo por mês, mas eu não confio em mim mesma e vocês também não deviam, experiencia com os 17 capítulos anteriores kkkk
E teremos o que hoje? Sim, foi isso mesmo que você leu no título, alguém vai voltar a brilhar aqui ♥



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Não se sabe se foi destino ou as rezas de Becca para Deus deixá-la inteligente, mas quando estava com dez anos, ela e a mãe tiveram uma surpresa.

Um belo dia, Rebecca pegou seu skate e foi até a pista encontrar os amigos. Rayle geralmente ia com ela, pois apesar de tudo, também gostava de praticar o esporte com a filha. Os amigos de Becca adoravam, pois diziam que ela era uma mãe muito maneira por saber andar de skate. Daquela vez ela não pôde, pois estava atolada de trabalho e fotos pra entregar.

Estava calor e depois de praticarem bastante, Rebecca foi comprar um picolé.

Quase caiu pra trás com o que viu, ou melhor, quem ela viu.

Não sabia se era ela mesmo e sem querer ficou encarando. Ela parecia fazer o mesmo.

— Desculpe.- disse Becca. — É que parece que eu já te vi antes.

— Estranho, eu ia dizer a mesma coisa.- ela riu mostrando sua simpatia. — Você se parece muito com uma amiga minha, quando ela era mais jovem.

— E você se parece com uma amiga da minha mãe. Uma amiga que ela não vê há muito tempo.

Ela pareceu nervosa, ou ansiosa, ou prestes a ter um surto.

— Eu vou parecer uma louca agora perguntando isso, mas... sua mãe é fotógrafa?- parecia esperançosa com a pergunta.

— Como você sabe?- perguntou a menina supresa.

— Ai meu Deus...- a moça ficou até pálida e quase deixou o picolé cair.

— Espera... Você é a Sara?

Se fosse, sua mãe ia ter o dobro do surto que a morena parecia estar tendo naquele momento. Foi com alegria que ouviu a moça dizer o nome de sua mãe.

— Rayle é sua mãe??

— Não acredito!- Rebecca ficou tão contente e entusiasmada que começou a pular e repetir que não acreditava. Não acreditava que era Sara que estava ali. A famosa Sara. — É sim! Você é criminalista, não é?

— Sou sim.- o sorriso de Sara se alargou com a imensa alegria. — Não acredito que ela teve una filha! Vocês são iguaizinhas!

— Eu preciso te levar até ela, ela vai surtar!

— Onde ela está?

— Em casa trabalhando em umas fotos. Ela ia vir andar de skate comigo, mas estava muito ocupada.

— E desde quando ela anda de skate?- Sara perguntou num tom divertido.

— Aprendemos juntas.- Becca sorriu. — A propósito, sou Rebecca.- a menina lhe estendeu a mão animadíssima e Sara sorriu retribuindo.

— Prazer em conhecê-la.- a menina sorriu novamente. — Seu pai é o Renê, estou certa?

Foi aí que a expressão de Rebecca mudou, pra mágoa, até raiva. Aquele era um assunto que não era tocado há dois anos.

— Não gosto de falar dele.

— Por que?

— Longa história.- ela não deixou se abalar e logo voltou a sorrir. Puxando-a pela mão, a menina voltou a se animar. — Vamos lá!

A ansiedade de Sara era nítida e Becca fez de tudo para deixá-la a vontade durante o caminho até em casa, e nele, elas foram terminando de tomar o picolé e conversando. Ela disse que a mãe falava de Sara e mostrava as fotos das duas juntas, além dos ensaios. Rebecca confessou que gostava de ouvir as histórias quando era menorzinha e sempre quis conhecer Sara pelo que Rayle contava.

Sara ficou surpresa que o prédio era o mesmo que ela tinha morado com Rayle no passado, apenas com apartamento diferente. Era maior e três andares acima do outro.

— Mãe! Mãe!- Rebecca entrou correndo em casa na maior felicidade.

Pipoca veio correndo recepcioná-la e a menina lhe afagou a cabeça, depois ele foi cheirar Sara, que também lhe afagou a cabeça.

— Oi meu amor!- Rayle gritou de volta.

— Advinha quem eu encontrei na praça!- a menina correu até a cozinha buscá-la, mas Sara ainda conseguiu ouvi-las.

— Becca, me diz que você não trouxe outro filhote de cachorro pra gente cuidar.

Becca riu.

— Não, é bem melhor que um cachorrinho.

Rebecca guiou a mãe até a sala e o choque foi instantâneo. De ambos os lados. Sara estava ali na sua frente. Os olhos da fotógrafa se arregalaram.

— Sarita?- a voz embargada denunciou a emoção.

As lágrimas de Sara já rolavam por seu rosto esperando que a ficha dela caísse como a sua.

— Oi maluquinha...- sorriu sem conseguir segurar um soluço.

— Ai meu Deus!- a loira correu para abraçá-la e quando sentiu sua "irmã mais velha" em seus braços novamente, mal acreditou.

Choraram quase que compulsivamente sem acreditar que estavam juntas de novo.

— É você mesma?- Rayle a apertava no abraço pra ter certeza de que era real.

Tantos anos longe de sua amiga, nunca achou que fosse realmente reencontrá-la e tão do nada. Do nada sua filha aparece com ela em casa? Como assim? Sara desfez o abraço e segurou o rosto de Rayle sorrindo feito boba. Secou as lágrimas dela e comentou:

— Não mudou nada! Olha só pra você!

— Eu?? Você que está a mesma coisa!- disse Rayle sorrindo ainda sem acreditar e também secou as lágrimas de Sara.

— Que nada, olha as rugas!- a morena respondeu.

Ambas riram e se abraçaram de novo.

— Não acredito que está aqui!

— Senti tanto a sua falta, Rayle.

— Eu também.

— Mas onde você se meteu? Quase me matou de preocupação!- ela desfez o abraço de novo.

— Longa história.- disse olhando para Rebecca que também não se animou com o assunto e olhou pro chão.

Sara estranhou.

— Rebecca não quis falar sobre o Renê quando eu perguntei. O que houve com ele?

— Não foi com ele, especificamente.- Rayle hesitou. — Muita coisa aconteceu enquanto estávamos longe, Sara... e a maioria delas não foi fácil.

— Tenho todo o tempo do mundo.- a morena segurou a mão da amiga com carinho. — Mas antes de qualquer coisa, acho que eu também quero um abraço da minha sobrinha.

Rebecca abriu seu melhor sorriso e correu pros braços de Sara. Rayle deixou uma lágrima cair ao ver a cena, tinha esperado muito pra ver isso. Becca também se emocionou com o momento, pois sempre quis conhecer a "tia Sara".

Rayle deixou o trabalho de lado por um momento, fez um refresco e levou pra elas na sala. As três tinham muito o que conversar.

— E então... o que aconteceu depois que perdemos contato? Pra onde você foi?

— Fui pro México. Renê tinha ficado doente e eu acabei largando tudo aqui pra ficar com ele. A mãe dele continuou infernizando a minha vida, mas eu tinha ele então não era tão ruim, pelo menos eu não via que era.- lamentou ela. — Comecei a trabalhar no restaurante dele, fui morar com ele, firmamos compromisso, entrei pra faculdade…

— Meu Deus! Sério?- Sara interrompeu sem querer morrendo de orgulho.

Rayle sorriu.

— Sim, consegui meu diploma, mas isso foi depois do perrengue todo.- Sara assentiu pra ela prosseguir. — Acho que não tinha completado nem um mês na faculdade quando descobri que estava grávida. Renê não aceitou.

Sara franziu o cenho.

— Como assim não aceitou?

— Disse que não queria um filho, que eu não seria mais perfeita pra ele se engravidasse, que era pra eu abortar, me disse um monte de coisas horríveis. Carmen entrou no meio da conversa e fez questão de me dar fotos comprovando que ele me traía.

— O que???

— Renê é um doente, Sara. Eu não percebia o quanto nosso relacionamento era abusivo e tóxico. Ele era obcecado, ciumento possessivo, eu vivi um inferno com a mãe dele… aquele conto de fadas era tudo fachada.- Sara estava horrorizada com todas aquelas informações. — Ele não é nada do que parecia ser. Quando bebia ficava um tanto descontrolado.

— Ele batia em você?- o sangue de Sara ferveu.

— Não, mas… não ficava muito amigável. Deixou algumas marcas nos meus pulsos quando apertava eles, mas só isso. Quase perdi a Becca quando ele apareceu tentando me fazer mudar de ideia.

— Meu Deus, Rayle! Tem como piorar mais essa história?

— Eu sofri muito, Sara. Eu acho que se eu não tivesse feito amigos na faculdade, não teria aguentado a barra da gravidez sozinha. A sorte é que sempre economizei, nunca fui tão consumista. Se eu não tivesse poupança teria que viver só da fotografia e naquela época?- ela riu de nervoso. — Eu não estava conseguindo nada, só merreca e as vezes nem isso. Graças a Deus minha agenda está bem cheia agora e consigo me manter só com isso.

— Realizou seu sonho, amiga. Conseguiu viver da sua fotografia.- Sara sorriu orgulhosa. — Confesso que sinto falta das nossas sessões.- ambas sorriram. — Estou orgulhosa, não só da profissional que você é…- ela disse ao observar as fotos em que ela estava trabalhando na mesa de centro. — mas da mãe também, porque aparentemente está criando Rebecca muito bem.

— Ah, obrigada.- fez cara de convencida fazendo Sara rir.

— Olha, eu ainda não consigo me conformar com tudo o que me disse. Não acredito no que ele fez com você, no que você passou. Se eu pego aquele sem vergonha ele vai levar uma surra que nunca vai esquecer.

— Ele merece.- disse Rebecca claramente magoada. — Eu preferia não ter pai do que ter um como ele.

— Meu amor, eu já disse que guardar ódio no coração não é bom.- a loira mais velha fez um carinho no rosto da filha e a puxou para um abraço.

Sara sorriu de lado com a cena.

— Conheço uma menina parecida. O segredo é seguir em frente, não vale a pena sofrer por quem nunca amou você. Sua mãe é os dois num só, Becca.

— Eu sei.- Rebecca trocou um sorriso com a mãe.

— E o Gil?- perguntou Rayle empolgada ao lembrar dele. — Rolou?

Sara tentou não ficar triste ao ouvir o nome dele.

— Rolou. Eu… casei com ele.

— O que??- as duas gritaram com a notícia, saltitando.

Rayle contou pra filha sobre Sara e Gil também, é claro. Ainda sorrindo feito boba, Rayle indagou:

— Mas por que não está usando aliança?

Sara respondeu com um lamento.

— Pois é…

Rayle entendeu na mesma hora.

— Ai não… Divórcio?- seu sorriso sumiu, assim como o de Rebecca.

— É recente, tem uns meses… nos casamos em 2009. É… uma longa história também.

— Espera aí, você foi pra Vegas em 2000. Levou 9 anos pra vocês finalmente se casarem?- Rayle ficou pasma, pois achou que depois daqueles 2 anos Sara já tinha conseguido fisgar ele como estava tentando fazer. — Bom, pelo jeito que falou e pela sua reação, deve ter sido ele que pediu.

— Foi.- lamentou novamente.

— Mas por quê? O que ele tem na cabeça em deixar você depois de se casarem?

— Boa pergunta.- ela riu de nervoso. — Passei por muito perrengue também. Parece que enquanto você sofria de cá, eu sofria de lá. Não foi fácil. Eu quase morri umas três vezes.

— Jesus cristo!- ela levou as mãos à boca. — Como assim? Me conta. Preciso saber o que ele fez, o que aconteceu com você...

Quando Sara ia começar a falar, o celular dela tocou atrapalhando a conversa. Era o chefe dela.

— Droga, eu preciso atender, só um minuto.

Infelizmente ela teve que abrir mão da folga urgentemente, pois houve uma complicação num caso de serial killer em Las Vegas e uma amiga e colega de trabalho dela acabou sendo sequestrada. Sara ficou em choque quando soube e disse para Rayle que precisava voltar.

— Eu vou te contar tudo sobre o Gil, prometo, mas agora tenho que ajudar a achá-la. Não podemos perder o contato dessa vez.- Sara pegou um bloco e caneta que Rebecca lhe ofereceu e certificou-se disso. — Vou anotar meu número e meu endereço se caso aparecer por lá. Mas assim que a barra estiver limpa eu volto. Eu espero que achem ela viva.

— Está bem. Me liga dando notícias, tomara que ela fique bem. E você, toma cuidado, por favor.

— Ah se você soubesse o que já passei nesse emprego.- Sara riu de nervoso e a abraçou forte. — A gente termina de pôr o papo em dia por telefone ou chamada de vídeo, tá? Não vou deixar você sumir dessa vez.

— A gente ainda tem muito pra conversar. Pode deixar.

Sara desfez o abraço e abraçou a recém sobrinha.

— Tchau princesa. Amei te conhecer.

— Eu também, tia.

— Ai que amor.- sorriu abertamente. — Cuidem uma da outra, tá?- lhe deu um beijo no topo da cabeça e se despediu delas, sua preocupação com a amiga investigadora a deixou com pressa.

Quando Sara foi embora, Rayle simplesmente parou, olhando pro nada e sorriu, sem acreditar no que tinha acabado de acontecer.

— Quando nesses onze anos você achou que ia reencontrar a tia Sara depois que eu a encontrasse na praça tomando sorvete??- Becca estava ainda mais desacreditada.

— Nenhuma vez.- riu. — Não achei que ela fosse voltar pra São Francisco. Nem mesmo achei que eu fosse.

— Vocês iam se reencontrar, mãe. Tava escrito, eu sei que tava.

— Acredita nessas coisas de destino?

— Agora acredito.- Becca sorriu e abraçou a mãe, que retribuiu não só o abraço, como o sorriso.

~  ☺  ~

Assim que tudo se resolveu em Las Vegas e a equipe encontrou a investigadora desaparecida, Sara ligou para Rayle como prometeu.

— Como ela está?

— Saiu bem da cirurgia. Foi por pouco, mas nós a encontramos a tempo.

— Ai que bom. Fico feliz em saber.

— Nem acredito que a gente se reencontrou assim, do nada.- Sara sorriu mudando de assunto. — A ficha só caiu agora que você tem uma filha.

Parker riu.

— Foi uma surpresa pra mim também. Mas me conta, o que aconteceu entre você e Gil? Eu jurava que se desse certo, seria pra sempre.

— Eu também achei que seria. Ele é complicado demais, Ray. Mas eu o amo tanto que as vezes acho que nem cabe dentro de mim.- a fotógrafa sorriu com isso.

— Quando vocês começaram a namorar?

— 2005, acredita? Só eu mesmo pra esperar um homem por sete anos. Só tive um rolo antes disso, que inclusive, era um traste.

— Ai, é um castigo gostar de homem. As vezes ey rezo pra Becca ter nascido lésbica, sabia?!

Sara riu.

— Realmente parece castigo. Namoramos por dois anos escondido e quando eu fui sequestrada tudo veio a tona.

— SEQUESTRADA?

— E essa nem foi a pior parte.

Sara contou tudinho pra ela, que quando não estava em pânico pelos perigos que Sara passou, estava surtando de amor pelos momentos fofos e românticos.

— Foram anos cheios de altos e baixos. Nosso divórcio foi o mais baixo que cheguei. Estou destruída, Rayle.- ela lamentou. — Parece que me trouxeram você de volta na hora certa. Gil me disse uma vez, nas inúmeras vezes em que eu senti sua falta, que teve um motivo pro destino ter separado a gente. Disse que precisávamos de uma mudança, de um desafio, digamos assim. Que precisávamos seguir nossas vidas sem a outra, pra conseguir se virar sozinhas sem a ajuda da outra, saber lidar com a distância.

— Bom… Isso aconteceu mesmo.- Rayle sorriu, de nervoso e de alívio. — E por mais que eu queira sentir raiva do destino, agora eu não consigo.


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Notas finais do capítulo

A Sara voltooooou ♥ Yaaaay! Eu ouvi um amém?!
Os leitores de Love Story já viram esse reencontro e já sabem de muitas coisas que ainda vão acontecer aqui, porém como lá é focado na Sara, Rayle e Rebecca são secundárias. Mas mesmo assim, enquanto aqui estamos em 2013, lá já estamos em 2021, então é bastante coisa kkkk
Enfim, vamos chegar lá por aqui também ♥
Abraço de urso e se tudo der certo, até mês que vem :3



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