Parker escrita por Fofura


Capítulo 12
O que vai acontecer agora?


Notas iniciais do capítulo

Olá ursinhos! Tudo bem côceis? ^^
Demorei meses e peço desculpas. Estava com um bloqueio terrível e espero que vocês não tenham me abandonado :’)
Enfim, cá estou com mais um capítulo. E aqui vocês vão descobrir como foi toda a gravidez da Rayle ;)



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Quando achava que não podia ficar pior, aquilo aconteceu. O tempo todo, todas as vezes que Renê dizia que a amava, ele estava mentindo. Queria fazê-la escolher entre ele e o bebê? Que tipo de pessoa faz isso? Sua vida parecia uma verdadeira novela.

Só naquele momento Rayle percebeu o relacionamento abusivo e infeliz que vinha tendo com Renê. No começo parecia até um sonho pra ela, conheceu um cara legal, fofo, respeitoso, bonito, que cuidava dela e a fazia bem.

A paixão por Renê a cegou. Rayle não percebeu o quanto conhecê-lo fez mal a ela.

Fora as partes boas, Renê às vezes perdia o controle quando bebia demais, já começa por aí. Sempre ficava bravo e às vezes — poucas — agressivo quando ela dizia “não” pra ele. Além dos ataques de ciúme que ele tinha, principalmente com seus amigos homens mais chegados, como Thomas e até mesmo Larry, o porteiro de seu antigo prédio. Rayle nunca parou pra pensar o quanto Renê era doente, não só por tudo isso, mas por pensar que ela era só dele, que grávida ela deixaria de ser perfeita pra ele e todas aqueles absurdos que a fotógrafa teve que ouvir dele.

Odiava admitir, mas Carmen estava certa o tempo todo. Ela era só mais uma para Renê, tanto que quando rejeitou as investidas dele, o chef teve que ir atrás de outra pra se satisfazer. Como foi estúpida! Às vezes Rayle ficava com raiva de sua tamanha ingenuidade. Queria ser como Sara e nunca cair nessas conversinhas e seduções.

Por falar nela, quanta falta sua amiga fazia! Se tinha um momento que precisava dela era aquele. Sara iria surtar se descobrisse o que aconteceu. Provavelmente caçaria Renê pra lhe dar uma coça! Sara era assim, sempre a defendia e protegia. Se não tivesse feito amizade com Tom e Jerry, talvez não conseguiria passar por isso sozinha.

Abortar ela não conseguiria, afinal, o feto não tem culpa de nada, a irresponsabilidade foi sua e ela iria arcar com as consequências. Tinha certeza que se lutasse e persistisse, sua gravidez e a maternidade não atrapalhariam sua vida. Mas sabia que seria difícil... e muito.

~  ☺  ~

Na manhã seguinte voltou à casa dos Espinoza para buscar suas coisas. Carmen fez questão de embalar tudo para se ver livre dela logo, aliás, mandou que a nova empregada fizesse isso.

Quando a fotógrafa chegou, suas malas e algumas caixas já estavam na sala esperando por ela.

— Não precisa se preocupar, está tudo aí.- disse Carmen com aquela expressão de “ainda bem que ela vai embora”.

— Até porque você jamais deixaria algo que a fizesse se lembrar de mim. Óbvio que ia embalar tudo que fosse meu.

— Exato.- ela sorriu. — Agora pode pegar e ir embora. María! Ajude Rayle a carregar as malas.

Rayle suspirou e pegou duas das três malas que lá haviam. Viu uma mulher na casa dos 40 se aproximar para ajudá-la.

— Você é a María?- a fotógrafa soltou uma das malas para cumprimentá-la. — É um prazer conhecê-la.

Com profunda decepção, Rayle viu a mulher de cabelos pretos e pele clara lhe ignorar e pegar uma das caixas para levar até o táxi. Recolheu a mão que ficou no vácuo e voltou a pegar a mala.

— ¡Dios mio! A empregada já foi possuída pela entidade maligna dessa casa? Misericórdia!

Depois de colocar as duas malas no carro, Rayle voltou para pegar a última mala e María para pegar as últimas duas caixas menores. Mesmo que a mulher tenha sido mal educada com ela, Rayle agradeceu pela ajuda.

— Não seja como eles.- aconselhou a garota antes de ser ignorada mais uma vez e partir no táxi.

E agora? Pra onde iria?

Seu único refúgio era a faculdade, pois não tinha coragem de ir bater na casa de nenhum dos dois amigos. Pediu ajuda ao taxista para deixar suas coisas num cantinho perto de um banco do lado de fora do prédio. Alguns alunos passavam e observavam curiosos todas aquelas malas e caixas.

Só não esperava ver Thomas e Jeremmy ali naquele horário já que eles, assim como ela, estudavam à noite.

— Rayle!- eles a chamaram surpresos e foram até ela. — O que houve? Por que está aqui cheia de malas?

— Porque minha vida só envolve sorte e felicidade, por isso.- ironizou e a voz quis embargar, mas ela segurou.

— Oh anjo, o que aconteceu?- Jerry sentou de um lado e Thomas fez o mesmo do outro lado.

— Renê me traiu; Carmen sabia e fez questão de me mostrar fotos; estou grávida de seis semanas; Renê não quer a criança...- Rayle cuspia as informações e os dois só faziam cara de chocados a cada nova informação. —… Ele me fez escolher entre ele e o bebê; pode me despedir do trabalho quando bem entender; e eu não tenho pra onde ir. Fora isso, eu estou bem né.- sua voz embargou de vez e sentiu as lágrimas acumularem.

— É muita informação pra minha cabeça. Quer dizer que eu estava certo sobre a gravidez?- Rayle assentiu e fungou segurando o choro. — Mas como assim Renê não quer a criança, gente?

— Eu não sei o que fazer.- as lágrimas teimosas caíram sem que Rayle conseguisse contê-las.

— Oh meu Deus…- os dois a abraçaram e consolaram.

Quando a pobrezinha se acalmou, Jeremmy a fez olhar pra ele.

— Olha só, minha pupila…- secou as lágrimas dela. — A gente vai levar suas coisas pro meu singelo apartamento e lá você vai explicar tudinho pra gente, tabom?

— Não…- fungou. — Eu não quero te dar trabalho, nem incomodar, Jerry. Eu me viro sozinha.

— Não seja teimosa, mocinha. Não vai ser incomodo nenhum, tem espaço pra você lá, nem morta eu vou te deixar passar por isso sozinha. Quando conseguir uma coisinha pra você e estiver estável, aí você sai da minha casa e nós dois ajudamos como podemos. Combinado?

— O que eu faria sem vocês?- a fotógrafa os abraçou forte e agradeceu.

— Eu queria saber como alguém tem coragem de magoar uma garota tão maravilhosa como a Rayle.- disse Tom olhando para Jerry e a ajudando a levantar.

— Eu também não entendo.

— Mas e a pensão? Ele vai dar né?

— Eu não quero nada que venha dele.- disse Ray secando as lágrimas.

— Não importa, Rayle. Ele é o pai, ele tem que dar a pensão pra criança querendo ou não. Se aquele traste não quer assumir o bebê, que faça pelo menos uma coisa que preste, cumpra com as responsabilidades mesmo de longe.- Jerry estava pistola.

— O que tua sogra fez a respeito?

— O que você acha?! Ficou do lado dele.

— Grrr. Eu tenho uma vontade de tacar laxante no café dessa velha, pra ver se ela já não desce logo pela descarga feito a bosta que ela é.

Rayle deixou escapar um risinho com o que Jeremmy disse. Só aqueles dois pra fazê-la rir num momento daqueles.

— Não é pra rir não, Rayle, é verdade.- disse Thomas. — Ela é uma merda de pessoa.

— Um pedaço de bosta saindo do cu do pombo.- completou Jerry.

Mais uma vez Rayle não conseguiu conter a risada.

— Vamos instalar a Ray lá em casa, Tommy, assistimos a palestra amanhã.

— Certo.

Thomas pegou as caixas, Rayle e Jeremmy as malas. Levaram até o carro do primeiro e partiram em seguida.

Assim que chegaram, Jerry comentou:

— Não é tão bonito quanto a casa do Thomas, mas dá pro gasto.

— Ah para, minha casa não é isso tudo.

— São lindas, as duas. Parem com isso.

— Tem um quarto vago, está uma bagunça lá, mas a gente arruma pra você. Eu estava mesmo precisando fazer uma faxina nele.

— Acho que não só nele né, Jerry?!

— Oh Thomas, dá licença! Minha casa é limpa, mais limpa que teus dentes.

Rayle riu e os três trataram de arrumar tudo, levaram algumas poucas horas e se divertiram bastante. Foi bom, pois Rayle se distraiu e não ficou triste. Já pela parte da tarde eles almoçaram na casa de Thomas e foram ver a questão do emprego de Rayle. Renê disse que não ia demiti-la, mas a fotógrafa não sabia se queria ficar lá vendo o ex todo dia, e com a amante ainda por cima. Mas ela ficou, porque precisava ficar.

Os enjôos foram só nos três primeiros meses. Foram bem difíceis. Quando eles pararam, ela comemorou.

— Graças aos céus essa merda de enjôo foi embora, eu não estava mais aguentando vomitar tudo o que eu comia.- comentou sentando no sofá e cruzando as perninhas de índio.

— Você sabe que o que você comeu ia sair de um jeito ou de outro né?- falou da cozinha.

— Ai Jerry, disneycessário.

Tom riu e perguntou:

— Já sabe quando vai poder ver se é menino ou menina?

— O doutor disse que talvez mês que vem se o bebê não descruzar as pernas nesse. Parece uma lady, está todo a vontade aqui dentro. Estou com uma dor nas costas…

— É melhor se acostumar com esses desconfortos, eles só vão piorar conforme sua barriga for crescendo.

— Obrigada por me animar, Tommy.- ironizou.

— E o Renê?- ele mudou de assunto depois de rir do que ela disse. — Ainda te fazendo mudar de ideia?- Rayle assentiu. — Você já entrou no quarto mês, ele é sonso ou o que?

— Ranço daquele pateta, R-A-N-Ç-O.- comentou Jerry terminando de preparar os lanches pra eles jantarem.

— Eu não sei pra quê ele insiste se continua transando com aquela Chef.

— Por isso mesmo que ele está insistindo, minha pupila, é só isso que ele quer. Ignora. Os lanches estão prontos.

— Traz aqui pra gente.

— Ihh palhaça, quer que eu dê na boquinha também?

— Queremos.- disseram.

— Folgados. Levantem e venham pegar.

— Nossa, mas eu estou grávida.- provocou.

— Você tá grávida, não tá aleijada.

Rayle e Tom gargalharam e levantaram para buscar o lanche.

~  ☺  ~

A fotógrafa queria sair da casa de Jerry no quinto mês, estavam discutindo isso à caminho do consultório para fazer a ultrassom.

— Rayle, para. Não precisa sair, só vai ficar mais difícil de fazer as coisas e com você morando sozinha é pior.

— Eu tô te dando despesa, tu não me deixa nem ajudar no aluguel.

— Espera o bebê nascer, por segurança. Pode ficar comigo sem problema, é sério.

— Onde aprendeu a ser teimosa assim?- brincou Tom.

Rayle automaticamente lembrou de Sara e ficou triste. Sua amiga era a teimosia em pessoa, não adiantava falar, ela batia o pé e pronto. Queria tanto que ela estivesse ali naquele momento, a revelação. Sentiu uma lágrima escorrer.

— Lembrou da Sara, não foi? - perguntou Tom, triste por tê-la feito lembrar da amiga que está longe.

— Foi, mas está tudo bem.- secou o rosto.

Entraram no consultório e ficaram na sala de espera por alguns minutos.

— Prefere que seja menino ou menina?- perguntou Tom.

— Eu não sei, se vier menino tem grandes chances de se parecer com o pai. Eu não quero acordar todo dia e ter que ver o Renê no meu filho.

— Ia ser uma merda mesmo, não ia ter como esquecer a cara dele.- disse Tom.

— Mas se vier menino eu vou amar do mesmo jeito.

Não demorou muito para Rayle ser chamada.

— E aí, mamãe? Pronta? Acho que agora dá.- disse o doutor sorridente.

— Pronta sim, e ansiosa.- respondendo também sorrindo.

Rayle deitou, ele passou o gelzinho e viram que o bebê tinha trocado de posição, dava pra ver sim.

— Ha! Ela estava querendo fazer suspense.- sorriu. — É uma menina.

Rayle não aguentou e caiu no choro, abafando a frase:

— Não acredito.

— Awn, meu Deus!- Jerry também não aguentou e chorou. — É uma princesinha.

Tom abraçou Rayle, e Jerry foi abraçar o doutor que ficou todo sem graça com o rapaz chorando no ombro dele como se fosse íntimo ou coisa assim.

Rayle e Tom viram aquilo e começaram a rir.

— Larga o doutor, Jerry.

— Ai gente…- fungou secando as lágrimas. — É que eu tô muito emocionado. E ele é tão bonito.

Rayle e Tom riram balançando a cabeça.

Uma menininha estava chegando para dar um pouco de felicidade para sua vida, que parece que desandou assim que conheceu Renê. As únicas coisas boas que aconteceram depois que se envolveu com ele foram conhecer Thomas, Jeremmy e o México, porque de resto… nada. Ficar grávida não estava nos planos, não tinha certeza se era uma coisa boa ou ruim para sua vida no momento, mas só o que conseguia pensar era que teria mais uma pessoinha pra amar e alegrar. Mesmo com medo, estava ansiosa para ter sua menina nos braços para encher de carinho. Teria muito o que aprender.

~  ☺  ~

Anoiteceu e eles foram pra faculdade. Rayle foi cercada por todo mundo, pois queriam saber se acertaram no sexo do bebê, e a maioria apostou que seria menino. Erraram.

— Você vai contar pra ele?- a professora quis saber.

— Só se ele perguntar, mas não acho que vá. Eu só falo com ele quando é necessário, está um clima estranho, não estou aguentando.

Mas aguentou por sete meses até tirar a licença maternidade, pois já não podia fazer tanto esforço. Já a faculdade, ela não faltou nenhuma vez, foi em todos os meses, até o último.

Rayle não precisou comprar muita coisa pro bebê, pois a encheram de mimos, o pessoal da sala ficou eufórico ao saber da gravidez, pois a adoravam e tinham certeza que a criança que viria seria tão boa e linda como a mãe

~  ☺  ~

Os últimos meses foram complicados, o corpo doía, era difícil achar uma posição confortável pra dormir, as vezes se estressava por causa de Renê sem querer e a bebê ficava agitada — chutava bastante e causava dores, Rayle tinha que deitar e fazer carinho na barriga pra passar —, seus pés ficavam inchados as vezes e ela não conseguia calçar sapato nenhum que doía, mas aguentou firme e forte, não perdeu nenhum dia de aula e até fazia ensaios as vezes. O pessoal chamava ela de doida por isso. O médico disse que ela precisava de repouso, mas quem disse que ela conseguia ficar parada?! Só repousava um pouco pela manhã e quando ia dormir.

Quando Rayle estava nas duas últimas semanas da gestação foi que eles entraram de férias na faculdade.

— Ai, eu estou exausta.- Rayle caiu no sofá — com cuidado, óbvio — ao dizer.

— Não é pra menos né, Ray? Tu é a grávida mais maluca que eu já vi.- disse Jerry. — Eu espero que essa menina não venha com zero juízo igual a mãe dela.

— Me respeita, cem porcento juízo aqui.

— Aham, sei.- disse Thomas. — Jerry e eu vamos numa baladinha, você fica bem aqui sozinha?

— Fico, podem ir tranquilos.

— Se sentir uma contraçãozinha, liga na mesma hora que a gente vem correndo.

— Não vai nascer ainda, relaxem e divirtam-se. Vou ficar aqui assistindo desenho com a minha menina que eu ganho mais.- se sentou.

— Tu bem que podia ser baladeira, quase um ano de amizade e tu não foi nenhuma vez.

— Vocês sabem que eu sou caseira. Vão lá.

— Certo, até mais tarde.

Quando eles iam saindo, Rayle os assustou gritando.

— Ai!- eles correram de volta desesperados e Rayle caiu na risada. — Alarme falso.

— Palhaça! Quer me matar do coração?- Jerry bronqueou com a mão no peito.

— Que susto. ¡Díos mío!

— Desculpa, não resisti.- riu. — Podem ir, é sério agora.

— Só não dou na sua cara por causa desse bucho aí.

Rayle riu novamente e assim que ficou sozinha suspirou. Pousou a mão na barriga e sorriu.

— É, meu anjinho, daqui algumas semanas seremos só você e eu.- acaricou a mesma. — Não sei nada sobre bebês, mas tenho certeza que você vai me ensinar tudo o que preciso. Vamos cuidar uma da outra, né?

A bebê chutou e Rayle sorriu.

— É, vamos sim - encostou a cabeça no sofá e fechou os olhos.

No dia anterior, Tom perguntou se ela já tinha pensado num nome, ela disse que não, mas mentiu. Não sabia se colocaria esse mesmo, mas sabia que sua mãe gostava daquele nome. Ela vivia dizendo que se tivesse outra filha, o nome seria aquele, também com R, aquele que significava "união", "ligação", "aquela que une". Sua mãe dizia que se tivesse outra filha ou uma neta, ela viria para unir mais a família, pra colocar tudo no lugar caso estivesse tudo uma loucura. E na vida de Rayle, estava.

Seus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta. Achou que seus amigos tinham esquecido alguma coisa e já preparada pra zoar se levantou e foi atender. Mas ao fazer isso, seu sorriso sumiu.

— Renê??

— Oi.- sorriu.

— O que está fazendo aqui?

— Eu vim te ver.- ele respondeu olhando pra barriga dela. — Nossa… Está enorme.

— Deve ser porque estou carregando a minha filha.- ironizou.

— Filha? É uma menina?

— Desde quando se importa com o sexo do bebê, ou com o meu bem estar? Nos últimos meses você nem sequer chegou perto de mim, sei lá, parecia que minha barriga crescia e te assustava. Mas quer saber?! Minha gravidez foi bem mais tranquila sem você e sua mãe por perto.

— Rayle, eu só quero você de volta. Ainda dá tempo.

— "Ainda dá tempo"? Que merda é essa de "ainda dá tempo"??

— O parto pode dar errado, ela pode nem estar viva aí dentro.

Rayle achou que com tudo o que ouviu de Renê, ele não podia mais dizer nada que a deixasse pasma. Estava enganada.

— Você só pode estar de brincadeira! Ela está aqui, Renê, ela está se mexendo dentro de mim, eu converso com ela. Ela está viva e é assim que ela vai ficar!

~  ☺  ~

— Ai que droga! Eu não acredito!

— Que foi, Tommy?

— Eu esqueci nossas pulseiras, como vamos entrar na área VIP sem elas?

— Merda! Vamos ter que voltar, não podemos ir até lá e não entrar na área VIP, aquele DJ gostoso vai estar lá.

— Menos, Jerry.- riu. — Vamos voltar.- deu meia volta com o carro e voltou pra casa do amigo.

~  ☺  ~

— Eu quero que vá embora daqui!

— Eu achei estranho você vir pra casa daquela bicha escandalosa, achei que ia ficar com o filhinho de papai. Aliás, o pai ainda gosta dele?

— Eu posso até aturar você falar de mim, mas não se atreva a falar dos meus amigos. Eles são pessoas mil vezes melhores que você!- gritou.

— O que tem de errado com você, Rayle? É a gravidez, você não era estúpida assim. Viu porque eu disse que isso ia estragar tudo?

— Quê? Você está se ouvindo, seu idiota? Olha as merdas que você está falando, a única lúcida aqui sou eu.

— Você só pode estar ficando louca querendo criar esse bebê sozinha.

— Vou criar sim sozinha porque o pai dela é um cretino!!

— Cretino?- Renê pegou o pulso dela nervoso. — Esse cretino te deu um emprego, uma casa...

— Você só me deu desgosto, Renê! Me larga!

— Eu te dei meu coração!

— Você não tem coração! Nem sequer merece um! Me solta!

Enquanto isso, Jerry e Tommy chegavam novamente ao prédio. Ouviram gritos.

— Tom…? É a Rayle gritando?

— Esse é o carro do Renê!- disse Tommy correndo disparado ao ver o carro estacionado. Jerry correu atrás desesperado.

Rayle estava com os nervos à flor da pele, queria socar ele, queria que ele sumisse da sua frente. Nenhum vizinho saiu pra não se meter, Rayle só queria que alguém afastasse Renê dela.

— Está me machucando!

— E vai continuar assim até que venha comigo.- ele a puxou pra mais perto dele.

— Eu não vou pra lugar nenhum com você.- foi então que Rayle sentiu o cheiro de álcool sair da boca dele. — Você está bêbado, eu vou chamar a polícia!

— Vai em frente, eles me conhecem.

— Me solta!!

— Renê!- Tom gritou e Renê empurrou Rayle pra tentar se defender, mas não conseguiu, Tom chegou com tudo no Chef lhe dando um soco no rosto.

A fotógrafa cambaleou pra trás se chocando contra a parede sentindo um líquido molhar suas pernas.

— Rayle!- Jerry correu até ela e a viu chorando. — Você está bem?

— A bolsa…

Renê levantou do chão rindo.

— O filhinho de papai virou homem agora?!- tentou socar de volta, mas Tom pegou seu braço e o empurrou.

— Vai embora daqui e deixa a Rayle em paz.

— Eu sabia. Eu estava certo o tempo todo.

— Tom, me ajuda! A bolsa estourou por causa do choque, temos que levá-la ao hospital.

— Viu o que você fez?? Sai daqui!- Tom foi empurrando ele até o lado de fora enquanto Jerry ajudava Rayle a andar até o carro.

— Está doendo...

— Calma Ray, vocês vão ficar bem.

Tom fez Renê ir embora, pediu que Jerry fosse buscar a bolsa que tinham preparado pra chegada do bebê e foram rapidamente para o hospital. Foram direto pra emergência e Rayle foi levada para a sala de parto.

A espera estava deixando os dois amigos cada vez mais ansiosos e preocupados, mas finalmente receberam a notícia de que o parto tinha sido um sucesso e que mãe e filha estavam bem. Suspiraram aliviados.

~  ☺  ~

Rayle estava de repouso no quarto quando recebeu a visita de Tom e Jerry.

— Oiii!- disseram ao entrar.

— Oi.- ela sorriu fracamente.

— Como você está, minha pupila?

— Nunca senti tanta dor em toda a minha vida.

Sorriram.

— Mas valeu a pena, não valeu?

Foram interrompidos pela enfermeira que trazia a bebê nos braços para Rayle segurar e dar de mamar pela primeira vez.

Rayle segurou o choro ao vê-la, mas não a emoção, não deixou de sorrir com os olhos úmidos.

— Oi meu amor…- pegou aquela coisinha minúscula no colo e acariciou sua cabecinha com poucos cabelos loiros. A pequena abriu os olhos e a boquinha sem dentes, mexeu a mãozinha em direção ao rosto de Rayle. A fotógrafa sorriu e pegou a mãozinha dela depositando um beijo na mesma. Ela então respondeu a pergunta de Thomas: — Valeu sim.

Ambos sorriram.

— Que nome vai dar pra ela?

Rayle olhou novamente para a filha e respondeu.

— Rebecca.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que tenham me perdoado pela demora. Eu não vou abandonar a história, eu juro ❤
Deixem comentários se ainda estiverem aqui ❤
Abraço de urso e até o próximo :3