A Tale Of Quidditch and Fists escrita por Lavs Black


Capítulo 1
Olivia Wood - The one when sixth year begun.


Notas iniciais do capítulo

- Então, estou aqui postando o primeiro capítulo dessa fic, espero que gostem ♥



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Quando finalmente Olivia Wood deu-se ao luxo de abrir os olhos e despertar do sono profundo em que se encontrava, o relógio mágico em formato de pomo de ouro, um presente antigo, já se aproximava perigosamente do número 10, sinalizando o seu imediato atraso. E nem foi por espontânea vontade, ou algum surto de responsabilidade que a atingiu, mas sim o barulho feito no corredor, passadas largas carregando algo ainda mais pesado.

A jovem garota ainda estava levemente grogue por ser acordada tão de repente, abandonando o sono com lentidão, sem perceber a situação em que se encontrava, espreguiçou-se como uma felina, voltando a si com pressa alguma, olhou ao redor, várias vezes, até se deparar com o relógio em seu quarto. Os olhos esverdeados arregalaram-se de imediato, desespero substituindo todo e qualquer desejo de voltar à cama. Seu primeiro pensamento foi o quanto a sua mãe iria lhe matar por atrasar a todos, ou o quanto Travis iria lhe esganar pelo mesmo motivo.

Não havia qualquer desculpa que se mostrasse convincente o suficiente para aplacar seus humores, ou que ela conseguisse mentir com facilidade, entreguem a melhor, a mais convincente das mentiras nas mãos de Olivia e ainda assim ela conseguiria estragá-la, era simplesmente incapaz de encontrar uma solução fácil para os seus feitos, o que, se estivesse sendo sincera e nobre, lhe ajudou a construir a grifinória que se tornou hoje, mas ainda assim, era irritante para dizer o mínimo quando ela se encontrava em apuros. Não havia nenhum motivo válido para ela ter perdido o horário, uma rápida olhada ao lado e podia ver o seu despertador trouxa despedaçado; ela simplesmente esqueceu que o fim das férias estava a chegar.

A volta às aulas nunca era um processo tranquilo para Olivia, Hogwarts, apesar de seu esplendor e aventura, ainda era uma escola com suas regras e aulas e que exigiam algo que a menina muitas vezes não estava disposta a entregar. Olivia não era nenhuma Corvinal ávida pelos estudos e conhecimento, mas Hogwarts era divertida o suficiente para manter a atenção dela quando ela estivesse dentro de suas paredes, o que Olivia realmente odiava era ser tirada do seu conforto. Talvez ainda estivesse amarga pelo sono interrompido, mas a vontade de voltar a dormir e esquecer por algumas horas que Hogwarts existia lhe parecia tentadora.

Livs, já está acordada?  Alguém forçando a maçaneta a tirou de seus pensamentos amargos e da quase volta a inconsciência, e a levou de volta à realidade, minutos preciosos foram desperdiçados e ela continuava atrasada. —  Por que está trancada? Livs?

A voz do seu irmão Travis soou abafada pela porta, mas podia sentir um tom de preocupação e nenhuma acusação, Travis era um bom garoto demais para desconfiar que a irmã havia sido tão irresponsável.

— Já estou saindo…  Levantou da cama com uma agilidade impressionante para alguém que estava dormindo há pouco, aproximou-se da porta e falou o mais próximo possível, forçando sua voz a sair firme o suficiente para que nem mesmo suas péssimas habilidades de mentirosa a entregassem.

Esperou ele se afastar, acompanhando sua sombra pela fresta da porta, para enfim abrir a porta e correr em direção ao banheiro mais próximo, para ao menos disfarçar o seu erro. Não havia tempo para um banho relaxante ou para lavar seu cabelo para que ele estivesse em seu melhor, então ela apenas se banhou em tempo recorde e procurou uma roupa simples, uma das que não estivessem em seu malão…

Seu malão.

Ela havia deixado para fazer essa manhã.

Murmurando alguns dos piores palavrões do mundo bruxo, ela encostou a testa na porcelana fria das paredes do banheiro, respirando por alguns segundos antes de mover-se para outra maratona, agora recolhendo as roupas de seu guarda-roupa que pudessem ser aproveitadas em Hogwarts, uniformes limpos separados em uma pilha - ainda bem que sua mãe tinha tendências obsessivas com limpeza -, vestes bruxas e qualquer outra coisa que lhe parecesse útil no momento. Sua varinha foi o único artefato que ela fez questão de pegar com todo o cuidado, temente de esquecê-la.

OLIVIA!

O chamado agudo de sua mãe ecoou até o seu quarto, apesar de dois andares as separarem. Ele serviu apenas para deixá-la mais nervosa, grunhiu levemente ao apressar-se em fechar o malão pesado. Normalmente, Travis era o responsável pela parte bruta de forçá-lo, mas ela não podia exatamente chamá-lo agora. Tempos desesperados pedem medidas desesperadas, ela puxou a varinha do malão e com um simples movimento, o malão se fechou suavemente. Graças à Merlin ela vivia em uma casa bruxa. Lembrando que ainda estava atrasada, Olivia puxou o malão e desceu as escadas, ao aproximar-se do térreo, desceu lentamente como se nada tivesse acontecido. Talvez, se estivesse com sorte - o que provavelmente seria uma primeira vez no dia -, a cozinha estaria vazia e ela poderia inocentemente estar pronta a tempo. 

Por que essa demora toda, mocinha?

Kayla Lewis não era uma pessoa que você desafiasse com frequência, além de ser a sua mãe e elas terem uma relação relativamente bem, a mais velha jamais perdeu o temperamento de sua juventude, que provavelmente Olivia herdou, e era impossível de vencer em um argumento. Ainda mais, parada ao lado da mesma de tamanho mediano da cozinha, sua bolsa estruturada que custou uma alta quantia de galeões em uma mão e a varinha em outra, a mulher parecia deveras assustadora. Quanto a aparência, os anos não haviam sido generosos, as rugas e as olheiras que adornavam a sua face eram marcas da árdua tarefa que carregou ao criar os dois filhos, elas também mascaravam o que um dia foi uma bela face. A mãe de Olivia possuía cabelos escuros, longos, lisos e ressecados, olhos castanhos e um sorriso fechado devido aos lábios finos.

Eu apenas... demorei para achar minha varinha. — Abriu um sorriso amarelo enquanto evitava olhá-la nos olhos. Era mais fácil mentir se ela não se sentisse julgada. Kayla estreitou os olhos castanhos para Olivia, como se avaliasse a situação, sentindo que sua mãe não estava comprando bem a sua desculpa, a menina balançou a varinha na sua frente, mostrando que a havia achado. Para a sua sorte, Travis entrou na cozinha no exato momento que sua mãe abriu a boca, provavelmente para confronta-la de novo.

Com uma rápida olhada em Travis e Olivia, parados lado a lado, qualquer um poderia ver que eles em nada havia em comum com Kayla, ou com os Lewis assim por dizer, Travis possuía o mesmo tom castanho claro quase dourado que a própria Olivia ostentava em seus fios, embora os deles fossem consideravelmente mais lisos, cortados curtos, a franja cobrindo sua testa de uma forma estilosa, que evidenciava os olhos castanhos esverdeados que ele também compartilhava com a irmã mais nova. Ele era o que muitas das figuras femininas com quem convive apontaram como charmoso e belo, Olivia sabia que ele poderia ser quando se esforçava e tinha que admitir que seu irmão tinha um sorriso bonito.

Pestinha. — Ao passar pelo seu lado, indo em direção aos pratos que a mãe dos dois estava colocando à mesa, bagunçou os cabelos de Olivia de uma forma fraternal. Normalmente ela apreciaria o gesto, uma vez que era uma certa tradição entre os dois, mas devido às condições na qual acordara e pelo fato do seu cabelo estar bagunçado o suficiente sozinho, ela fechou a cara. E o empurrou com o ombro. Travis tinha o físico de um atleta então não sofreu severamente com o ato, que o fez apenas rir suavemente.

Pressentindo que ele iria lhe questionar também pelo seu atraso, Olivia cortou-o antes que pudesse proferir sequer uma palavra.

Por que você está acordado a essa hora? Não deve ser apenas para me levar em King’s Cross, você não me ama tanto assim. Não tanto quanto o seu sono. — Travis não precisava ir à King’s Cross há quatro anos, desde que se formou em Hogwarts.

Ele segurou um riso e estava pronto para rebater com a boca ocupada com a torrada, se Kayla não o tivesse repreendido com um leve tapa nos ombros. Satisfeita em ver a repreensão, Olivia voltou a sua atenção a sua própria comida, não querendo dar motivos novamente para eles se atrasarem; um rápido olhar para o relógio lhe mostrou que já passava das dez e meia.

Ao contrário de você, pirralha, eu estou construindo uma carreira. —  Inflou o peito como um pomposo lufano. — Depois que você embarcar eu vou estar indo a central do Puddlemore para fazer o teste final.

Ele revelou com um sorriso arrogante, mas aqueles que o conheciam podiam notar em seu olhar que estava ansioso e até um pouco nervoso com o teste, compreensível. Travis tinha pouco mais de vinte e um anos e havia se destacado em seu ano como o capitão da Grifinória e um ótimo artilheiro, mas era consideravelmente jovem para ingressar como titular em um time tão conceituado como o Puddlemore e Olivia sabia que ele considerava tentar outros times mais modestos; assim como sabia que era seu time preferido porque Oliver fez carreira nele. Um motivo que sua mãe poderia não aprovar, mas Olivia o compreendia melhor que ninguém.

A reação da menina não era das mais contidas, mas nunca era quando Quadribol estava envolvido - e certas pessoas. Ela bateu as mãos contra a superfície da mesa, levantando-se quase de imediato e totalmente, ficando curvada sobre a mesa, inclinando-se para o seu irmão. Com o impacto, um pouco do suco de abóbora espalhou-se na toalha da mesa, o que fez Kayla soltar um som de reprovação, mas pouco fez para aplacar a filha.   

SEU IDIOTA! — O xingamento não conseguia esconder a emoção e a animação em sua voz e Travis soltou o riso que esteve segurando durante o café todo. Puddlemore não era o time de Quadribol preferido de Olivia, uma torcedora fiel das Harpias de Holyhead, mas era um segundo favorito. Com o olhar de reprovação que recebeu de Kayla, ela diminuiu o tom de voz, ou ao menos tentou. — Por que não me contou?

Ele apenas deu de ombros, o que apenas irritou a irmã, que detestava ser ignorada. Em resposta, ela o chutou sob a mesa, para forçá-lo a confessar o crime que havia sido não compartilhar com ela que havia sido chamado para fazer uma audição.

Eu provavelmente vou conseguir apenas como reserva, por ser, sabe, muito novo. Há muito que não tem-se um Viktor Krum, mas foi assim que…

Papai começou. — Ambos finalizaram ao mesmo tempo. O nome de Oliver Wood perdurou no ar até que Kayla entrou novamente na conversa.

Já que mencionaram o pai de vocês, ele escreveu. As cartas estão na sala, para aqueles que acordaram tarde demais para ver quando a coruja os deixou. — E ao final, ela mandou um olhar mortal a ambos os filhos e Olivia ficou feliz em saber que Travis também havia se atrasado, dividir a culpa diminui seu peso. Ambos os Wood apenas evitaram a repreensão, trocando olhares de cumplicidade.

Devido ao tempo curto que ainda tinham à disposição, Olivia recolheu o fino - infelizmente - envelope, simples e sem maiores adornos, uma vez que não era do feitio dele, mas que possuía a corrida caligrafia de Oliver Wood atrás. Travis aparatou primeiro, maior de idade e com um talento para a aparatação, ele levou o seu malão enquanto ela aparataria com a sua mãe até King’s Cross.

 

 

Anos e anos sendo trazida a majestosa estação de trem que integrava tanto o mundo trouxa quanto o mundo bruxo e Olivia sempre se emocionaria. A menina tentava esconder, agir normalmente para evitar os mais curiosos dos olhares ou até algumas fofocas; alunos de Hogwarts tendem a ser deveras cruéis ao espalhar rumores. Porém, era inegável a euforia que aquele lugar lhe trazia. Olivia era um ser social, por ser grifinória e um tanto quanto extrovertida, ela gostava de estar cercada de pessoas, por mais que elas não estivessem diretamente interagindo consigo, o barulho a confortava.

Talvez por ser o primeiro passo ao castelo, passando a amargura de ser acordada e de ter o seu status quo modificado, ela poderia se encher de animação novamente em estar começando um novo ano. Seu sexto ano. Como o tempo passava rápido, encarando o mesmo cobrador que há dez anos ocupava esse posto, um sentimento de nostalgia a atingiu, parecia que foi ontem que ela estava entrando pela primeira vez em Hogwarts. Por Merlin, Olivia tinha certeza que em seu sétimo ano ela caíria em prantos no meio de todos e sem nenhuma vergonha arrastaria toda a sua família.  

Os Wood mais velhos, andaram calmamente pela estação de trem, se direcionando à plataforma nove e três quartos que separava o mundo trouxa do mundo bruxo, sem se importar com os olhares curiosos que eram acostumados a receber devido ao que carregavam e Olivia não movimentou um dedo sequer para recuperar o seu malão de Travis até eles atravessarem a plataforma e o imenso Expresso de Hogwarts soltar uma fumaça espessa de aviso, faltavam apenas cinco minutos para ele partir.

A garota estreitou os olhos para a massa de estudantes e parentes que ficavam ao redor, poucos estudantes pelo que ela podia notar, muito provavelmente já estavam embarcando no expresso e garantindo os seus compartimentos. Ela só podia torcer para que suas amigas houvessem encontrado algum ou então que ela pudesse se infiltrar em algum de um conhecido. Pouco lhe interessava observar todas aquelas pessoas, estava apenas conferindo se conhecia alguém com quem pudesse entrar. Foi tirada da sua procura pela sua mãe, que a puxou para perto pelo braço.

Mãe! Eu preciso embarcar no expresso. — Os abraços de Kayla Lewis eram fortes e inclusivos, ela apertava a filha fortemente contra o seu peito apesar de ser uns bons centímetros mais baixa que Olivia. A menina podia sentir os pulmões protestarem depois de um tempo, mas a mais velha recusava-se a lhe soltar. — Por Merlim, mulher. Não é a nossa primeira vez na vassoura!

Pediu um pouco mais exaltada, mas rindo um pouco das ações da sua mãe, que soltou um risinho também, enxugando algumas lágrimas, e acariciando o rosto de Olivia, carinhosamente prendendo uma de suas mechas atrás da orelha.

A menina entregou-lhe um último sorriso provocador, para então virar-se e abraçar fortemente Travis, que a ergueu alguns centímetros do chão em seu forte aperto.

Prometo que dessa vez eu escrevo assim que sair o resultado. Até mais, pestinha. — Com um último olhar à sua família, Olivia embarcou no expresso com o seu pesado malão em seu encalço.   

 

 

Estava quase impossível locomover-se nos corredores do expresso, especialmente carregando seu malão pesado, os alunos das mais diversas idades estavam em sua maioria fora dos compartimentos, se reunindo com amigos ou trocando alguns beijos as vistas de todos. Olivia esbarrou em várias pessoas cujos nomes não poderia lembrar, inclusive pisando no pé de um sonserino alto, por acidente, ele lhe mandou um olhar mortal, mas sendo a garota petulante que atendia pelo sobrenome de Wood, ela recusou a se encolher e apenas lhe entregou uma piscadela, voltando a desaparecer por entre os corpos antes que ele pudesse digerir ou identificá-la.

Estava se provando mais complicado encontrar suas amigas do que estava prevendo, enquanto se esgueirava por entre os corpos, ela bisbilhotava pela janela, procurando faces familiares mas o mais próximo de um conhecido que ela chegou a encontrar, foi um de seus ex-namorados e um dos mais babacas também, Colin Hart, foi necessário alguns segundos de autocontrole para que ela não entrasse naquele compartimento e azarado aquele sorriso brilhante, provavelmente o que ela mais estragaria com um bom furnunculos.

À sua frente, havia um compartimento vazio, provavelmente abandonado, uma vez que em um dos sofás estava umas caixas vazias de sapos de chocolate; a pessoa provavelmente teve mais sorte em encontrar os amigos, resmungou amargamente. Quando uma garota esbarrou em seu ombro, sem nem lhe oferecer um pedido de desculpas, Olivia sabia que era o suficiente. Era inútil caçá-las trem abaixo e já estava se aproximando do fim do expresso, afinal. Abriu a porta e se estabeleceu por ali mesmo, empurrando o seu malão para o canto e retirando o lixo deixado para trás - não sem conferir se a pessoa foi estúpida o suficiente para deixar os cards, nunca se sabe o que esperar.

Estar sozinha logo a deixou entediada, então ela procurou a carta de seu pai para ao menos distrair-se na viagem. Sua vontade, na verdade, era esperar o sono voltar e tirar um cochilo até chegarem ao castelo, mas jovens bruxos não são confiáveis o suficiente para você baixar sua guarda dessa maneira e Olivia tinha experiência com isso, sendo uma vítima de uma pegadinha por ter dormido em seu terceiro ano. Nada demais quando comparado às que se seguiram ou as que ela mesma aplicou, mas com certeza ensinou uma lição.

Abriu o envelope, quebrando o selo que seu pai tanto costumava usar, apenas porque tinha formato de uma goles. A primeira coisa que percebeu, que além de uma carta, uma foto caiu em seu colo, escapando por entre as mãos. Por pirraça, ela resistiu ao impulso de ver a foto e focou-se na carta, nas letras, em sua experiência, o conteúdo desta foto apenas lhe traria dor de cabeça e pontadas de ciúmes.

 

Querida Olivia S. Wood,

Peço perdão novamente pela última vez que escrevi, eu tinha absoluta certeza que tinha endereçado corretamente, a pequena Sophia também ainda não me perdoou pelo acontecido, mas era dia de jogo de Quadribol, - Puddlemore ganhou, aliás, você entende, não é mesmo?

Mas enfim, como foi o seu verão, querida? Se as minhas contas estiverem certas, você vai receber essa carta por volta do dia 1, a volta à Hogwarts, espero que tenha corrido tudo bem, que você não tenha se metido em problemas de novo com os Potter - sim, sua mãe me contou o que aconteceu da última vez. Não conte para ela, mas se foi Quadribol, tem a minha permissão para azarar o garoto. Aliás, quem é o capitão ou capitã desse ano? Você teria me avisado caso tivesse ganho o posto, não é?

Estou te mandando uma foto do meu aniversário, antes que Sophia derrubasse o bolo com magia acidental, você teria adorado essa cena. E ah, Arthur entrou como goleiro, não é incrível?

Que você tenha um ótimo sexto ano,

Oliver Wood.

  

Curtas, breves, eram assim as correspondências entre a garota e seu pai, às vezes Olivia se perguntava se ele tinha ideia do quão desconfortáveis elas eram. Foi o seu único contato com ele esse verão inteiro. Seus outros irmãos com certeza estiveram mais presentes, tinham mães mais liberais, mas Kayla não deixou Olivia nem sequer visitá-lo em seu aniversário, alguns dias atrás. Devia estar acostumada com essa estranha dinâmica familiar, mas cada novo acontecimento não podia evitar ficar frustrada, era sempre assim, o convite silencioso era feito por uma parte, a outra ignorava completamente e Olivia ficava presa entre os dois, sem saber como proceder. Não era que entre seus pais ela escolheria Oliver sem pensar duas vezes, mas ela gostaria sim de passar mais tempo com ele.

Suspirou ao pegar a foto, um sorriso amargo se formando em seus lábios enquanto ela analisava a cena, uma bela cena, feliz até. Qualquer um poderia ver que era uma festa de aniversário, íntima, provavelmente uma comemoração antes das festas que eles costumavam dar. Estavam todos em volta de uma mesa, com um aparente delicado bolo entre eles, uma iluminação amarelada, sorrisos abertos e acenando. No centro, estava seu pai, a idade estava finalmente pesando contra seu tronco e face, havia ganhado algum peso e as marcas dos recorrentes sorrisos estavam mais proeminentes em seu rosto, mas nada que não fosse esperado; Oliver Wood continuava dono do charme que tanto alavancou a sua carreira. Em seu colo, com o sorriso banguela mais aberto que Olivia já viu, estava Sophia, a mais nova dos Wood, com nove anos, até o momento, com suas maria-chiquinhas loiras e olhos brilhantes. À sua esquerda, estava o segundo mais jovem, Henry, de doze anos e grifinório também, o cabelo escuro estava mais longo que no ano passado e ele continuava com as maçãs do rosto mais definidas que ela já vira, do outro lado, estava Arthur, corvinal, que também tinha o cabelo escuro e completou quinze anos no início das férias.

Olivia conseguia prever o dia emocionante que teria sido, ao fechar os olhos, conseguia até mesmo se imaginar entre eles. Eles provavelmente foram a algum jogo de Quadribol, de um time menor uma vez que o campeonato não havia começado ainda, mas apenas como tradição. O sol estava brilhando devido à primavera então estavam todos de bom humor, talvez Oliver os levou ao beco diagonal para tomar sorvete da Forterscue ou fazer compras nas Gemialidades Weasley - essa parte do passeio ela pularia. Seria um ótimo dia, um dia de liberdade, mas claro que ela e Travis, ambos, ficaram em casa. Distraídos por uma desculpa qualquer de ir visitar uma tia que sua mãe inventou.

Os olhos de Olivia se estreitaram ao observar novamente Arthur, na carta, seu pai comentou que ele havia entrado para o time da Corvinal, em nada mais, nada menos, que como goleiro. Era inevitável sentir uma pontada de ressentimento do irmão. Até então, Olivia era a única a ter assumido a posição de goleira - Travis era artilheiro e Henry tendia a ser um também -, e sempre foi a conexão exclusiva que ela tinha com Oliver, querendo ou não, sempre que ele se referia a ela a algum conhecido, era como a filha que seguiu seus passos, se tornou goleira e vai ser capitã do time um dia. Ela adorava notar o quão orgulhoso ele soava quando proferia essas palavras. Agora, ela perderia esse posto, e tudo porque o idiota do Arthur entrou como goleiro. No próximo jogo, faria questão de arrasar com ele.  

Estava tão concentrada em seu ressentimento e irritação com seu irmão, que se assustou quando alguém abriu a porta do seu compartimento, a retirando de seus pensamentos. Em um impulso, ela atirou a primeira coisa que suas mãos tocaram - a foto - no invasor. O papel leve mal encostou no peito do rapaz encostado na porta, que apenas lhe mandou um sorriso tão familiar e tão indesejado.

Nossa Wood, já é o seu dia do mês ou isso é apenas um adiantamento?

Claro que James Potter seria aquele que viria tirar-lhe o tédio.  


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Notas finais do capítulo

- Então, o que acharam?? Comentem, por favor, estou disposta a conversar sobre qualquer assunto!

— Como sabem, eu gosto de basear meus personagens em pessoas conhecidas, segue a lista: Olivia (Willa Holland), Travis (Gregg Smith), Arthur (David Mazouz), Henry (Finn Wolfhard) e claro, James (Aaron Taylor-Johnson).



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