Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756191/chapter/5

Castle estava com a cabeça estourando de dor, pois, as notícias eram péssimas.

Ele se levantou da cama e foi ao banheiro. Tomou uma ducha e tentou fazer com que o jato d’água levasse embora todo o cansaço, a tristeza, as dores e tudo o que dizia respeito a falta que Kate lhe fazia.

Em seguida foi para a cozinha e, mesmo sem fome, se alimentou e tomou um comprimido para dor de cabeça e um comprimido de relaxante muscular e um calmante, pois sua alma e seu corpo e estavam doloridos como se ele tivesse sido atropelado ao mesmo tempo por um tanque de guerra e um rolo compressor.

Voltou para a cama e deitou. Ficou arrumando as ideias e analisando tudo que havia acontecido. Refletiu sobre tudo o que Kate dissera. Pensou sobre a preocupação dela com relação a ele. Ela afirmara que ele corria risco de vida se ficasse com ela, tendo em vista que o LokSat os ameaçava.

Por mais que Castle dissesse que a ajudaria, Kate não aceitou e, para protege-lo, ela fugiu e desapareceu sem deixar rastro. Não avisou nem mesmo à NYDP.

Mesmo com todos esses pensamentos martelando na sua cabeça, Castle dormiu, pois, os comprimidos fizeram efeito.

Devido aos medicamentos, o sono do Castle ficou pesado rapidamente, porém, quem o visse dormindo naquele momento, perceberia que ele devia estar tendo pensamentos ou sonhos maravilhosos, pois seu semblante era leve e as vezes até sorria.

.... .... .... .... ....

 

Kate e Castle já se conheciam há dois anos e meio e estavam em mais um caso de homicídio na cidade de Nova York. Desta vez tentavam solucionar o assassinato de um motorista de táxi.

 

Durante todo o caso Castle percebeu que a Kate estava tensa ao manusear com muita frequência o seu aparelho de telefone celular e, aparentemente, demonstrava estar triste e chateada por não encontrar novas mensagens. Ele sempre fora muito curioso, mas não conseguiu ver, muito menos saber de quem era a mensagem que ela tanto procurava.

 

No entanto, mais tarde, naquele mesmo dia, ele encontrou o Josh e a Kate encostados em uma mesa da delegacia, mantendo uma conversa que mais parecia uma briga silenciosa e discreta, pois, na fisionomia da Kate, dava para ver que ela estava irritada.

 

Assim que Castle se aproximou, Kate se levantou e disfarçou e logo em seguida se despediu do namorado, dispensando-o polidamente. Assim que passou por Castle, o médico o cumprimentou.

~~~

Desde o início, por puro ciúme, Castle detestara o namorado da Kate e não gostava de vê-la triste ou chateada por causa daquele homem e era óbvio que o doutor-garoto-da-moto era o motivo da infelicidade da Detetive porque, segundo ela, Josh vivia em viagens humanitárias e nunca estava a disposição do relacionamento deles.

~~~

Castle comprovara suas suspeitas quando, durante o caso da morte do motorista de táxi, fora isolado com Kate em uma tenda por terem sido expostos a alto nível de radiação quando entraram em um depósito privativo e abriram um pequeno contêiner com pequenos sacos plásticos com conteúdo radioativo. 

 

No momento em que estavam isolados, sentados frente a frente, Beckett estava triste e Castle tentou animá-la, então começou a falar de teorias loucas que chatearam Kate e ela reclamou, portanto, mudou de assunto.

 

— Onde está o Josh? – Castle fora direto.

 

Como por milagre, ela não censurou a pergunta, muito pelo contrário, ela o encarou com olhar desanimado e respondeu - O Josh está a caminho do Haiti para participar de uma missão dos Médicos Sem Fronteiras.

 

Triste, ela confidenciou ao Castle que estava triste porque nunca conseguia se relacionar.

 

— Ah! – Kate demonstrou estar desolada – Sabe o que eu preciso, Castle? Eu preciso de uma pessoa que queira ficar comigo e que eu queira ficar com ele, sempre juntos.

 

Assim que Castle a ouviu dizer aquilo seu coração se encheu de esperança, então ele se levantou e, com delicadeza, fez com que ela também se levantasse e pegou as duas mãos dela...

 

Pega de surpresa, Kate não reagiu e aceitou o carinho e demonstrou estar gostando.

 

Castle fez um carinho no rosto e nos cabelos de Kate e abriu seu coração em um momento que ele entendeu ser uma oportunidade única.

 

— Não sei se você já percebeu, Kate, mas eu estou junto de você... Estou do seu lado e muito disposto a caminhar junto com você aonde você decidir ir e te juro que eu ficaria imensamente feliz se você pensasse igual a mim e também quisesse seguir comigo no meu caminho. O seu caminho será o meu caminho e o meu caminho será o seu caminho. Posso estar sendo precipitado e talvez este nem seja o momento ideal, mas eu estou esperando isso há tanto tempo que não vejo porque esperar mais e vou fazer deste o melhor momento... – ele respirou fundo e viu que aquele tinha que ser o melhor momento, sim – Kate, eu te amo e vejo que você gosta de mim... Ah, tá... Talvez goste de mim apenas para amizade, mas não custa tentar... Bem, nós nos respeitamos e não é preciso ser muito perspicaz para captar que sentimos uma forte atração e admiração um pelo outro não só no lado profissional mas também no lado pessoal e, sendo bastante audacioso, eu sinto que você também pode me amar. 

 

Como um bom observador que era, Castle sentiu que suas palavras chegaram como uma bomba maravilhosa e espetacular não só nos ouvidos, mas também no coração e na mente de Kate, pois seus olhos brilharam, suas sobrancelhas se ergueram, suas narinas incharam e ela passou as mãos nos cabelos, tensa. 

 

— Castle!... Eu...

 

Ambos estavam completamente atentos na conversa e emocionados com o andamento daquele assunto e, de uma forma muito natural, Castle acariciou os cabelos e o rosto de Kate e deu um selinho nela e, sem encontrar resistência, a beijou. O beijo aconteceu, inicialmente lento, tímido e assustado.

 

Tendo-a finalmente nos braços e com seus lábios colados aos dela, ele sentiu que Kate aceitou bem o beijo, mas logo se assustou um pouco e afastou o rosto, mirando-o profundamente nos olhos.

 

Neste olhar, Castle podia jurar que Kate viu amor, coisa que ele tinha certeza que ela não conseguia enxergar nos olhos do Josh. Então, com um misto de medo e sede de ser amada ela  fechou os olhos e se entregou novamente aquele beijo carregado de amor, carinho e paixão, sentimentos lindos que ela sentia falta no relacionamento vazio que ela mantinha com o médico motoqueiro e agora percebia que era sem sentido. 

 

Quando Castle sentiu que Kate abriu os lábios, deixando-se invadir, ele quase não conseguiu acreditar, mas se deliciou com a sensação de saboreá-la e desfrutou do beijo.

 

O beijo e os carinhos do casal prosseguiam e, para ambos, parecia um sonho até que um flash de realidade chegou à mente de Kate, que, assustada, interrompeu o beijo e se afastou um pouco do escritor.

 

Ele ainda a mantinha presa em um abraço, quando ela, tensa, visivelmente afetada pelo beijo, declarou – Desculpa, Castle, eu fui errada... A gente não pode... – ela sofria – a gente não deve... Eu... Eu tenho um namorado.

 

— Mas ele nunca está com você quando você precisa dar e receber carinho ou mesmo conversar... – Castle anunciou – Além do que, Kate, seja sincera... Você não o ama... Você se acostumou a ser namorada dele, que aliás é um namoro à distância, pois ele vive viajando, como você mesma disse, fazendo viagens humanitária com os Médicos Sem Fronteiras.

 

— Mas... – Kate estava assustada.

 

— Kate, eu te amo!

 

— Não podemos...

 

Kate não prosseguiu porque naquele momento eles ouviram o barulho do galpão se abrindo e rapidamente se afastaram no momento exato em que entrou um especialista em radioatividade e afirmou que Kate Beckett e Richard Castle não haviam sido contaminados e, por isso, foram liberados, voltando para a delegacia e não tocaram mais no assunto sobre o beijo, amor e sentimentos, no entanto quando os olhares dos dois se cruzavam, estava carregado de paixão e era nítido que ambos pensavam naqueles assuntos íntimos.

 

No meio do caso descobriram que os criminosos tinham uma bomba com cobalto-60 altamente radioativo que poderia explodir Nova York.

 

Só que a dupla “Detetive e Escritor” foi expulsa do caso porque, com o consentimento de Kate, Castle se encontrara com um homem do Consulado da Síria que, no entendimento do Governo dos Estados Unidos, ele não podia ajudar em nada, somente atrapalhar.

 

Excluídos do caso, a dupla fez do Loft o novo quartel general, tentando resolver o caso e lá deduziram que a camionete com a bomba estava em um galpão e foram até lá e, por infelicidade, ficaram presos em um container congelador. 

 

Tentaram sair dali, sem êxito e, para piorar a situação, o sinal do celular não alcançava ali dentro, impedindo-os de pedir ajuda.

 

Aflita, Kate se aconchegou nos braços do Castle. Ambos estavam sentados no chão do container – Eu queria que isso fosse um dos seus livros e aí você poderia mudar o final.

 

— Me perdoa, tá, por ter tido essa ideia maluca e por ter te envolvido nisso. – Castle estava arrasado – Se eu não tivesse tido essa teoria, você não estaria aqui e não estaríamos correndo perigo de morreremos congelados.

 

— Não, você estava certo, Rick. – ela se aninhava mais nos braços dele – Achamos a bomba, só que tarde demais e eles foram mais espertos e nos trancaram aqui. Castle, obrigada por estar aqui comigo. – ela falou com a voz amorosa.

 

Estavam ali já há mais de uma hora e o frio aumentava a cada segundo – Eu não vi o tempo passar e já estamos quase congelando... A única coisa que me interessa agora é pensar em você, poder sair daqui e poder ficar com você o resto da nossa vida lá fora. – Castle se declarou abertamente – Eu te amo, Kate, e quero ficar com você. Deus vai nos livrar daqui e quero ficar com você para sempre. Nunca mais eu quero ficar longe de você. – Castle a puxou para o seu colo e a abraçou e ela não resistiu.

 

— Não diga isso, Castle, pois você sabe como a nossa situação é difícil.

 

— Difícil... como?? Você não quer ficar comigo? 

 

— Não é isso... Neste momento, Castle, quase congelando aqui no seu colo e nos seus braços, eu tomei coragem para aceitar que você é o homem mais maravilhoso mas correto do mundo e é isso o que eu mais quero na minha vida... Sim, eu também te amo e eu quero ficar com você. - ela o olhou com medo – Mas...

 

— Mas... Mas o que, Kate? Você não pretende terminar o seu namoro com o Josh?

 

— Castle, por enquanto estamos trancados aqui nesse frigorífico não podemos sonhar com muitas coisas então a única coisa que eu lhe peço é quem me abrace. – Kate estava com muito frio e sua voz quase não saía, pois sentia seus pulmões fraquejarem.

 

Após declarar seu amor ao Castle, Kate perdeu os sentidos nos braços dele no momento em que ela fazia carinho no rosto do moço e, mesmo congelando, ele se desesperou – NÃO! Kate, fica comigo. Fica comigo!

 

Minutos mais tarde, Castle também desmaiou.

 

Eles foram encontrados por Esposito e Ryan e, por desacerto do destino, o médico plantonista que os salvou foi Josh.

 

O primeiro rosto que Castle viu ao voltar a si, foi o doutor-garoto-da-motocicleta.

 

— Josh! – Castle ficou surpreso – Mas você não deveria estar a caminho do Haiti?

 

— Eu desisti de ir... – ele ironizou, pois sabia do interesse dele na sua namorada.

 

— Onde está Kate?

 

— A “minha namorada” está lá fora. – Ele frisou as palavras “minha namorada” com o objetivo de espezinhar o Escritor.

 

Assim que lhe retiraram as agulhas dos medicamentos e soros, Castle saiu da ambulância e foi sozinho se encontrar com Kate e ambos estavam agasalhados com grossos cobertores – O doutor-garoto-da-motocicleta retornou. – Castle torceu a boca visivelmente enciumado – O que isso significava para você, Kate?

 

— Ele desistiu da missão no Haiti para poder ficar aqui e caminhar comigo do jeito que eu queria. – Kate respondeu e apertou os lábios, tensa, demonstrando toda sua dúvida com relação ao seu futuro com o médico.

 

— Sim, Kate, ele desistiu da missão do Haiti... Mas a questão é: Você ainda quer continuar caminhando com ele?

 

— Eu...

 

Ela não teve tempo de responder porque os dois foram chamados pelo chefe da missão e nesta conversa foram repreendidos por terem desobedecido as ordens e não se afastarem do caso.

 

Após a reprimenda, Kate pediu autorização para que ela e o Castle retornassem ao caso, mas o chefe da equipe disse que naquele momento somente o médico que os atendeu poderia responder àquela pergunta. 

 

Castle ficou chateado, porque assim que Kate ouviu aquela resposta, ela deu um sorriso maroto e se dirigiu para o Josh e assim que chegou perto do namorado, este a abraçou.

 

Esta cena causou um mal-estar no Castle e isto não passou despercebido ao chefe da missão – Interessante! A primeira vez que eu vi você e Detetive Kate Beckett eu pensei que vocês dois estavam juntos como casal...

 

— Ah... Somos amigos... – ele não conseguiu falar mais nada, muito menos sorrir.

 

Sem esperar resposta o chefe avisou que eles tinham que se cuidar já que pretendiam retornar ao caso.

 

Após terem ido para suas respectivas casas a fim de se aquecer e trocar de roupa, eles retornaram ao distrito e quando se reencontraram os dois ficaram estranhos por conta de tudo que passaram juntos... Beijos... Carinhos e as juras e as palavras de amor. 

 

Como de costume, Castle levou dois copos de café, uma para ele e outro para ela e ficaram sem assunto.

 

— Você está bem? - ele perguntou, pois a situação continuva estranha entre eles.

 

— Tudo bem... – ela respondeu sem passar verdade.

 

Quando descobriram que Azirah, a viúva da vítima, estava guiando a van que levava a bomba e sua bebezinha e ficara como refém para o caso dela não cumprir a tarefa, Kate e Castle foram ao encontro da van de Azirah e no caminho, o clima ainda era tenso, discutiam por qualquer coisa. 

 

Encontraram Azirah e conseguiram desarmar a bomba no momento em que o Castle, desesperado, puxou todos os fios.

 

Assim que se viram livres da bomba os dois se abraçaram apertado e um novo e apaixonado beijo aconteceu, mas foram interrompidos por Azirah.

 

O casal, mais uma vez se afastou e ficou desconcertado.

 

Na delegacia era grande a alegria de todos e por isso celebravam o final do caso, mas Castle percebia que Kate, apesar do último beijo no momento do desarmamento da bomba, ainda estava estranha, contudo, queria quebrar aquele clima, então a chamou para conversar a fim de convidá-la para sair e esclarecer de uma vez por todas aquela situação entre eles.

 

— Que dia louco! - Castle iniciou a conversa, tenso, mas visivelmente feliz e ansioso para sair dali e tê-la novamente nos braços.

 

— Ah, nem me fale... - Kate reagiu, também tensa e constrangida. 

 

— Eu estava pensando... Eu estava pensando... Em ir para casa... Dormir um pouco... O dia foi longo.

 

Kate achou estranha aquela manifestação do Castle. Ele começou a falar animado e logo ficou gaguejando e mudou de assunto. Naquele momento sua feição mudou um pouco, pois, de feliz e ansioso, mudou para tenso e triste. Ela estava ansiava por um convite, mas, de um momento para o outro, ficou triste ao vê-lo partir sem nem mesmo conversarem sobre o que tinha acontecido entre eles naquele dia.

 

Mas não podia fazer mais nada.

 

Ela apenas conseguiu dizer um "Boa noite" com voz e feição tristes. 

 

Ao ver o Castle partir, Kate foi surpreendida por Josh que chegou sem avisar e a abraçou por trás. 

 

Abraçada ao namorado, Kate ficou posicionada de um jeito que não perdeu a visão do Castle andando para o elevador e indo embora. Quando ele entrou no elevador, ele prendeu seus olhos nos olhos dela que demonstravam tristeza por ela estar sendo abraçada pelo namorado.

 

Imediatamente Kate entendeu o porquê do Castle ter mudado de repente de assunto. Com certeza ele viu o Josh se aproximar então ele preferiu não ir adiante com outro assunto e foi embora.

 

Aproximadamente uma hora mais tarde, ainda triste porque não estava com a Kate, Castle já estava em casa tomando uma dose de whisky quando recebeu uma ligação de Kate. Ele até pensou em não atender a ligação telefônica, mas queria, pelo menos ouvir o que ela tinha a dizer.

 

Assim que atendeu, ele nem teve tempo de falar nada, pois Kate foi mais rápida – Oi, Castle. Você pode vir aqui no meu apartamento agora?

 

— Fazer o que, Kate? – Ele foi seco – Cadê o Josh?

 

— Eu vou repetir: Castle, você pode vim aqui no meu apartamento agora? 

 

— Estarei aí em vinte minutos.

 

Quando Castle deu três batidinhas na porta do apartamento da Deteteive, ela abriu sem nem mesmo perguntar quem era e assim que ela o viu, ela o puxou para dentro, fechou rapidamente a porta e se jogou nos braços dele – Me perdoe, Rick. Sinto muito! Eu sinto muito! Eu não sabia que o Josh iria me procurar na delegacia. Eu estava louca para conversar com você... Eu queria sair só com você para conversarmos sobre nós... Sobre tudo que aconteceu com a gente hoje e sobre os nossos sonhos.

 

Mesmo pego de surpresa com aquela recepção calorosa ele a apertava forte nos braços e aproveitava todo o carinho e paixão que ela lhe ofertava. O beijo aconteceu naturalmente, só que agora com mais paixão.

 

Desta vez foi Castle quem a afastou de si – Kate, o que aconteceu? E o Josh?

 

Sem sair do abraço, ela murmurou em tom de justificativa – Ah, Castle, assim que você saiu da delegacia, eu fiquei arrasada porque eu queria ter ido com você.

 

 

— Mas você saiu com o Josh...

 

— Sim, eu saí com ele, mas não o trouxe para o meu apartamento. Não! Eu o chamei para uma cafeteria próxima ao distrito, mas é uma que nós nunca vamos, Castle, ou seja, ninguém me conhece. Eu falei para ele que eu até gostava da companhia dele, mas que não era amor. Falei com ele sobre os meus anseios como mulher e que ele não conseguiu me alcançar, inclusive por conta das dezenas de viagens humanitárias que ele fazia. E falei que achava lindo o trabalho dele, mas que não era isso que eu queria para minha vida. Falei que eu quero um homem inteiro ao meu lado. Falei também que eu queria seguir o mesmo caminho deste homem e já não queria que ele, o Josh, seguisse o meu. – Castle prestava atenção a cada palavra da Detetive – Nem foi preciso eu dizer para ele que eu te amava... Ele foi irônico e falou logo que esse homem era você. – “Esse homem é o Escritorzinho”...— Kate imitou a voz do médico riu e deu um selinho no Castle – Eu disse que ele tinha acertado, só que não era Escritorzinho e sim, o melhor Escritor do mundo, o homem mais íntegro e mais maravilhoso que eu conhecia e que era o homem que eu havia escolhido.

 

Divertindo-se do modo como ela o defendeu, Castle a apertou nos braços e beijou o pescoço dela – Ele foi grosso com você?

 

— Ah, tudo bem, eu me levantei e saí da cafeteria. Ninguém ali me conhece mesmo.

 

— Mas se ele foi grosso com você, eu vou...

 

— Esqueça o Josh! Ele é passado! Você não vai fazer nada, Rick... Não precisa. Aliás, a única coisa que você vai fazer, é me fazer feliz, pois eu não posso abrir mão de você e do nosso amor, porque hoje em dia, amor de verdade é artigo de luxo e eu encontrei o meu e acredite, você encontrou o seu. Eu te amo muito, meu escritor favorito!

 

Ele a carregou nos braços e foi entrando pelo apartamento até chegar o quarto dela e a colocou em pé, junto à cama.

 

Com ansiedade, mas com muito amor, eles se abraçaram e se beijaram. Lentamente ele foi retirando peça por peça das roupas dela até deixa-la de calcinha e sutiã e cada parte que ficava desnuda, ele beijava e acariciava – Kate, como você é linda! Eu imaginava isso, mas ver, tocar e beijar é muito melhor do que apenas imaginar.

 

Ela também passou a despi-lo. Após tirar o blazer e a camisa social do Castle, ela ficou impressionada com o peitoral largo dele – Meu Deus! – ela passou a mão para acariciar tórax dele e beijava a pele e os mamilos dele, lambendo-os, deixando-o excitado – Isso tudo é só meu agora!

 

— Inteiramente seu, de mais ninguém e você é só minha. – Eles se deitaram na cama e os beijos, as carícias se intensificaram. As roupas íntimas também foram dispensadas e em pouco tempo se preencheram e passaram a se movimentar sem reservas, sem timidez e sem limites. Eles faziam sexo com muita paixão, muito carinho e, acima de tudo, com muito amor e, como prêmio, tiveram um orgasmo glorioso.

 

Recobrando a respiração agitada, Castle trouxe Kate para um abraço apertado – Ainda não acredito que estamos aqui.

 

— Pois é, você está aqui na minha cama e acabamos de fazer amor e eu também não estou acreditando que finalmente aconteceu o que eu sonhei tanto.

 

— Sério que você sonhou com isso? – Ele indagou e sorriu.

 

— Ah, sim, senhor! Sonhei muito, mas eu achava que era algo completamente impossível de acontecer porque você estava fora das minhas possibilidades pois temos vidas completamente diferentes e que você me queria apenas para algumas noites e depois, me dispensaria...

 

— Ah, só se eu for maluco de te dispensar, depois de tanto trabalho para te conquistar. E eu pensando que você nem me enxergava... Que o seu hobby era me espezinhar, me expulsar do Distrito e ameaçar me dar um tiro. – Eles riram – Pois fique a senhorita sabendo, que se depender de mim, vamos ficar juntos para sempre porque eu te amo.

 

— Eu também te amo, Rick.

.... .... .... .... ....

 

Castle acordou e se sentou rapidamente na cama, procurou Kate e não a encontrou. Na mesma hora se coração apertou, pois viu que tivera um sonho. Um lindo e maravilhoso sonho com Kate. Ele tivera um sonho lindo... Uma linda recordação do dia maravilhoso e inesquecível em que eles se declararam e finalmente começaram a namorar.

Castle tivera um sonho, só que fora um sonho de acontecimentos felizes e reais, pois tudo realmente acontecera. Só que agora Kate desaparecera.

Ele olhou em volta e a primeira coisa que viu foi o celular de Kate. Constatou a dura realidade: Ela realmente desaparecera da sua vida.

Castle passou as mãos pela testa, pela nuca e pelos cabelos e ficou pensativo – Não vou entregar os pontos. – ele pensou alto. – Vou fazer um planejamento estratégico bastante inteligente para encontrar você, Kate.

 Ele se sentou com os pés para fora da cama e continuou refletindo. Teria êxito e isso não tinha dúvida. Formaria uma equipe. Tinha certeza que poderia contar em tempo integral com a Hayley, afinal de contas ela era incrível e já trabalhava para ele. Também contaria com Alexis quando ela não estivesse na Faculdade ou em atividade de estudos. Tinha certeza que Esposito e Ryan não se negariam a ajuda-lo nas horas vagas, a não ser que o novo Capitão que chegasse para substituir Kate fosse tão desagradável quanto a Gates. Sabia também que a Lanie se ofereceria para encontrar a amiga. Iria tentar não pedir ajuda ao Vikram, pois nunca houve empatia entre eles. Contudo, sabia que o cara era muito bom com o computador, e pode sentir na mensagem de Kate que ele sabia, sim, alguma coisa. Tinha quase certeza que ele podia saber algo sobre a nova identidade de Kate.

Mas, caso Vikram negasse qualquer informação, ele sabia que podia contar com a Hayley. Ela sim, era digna de confiança, além de ser uma expert em internet, em armas e em luta.

Como não tinha cabeça para bolar nada ainda, tinha que se ocupar com alguma coisa. À noite tentou ver filmes para se distrair, mas não conseguia se concentrar em nenhuma cena e em nenhum personagem, pois sua cabeça estava em Kate. Decidiu, então, brincar de vídeo game, mas nenhum dos jogos prendeu sua atenção e morria ou perdia nos primeiros minutos. Não conseguiu passar para a próxima fase em nenhum dos jogos. Tentou vários... “Doom!”, “Dishonored 2”, “Uncharted 4: A Thief's End”, “Final Fantasy XV”, mas tudo em vão e até escolheu as fases iniciais, próprias para crianças, mas mesmo assim perdia fácil. Desligou o jogo e seu pensamento recaiu em Kate. Tentou um livro. Pegou um exemplar de um dos seus autores preferidos. Edgar Allan Poe. Sentou-se na sua poltrona e começou a ler. Quando deu por si, já estava na quinta folha e não se lembrava do que tinha lido, pois estava completamente alheio. Desistiu. Levantou-se e devolveu o livro à prateleira. Ficou morrendo de vontade de telefonar para Lanie e desabafar, mas sabia que não podia fazer isso com a amiga, pois ambos não podiam fazer nada e ao invés de uma pessoa triste e sem dormir, seriam duas.

Sua cabeça voltou a doer e sabia que precisava dormir. Tomou um novo comprimido para dor de cabeça e um calmante. Sabia que estava se auto medicando em excesso e isso era errado, aliás, muito errado, mas seria somente naquele dia. Não iria se viciar ou tentar fazer bobagem. Jamais!

Tomou um novo banho relaxante e foi para a cama. Pegou seu iPad, acessou a galeria de fotos e comandou as fotos dele com Kate para passarem em slideshow. As primeiras fotos começaram a passar e as lágrimas de Castle começaram a descer. Ele sabia que não tinha para onde correr, pois ainda estava tudo muito novo. Era um sofrimento que ele teria que passar e não podia queimar etapas. Ficou assim por algum tempo até que o calmante fez efeito e dormiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo


Link da imagem: https://n1.picjoke.net/useroutputs/998/2018-03-06/1-pt-e165dc84e77d26e76eff9a4c58825887.gif



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fuga em nome do amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.