Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 29
Capítulo 29




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Kate se sentia mais segura e revigorada a cada novo dia de trabalho e mergulhava nas investigações da mesma forma que antes, completamente apaixonada pelo serviço, sem, contudo, deixar de lado sua família que era sua prioridade.

Em uma linda sexta-feira, dois meses após o retorno de Kate às suas atividades profissionais, ela e Lanie estavam almoçando em uma maravilhosa cantina italiana nas proximidades da Delegacia. Aquele restaurante era muito bem frequentado e era especializado nas genuínas massas e molhos exclusivos da Itália e eram também mestres dos melhores gelatos romanos, com todo tipo de cobertura.

Na mesa delas, como em todas as demais, havia um suporte fixo com uma grande variedade de molhos específicos para as massas italianas e farto sortimento de coberturas para sorvetes.

Enquanto se serviam das guloseimas, as amigas conversavam felizes.

— Amiga, que dificuldade fazer o meu Javi entender que este almoço era apenas entre amigas e que ele não seria bem-vindo. – Lanie se divertia ao explicar e Kate ria muito do modo como a médica o fazia, cheia de caras e bocas, interpretando as expressões do marido.

— Ah, como estes nossos maridos parecem crianças... O Castle fez igualzinho... Você acredita que ele queria porque queria almoçar comigo e com você? Por mais que eu dissesse “não”, ele insistia e no final, acredite, Lanie, ele  disse que ficaria em silêncio e que nós duas nem iríamos notar que ele estava presente!!??... Imagina isso...

As duas riam das graças dos seus respectivos maridos e se deliciavam com as iguarias italianas.

— Ah, amei a escolha do meu prato! Que delícia este espaguete com camarões e legumes. Pena que já estou acabando de comer. – Lanie afirmou – Kate, você que ama camarões, iria adorar... Aliás, nem entendi porque você não escolheu este prato.

— Ah, eu amo camarões, é verdade, mas ultimamente não estou conseguindo nem pensar em camarões, quanto mais comer. Até o cheiro do seu prato está me provocando náuseas... – A Capitã fez um trejeito de repugnância ao falar e pôs a palma da mão na boca em sinal de náusea. Fechou os olhos, respirou fundo e logo bebeu um gole d’água.

— Ah, eu já estou terminando... Tudo bem com você, Kate? – Lanie indagou ao perceber a indisposição da amiga.

— Ah, estou ótima! Obrigada! – Kate respondeu.

Passados alguns segundos, as duas voltaram a comer normalmente.

 – Hummm!! – Kate se serviu do seu prato – Que delícia estes rolinhos de porco à moda Lucana... – desta vez ela fez uma expressão de que a comida estava saborosa – Está picante! Uma delícia, Lanie. Em uma das viagens que fiz com o Castle para a Itália, nós fomos à Lucânia, bem ao sul de Nápolis, e foi lá que eu conheci este prato. Adorei!

— Da próxima vez eu vou escolher este seu prato, Kate, pois você está comendo com um prazer que dá gosto de ver.

— Você não vai se arrepender, Lanie.

— E aí, amiga, mudando de assunto... Já fazem dois meses que você voltou à rotina de trabalho do Distrito. Como estão as coisas com você e com o serviço? E a terapia, Kate, você continua, não é?

— Na delegacia  é  só sucesso, Lanie, e o pessoal do distrito me recebeu tão bem... Você participou e viu... – Kate mostrou-se satisfeita – Não foi somente naquele dia em que eu cheguei... Não! O pessoal é ótimo... Tanto os antigos que eu já conhecia, quanto os novatos. Uma maravilha!!! E eu já me acostumei completamente e já peguei o rítimo... Tipo, tudo é para ontem, pois tanto o Prefeito quanto o Comissário Montgomery querem os casos de homicídio resolvidos o mais rápido possível. E como se não bastasse, a Gates de vez em quando me telefona da Corregedoria para cobrar algumas coisas... Haja paciência, viu... Mas o pior de tudo é que estes dias meu padrão de eficiência baixou bastante, Lanie, pois estou com tanto sono, como se eu não dormisse à noite.

— Uauuww!!! Você e o escritor ficam fazendo amor a noite toda, é isso? O tempo passa para todo mundo, mas pelo que percebo, menos para o Castle, não é?... Ele continua com a mesma energia de sempre... E você, eihm, mocinha, não fica atrás... – Lanie provovava a amiga e as duas riam.

— Não vou mentir... Eu e o Castle somos loucos um pelo outo e temos muita paixão... A gente faz amor, é verdade, mas não é assim a noite toda. Ah, Lanie... Claro que não... – Kate riu –  Mas não sei porque eu estou com tanto sono... Lanie, você acredita que esta semana, por duas vezes, eu estava lendo relatórios de casos encerrados com êxito, quando dei por mim, eu estava cochilando... Isso nunca aconteceu comigo. – Kate narrava a cena e demonstrava estar pasma – Resultado, haja café, e o pior é que o Castle não está todos os dias lá comigo e o meu café não é gostoso como o dele.

— Que coisa! Quer dizer que você não sabe o porquê desse sono todo, eihm, garota... – Lanie zoou – Acho que você não quer me dizer... Mas o meu palpite é que o Escritor não está de deixando, dormir. Ele é esse homem todo, é? É um supre-homem! – Lanie insistia na zoação.

— Eu já te disse, amiga, mas já vi que você quer que eu seja mais explícita... – Kate sorria – Não vou negar que o Castle é incansável e eu também adoro... Ah, eu não vou mentir... – ela riu – Nossas noites são maravilhosas, mas fazer sexo nunca me deixou quebrada no dia seguinte, Lanie. Pelo contrário, eu fico com muita energia... Mas, como eu já te falei antes, não ficamos fazendo amor a noite toda... O que eu acho, amiga, é que eu estou cansada mesmo... É que nunca tivemos tantos criminosos e tantos casos de homicídio lá no distrito.

— Ah, Kate... Sempre foi assim, não é? E agora só piorou... – Lanie fez um trejeito no rosto demonstrando cansaço também – Lá no Necrotério, por exemplo, eu tenho que me virar em mil para fazer os exames em tempo recorde. Mas, deixando de lado seu sono, os casos de homicídio e suas noites de sexo com o Escritor... Fale para mim sobre a terapia com o Dr. Burke... Como é que você está reagindo?

As duas haviam terminado de almoçar e estavam na sobremesa. Ambas saboreavam gelatos deliciosos.

— Olha, amiga, estou me sentindo ótima com o sucesso da terapia.  Outro dia eu e ele estávamos pesando os prós e contras da análise e vi que devo continuar com o tratamento, pois o Dr. Burke me alertou de um fato interessante. Ele disse que algo, alguém ou até mesmo um simples barulho poderiam gerar uma forte lembrança do sequestro e das torturas que sofri. E desencadear um abalo emocional no momento, Lanie, é tudo o que eu não preciso. Seria retroceder, e, deste modo, mesmo tendo conhecimento de que isso jamais possa acontecer, pois já me sinto livre dos medos e dos traumas, eu vou semanalmente lá no consultório dele. Resumo: Vou continuar com a terapia.

— E o Castle, o que é que ele diz de tudo isso?... De você continuar na terapia...

— Lanie, o Castle é o melhor marido que eu poderia ter. Ele foi um presente de Deus para a minha vida. Além de todo o amor que temos um pelo outro, toda a cumplicidade que nos envolve, etc, etc, etc, ele é uma pessoa que eu posso contar para qualquer coisa. Mas qualquer coisa mesmo, amiga. E eu converso com ele sobre tudo e ele me apoia em tudo, sem exigir condições e quando eu falei com ele que queria permanecer na terapia ele apenas me perguntou se eu me sentiria mais segura em continuar e quando eu respondi que “sim”, ele concordou na hora.

— Eu sempre achei lindo o amor que ele tinha por você... Você não acreditava, você se lembra? – Lanie riu ao se recordar da teimosia da amiga em aceitar o amor do Escritor – Ele é um fofo e vocês dois fazem um casal lindo. Hey, amiga, vocês falam de tudo, sem reservas?

Kate franziu a testa antes de responder de forma positiva – Sim. A gente não esconde nada um do outro, Lanie, mas não é porque o outro exige... Não é isso... É apenas porque sentimos necessidade de compartilhar.

— Que fofo! Ah, então quer dizer que a senhora já contou ao Castle que está grávida, não contou, Kate?

No exato momento em que ouviu aquela assertiva, Kate largou os talheres sobre seu prato e olhou a amiga como se estivesse diante de um extraterrestre. Kate franziu a testa e o nariz em sinal de curiosidade – Ãããnnhh!! Como é que é, Lanie?

— Você está grávida, querida!

— Ãããaahhnnn!! – Kate arqueou os lábios, balançou lentamente a cabeça em sinal de deboche, pois achou engraçado o comentário de Lanie – Uaauuwww!!! Quer dizer que a medicina evoluiu tanto assim a ponto de você saber que eu estou grávida somente porque olhou para mim, é isso? – Ainda que um pouco tensa com o assunto, Kate riu da expressão que a médica fez.

— Então você não contou nada para o seu marido. – Lanie concluiu.

— Lanie, eu não contei ao meu marido acerca da gravidez simplesmente porque eu não estou grávida. Mas, querida, mate a minha curiosidade... – Kate sorriu – Porque você acha que eu estou grávida?

Lanie revirou os olhos – Querida, não é que eu ache que você esteja grávida...

Kate sorriu feliz porque a amiga reconheceu que o erro – Ah, bom... Beleza!

— Você ESTÁ grávida, Kate!

Kate voltou a se deliciar com o gelato e continuava contestando – Cada doido com sua mania... Se você agora cismou que eu estou grávida, não posso fazer nada.

— Pode sim, criatura. Você pode fazer o exame para confirmar minhas suspeitas.

— Mas você ainda não matou minha curiosidade, Lanie... – Kate sorriu – Porque você diz que eu estou grávida?

— Não é questão de exame, Kate, é questão de sinais ou se você quiser uma palavra mais clara, é questão de sintomas, amiga. E outra coisa importante, Kate, é que apesar de eu ser médica e ser especialista em mortos, eu também sei lidar com os vivos, entendeu? E outra coisa que faço muito bem é analisar as pessoas que estão à minha volta.

— Ok! Entendi que você sabe lidar e observar os vivos, mas estou esperando você concluir seu lindo raciocínio sobre a minha suposta gravidez, Dra. Lanie Parish Esposito, e assim que você me explicar, vamos ao shopping para comprar umas roupinhas para o meu bebê, pois você já pode também adivinhar se será menina ou menino. – Kate ironizou e as duas riram muito.

— Oh, Kate, como você é engraçada! – Lanie forçou um sorriso ao ironizar sobre o que a amiga falara – Então, vejamos. – Lanie piscou o olho direito para a amiga – Vou explicar de forma detalhada... Primeiro ponto... Desde que você chegou aqui no restaurante, Kate, você me relatou que tem andado com muito sono durante o dia... Agora, o segundo ponto... Só em falar de camarão, seu prato predileto, você ficou enjoada e até fez uma cara de nojo só porque o nome do camarão foi dito... Ops! Você fez a mesma carinha agora, neste exato momento. – Lanie riu ao olhar Kate pondo o dorso da mão na boca, em nítido sinal de náuseas. A médica continuou a falar – Terceiro ponto, amiga... Enquanto você comia a sua maravilhosa refeição, Kate, você não se tocou, mas pôs calda de chocolate... Sim, amiga, pode ficar boquiaberta mesmo, você besuntou os rolinhos de porco picante com calda de chocolate.

— Não acredito! Sério? – Kate estava pasma com a observação da amiga.

— E tem mais... – Lanie ria da expressão de surpresa de Kate – Seu gelato está gostoso, Kate?

— Ah, se está! Está maravilhoso! Quer provar?

— Ah, não, muito obrigada, principalmente do jeito que está... – Lanie apontou para a taça de sorvete da amiga – Kate, querida, enquanto você saboreia seu delicioso gelato de limão, ao invés de qualquer calda tradicional para sorvetes, você lambuzou o gelato com ketchup e mostarda e está saboreando como se fosse um manjar dos Deuses.

Ao ouvir o último comentário, Kate olhou para a sua taça de gelato e viu que a amiga não estava zoando. A Lanie estava certa e ao lado da taça do gelato de limão estava um frasquinho de ketchup e outro de mostarda.

— Para tudo! – Kate estava boquiaberta e imediatamente colocou a mão na barriga, incrédula – Será mesmo, Lanie? Oh, meu Deus! Será que eu estou mesmo grávida?

— Você já tinha me falado que você e o Castle queriam mais um bebê, pois sonhava curtir esta experiência com ele, pois ele não pode participar em nada da gravidez do Flynn... E que...

— É, Lanie, falamos sobre isso... Nos primeiros dias eu e o Castle fizemos amor sem nenhuma proteção, pois não tínhamos nada em mãos quando nos reencontramos, mas depois disso, por dois meses, nós fizemos uso de contraceptivo porque eu estava muito fraca e debilitada por conta do sequestro e uma gravidez naquele momento seria muito perigoso e nada aconselhável.. Depois, amiga, liberamos geral... Estou há um pouco mais de sete meses sem fazer uso de contraceptivo... – ela ainda estava pasma – Meu Deus! Será mesmo que eu estou grávida? – Seus olhos encheram de lágrimas – eu tenho que falar com o Castle.

— Calma, querida! Que tal passarmos lá no meu laboratório... Eu faço um exame rapidinho, Kate! Aí, se for positivo, você faz uma surpresa para o seu marido.

— Não, amiga. Eu sei que você quer me ajudar e eu te agradeço por isso, mas é que eu prometi ao Castle e a mim mesma que eu precisava curtir tudo com ele, tipo, desde a expectativa de estar ou não estar grávida e a feliz descoberta até o parto... Tudo mesmo, entende, Lanie? Então, mesmo sem a certeza da gravidez, vou fazer tudo isso com ele, seja positivo ou negativo, passaremos tudo isso juntos.

— Mas me diga aí, Kate, você quer que o resultado seja positivo ou negativo, eihm?

Kate começou a rir feliz – Jura que você quer que eu te responda? – Ela continuava rindo – Claro que eu quero que seja positivo, né, Lanie!

Kate pegou o seu celular e telefonou para o marido e fez um sinal para a amiga pedindo silêncio.

Assim que ele atendeu, Kate nem deu oportunidade do marido falar nada – Eu quero falar com o marido mais lindo, mais gostoso e mais maravilhoso do mundo, pode ser?

Lanie assistia a amiga e se sentia contente por vê-la feliz.

— Está falando com o próprio...

— Ah, faltou eu dizer que ele é o mais convencido também.

— Ah, se a minha própria mulher fala tudo isso de mim, não vai ser eu que vou desmentir, não é?

— Ah, tá... – ela aceitou a justificativa dele e sorriu.

— E você, deliciosa, bateu saudade da minha voz, foi? Ou a saudade foi de mim por inteiro? – Ela o ouviu rir.

— Acertou, Rick! Estou morrendo de saudade de você por inteiro e quero saber quais seus planos para esta tarde.

— Hummm! Está tendo planos eróticos comigo, em plena tarde de sexta-feira, Capitã? Adorei a ideia e eu topo. Eu tenho uma reunião com a Gina às quinze horas, mas vou telefonar agora mesmo para cancelar. Mas... E quanto a você? Não se trabalha mais na delegacia, é? – ele zombou.

— Não é bem assim... Como não tenho nenhuma reunião agendada para esta tarde de sexta-feira ou qualquer outro compromisso oficial, além dos normais, tipo assinar documentos e outras coisas que eu posso deixar para a segunda-feira, vou tirar a tarde de folga. Vou falar para o Esposito para ele me substituir em equalquer eventualidade...

— Que maravilha! E como foi o almoço com a Lanie?

— O almoço com a Lanie foi maravilhoso! Depois te conto tudo. – Kate deu uma piscada de ollho para a amiga – Querido, você sabe que na sexta-feira eu nunca volto para casa com a viatura, então, que tal o senhor me pegar agora na delegacia, eihm?

— Chego em quinze minutos.

— Não venha de taxi. Venha com o seu carro e, pelo amor de Deus, chegue vivo! Nada de furar os sinais. Não tem pressa, entendeu, Sr. Richard Castle? Eu quero apenas passar a tarde com o meu marido... Quero receber e te dar um monte de beijos e depois vamos pegar o Flynn na creche. Quer uma programação melhor, amorzinho?

— Registrado! Estou indo. Você quer que eu suba à sua sala para te buscar ou você vai me esperar na porta da delegacia, eihm?

— Quando você estiver pertinho, você me avisa que eu desço.

— Combinado.

A ligação foi desfeita e Lanie estava sorrindo de felicidade ao ver a amiga toda derretida.

— Quanta fofura, meu Deus! – Lanie zoou – Amiga, se eu fosse diabética, eu estava agora tendo coma glicêmico...

— Não reclame! – Kate ralhou de forma divertida.

— Quem disse que estou reclamando, eihm? Eu estou adorando ver isso! Amo ver a minha amiga feliz!

— Ah, meu Deus! Eu amo aquele homem! – Kate admitiu e começou a sorrir, mas logo franziu a testa em sinal de curiosidade – Eu fui muito melosa, é?

— Ah, não... Fala sério, Kate! – Lanie ironizou – Eu só vou chamar a moça da limpeza para ela passar um pano por aqui porque está cheio de melaço.

As duas riram, mas logo pagaram a conta e foram embora.

Ao chegarem ao Distrito, antes de se despedirem, Lanie avisou que todos aqueles sintomas que ela havia mencionado poderiam ser um alarme falso e que não era para ela ficar triste caso o resultado fosse negativo. Kate agradeceu a preocupação da amiga e cada uma foi para seu respectivo andar.

Kate fez uma pequena reunião com o Esposito a fim de passar algumas informações importantes para ele e, assim, ela poder sair tranquila.

No tempo previsto, Castle telefonou e avisou que estava próximo e Kate desceu e assim que ele parou o carro na porta do distrito, ela entrou e lhe deu um selinho, mas ele desligou o veículo. – Ah, que saudade, Rick!

— Hummm!! Que delícia ouvir isso! Eu também estava com saudades.

— Castle, liga o carro e vamos ao shopping mais próximo. – Ela falou no seu tom normal de comando.

Ele riu do jeitão dela e obedeceu.

Assim que chegaram ao estacionamento do shopping ele foi surpreendido com Kate que se sentou no seu colo e lhe dau um beijo apaixonado.

— Na minha opinião, Kate, você podia me chamar para te buscar todas as tardes que eu te juro não iria reclamar. – Ele acariciou o rosto dela assim que finalizaram o beijo. – Tudo bem que eu sei que você estava com saudade de mim, porque eu sou o máximo, etc, etc, etc, mas eu estou com uma forte impressão que você quer me dizer algo... Acertei?

— Você acertou em cheio, amor.

— Então...

— Você quer conversar aqui ou em uma cafeteria? – Kate o questionou.

— Você escolhe.

— Então vamos conversar aqui mesmo, depois a gente entra no shopping, onde, aliás, não vamos demorar nem dez minutos...

— Agora que eu fiquei mais curioso, Kate... Quer dizer que viemos ao shopping, mas não vamos demorar nem dez minutos... É isso? Amor da minha vida, conte para seu marido o motivo desta saudade no meio da tarde e desta programação esquisita.

— Primeiro eu quero te di... Não!... – Kate balançou a cabeça demonstrando que estava organizando mentalmente seus pensamentos – Eu não vou começar pelo fim... Vou começar pelo começo mesmo. – Ela própria riu porque se atrapalhou com as palavras – Bem, amor... Não vou fazer nenhuma surpresa... Vou direto ao assunto. Acho mais fácil e mais simples.

— Kate, você está me enrolando... – Castle torceu a boca impaciente.

— Ok! Rick, vou direto. Você se recorda que lá em Boston eu te disse que na minha próxima gravidez eu queria curtir todos os momentos com você?

Ao ouvir a palavra “gravidez” ele ficou em êxtase – Deus! Você está grávida, Kate? – Ele a abraçou feliz da vida.

— SIM!... NÃO! Quer dizer... Eu não sei... Eu...

— Tente ser menos confusa... Você consegue. – Ele riu e a fez rir.

— Bem...

“(...)”

Kate então relatou acerca da desconfiança da Lanie e sobre os sintomas que a amiga percebeu, a exemplo do sono durante o trabalho, repugnância a camarão, comer carne de porco com calda de chocolate e sorvete com ketchup e mostarda.

— Jura que você comeu os rolinhos de porco picante com calda de chocolate e depois pôs ketchup e mostarda no gelato de limão? – Ele ria muito, mas ria de felicidade.

Kate franziu o nariz e a testa como se tivesse acanhada com a excentricidade gastronômica – Mas estava uma delícia, Rick... Na verdade, eu nem me apercebi quando coloquei a calda de chocolate e depois o ketchup. Só sei que estava delicioso.

— Tudo bem! Tudo bem! Você tem direito a comer o que quiser e o que sentir vontade, amor. Então vamos logo entrar no shopping e procurar uma farmácia e comprar teste de gravidez. Vamos.

Ele saiu do carro e, como era de hábito, arrodeou, abriu a porta dela e a ajudou a descer do carro e logo lhe deu outro abraço e dezenas de selinhos e depois um longo beijo.

— Hey, Rick... – ela interrompeu o beijo – estamos em um local público... Um shopping...

— Ah, tá... Então vamos subir e procurar a primeira farmácia.

Na porta da farmácia ela o parou – Amor, não quero que fique aborrecido ou triste se o resultado for negativo...

— Katherine Beckett Castle! – Ele a repreendeu de forma doce e deu um leve selinho nela – Vamos comprar os testes...

— Hey, você falou “os testes”?

Ele não respondeu, apenas caminharam de mãos dadas e seguiram até a prateleira onde estavam expostas mais de dez marcas de teste de gravidez e ele começou a colocar na cesta uma unidade de cada marca e Kate ficou só observando. Quando já tinham dez caixinhas na cesta, ela não se aguentou – Sério, Castle! Já tem dez testes... – ela zoou, mas achou engraçado o estresse dele.

Castle entortou a boca, reconhecendo o exagero – Ok! Exagerei, não foi? – Ela fez que “sim” com a cabeça, então ele tirou dois pacotinhos e a puxou para o caixa.

No caminho ela sussurrou – Rick, aí tem oito testes. Eu não sou maluca e não vou fazer oito testes.

— Vai fazer pelo menos quatro... Mas vamos levar os outros também.

Mesmo achando fofo o jeito dele agir, ela revirou os olhos, deu um suspiro profundo e não contestou.

Já fora da farmácia com a sacolinha de compras na mão, ao invés de seguirem o caminho até a garagem ele a levou para a porta do banheiro feminino mais próximo.

Assim que percebeu isso Kate passou os braços pelo pescoço dele – Amor da minha vida, calma!!... Esse é um momento só nosso e não vou fazer teste de gravidez aqui e dividir com todos do shopping uma emoção que é só nossa.

— Mas Kate, se você estiver grávida a gente já compra logo o enxoval do bebê aqui no shopping.

— Richard Castle, vai ser melhor para o nosso casamento se eu fingir que você não falou isso.

— Então, aonde você vai fazer o teste?

Ela não respondeu nada, apenas torceu levemente a boca e ficou olhando para ele de modo ameaçador, porém apaixonado.

— Ah, já sei. Entendi. Vamos para casa.

.... .... .... .... ....

Já em casa, Castle colocou os oito testes de farmácia sobre a bancada do banheiro da suíte deles.

— Castle, eu não vou fazer oito testes. – Ela o desafiou.

— Você está certa. – Ele entrou novamente no banheiro e ao sair, trouxe consigo quatro testes.

Kate olhou para a bancada da pia do banheiro e avistou as quatro caixas de testes – Quatro?

Ele abraçou a esposa e lhe deu um monte de selinhos e acariciou os cabelos – Por favor, amor. Eu só te peço isso... Mais nada. Pode ser que três estejam com defeito...

Ainda abraçada ao marido ela desabafou de um jeito bem carinhoso – Amor, desculpa porque eu estou assim tão tensa e ter discutido com você, viu? – Kate fez um afago no rosto dele e depositou um selinho nos lábios do marido – Eu até sei que eu poderia ter feito tudo isso sem você, mas eu não queria passar por isso sozinha porque eu queria dividir essa emoção contigo e, do jeito que eu te conheço, sei que você deve estar mais ansioso do que eu, pois sabe que não pode fazer isso por mim.

— Eu também quero te pedir desculpas, Kate... Estou mesmo muito ansioso e... Você está certa! Eu te juro que se eu pudesse eu mesmo faria todos os testes... Os dez testes... – ele riu da ideia dela.

— Então eu vou fazer os quatro testes.

— Você quer que eu vá para a sala? – Ele perguntou.

— Não ouse sair deste quarto, Castle! Eu preciso de você...

— Você quer que eu entre no banheiro com você?

— Também não chega a tanto, Rick. – Ambos riram – Eu preciso que você fique aqui no quarto e não saia daqui.

— Eu vou entrar no banheiro... – ela avisou – E não me chame nem fique batendo à porta, ok? – ele o preveniu.

— E eu vou ficar aqui bem quietinho. – Ele finalizou com seu jeito peculiar de menino traquinas – Eu juro! Palavra de escoteiro!

— Castle, você não é escoteiro...

— Só uma piadinha para descontrair, amor...

Sorrindo, Kate entrou no banheiro.

Após cinco minutos Kate saiu do banheiro e o Castle se levantou rápido da cama e veio na direção dela. A expressão de ansiedade do marido estava estampada no rosto dele.

— E aí? Positivo ou negativo?

Kate o pegou pela mão e o levou para a cozinha.

— Castle, não é assim tão rápido... Temos que esperar. Lá dentro do banheiro eu li rapidamente as informações de cada fabricante e uma das quatro marcas tem que esperar cinco minutos, então...

Ele entortou a boca em sinal de descontentamento.

— Vou beber água... Estou com sede.

— Eu também estou com sede. Vou pegar água para nós dois.

Foram para o sofá, cada um segurando um copo com água e ficaram lá bebendo e conversando.

— Rick, se eu estiver grávida, você tem preferência de sexo?

— Todos os dias. – De forma consciente, ele respondeu a pergunta com outro sentido só para fazê-la rir.

Ela sorriu do jeito do marido. Ele era leve e divertido – Seu bobo! Não é disso que eu estou falando.

— Ah..., não, é? – Ele simulou ingenuidade – Pensei.

— Eu perguntei se você prefere um menininho ou uma menininha, Castle.

— Ah, sim... Entendi agora. – Ele piscou para ela.

— Mas é bobo esse meu marido! – Ela depositou os copos vazios na mesinha lateral e se ajoelhou no sofá e, como um imã, eles se beijaram.

Um beijo longo e apaixonado e depois ficou sentada no colo dele – E eu amo tanto isso em você, sabe, Rick... Esse seu jeito leve e divertido de encarar as coisas, principalmente quando faz isso porque quer que eu relaxe, como agora, por exemplo. Eu te amo, Rick!

— Eu também te amo, mocinha. E, respondendo a sua pergunta... Menino ou menina... Bem... Já temos uma menina e um menino, então se você realmente estiver grávida te juro que não tenho preferência. O que Deus mandar eu vou amar. E você?

— Bem, eu amo a Alexis e eu tenho certeza que ela também me ama e temos uma relação bem maternal. Eu a conheci quando ela estava com quatorze anos e participei de todos ou quase todos os momentos dela desde então, mergulhando nas alegrias, nas dúvidas, nas tristezas... Mas eu não a vi pequenininha... Portanto, se Deus nos mandasse uma menininha, eu iria ficar feliz da vida, tanto que eu até tenho um nome... Lizzie, quer dizer, é a minha opção de nome. Mas se ele nos mandar outro menininho, vou ficar feliz do mesmo jeito, no entanto, não tenho nenhum nome de menino em mente.

— Você é incrível, Kate e adorei a sua opção de nome para menina. Lizzie... Perfeito! Vou te copiar, pois gostei muito mesmo. Aí ficaria Lizzie Houghton Beckett Rodgers Castle. Gostei! Ou seria melhor Elizabeth Houghton Beckett Rodgers Castle e a chamaríamos, carinhosamente de Lizzie, eihm, Kate? Eu sou Richard e os mais próximos me chamam de Rick... Você é Kathernie e te chamam de Kate.

— Huuummm!!! Gostei desta sua observação, amor... Mas vamos pensar. Até o bebê nascer a gente decide se coloca Lizzie ou Elizabeth... Isso se eu estiver grávida... Hey, mas caso eu realmente esteja grávida, Rick, quais suas opções para nome se for um menino?

— Poderia ser Bernardo... Ou Bruno...

— Bernardo... – Kate ficou pensativa – Adorei esse nome, amor... Então seria Bernardo Houghton Beckett Rodgers Castle.

— Lizzie e Bernardo... Lindos nomes.

— É, mas caso eu esteja realmente grávida, nem sei de quantas semanas de gestação eu estaria... E ainda temos muitos meses pela frente... Muitos nomes para pensar... – ela consultou o seu relógio de pulso, saiu do colo do marido, ficou de pé e o puxou para que ele se levantasse – Vamos! Está na hora... Já se passaram cinco minutos. Vamos conferir o resultado?


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Notas finais do capítulo

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