Adrien

Acordei com o som irritante do despertador. Com os olhos fechados desativei o som, e fiquei deitado mais alguns minutos. Mas não podia abusar, pois hoje seria um dia corrido. Me levantei e fui direto para o banheiro tomar um banho. No banho comecei a pensar nas tarefas de hoje, com isso soltei um suspiro, pois realmente será um dia cheio. E o pior de tudo é que ficarei sem ver a Mari. Com esse pensamento acabei abrindo um sorriso, pois me lembrei que hoje será nosso jantar. 

— Hoje precisa ser especial – Falei enquanto desligava o chuveiro. Enrolei uma toalha na cintura e fui escovar os dentes, em seguida me trocar. Olhei no relógio e vi que já estava em cima da hora. Mandei uma mensagem de bom dia pra Mari e sai. Passei na empresa para pegar alguns documentos e já fui direto para a reunião. Hoje eu teria reunião com o gerente da Chanel, logo depois com um diretor da Lancôme e pra finalizar, uma reunião com Delphine Manivet. Sobre a Chanel e a Lancôme, ambos estão planejando uma campanha de divulgação para o lançamento de novos produtos, e para isso querem um estilo único e exclusivo. Já a Delphine, falou que gostaria de ter uma reunião comigo e que não quis dar detalhe, apenas pessoalmente.

A reunião com a Chanel foi um sucesso. O prazo deles estão ótimos. Marcaremos uma reunião final, junto com meu pai e vou tentar levar a Mari junto. Afinal, provavelmente ela se encarregará do designer, é claro que com a supervisão do meu pai. E novamente meus pensamentos vão para a menina dos olhos mais lindos que já conheci. Acabei Soltando uma risada. Nunca imaginei amar tanto uma pessoa, como eu amo aquela baixinha, teimosa e maravilhosa. Ela é única na minha vida. Não vejo a hora que chegue à noite. 

— Mais uma negociação feita – Fechando a porta do carro. Apesar da reunião ter demorado mais do que o planejado, foi um sucesso. O projeto é simples, mas mesmo assim é de grande importância. Olhei no relógio e vi que já era 13:20h. Liguei para Delphine e falei que as 14:30h estaria lá. Então parei em um Bistrô para comer algo. Em vez de almoçar, optei por chá e um croissant. Enquanto comia, aproveitava para ir atualizando algumas coisas no sistema. Assim que terminei, fui direto para a loja. Por sorte, encontrei um lugar para estacionar bem em frente. Assim que entrei fui recebido pela Delphine.

— Adrien, Meu querido – Me dando um beijo em cada bochecha.

— Como está Delphine? – Sorrindo.

— Na loucura, como sempre. Mas isso me deixa ótima – Ela disse animada, como sempre. Alguns anos atrás, eu desfilei em um desfile que ela organizou, para lançamento da nova coleção de vestido de noiva. Com isso, ela acabou ganhando grande ênfase na mídia. Acabou sendo procurada por muitas noivas. E isso só aumentou cada vez mais. 

— Fico feliz – Sorrindo – Confesso que estou curioso pela sua ligação – Enquanto me sentava em uma cadeira de frente pra ela.

— Eu imagino – Soltando uma risada – Bom, daqui alguns dias, estarei fazendo um ensaio fotográfico com vestidos da nova coleção para ser colocados no site. E preciso de alguém com uma beleza excepcional, e é aí que você entra, na verdade você não – Dando um sorriso.

— Eu não entendi. – Perguntei confuso.

— Gostaria que a Sra. Cheng fosse minha modelo. – Disse enquanto cruzava as pernas.

— Marinette?! -  Perguntei surpreso.

— Ela mesmo! A beleza dela é única. Nunca vi uma mestiça com uma beleza como a dela. E se ela for minha modelo, as fotos ficaram maravilhosas – Dando um sorriso enorme.

— Tenho que concordar com você – Dando um sorriso – Bom, eu não vejo problema nenhum, ela ser sua modelo para as fotos.

— E é claro que ela será muito bem paga pelo serviço.

— Creio que isso é o de menos para ela – Olhando pra ela – Mas infelizmente não serei eu que terei que tomar essa decisão.

— Como? – O sorriso dela saiu de seu rosto.

— Preciso primeiramente conversar com meu pai, afinal, a Marinette é funcionária dele – Dando uma risada. – Ele aprovando, que tenho certeza de que aprovará, preciso conversar com ela. E ver se ela aceita.

— Entendi. Sobre a primeira questão eu entendo completamente, mas agora sobre a outra questão, seria impossível ela não querer. Ela ficaria famosa e ainda por cima, seria muito bem paga.

— Eu entendo Delphine – Suspirando – Mas quando você conhecer ela, você verá que isso não importa. A maior satisfação que ela tem, é fazer designer maravilhosos, olhar eles aparecendo em desfile e vendo nas expressões das pessoas que elas gostaram. Isso importa pra ela. Ela não se preocupa com o dinheiro ou em ficar famosa.

— Interessante – Ela disse apoiando o queixo na mão – Por isso você se apaixonou por ela? 

— Sim – Depois percebi o que falei – Que-ro dizer – Tentando concertar a situação. Fazendo ela rir.

— Ela realmente deve ser única mesmo – Enquanto ainda ria.

— É – Um pouco envergonhado – Bom – Tentando mudar de assunto. – Irei falar com meu pai e em seguida irei falar com ela, combinado? – Sorrindo.

— Combinado. – Sorrindo. Conversamos mais sobre o projeto das fotos, ela me mostrou os vestidos, falamos sobre a data, e acertamos outras assuntos também, e depois fui embora. Olhei no relógio e vi que já era 17:30h, precisava passar no mercado e depois na floricultura. Ainda bem que não demorei muito no mercado, e na floricultura também foi rápido. Comprando tudo, fui direto para o apartamento. Chegando lá, fui na recepção pra avisar sobre a chegada da Mari. Já deixei liberado. Quando me viro, encontro a Lila.

— Lila? – Perguntei surpreso.

— Adrien – Disse baixo – Preciso falar com você. 

— Olha, estou com pressa, tenho um compromisso – Não estava com paciência pra ela.

— É um assunto urgente, prometo ser rápida – Pegando o celular.

— Hoje não Lila – Me virando pra sair.

— Mesmo que tenha haver com a Marinette? – Na mesma hora parei de andar e me virei pra ela. Ela esticou o celular em minha direção. Peguei para ver do que ela estava falando e quando olhei pra tela, perdi a o ar. Aquela foto não podia ser real.

— Aonde você conseguiu essa foto? – Perguntei ainda olhando pra foto.

— Podemos conversar? – Ela perguntou pegando o celular de volta. Apenas acenei com a cabeça, pedi para liberarem ela na portaria e ela subiu comigo. Assim que entramos no apartamento. Ela começou a falar. – Eu Te enviei a foto, você não viu? – Ela disse sentando no sofá.

— Não – Pegando meu celular e chegando minhas mensagens, então eu vi que a Lila realmente havia me enviado à foto. – Como você conseguiu essa foto? – Olhando pra ela.

— Hoje eu precisei ir ao escritório para fazer uma prova de um vestido. Como da última vez, a Marinette que fez, achei que estivesse com ela, chegando na sala escutei vozes e percebi que ela não estava sozinha. Quando apareci na porta, vi ela beijando o Luka. No primeiro momento fiquei em choque, mas depois algo me dizia que deveria tirar uma foto e te mostrar. Pois apesar de não termos nada, te considero meu amigo Adrien, e não achei certo ela estar fazendo isso com você. Ficando com duas pessoas ao mesmo tempo.

 – Ela disse tudo enquanto fazia um carinho no meu ombro.

— E porque você acha que essa foto significa algo pra mim? – Perguntei meio rude.

— Porque desde  dia do desfile, eu percebi que você está de olho nela. E não achei justo você ser enganado assim. 

— Preciso falar com ela – Disse se levantando.

— Pra que? – Ela disse se levantando e vindo ao meu lado – Pra ela dizer que não fez nada ou dizer que o beijo não significou nada? – Ela disse sarcástica. Por mais que eu esteja com raiva do que ela está dizendo, eu concordo.  A Mari podia negar, mas eu tenho uma foto que diz ao contrário. Olhei para o buquê na bancada e suspirei. Mandei mensagem pra ela cancelando o jantar. Fui até o sofá e sentei.. Senti meu celular vibrar. Era a Mari me ligando. Rejeitei sua chamada e tirei o som do celular. – Sinto muito Adrien – Lila disse Segurando minha mão.

— Acho melhor você ir embora – Eu disse de olhos fechados.

— Não vou deixar você sozinho – Fazendo carinho meu braço. Eu deveria mandar ela embora, mas estou sem forças pra mais nada e também estou com muita raiva. Poderia usar a Lila pra descontar minha raiva. Senti ela se aproximar e dar um beijo no meu pescoço. Abri os olhos e encarei ela, que estava com sorriso malicioso. Ela se próximos e me deu mais um beijo no pescoço. Com isso, fechei os olhos, mas ao fazer isso, me veio à imagem da Mari. Me levantei na mesma hora. – Adrien? – Ela perguntou surpresa.

— Já falei que quero que você vá embora Lila – Disse sério.

— Não acredito que você vai continuar sendo trouxa assim – Ela disse brava. Quando ia responder, a companhia tocou. Bufei e fui atender, mas fiquei surpreso quando abri a porta.

— O que está fazendo aqui? – Perguntei baixo, afinal não queria ver a Marinette tão cedo.

— Eu fiquei preocupada. Você está bem? – Ela disse dando um passo em minha direção, mas me afastei, fazendo ela ficar surpresa.

— Estou bem. Acho melhor você ir embora – Falei seco.

— Adrien – Percebi que ela estava tentando controlar sua fala – O que est...

— Adrien – Lila disse atrás de mim, aparecendo na visão da Marinette.

— LILA?! – Ela disse alto, intercalando seu olhar entra a Lila e comigo. Ela ficou um tempo parada apenas nos olhando. – Adrien...

— Mari – Lila falou enquanto colocava sua mão em meu ombro. – Eu acho que você deveria ir embora. Afinal, depois  do que você fez, não sei como tem coragem de vim aqui.

— Do que você está falando? – Marinette perguntou confusa.

— Marinette – Falei sério – Achei que você fosse diferente.

— Mas do que vocês estão falando? – Ela perguntou com raiva.

— Luka – Falei o nome daquele azulado para ver se ela teria coragem de negar ou se iria disfarçar. Ela ficou me olhando um tempo e depois arregalou os olhos. Acho que ela entendeu tudo. Já percebeu que eu já sei do beijo entre eles.

— Adrien – Me olhando – Eu deveria ter te contado. Mas é que na hora eu acabei me deixando levar e depois do ocorrido, eu não lembrei de comentar com você.

— Então é verdade? – Perguntei ainda sério.

— Sim – Ela desviou o olhar e abaixou a cabeça – Mas não se preocupe, se caso mais alguém ficar sabendo, eu mesma digo, que o erro foi meu.

— Acho que o erro foi meu, por ter confiado em você. – Ela pareceu assustada com minhas palavras - Quem você beija ou deixa de beijar, não é problema meu. – Ela arregalou os olhos . – Mas  - Dei  um suspiro, desviando o olhar – Eu errei por acreditar em você e achar que você fosse especial. E pior ainda, por achar que você me achava especial. – Olhando diretamente em seus olhos.

— Adrien – Ela disse com os olhos brilhando, devido às lágrimas que estava tentando segurar. – Você percebeu a loucura que está dizendo?

— Então, eu realmente estou certo? Foi um erro achar que tínhamos algo? – Perguntei um pouco mais alto.

— Eu não beijei o Luka, ele que me beijou a força – Ela também aumentou um pouco o tom de voz.

— Ah por favor Marinette – Cruzando os braços – Não é o que a foto diz.

— Mas que raio de foto você está falando? – Então peguei o celular do bolso da calça e  mostrei a foto dela com o Luka se beijando. Ela ficou olhando incrédula para a foto. Ergueu seu olhar para a Lila. - Foi você! – Apontando pra a Lila.

— Eu por acaso obriguei  você a beijar o Luka? – Lila Disse.

— Não jogue a culpa nela pelo seus atos – Falei Revirando os olhos.

— Mas que atos? De ter sido beijada a força? – Fiquei surpreso quando ela disse isso.

— A força? Mas a foto...

— Se você prefere acreditar em uma foto, do que nas minhas palavras, então você não é a pessoa que eu achava que fosse. Você está agindo como o Luka. – Eu Não acredito no que ela está me falando.

— Luka? – Falei alto – Eu devo comparar você a quem então? Uma pessoa que finge ser uma coisa, mas que no final é apenas mais uma entre outras quaisquer – Eu disse bem próximo a ela. Ela pareceu ter ficado em choque com minhas palavras. Mas o choque maior, foi meu, quando ela deu um tapa com força no meu rosto. 

— Adrien?! – Lila que até então via a situação calada, agora estava espantada.

— Você –  Ela disse apontando o dedo pra mim, eu ainda estava em choque pelo tapa, e também com dor. Coloquei minha mão na bochecha.– É um grande idiota – Enquanto falava, acabou derrubando algumas lágrimas. – A grande errada nessa história foi eu, por ter me apaixonado por você –  Fiquei surpreso com sua declaração e tentei me aproximar.

— Mari... 

— Já que você se baseia tanto em provas para ofender as pessoas, por que não puxa a filmagem das câmeras de seguranças? – Olhei pra Lila e ela parecia assustada. – Ou melhor, pede a gravação do tapa que eu dei no Luka, pra Ayla. -  Olhei confuso pra ela, afinal o que a Ayla tinha haver com a história. – Ela estava lá no momento em que “beijei” o Luka – Fazendo aspas com os dedos. Fiquei parado, tentando entender em tudo o que ela falou. Então simplesmente virou as costas e saiu. Quando me recuperei um pouco corri atrás dela. 

— Mari –  Gritei, mas ela me ignorou e continuou andando, corri um pouco mais e alcancei ela – Me espera – Segurando seu braço e a virando de frente pra mim.

— Lembrou de mais alguma maneira de me ofender? – Perguntou sarcástica.

— Não – Soltando seu  braço – Eu só – Eu não conseguia olha pra ela. – Você disse a verdade mesmo? – Agora olhando em seus olhos. Nessa hora a porta do elevador abriu.

— E isso faz diferença? – Me dando as costas e Entrando no elevador – Afinal, eu sou apenas mais uma qualquer, não é mesmo? –  Quando Ela disse isso, percebi o quão idiota e cafajeste ciumento eu fui. Quando abri a boca pra falar algo, a porta do elevador se fecha. Fico um tempo encarando a porta fechada, pensando em como resolver essa situação. Mas primeiro, preciso resolver com a Lila. Voltei para o apartamento e encontrei a mesma pegando sua bolsa para sair. Fechei a porta com força, fazendo a mesma se assustar.

— Que susto Adrien! – Enquanto colocava a mão no peito. – Olha, já vi que você não está no seu melhor dia, então outro dia eu venho, Oks – Mas quando ela passou por mim, segurei seu braço com força.

— Vou contar até três para você dizer a verdade, do que realmente aconteceu lá. – Olhei pra ela com muita raiva. A mesma parecia assustada.

— Eu não sei de nada – Tentando se soltar.

— Se eu puxar a filmagem e ver que você estava lá e que armou tudo isso, a situação vai ficar complicada para seu lado. – Cheguei próximo do seu rosto – Fala de uma vez.

— A ideia foi do Luka, eu só ajudei com a entrada dele na empresa e com a foto. – Então soltei ela. A mesma parecia assustada com minha atitude.

— Lila – Falei sem olhar pra ela – Vou avisar apenas uma vez. Se eu souber que você armou mais alguma coisa contra a Marinette e que teve participação em qualquer outra coisa que a prejudique ou que prejudique meu futuro com ela, eu te garanto. Você se arrependera profundamente. – Olhei diretamente em seus olhos – Não se atreva se meter novamente em minha vida ou na da Mari, pois não irá gostar das consequências que isso acarretará pra você. Entendido?

— Sim – Ela disse baixo, com os olhos arregalados.

— Agora suma daqui – Disse abrindo a porta. A mesma, praticamente saiu correndo. Fechei a porta com força. Pensei em como consertar essa situação.  Peguei meu celular e liguei pra ela, mas o mesmo dava na caixa postal. Aposto que ela me bloqueou. Peguei as chaves do carro e fui em direção ao seu apartamento. Chegando lá o porteiro me informou que ela não havia voltado ainda. Fiquei quase duas horas esperando ela. Mas sem sucesso. Sai de lá e fui procurar ela. Fui em alguns bares, praça da Torre, na Ponte e vários outros lugares. Começou uma chuva muito forte. Liguei pra Ayla e pro Nino, mas os mesmos não atendiam. Não sabia mais o que fazer. Parei em frente à um bar e resolvi entrar. Comecei a me xingar, enquanto bebia. Como eu pude falar aquelas idiotices. Ela nunca ira me perdoar, e eu não a culparia.  Senti que estava começando a ficar bêbado. Achei melhor ir pra casa e pensar no que fazer amanhã. Quando fui pegar as chaves do carro. Acabei derrubando elas e para piorar, elas caíram no bueiro. – Merda! – Gritei sozinho na rua. Fiquei parado na chuva, olhando para o bueiro. O jeito seria chamar um táxi e depois eu voltava com a chave reserva. Quando o táxi chegou, em vez de passar meu endereço, acabei Passando o da Mari. Eu não sei porque fiz isso, mas já que estava lá novamente, precisava tentar falar com ela. Cheguei na portaria falando alto que queria falar com a Marinette. O porteiro idiota disse que ela não estava e que eu precisava ir embora, pois se não, ele iria chamar a polícia. Mas eu não me importei, apenas continuei gritando. Então ele interfonou para a Marinette. Fiquei em silêncio esperando ele falar com ela. Ele desligou e falou que ela estava vindo. Alguns minutos depois, ela parece na recepção . - Ma-mari– Eu disse meio enrolado, enquanto andava em sua direção – Me pe...r..doa.

— Estou começando achar que devia ter chamado a policia – Ela disse Suspirando. 

— Quer que eu ajude a levar ele? – O porteiro idiota falou.

— Acho que consigo, ele não parece estar muito bêbado. – Ela disse me olhando – Obrigada John – Dando um leve sorriso.

— Se precisar de algo, pode chamar. – Dando um leve aceno. Fechei a cara para o porteiro enquanto a Mari me ajudava. Entramos no elevador, e eu não conseguia dizer nada, apenas fiquei olhando pro meus pés. Quando entramos no apartamento, vi que a televisão estava ligada. Comecei a sentir muito frio.

— Adrien – Olhei pra ela – Vá tomar um banho, você não pode ficar com essas roupas molhadas. 

— Mari – Tentei me aproximar. – Você precisa me ouvir.

— Não tenho nada para escutar Adrien –  Ela falou de um modo frio, me fazendo parar de andar em sua direção. – Pode usar o banheiro do meu quarto. –  Ela foi em direção ao seu quarto e voltou com uma calça e blusa de manga longa e também uma toalha. – Pode usar essas daqui.

— Obrigado – Falei baixo e entrei no banheiro. Tomei um banho rápido e sentia que o efeito do álcool tinha saído. E também não estava mais com frio. Quando sai do banheiro, senti um cheiro bom de café, fui até a cozinha e encontrei ela de Costa fazendo café. Ela me olhou e colocou um pouco na xícara e me entregou. - Obrigado – Pegando a xícara e tomando um gole.

— Está melhor? – Perguntou sem me olhar.

— Acho que sim – Suspirando – Mas eu preciso falar... 

— Ótimo – Me cortando enquanto me olhava – Assim que terminar, pegue suas coisas e vá embora.

— O que? – Perguntei surpreso.

— Tome seu café e vá embora Adrien – Disse seria.

— Mari – Colocando a xícara no balcão e indo em sua direção – Me escuta por favor – Parando em sua frente – Eu não devia ter falado aquelas coisas pra você, eu não pensei...

— Pensou o que? – Aumentando seu tom de voz – Que fosse me magoar?

— Mas você precisa entender meu lado – Eu disse sério.

— Seu lado? – Dando uma risada sarcástica  – Ah Claro – Revirando os olhos – Afinal você foi beijado a forças; você que foi julgado e insultado sem motivos; você que acabou sendo humilhado.

— Da para me deixar falar? – Falei mais alto.

— Não! – Se afastando de mim  – Já falei que não quero ouvir mais nada de você. Quero que você vá embora. – Apontando a saída.

— Céus – Resmunguei enquanto passava a mão no meu cabelo. Essa situação estava me dando nos nervos.- Você é a mulher mais teimosa que já conheci – Dando a volta no balcão e indo na sua direção novamente.

— E você é um completo idiota– Ela disse quase gritando.

— Quer saber – Me aproximei rápido e segurei sua cintura, surpreendendo ela. – Eu sou mesmo. – Não dei tempo de ela responder, pois a beijei. Mas não beijei de um modo calmo, mas sim, um beijo rápido e sedento. Pois é exatamente assim que me sinto. Me se parei um pouco, pra colocá-la sentada no balcão. – Sou um completo idiota por não ter feito isso antes – Disse em um sussurro antes de beija-la novamente. Ela levou suas mãos ao meu cabelo, fazendo um carinho e às vezes dando alguns puxões, o que me deixava louco. Quando precisamos respirar, comecei a beijar seu rosto e desci para o pescoço, quando dei uma leve mordida, ela soltou um gemido que me fez ficar ainda mais excitado. Precisava sentir mais sua pele, então coloquei minha mão por dentro da sua blusa e comecei a erguer ela. Mas então ela se afastou de mim. Ambos estávamos ofegantes. – Mari? – Perguntei preocupado.

— Eu não quero me magoar novamente Adrien – Desviando o olhar – Acho melhor você ir embora.

— Você não irá se magoar – Coloquei uma mão no seu rosto, fazendo ela me olhar. – Eu sei que fui um completo idiota, mas eu não consegui controlar o ciúmes, quando eu vi a foto. Me perdoa Mari – Colando minha testa na sua – Me de outra chance de mostrar que eu sou o seu Chat – Ela arregalou os olhos quando eu disse isso. Ela ficou me observando e dei um pequeno sorriso. 

— Chat? – Ela perguntou assustada.

— Te achei My Lady – Dando um sorriso, eu sabia que era ela.

— Isso não é real – Ela disse baixo.

— Eu te garanto que é real, assim como meus sentimentos por você – Me aproximei dela  – Eu te amo My Lady – Então a beijei novamente.