A Difícil Arte de Amar escrita por Isabelle


Capítulo 11
A Difícil Arte de Adaptar-se




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Capítulo 11-

                            A Difícil Arte de Adaptar-se

Nina acordou em sua cama sentindo um leve toque em seus cabelos e sua mão estava envolvida por outras frias. Antes de abrir os olhos já sabia quem era, sentiu-se segura e abriu os olhos.

- Olá!! Pensei que nunca iria acordar! – Draco tentava fingir uma irritação.

- Bom dia pra você também. – Nina tinha uma vaga lembrança de tudo que acontecera. A tia deveria estar furiosa com ela.

- Pra seu governo é boa tarde, e você dorme a dois dias inteiros quase! Mas fico feliz de ver seus olhos. – Draco tentava ser carinhoso.

- Minha tia... – sua voz era fraca, sua garganta estava seca e sua boca com um gosto amargo denunciando a presença de poções. Definitivamente os bruxos tinham que conhecer a farmacologia trouxa. Fazer poções em cápsulas viria bem a calhar.

- Estou aqui minha querida. – Dryade se aproximou do outro lado da cama, Nina olhou pela primeira vez para Nick que não parava de mexer em seu cabelo em silêncio.

- Tia eu vi um nome no portão: Lestrange. – Nina fez um pequeno esforço, mas se lembrou.

- Sim minha querida eu sei. Já estivemos lá e Severus está no quarto ao lado. Parece se recuperar, mas é lento. Seu estado ainda é crítico... Obrigada meu anjo. Eu realmente estou muito feliz e graças a você. Mas, me diga... – Dryade limpou uma lágrima. – Como você está? – Falou levantando a varinha para uma varredura.

- Bem, me sinto bem. Que maldição foi dessa vez? – Perguntou Nina meio desgostosa em experimentar feitiços que só traziam dor.

- Sem maldição dessa vez. Foi apenas estuporada. Como foi pega em outro plano o feitiço simples não fez muito bem. Está de alta, não vejo mais resíduos de magia em você.  Bem com licença preciso voltar para junto de Severus. – Dryade depositou um carinhoso beijo na testa da sobrinha e saiu, sabia que estava em ótimas mãos. – Cuidem dela, sim?

- Então levanta logo dessa cama que estamos famintos e mortos de saudades de você! – Disse Draco a ajudando a se levantar.

- Acho que vou tomar um banho antes. Posso, ou a pressa é muita? – Perguntou olhando para os dois ‘homens’.

- Humm o que acha filho? – Draco olhou para Nick travesso.

- Acho que podemos esperar só um pouquinho! – Disse Nick sorrindo para Nina.

- Ok, muito obrigada vocês dois são muito gentis!!! – Nina ainda meio tonta, se encaminhou para o banheiro sob os olhos atentos de Draco.

Tomou uma ducha, não queria que Draco e Nick ficassem esperando uma eternidade por ela. Na verdade sentia cada vez mais falta de Draco que agora saia em missões com mais freqüência. Ela ainda estava confusa com seus sentimentos. Draco era meio arredio de vez em quando, mas agora a cobria de cuidados. Quando saiu do banheiro encontrou a mesa posta com requinte. Seu prato predileto, e refrigerante! Ah como havia sentido falta da comida trouxa!

- Onde conseguiu... Como soube...? – Nina estava sem palavras.

- Na verdade Nick me ajudou um bocado com as dicas e a Granger com as compras. – Draco disse meio encabulado.

- Obrigada... Eu amei tudo isso. – Nina tinha os olhos marejados.

- Não sei por que meninas choram por qualquer coisa! Está triste com o que senhorita Nina? – Perguntou Nick contrariado.

- Não meu bem, eu não estou triste, estou muito contente. – Respondeu acariciando os cabelos platinados do garotinho a sua frente.

- Então por que está chorando? – Era difícil para uma criança de cinco anos entender.

Nina pediu socorro para Draco. Esse sorriu. – Nick, às vezes choramos quando estamos contentes também. Mas seu pai vai lhe dar um conselho muito útil. Não tente descobrir por que as meninas choram, apenas abrace forte. – Draco mostrou ao filho como fazer. – E diga que tudo está bem... Um beijo também ajuda.

- Seu bobo! – Nina o socou de leve. Depois do beijo rápido que Draco roubou.

- Papai, você e a senhorita Nina são namorados? – O menino tinha os olhinhos arregalados.

- Somos? – Nina se juntou a Nick na pergunta.

Draco a olhou nos olhos profundamente. – Você me daria a honra senhorita Noxon?

- S-sim senhor Malfoy... – Nina ofegou com a proximidade.

Draco a beijou novamente arrancando protestos de Nick. 

oOo

Depois daqueles dias, Hogwarts passou por uma rotina de paz, bem, não muita, algumas explosões causadas por poções arruinadas e caldeirões destruídos, quedas de vassouras, azarações e romances escondidos em armários de vassouras. Tudo normal e monótono.

Angel e Draco agora se ocupavam de Nick, na verdade não se entendiam. O garotinho tinha dificuldades com a adaptação a nova escola. Ele e a garotinha dos Potters não se entendiam. Eram como fogo e gelo, causando caos por onde passavam.

Nick havia se tornado rebelde e agressivo, Nina tinha dificuldade em lidar com ele, e Draco estava a ponto de perder a razão. Nessas horas o equilíbrio vinha de Nina, que acalmava o loiro mais velho, e mantinha uma educada relação com Harry e Ginny, que também não estavam satisfeitos com a situação.

Mas, as relações no castelo não eram de todo ruins, Dryade havia recuperado o brilho do seu olhar, brilho esse que era novidade para todos, acostumados a ver sempre uma sombra nos belos olhos da bruxa. Encontrar Severus depois de tantos anos foi realmente um milagre e merecida recompensa para ela, que nunca perdera as esperanças.

Severus Snape depois de uma semana havia dado sinais de consciência. Estava, é claro, desorientado, mas encontrar os olhos da morena foi também sua recompensa. A cena se passou escondida dos olhos de Hogwarts, mas rendeu a medibruxa novo ânimo. Não havia precedentes para o caso, não havia certeza de que ele um dia abriria os olhos novamente, e tão pouco que ele voltasse com sua sanidade intacta de tal experiência. Mas ele voltou. Assim que seus olhos encontraram com os olhos de Dryade, lutando com lágrimas de saudade, desespero, ansiedade, e dúvidas, olhos ora verdes, ora castanhos numa busca louca pela verdade, os últimos dias da guerra passaram em sua mente num flash vertiginoso. E sua primeira palavra: “Dry...”, quase um sussurro rouco, cheio de emoção, e nessa única palavra, a certeza de que tudo ficaria bem.

Os dias se arrastaram, mas aos poucos o professor de poções, recobrou suas forças e colocou em dia os anos que passou aprisionado nas sendas da escuridão, vagando por sebes mortas, de um mundo que já não existia mais.

Dryade o manteve incomunicável durante todo esse tempo. Informava a todos do progresso, mas receber visitas certamente o deixaria irritado. Então foi com surpresa que ambos apareceram para o almoço que era feito rotineiramente em uma das salas dos aposentos da medibruxa. Draco acabara de sair da lareira e Nina preparava o prato de Nick, uma cena familiar. Cenas dos dias de paz que finalmente haviam chegado.

Draco estacou já não podia mais esconder suas emoções tão bem, Nina o havia mudado. A saudade e a falta, que o Slytherin havia feito, durante todos aqueles anos, na vida do garoto, se traduziram em uma única lágrima. Os sentimentos naquela sala, bem como o silêncio, eram quase palpáveis. Nick olhava atento, o pequeno sabia bem que naquele momento ele deveria assumir aquela pose aristocrática, com toda a formalidade que Nina havia lhe ensinado e que deixava sua querida professora muito orgulhosa.

Severus por sua vez sentiu que o garoto estava a ponto de desabar, sentiu toda a emoção que o loiro pela primeira vez não tentou esconder do padrinho. Aproximou-se devagar do afilhado que sempre amou como filho e graças a Dryade, que também mudara o coração do contido professor de poções, também externava suas emoções, Draco havia se encostado-se à parede, não sabia bem o que fazer.

Severus estendeu a mão para Draco, com o olhar falsamente frio. O garoto agarrou forte a mão do padrinho e subitamente foi arrancado da parede para um longo e caloroso abraço, o primeiro de muitos certamente.

As garotas tinham os olhos marejados, diante da cena. Severus havia prendido fortemente o afilhado em seu abraço. Draco se permitiu derramar algumas lágrimas. A ausência do padrinho havia machucado o garoto já sofrido.  O abraço foi rápido, mas carregado de significado.

- Sev... – Draco se afastou um pouco, limpou as lágrimas, respirou fundo e colocou um pequeno sorriso nos lábios. – Quero te apresentar Nicholas Alexander Malfoy, meu filho.

Severus olhou curiosamente para o garotinho que ao ouvir seu nome havia se levantado, com ar sério, encaminhando-se em direção de Severus com a mão estendida.

- Sério?! Filho da... – não terminou a frase já lendo a resposta na face ainda avermelhada pelas lágrimas, do garoto.

Snape tomou a mão estendida respeitosamente.

- Como vai senhor? – disse polidamente o garotinho.

- Bem Sr. Nicholas... – Severus estava embasbacado com a educação do garotinho.

- Pode me chamar de Nick, meus amigos me chamam assim! – devolveu ainda com a postura solene.

- Então devo entender que faço parte do seu círculo de amizades? – provocou Severus.

- Por certo que sim, senhor! Papai ta sempre perguntando do senhor para a Tia Dry, e ela ficou mais feliz quando o senhor voltou. Era muito longe sua viagem, senhor? – Nick perguntou ainda meio curioso.

Severus abaixou-se para ficar na mesma altura do garoto. Todos sorriram, não haviam explicado direito a situação para o garoto, mas ele não perdeu um detalhe sequer das conversas acerca de Severus.

- Muito longe, muito longe... Mas, pode me dizer quem é a moça? – perguntou quase num sussurro.

- É a srat. Nina. – respondeu Nick quase no mesmo tom de voz, e confidenciando mais baixo ainda – Ela é namorada do papai.

- Sim?! – perguntou Severus surpreso.

- É. Eles se beijam de vez em quando. – disse Nick com uma expressão de desagrado com relação a beijos, Severus não pode deixar de notar.

- Apropriado... – Severus se levantou com ar divertido na face. – Draco precisamos fazer um feitiço de paternidade, ele é muito simpático para ser seu filho! – provocou o professor de poções, impressionado com o garotinho.

- Eu nem vou responder a isso! – Draco virou os olhos, com um falso mau humor, na verdade estava é muito orgulhoso. Todos riram, realmente era o que todos os que conheciam o pequeno, pensavam a respeito da situação.

- Esta é Nina Severus. Filha de Paul e Malena Noxon, minha sobrinha de quem lhe falei. – Dryade tinha o semblante orgulhoso enquanto apresentava a sobrinha.

- Conheci seus pais, uma grande perda de guerra. – disse enquanto apertava a mão da garota. – Sou-lhe grato por me encontrar. – Nina corou levemente. – Sua tia me contou. Não sei se qualquer palavra possa ser o suficiente para agradecer seu gesto. Estarei em dívida com a srat. eternamente.

- Não precisa senhor! A alegria da minha tia é prêmio suficiente. – respondeu Nina meio encabulada.

- Mesmo assim agradeço. -     Severus sorriu levemente.

- Seja bem vindo professor!! – disse Nina sinceramente.

- Bem não sei quanto a vocês, mas eu estou faminta!! – convidou Dryade encaminhando-se para a mesa.

O almoço aconteceu calmo. Com um sentimento morno que só um lar poderia proporcionar. Severus sentado a cabeceira da mesa, olhava para sua nova condição aliviado. Ele poderia se acostumar com aquela rotina, ele finalmente tinha uma família. E isso o agradou profundamente. Em outros tempos diria que a experiência seria praticamente impossível, que ele jamais seria um homem de família. Havia se enganado. Foi necessário uma guerra e um par de olhos, que muitas vezes não se decidiam entre o castanho e o verde, para mudar a trajetória de sua vida, que na realidade começava ali.


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Notas finais do capítulo

Olá!!

Como prometido! Espero que gostem e comentem! Isso realmente me faz feliz!
Sexta-feira tem mais!
Jinhos da Belle



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